Depois de mergulhar nas cachoeiras de Bonito no Carnaval e dar uma esticadinha até os mares alagoanos, chegou a hora de decolar para uma semana de muitíssimo trabalho em Brasília.
Depois de mergulhar nas cachoeiras de Bonito no Carnaval e dar uma esticadinha até os mares alagoanos, chegou a hora de decolar para uma semana de muitíssimo trabalho em Brasília.
Em vídeo publicado nas redes, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSB no estado, rebateu a fala do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que afirmou que “o Brasil não aguenta mais o Lula”. França chamou a crítica de “incoerente”, dizendo que Tarcísio ocupou cargos de confiança nos governos Lula e Dilma, e lembrou que ambos foram eleitos em 2022 “pelas mesmas urnas”.
Ao contrapor a gestão paulista, França atribui a Tarcísio aumento de ICMS, anúncio de “mais de 100” novos pedágios e isenções a empresas devedoras “advertidas” pelo Tribunal de Contas. Ele também cita a revelação recente de um esquema de fraudes tributárias na Fazenda paulista, que, segundo diz, teria desviado R$ 2 bilhões, chamando o episódio de “o maior caso de corrupção em São Paulo desde Padre Anchieta”. No fim, manda um recado direto ao oponente: “2026 está logo ali”.
Por Anthony Santana – Blog da Folha
Diante das manobras da oposição para obter maioria na CPI que deve investigar contratos do governo estadual, a bancada governista deve acionar a Justiça para tentar reverter o revés. A líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputada Socorro Pimentel (UB), afirmou que no Legislativo não há espaço para avanço dos governistas e que os governistas ainda vão se reunir para discutir a possibilidade.
“A gente tem que buscar uma alternativa fora desse poder. Já vimos que dentro desse poder não vamos conseguir avançar em nada. Então a gente precisa avançar através da Justiça, sim. Mas isso é uma pauta que a gente ainda vai conversar”, declarou.
Por Ricardo Paes Barreto*
A velocidade da informação, marca dos tempos atuais, é uma força capaz de aproximar pessoas, difundir conhecimento e fortalecer a democracia. No entanto, quando usada de forma irresponsável, essa mesma força pode se tornar arma de desinformação, ódio e ataques contra pessoas e instituições.
Não se pode aceitar que redes sociais se transformem em arenas de agressões pessoais ou campanhas movidas por interesses obscuros. A crítica construtiva é pilar do debate democrático e é sempre bem-vinda, mas é preciso distinguir o diálogo legítimo e transparente das ações que, sustentadas em falsidades e protegidas pelo anonimato, visam apenas corroer reputações e enfraquecer a confiança pública.
Leia maisO cenário atual mostra distorções cada vez mais evidentes: grandes empresas e pessoas mal-intencionadas remunerando conteúdos baseados em postagens, no mínimo, questionáveis; redes sendo usadas para fabricar narrativas e manipular percepções; e denúncias recentes, como a feita pelo youtuber Felca, que reacendem o debate sobre transparência e responsabilidade nas plataformas digitais.
O tema já ocupa espaço central no debate nacional, reforçando a urgência de medidas que coíbam abusos e protejam a integridade do espaço público.
O Estado de Direito oferece instrumentos para coibir excessos, responsabilizar condutas ilícitas e proteger a honra e a credibilidade das instituições. Essa proteção é fundamental não apenas para quem atua no serviço público, mas para toda a sociedade, que depende de instituições fortes e respeitadas para funcionar de forma justa e equilibrada.
No Poder Judiciário de Pernambuco, mais de 500 magistrados e magistradas e quase 8 mil servidores e servidoras trabalham diariamente com um propósito comum: promover a pacificação social, garantir direitos, combater a violência doméstica, realizar ações de cidadania que aproximam a Justiça da população, fomentar soluções consensuais de conflitos e assegurar que cada pessoa tenha voz e vez diante da lei. Esse trabalho
incansável, que, por volumoso e cotidiano, muitas vezes não aparece nas redes, é a base sólida que sustenta o Estado de Direito.
