No passeio pelo Rio de Janeiro, cujo start se deu na última sexta-feira, visitei, ontem, com minha Nayla Valença, o belíssimo Jardim Botânico. Fica localizado no bairro que virou seu nome, na Zona Sul, divisa com os bairros da Lagoa, Gávea, Humaitá e Alto da Boa Vista. O bairro é ligado à Zona Norte pelo túnel Rebouças, perto da divisa com o bairro da Lagoa.
Além do Jardim Botânico, o bairro conta com o Parque Lage, terreno de 52,2 ha que mantém a sede da antiga residência da família Lage, desapropriado por decreto em 1976. A quantidade de vegetação e a proximidade com a Lagoa Rodrigo de Freitas dão ao bairro uma temperatura mais amena que a média da cidade. O bairro esteve durante muitos anos no imaginário dos brasileiros por ser o local onde ficava o lendário Teatro Fênix, onde eram gravados os programas de auditório de Xuxa, Fausto Silva, Chacrinha e Os Trapalhões.
Leia maisEm 2010, o bairro ganhou uma estátua de bronze do Chacrinha, na Rua General Garzon. O local escolhido para a homenagem fica no caminho que o apresentador fazia para ir ao antigo estúdio da Rede Globo no Teatro Fênix.
O Jardim Botânico é considerado um dos mais ricos e importantes do mundo. Fundado em 1808 por D. João, então príncipe regente de Portugal, ficou famoso pela exuberância e importância de suas coleções de plantas, bem como pela beleza de suas paisagens. Sua história bicentenária se expressa em seus monumentos, construções e obras de arte.
A visita pode ser a pé ou de carro elétrico para ver plantas de diversos países, conhecer as estufas (Orquídeas, Bromélias, Samambaias e Plantas Insetívoras) e os jardins e coleções temáticos, como o Jardim Japonês, criado em 1935 a partir da doação de 65 exemplares de plantas típicas japonesas.
Entre os monumentos, destacam-se o Centro de Visitantes – uma construção do Século XVI -, as estátuas de Eco e Narciso feitas por Mestre Valentim, e o Portal da Academia de Belas-Artes, projetado por Grandjean de Montigny.
O Jardim também é um bom local para observação de aves. Pode colocar Tom Jobim para tocar e se imaginar numa novela de Manoel Carlos, porque é exatamente assim que a gente se sente andando pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Dos 137 hectares, 55 são abertos ao público. É tombado pelo IPHAN e definido como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco.
São várias trilhas para percorrer, encontrando ao longo do caminho estátuas, chafarizes, fontes, esculturas, vitórias-régias, bustos, ruínas, plantas exóticas, carnívoras e medicinais, e árvores das florestas atlântica e amazônica. No trajeto há, também, o Museu do Meio Ambiente, Palmeiras Imperiais, lagos, Estufa de Plantas insetívoras, Árvore do Viajante, o Museu Sítio Arqueológico Casa dos Pilões, um Jardim Mexicano, Orquidário, Herbário, o Portal da Antiga Academia de Belas Artes, Roseiral, um Jardim Japonês e tantos outros.
No Jardim Botânico funciona também um instituto de pesquisas, que abriga algumas das principais linhas de pesquisa do País sobre os biomas e proteção da flora e da fauna. Coleta e identifica espécies ameaçadas de extinção para possibilitar sua recuperação.
As pesquisas científicas, com ênfase na flora, são voltadas para conservação e valoração da biodiversidade. Promove também atividades voltadas para integração da ciência, educação, cultura e natureza.
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