Teobaldo tem cadeira garantida na Câmara Federal
Tão logo não se reelegeu por uma diferença ínfima de votos, em razão do complicado coeficiente eleitoral e as chamadas sobras de votos, que beneficiaram outros partidos, o então deputado federal Ricardo Teobaldo passou a presidência do Podemos para o ex-prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, hoje presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
E foi viver um novo ciclo em sua vida, dedicando-se aos negócios privados. O tempo, entretanto, se encarregou de mostrar que Teobaldo faz — e continua fazendo — muita falta ao Congresso e a bancada federal de Pernambuco.
Leia maisTambém vieram as pressões internas no seu partido. A presidente nacional da legenda, Renata Abreu (SP), sentiu muita falta de Rico, como assim trata Teobaldo carinhosamente, do tempo que ele era líder da bancada na Câmara. Foi, sem dúvida, um dos melhores líderes na Casa Baixa.
Teobaldo também chegou a ser o relator do orçamento da União referente ao ano de 2016. Seu relatório foi aprovado por unanimidade e elogiado por todas as lideranças partidárias. Apontou uma meta de superávit (economia para pagamento de juros da dívida) para o governo federal de 0,5% do PIB, equivalente a R$ 24 bilhões.
Teobaldo também agraciou Pernambuco com o maior volume de emendas, assim como a sua Limoeiro, terra natal, que administrou por dois mandatos, elegendo o sucessor. Em tempos tão bicudos, ninguém conseguiu alavancar mais recursos para Pernambuco do que o deputado Ricardo Teobaldo (PMN).
Na condição de relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o parlamentar usou da força da função e garantiu R$ 60 milhões para o Estado. Só para Limoeiro, sua principal base eleitoral, onde foi prefeito, destinou R$ 40 milhões, que já estão conveniados e prontos para serem liberados — relatei no meu blog, na época.
Na semana passada, Teobaldo deu um passo importante para voltar à Câmara Federal. Uniu Limoeiro em torno da sua candidatura. A boa chapa formada pelo Podemos garante, hoje, não apenas a eleição de Teobaldo, mas de Marcelo Gouveia também. E se Gilson Machado ingressar na legenda, o que já seria martelo batido, o Podemos pode eleger quatro federais, se revelando na mais grata surpresa da eleição proporcional no Estado.
TRAJETÓRIA E VOTAÇÃO – Ricardo Teobaldo começou sua vida pública como deputado estadual. Depois, foi eleito prefeito de Limoeiro e reeleito quatro anos após uma aprovação recorde da sua gestão. Foi eleito deputado federal em 2014. Na Câmara, votou contra a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos. Em abril de 2017 foi favorável à Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017 votou contra o processo em que se pedia abertura de investigação do presidente Michel Temer, ajudando a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal. Nas eleições de 2022, não conseguiu ser reeleito para a Câmara dos Deputados. Recebeu mais de 78 mil votos, mas seu partido, Podemos, não alcançou o Quociente Eleitoral necessário.

Cai mais um na Compesa – Depois da saída do então presidente Alex Campos, a Compesa sofreu mais uma baixa, caindo Guilherme Freire, diretor regional do Sertão. Nos corredores da empresa, a degola seria consequência das falhas na manutenção, na produção dos sistemas e na demora das resolutividades dos problemas de abastecimento. O detalhe curioso — para não dizer irônico — é que essa área não era responsabilidade dele, mas da nova Diretoria de Produção e Manutenção, a mesma que virou figura central das insatisfações e denúncias internas.
Papai Noel de pipa – Segundo o blog apurou, esta nova diretoria foi criada para “organizar” a casa e, desde então, o que se vê é um efeito dominó de problemas que já irritam até políticos aliados. Em cidades estratégicas, os ruídos são cada vez mais altos, como em Serra Talhada, Triunfo, Petrolina e até Garanhuns — terra da vice-governadora — que já corre o risco de passar o Natal Luz com o papai Noel andando de pipa ao invés de trenó. Fontes internas da Compesa garantem que a gerente da nova gestão de produção e manutenção teria se especializado em práticas pouco inspiradoras e eficientes — assédio moral, redução de despesas essenciais, dispensas de técnicos experientes por operadores de confiança e a famosa economia pessoal. Há informações da existência de gerentes dormindo nas dependências da própria empresa para embolsar as diárias.
O jogo da concessão – O que se diz na Compesa é que a nova diretora, a de Produção e Manutenção, estaria centrada apenas no projeto de concessão, que deve ser objeto de leilão ainda este mês. Mas sabe qual é a cereja do bolo? O atual diretor, a quem ela é subordinada, vem da era Paulo Câmara e é próximo de deputados do PSB, detalhe que anda gerando olhares tortos e muitos questionamentos no front governista. Resultado: a crise interna se agrava e a gestão Raquel já percebeu que está descascando um tremendo abacaxi.

Federação, um ringue – Bastou sair a homologação da federação PP-União Brasil para Pernambuco virar uma arena. A disputa pelo seu controle no Estado envolve Eduardo da Fonte, de um lado, e Miguel Coelho, de outro. Dudu diz que está amparado no estatuto da federação, enquanto Miguel se respalda no apoio do presidente nacional, Antônio Rueda, que ontem foi à Araripina, declarar apoio a ele para o Senado e a João Campos para governador.
CURTAS
SEM SUSTENTAÇÃO 1 – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, ontem, que existe a possibilidade de não levar sua candidatura “até o fim” nas eleições de 2026. A declaração foi feita a jornalistas depois de participar de um culto evangélico na Comunidade das Nações, no Setor Hípico, em Brasília.
SEM SUSTENTAÇÃO 2 – “Há uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Vou negociar. Mas só vou falar para vocês amanhã”, declarou o senador, sem detalhar quais seriam as condições para eventual retirada da disputa. Sobre o encontro com Tarcísio de Freitas, disse que a conversa entre os dois foi “franca e sincera” e classificou o governador como o “principal nome do time” da direita no momento.
COM LÍDERES – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que sua campanha na disputa pelo Planalto em 2026 terá reunião, hoje, com líderes partidários, para “entender melhor” quais são as propostas que têm para apoiar sua candidatura. “Vamos conversar com Waldemar, com o Rueda, com o Ciro Nogueira, com o Rogério Marinho. Vamos conversar sem o compromisso de absolutamente nada”, afirmou.
Perguntar não ofende: A candidatura de Flávio Bolsonaro é só balão de ensaio?
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