Ainda assim, mesmo atarefados com nossas atribuições, estaremos sempre preparados e preparadas para enfrentar novos desafios, inclusive aqueles que se apresentam no ambiente digital, quando ataques orquestrados buscam minar a credibilidade de pessoas e
instituições. A Justiça está atenta. E pronta para agir.
*Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco
Leia menosA Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) passa a ter Diário Oficial Eletrônico (DOE) próprio a partir desta terça (19). A implantação de uma plataforma própria para veiculação dos atos legislativos e administrativos, conforme estabelece a Resolução nº 2092/2025, visa modernizar e fortalecer a autonomia do Poder Legislativo.
Aprovada pelo plenário na última semana, a medida foi publicada na edição de sábado (16) do Diário Oficial. De acordo com a norma, os atos que saírem no DOE no site da Alepe passam a ter o mesmo efeito de publicidade oficial daqueles veiculados no formato anterior.
Leia maisAté então, a publicação era feita mediante contrato com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), que disponibilizava o material em sua página na Internet. Desde maio de 2015, o Diário Oficial circula apenas no formato virtual.
Economia
Agora, além de um layout mais funcional e integrado aos produtos digitais da Casa, a novidade traz redução de custos, já que o DOE do Legislativo será totalmente gerido por servidores do quadro técnico da instituição. A própria ferramenta para publicação foi desenvolvida pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da Assembleia.
Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), o novo DOE é um caminho natural do aperfeiçoamento do Legislativo. “A mudança representa praticidade, agilidade e adequação aos novos tempos, uma vez que todo o conteúdo está disponibilizado de forma on-line. A alteração ainda valoriza e reconhece o trabalho do corpo técnico da Casa, além de gerar economia aos cofres públicos”, esclarece.
De acordo com Fábio Vinícius Moreira, chefe do Departamento de Serviços Técnicos Legislativos, um grupo de trabalho da Alepe buscou experiências de outras assembleias estaduais, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para replicar em Pernambuco.
“Esse trabalho identificou que a implementação de Diários Oficiais próprios das casa legislativas tem sido uma tendência, de modo a garantir mais autonomia, transparência e controle social”, explica o servidor.
Evolução
Assim como a Alepe, o Diário Oficial do Legislativo tem muita história e os esforços para a sua modernização não são de hoje. Alécio Nicolak Júnior, diagramador do DO desde 1998, lembra que o processo de informatização começou por volta de 1995, com a aquisição de equipamentos, a contratação de profissionais especializados e a capacitação de servidores.
“A informatização foi uma enorme mudança para a imprensa da Casa. A partir daí, nós podíamos enviar as matérias digitalizadas em um disquete para a Cepe. Apenas as fotos eram enviadas impressas para serem escaneadas por lá. Mas, por volta de 2002, a Alepe conseguiu também digitalizar as fotos, o que foi outro grande passo”, contou o servidor.
Em um segundo momento, os poderes começaram a fazer publicações de forma independente e totalmente digital. “O primeiro deles foi o Tribunal de Justiça, que tem um jornal extenso e obteve grande economia. Em seguida, veio o Ministério Público. Agora nós também seguimos esse caminho”, complementou Júnior.
Mais novidades para o jornal eletrônico estão em andamento. A proposta, segundo Fábio Vinícius Moreira, é “melhorar cada vez mais a publicação”, implantando progressivamente ferramentas de busca no site da Alepe para otimizar a experiência dos usuários.
Leia menosA oposição de Barra de Guabiraba oficializou apoio à reeleição do deputado federal Lula da Fonte (PP-PE), em movimento que reforça as bases do parlamentar no município. Representam o grupo local o ex-prefeito e líder político Bebeto, o candidato a prefeito nas últimas eleições, Valdinho, os vereadores Luiz Eugênio e Jó do Gás, além do suplente Paulo Neto e da apoiadora Ana Oliveira. Para Bebeto, “Lula tem mostrado trabalho, é um deputado que se aproxima das bases e está sempre aberto ao diálogo”, avaliando o alinhamento como passo para “trazer mais desenvolvimento para Barra de Guabiraba”. O deputado agradeceu a confiança e afirmou que a união das lideranças de oposição “reforça o nosso trabalho de fiscalização e de serviços prestados pelo município de Barra de Guabiraba”.
Quase seis meses depois de ser humilhado publicamente no Salão Oval, o presidente Volodimir Zelenski voltou nesta segunda-feira (18) à Casa Branca para ser recebido pelo presidente Donald Trump.
“Nós vamos parar essa guerra. A guerra vai acabar, esse senhor [Zelenski] quer, Vladimir Putin quer”, afirmou o republicano na abertura do encontro, pouco antes das 13h20 (14h20 em Brasília). As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisAo menos na sessão aberta a repórteres, no início da conversa, clima era de muita cordialidade, nada parecido com o bate-boca de 28 de fevereiro. “Muito obrigado pelos seus esforços”, disse Zelenski, entre algumas brincadeiras sobre desta vez estar usando um terno, e não a roupa militar criticada antes por Trump.
O ucraniano também agradeceu a primeira-dama Melania Trump por ter entregado uma carta a Putin durante a cúpula realizada na sexta-feira passada (15) no Alasca, no qual ela pedia o fim da guerra em nome das crianças afetadas. E deu ao americano uma mensagem escrita por sua mulher, Olena.
Trump e Zelenski não entraram, em público, nas questões complexas à frente. O ucraniano só disse que precisava acabar com a guerra ao ser questionado sobre o fatiamento de seu país, proposto por Putin e já abraçado por Trump.
O americano, por sua vez, voltou a se defender ter recebido Putin em solo americano, objeto de diversas críticas. Questionado se havia abandonado mesmo a ideia de uma trégua imediata, como ficou evidente em Anchorage com Putin, Trump confirmou.
“Estrategicamente pode não ser bom para os dois lados. Eu não acho que seja necessário um cessar-fogo”, disse, repetindo a retórica de Putin —até aqui, Zelenski defendia a trégua para depois conversar.
No Salão Oval estavam presentes os mesmos personagens de 172 dias atrás: o vice-presidente J.D. Vance, que foi ainda mais incisivo com Zelenski na outra ocasião, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o negociador Steve Witkoff. Todos, exceto o vice, estiveram com Putin na sexta.
REUNIÃO FOI PRECEDIDA POR TENSÃO
O encontro foi precedido de grande apreensão por parte dos ucranianos e seus aliados europeus, cientes de que Trump voltou a alinhar-se a Putin acerca do conflito.
Na sequência da reunião, os dois receberão os líderes da Alemanha, França, Itália e Finlândia, além dos chefes da Otan e da Comissão Europeia, que já estavam na Casa Branca quando Zelenski chegou. O ucraniano queria que eles estivessem juntos desde o começo, para reforçar sua posição de tentar evitar ver seu país rifado pelo republicano, mas o americano rejeitou a ideia.
Antes da reunião, os alertas foram acesos a partir de uma postagem de Trump na rede Truth Social. “O presidente Zelenski pode acabar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se ele quiser, ou pode continuar a lutar. Lembre como ela começou. Não ganhará de volta a Crimeia dada por Obama (12 anos atrás, sem um tiro dado!), e SEM ENTRADA NA OTAN DA UCRÂNIA”, escreveu.
A postagem trouxe à tona a memória de quando Trump recebeu Zelenski na Casa Branca pela primeira vez, em fevereiro. Ao lado de auxiliares e do vice J.D. Vance, ele armou uma armadilha para o ucraniano, acusando-o de ter causado a invasão russa de 2022 e de não querer acabar com a guerra.
O bate-boca público, um desastre para Kiev, foi depois remendado aos poucos, com o americano adotando uma crescente posição de neutralidade e passando a pressionar Putin, com o paroxismo de um ultimato que venceu no dia 8 passado.
Só que, a julgar pelas entrevistas posteriores de Trump, era tudo teatro. Ele disse no fim de semana que não pretendia implementar as sanções que havia ameaçado se o russo não parasse a guerra até aquela data, porque isso determinaria seu fracasso em lograr uma trégua.
Em vez de punições aos parceiros comerciais da Rússia, como China e Brasil, Trump promoveu a cúpula no Alasca. Não houve menção à trégua, mas tudo o que transpareceu do encontro sugere um encaminhamento novo para um cenário em que os termos de Putin prevalecem.
O russo fez uma concessão conhecida até aqui, segundo o negociador Steve Witkoff: aceitou pela primeira vez que os EUA deem algum tipo de garantia de segurança para a Ucrânia após o fatiamento do país, talvez de forma análoga ao artigo 5 da carta da Otan, que prevê defesa mútua em caso de ataque a qualquer 1 dos 32 membros da aliança militar.
Nada de força de paz em solo, como querem Kiev e os europeus, contudo. E Putin sugeriu que aceitaria trocar o congelamento das linhas de batalha nas duas regiões dos sul ucraniano nas quais controla 70% do território, Kherson e Zaporíjia, em troca da entrega definitiva de Donetsk (leste), onde também tem 70% de domínio e está em ofensiva.
A quarta região anexada ilegalmente e que faz parte do pacote colocado por escrito pelo Kremlin, Lugansk (leste), já está totalmente controlada por Moscou. Pela proposta de Putin, ele ganharia 6.600 km2 remanescentes no leste em troca de desocupar 440 km2 que tomou das regiões de Sumi e Kharkiv, no norte, que não estão na sua lista de desejos.
É um bom negócio para o russo, ainda que não seja o domínio sobre o vizinho que planejava ao invadi-lo. As áreas remanescentes de Zaporíjia e Kherson são de difícil acesso pela barreira natural do rio Dniepr, e o que Putin tem lá já é suficiente para manter sua ponte terrestre entre a Crimeia e a Rússia.
No domingo, Zelenski admitiu discutir a situação a partir das linhas atuais da frente de batalha, que tem mais de 1.000 km. Mas voltou a dizer que não poderia ceder território constitucionalmente, o que joga dúvidas sobre o destino da negociação.
A neutralidade militar da Ucrânia e o destino da península russófona da Crimeia, que Putin anexou na verdade há 11 anos após ver seu aliado derrubado da Presidência em Kiev, pelas palavras de Trump, já são um fato consumado na proposta à mesa.
Leia menosPor Verones Carvalho*
Nos últimos dias, Recife foi palco de um debate que expõe de forma nítida as contradições sociais e políticas da nossa Capital.
A construção de um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida no bairro de Boa Viagem, tradicionalmente considerado uma área “nobre”, revelou uma celeuma desnecessária e profundamente marcada por preconceitos.
De um lado, o governo federal, através do presidente Lula, em parceria com a Prefeitura do Recife, busca garantir dignidade e moradia digna para centenas de famílias que já residem na localidade em condições precárias. Do outro, parte de moradores de classe média e alta se manifesta contra a obra, utilizando o discurso da “defesa ambiental” como argumento central. Mas o que realmente está em jogo?
Leia maisO uso seletivo da questão ambiental
É curioso notar que a preocupação ambiental, levantada por alguns opositores da obra, raramente aparece quando o assunto envolve a construção de prédios de luxo, condomínios fechados ou empreendimentos empresariais que avançam sobre áreas sensíveis do litoral pernambucano. Não se vê a Secretaria Estadual de Meio Ambiente realizando o mesmo nível de fiscalização ou resistência quando esses empreendimentos são erguidos. Tampouco há registros de audiências públicas para ouvir a população nesses casos.
Quando a construção atende a famílias pobres, no entanto, levanta-se uma onda de indignação seletiva, que, na prática, mais parece preconceito disfarçado de preocupação ambiental.
O direito à cidade e o combate à segregação
O urbanista francês Henri Lefebvre já defendia, há décadas, o conceito do “direito à cidade” — isto é, a possibilidade de todos, independentemente de classe social, usufruírem dos espaços urbanos de forma justa e igualitária. O que estamos vendo em Boa Viagem é justamente o oposto: setores que acreditam que morar em determinada área da cidade é um privilégio, e não um direito.
Essa resistência à construção de mais de quinhentas unidades habitacionais não é apenas um atraso social, mas uma tentativa de segregar ainda mais os pobres, relegando-os a espaços periféricos, longe das oportunidades, do acesso a serviços públicos de qualidade e da integração social.
Política rasteira e interesses individuais
É impossível ignorar também que essa polêmica tem sido instrumentalizada por setores políticos que enxergam na disputa uma oportunidade de desgastar o governo. Usam a população como marionetes em um teatro político raso, onde os interesses individuais se sobrepõem ao interesse coletivo.
A dignidade como prioridade
O programa Minha Casa Minha Vida foi e continua sendo um dos maiores instrumentos de inclusão social do Brasil. Garante não apenas um teto, mas a dignidade de uma vida melhor, o acesso a serviços públicos próximos e a possibilidade de ascensão social.
Tentar impedir ou postergar a obra em Boa Viagem é, acima de tudo, desumano. É negar a essas famílias o direito de viver com dignidade, em moradias adequadas e devidamente planejadas.
A luta pela moradia digna não pode ser contaminada por preconceitos e privilégios de classe. O Recife precisa ser uma cidade para todos, e não para poucos. A defesa do meio ambiente é legítima e necessária, mas ela deve ser coerente, sem seletividade ou manipulação política.
No fim das contas, a construção do conjunto habitacional em Boa Viagem é um passo importante rumo à inclusão social e ao combate à segregação urbana. O governo federal e a prefeitura cumprem seu papel: colocar a dignidade das pessoas em primeiro lugar.
*Cientista político
Leia menosMeu podcast ‘Direto de Brasília’, em parceria com a Folha de Pernambuco, traz, amanhã, o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Na era FHC, Everardo se destacou como um dos mais eficientes integrantes da equipe econômica e, hoje, é um crítico implacável da política econômica de Lula.
Everardo, que já foi também secretário da Fazenda de Pernambuco, vai abordar temas mais amplos, como os efeitos do tarifaço americano de 50% na economia brasileira, a proposta de reforma tributária e a discussão da taxação das grandes fortunas.
Leia maisNatural de Pesqueira, Everardo é engenheiro com especialização em geologia. Fez pós-graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Exerceu diversos postos na administração pública como Secretário de Fazenda em Pernambuco de 1979 a 1982; Secretário de Educação também em Pernambuco em 1983; Secretário-Geral do Gabinete Civil da Presidência da República em 1986 e Secretário da Fazenda e Planejamento no Distrito Federal de 1991 a 1994.
Esteve por oito anos à frente da Receita Federal a convite do ministro Pedro Malam, sendo a maior gestão ininterrupta na Instituição, na qual houve aumento expressivo da arrecadação e do número de declarantes a partir da informatização da entrega da Declaração do Imposto de Renda.
O podcast ‘Direto de Brasília’ vai ao ar das 18h às 19h com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco e do meu blog, incluindo também cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste.
Retransmitem o programa a Gazeta News, do Grupo Collor, em Alagoas, a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras, na Paraíba, e a Mais-TV, do mesmo grupo, sob o comando do jornalista Heron Cid. Ainda a Rede ANC, do Ceará, formada por mais de 50 emissoras naquele Estado, além da LW TV, de Arcoverde.
Os parceiros neste projeto são o Grupo Ferreira de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana, a Faculdade Vale do Pajeú e o grupo Grau Técnico.
Leia menosO ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu nesta segunda-feira (18) que leis ou decisões judiciais de outros países não são válidas no Brasil, a não ser que passem por uma validação da justiça brasileira.
Sem citar diretamente a Lei Magnitsky, imposta pelos Estados Unidos como sanção ao ministro Alexandre de Moraes, Dino afirma que o Brasil tem sido “alvo de diversas sanções e ameaças”, que buscam “impor pensamentos a serem apenas ‘ratificados’ pelos órgãos que exercem a soberania nacional”.
A decisão se deu no âmbito de uma ação movida pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), que questiona a possibilidade de municípios brasileiros entrarem com ações judiciais no exterior. De acordo com o instituto, a conduta fere a soberania nacional. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisEm análise desde o ano passado, a ação menciona ações apresentadas por municípios brasileiros em outros países, como aquelas de ressarcimento relativas ao acidente de Mariana, que tramita na Justiça da Inglaterra.
Ao fixar uma nova tese, Dino determina que medidas e sentenças de tribunais estrangeiros só terão validade no Brasil se forem homologadas pela Justiça brasileira ou seguirem mecanismos formais de cooperação internacional.
O ministro também determinou que Estados e municípios estão impedidos de propor ações em tribunais estrangeiros sem autorização, e que bancos e empresas brasileiras não podem cumprir ordens internacionais sem aval do STF.
“Ficam vedadas imposições, restrições de direitos ou instrumentos de coerção executados por pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País, bem como aquelas que tenham filial ou qualquer atividade profissional, comercial ou de intermediação no mercado brasileiro, decorrentes de determinações constantes em atos unilaterais estrangeiros”, decidiu Dino.
A decisão terá efeito geral e vinculante, garantindo que apenas a Justiça brasileira possa autorizar atos que impactem pessoas, contratos e bens no país.
O ministro também convocou uma audiência pública para aprofundar a discussão e comunicou a decisão ao Banco Central, à Febraban e a entidades do setor financeiro, para evitar que ordens externas interfiram em operações no Brasil sem chancela do STF.
Lei Magnitsky
No final de julho, o governo dos Estados Unidos anunciou que aplicaria a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
A Magnitsky é um dispositivo da legislação americana que permite que os EUA imponham sanções econômicas a acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
Donald Trump mira Alexandre de Moraes por causa de sua atuação na ação movida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.
A lei prevê sanções como o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo norte-americano, além da proibição de entrada no país. Estabelece ainda restrições a bancos e instituições financeiras que mantiverem relações comerciais com alvos de medidas punitivas americanas.
Leia menosO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes concedeu uma entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, que o descreveu como “o juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump”.
Moraes contou que estava assistindo a um jogo do Corinthians quando o celular dele começou a apitar com várias mensagens: Jair Bolsonaro (PL) havia descumprido a ordem de não usar as redes sociais, descreve o jornal. Ele agiu imediatamente, decretando a prisão domiciliar do ex-presidente, que será julgado nas próximas semanas por tentativa de golpe de Estado. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisO ministro disse que não há chance de que as sanções impostas pelos Estados Unidos influenciem o processo:
“Não há a menor chance de recuarmos nem um milímetro sequer”.
“Eu entendo que, para a cultura norte-americana, é mais difícil entender a fragilidade da democracia, porque nunca houve um golpe lá. Mas o Brasil teve anos de ditadura sob [o presidente Getúlio] Vargas, outros 20 anos de ditadura militar e inumeráveis tentativas de golpe. Quando você é mais atingido por uma doença, você desenvolve anticorpos mais fortes e procura uma vacina preventiva”.
“Faremos a coisa certa: receberemos a acusação, analisaremos a evidência, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido, será absolvido”.
O governo de Donald Trump sancionou Moraes com a perda do visto e com a Lei Magnitsky, criada para punir acusados de graves violações contra os direitos humanos, que proíbe que ele faça transações com instituições financeiras que atuam nos Estados Unidos.
“É agradável passar por isso? Claro que não é agradável. Todo constitucionalista tem grande admiração pelos Estados Unidos”.
“Essas narrativas falsas acabaram envenenando a relação [entre Brasil e EUA] —narrativas falsas apoiadas por desinformação espalhada nas redes sociais. Então o que precisamos fazer, e o que o Brasil está fazendo, é esclarecer as coisas”.
“Enquanto for necessário, a investigação vai continuar”.
Leia menosA Prefeitura de São Lourenço da Mata realizou a sétima entrega de kits e fardamento escolar, levando mais dignidade e oportunidades para mais de 13.500 alunos da rede municipal. A novidade deste ano é que os estudantes do 6º ao 9º ano também recebem o tênis escolar, e as turmas do 2º, 5º e 9º ano passam a contar com livros complementares de Língua Portuguesa e Matemática, fortalecendo ainda mais o aprendizado.
Para o prefeito Vinícius Labanca, cada passo dado confirma o compromisso em transformar a educação da cidade. “Estamos construindo uma verdadeira revolução educacional, garantindo mais igualdade e preparando nossas crianças para o futuro”, afirmou.
Assim como a Saúde de São Lourenço da Mata já é reconhecida como a melhor do Brasil entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, a educação também caminha para se tornar uma referência nacional.
Por Antonio Lavareda*
A preocupação geográfica, traço particular da “Geografia Eleitoral”, não transparece em nenhuma das fases dos estudos eleitorais norte-americanos, quer à época das “estatísticas eleitorais” quando todo interesse consistia em descobrir “regularidades estatísticas” ou ainda quando trabalhando com idênticas fontes de dados – mapas eleitorais e censos – nas chamadas “análises ecológicas” levadas a efeito por cientistas políticos da universidade de Chicago.
O uso de pesquisas de opinião, a princípio apenas estabelecera previamente os resultados, e mais ainda a técnica de “panels” introduzida em 1940 por LAZARSFELD, BERELSON e GAUDET (1944), desenvolvida em eleições seguintes por seus criadores e aplicada em quadros geográficos mais amplos por cientistas políticos, sociólogos e psicólogos da Universidade de Michigan, fez avançar os estudos eleitorais a princípio nos EEUU mas em fins da década de 50 o “panel” já era utilizado na França, transformando a problemática que passou a ser definida como a necessidade de se apreender a processo decisório com relação ao voto e a sua realização, a construção ideológica do voto e não apenas sua distribuição.
Leia maisSurveys com questionários são realizados na sociologia eleitoral brasileira desde os anos 60 por Gláucio Soares e depois por vários autores sendo alguns trabalhos que deles fizeram uso na análise das eleições de 1974 e 1976 sido enfeixados em livros.
Idealizada e dirigida por Sílvio Marcelo Maranhão, foi montada no PIMES – Sociologia da UFPE uma pesquisa sobre as eleições de novembro de 1978 abrangendo os municípios que compõem a região metropolitana do Recife. Conectada a partir da proposta de uma pesquisa conjunta nacional com os trabalhos encaminhados por Amaury de Souza e Fábio Wanderley em Minas, Bolivar Lamounier e Fernando Henrique Cardoso em São Paulo e Francisco Ferraz e Hélgio Trindade no Rio Grande do Sul, teve as questões construídas no essencial, excetuando-se as ligadas ao background da amostra, em torno de alguns conjuntos de variáveis intervenientes como identificação partidária, percepção dos candidatos, percepção das eleições, percepção do governo e atitudes e preferências políticas. Os dados recolhidos em 418 entrevistas diligentemente conduzidas pelos alunos do Curso de Métodos e Técnicas de Pesquisa do CMS encontram-se agora em fase de processamento e irão alimentar análises que se somarão as existentes enriquecendo a interpretação sociológica dos processos eleitorais em Pernambuco.
Ao lado dos textos dedicados à interpretação dos pleitos estaduais é possível identificar na bibliografia pernambucana um segundo grupo ao qual se dará aqui a designação genérica de Estudos Institucionais incluindo a apreciação dos óbices postos a plena consecução do regime eleitoral.
É dessa ordem “Tendência Política da Cidade Cruel”, onde Palhares Moreira Reis (1965) ressalta a invariabilidade básica das preferências políticas do eleitorado recifense dissecando qualificação de “cidade cruel” epíteto lançado por Agamenon Magalhães que frequentemente retorna ao vocabulário dos períodos pós-eleitorais. Partindo de observações anteriores sugere uma modificação do zoneamento da capital mediante novo recorte das zonas eleitorais voltado para uma distribuição equitativa do eleitorado em zonas que passariam a apresentar maior homogeneidade do ponto de vista social e econômico. “Abuso do Poder Econômico no Processo Eleitoral” (1966) é uma investida do mesmo autor contra o mais negativo aspecto da realização de nosso processo político – a fraude eleitoral, “quer sobre o alistamento, quer sobre a campanha política ou ainda a realizada na eleição e na apuração”. Texto dos anos 60 onde, infelizmente encontramos sabor contemporâneo. A venda de colégios eleitorais, a montagem e financiamento de “dobradinhas” a “transformação” dos resultados, figuram entre os fenômenos mais comuns detectados notadamente na área rural, situada a origem no pauperismo da região.
E finalmente podemos ainda alinhar sob o rótulo de “Textos sobre Poder Político” uma série de trabalhos autóctones que embora não dirigidos especificamente à temática eleitoral não raro interseccionam-se com a mesma, fornecendo então subsídios valiosos para o conhecimento dos matizes do comportamento eleitoral do Estado.
Deste ângulo temos uma análise regional da mútua interação entre estrutura econômica e formas políticas contida em “Desenvolvimento Econômico e Poder Político: Algumas reflexões sobre o caso do Nordeste” de Silvio Marcelo Maranhão (1977) cujo enfoque central – a definição da dissolução das bases regionais e estaduais de poder como resultado da homogeneização capitalista empreendida pela burguesia do Centro-sul agenciando o Estado e sua política de integração do espaço nacional, serve a caracterização dos governantes estaduais oriundos de pleitos diretos ou não para estabelecer o percurso da dominação regional que vai do predomínio absoluto da oligarquia agrária até o controle direto do poder central.
E na série sobre Poder Político, três dentre os estudos de poder local devem ser enfatizados. “Coronel, Coronéis”, de Marcos Vinicius Vilaça e Roberto Cavalcanti (1965) apresentando os ontológicos perfis de Chico Romão, José Abílio, Chico Heráclio e Veremundo Soares. E não só os traços gerais da dominação coronelística como o fizeram vários autores desde o clássico de Victor Nunes Leal (1948) foram apontados, mas, e principalmente, os processos particulares de sua desintegração, valendo-se para tanto entre outros indicadores dos mapas eleitorais registrando o declínio progressivo e irreversível dos Coronéis e seus áulicos em meio a um elenco de transformações econômicas e políticas incorporadoras dos velhos feudos autárquicos.
As redefinições do coronelismo foram objeto da abordagem procedida por M. Auxiliadora Ferraz de Sá em “Dos Velhos aos Novos Coronéis” (1974). Captou a autora todo o processo de uma eleição municipal nos limites de uma comunidade sertaneja. A transição do voto de cabresto ao voto mercadoria, a sobrevivência dos velhos partidos imbricados nas antigas rixas senhoriais, tudo vinculado como fruto dialético à tessitura das relações sociais contraídas no processo produtivo. Mudança e permanência são reveladas pela autora em seus laços com a nova ordem capitalista que no esforço adaptativo age como hábil “bricoleur” lançando mão como seus significantes de velhos significados.
“Açúcar e Poder” de Sandra Maria Correia Bradley (1977) completa a trilogia com uma extensa análise histórica que remonta à colonização portuguesa para encontrar o caminho da formação e evolução de um sistema de poder municipal, fixando Vicência como espaço da pesquisa na Mata Seca Pernambucana. A evolução política do município, a postura das oligarquias, as relações entre a pequena unidade político administrativo e o Estado podem ser visualizados com maior nitidez a cada eleição quando se sedimentam os antagonismos. Ao fundo, retratada com firmeza, a estrutura fundiária que condiciona os interesses de classe como base material do poder.
REFERÊNCIAS
* Cientista político
** Este artigo foi publicado originalmente no Jornal do Commercio (JC), em 2 de dezembro de 1979.
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