Em um movimento estratégico que busca fortalecer a indústria da região Nordeste, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB) selaram um acordo de cooperação técnica hoje (29), durante o evento Paraíba Produtiva. A iniciativa busca alavancar a estratégia de territorialização da nova política industrial brasileira, com a meta de ampliar a participação da indústria nordestina no PIB brasileiro a patamares observados entre 2002 e 2020, contribuindo diretamente para a redução das desigualdades regionais.
A parceria vai permitir a realização de ações mais integradas, identificando as demandas do setor produtivo, segundo o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.
“Essa ação consolida o diálogo estabelecido entre as instituições. Nós vivenciamos um ambiente muito favorável no País, com muitas oportunidades. Mas ainda temos muitos desafios e um deles é o de territorializar a Nova Indústria Brasil. Uma oportunidade é a Chamada Nordeste, anunciada ontem pelo presidente Lula, que direciona R$ 10 bilhões exclusivamente para investimentos na Região. Essa iniciativa é resultado da articulação da Sudene com as instituições financeiras que atuam no Nordeste e o Consórcio de Governadores para viabilizar o fortalecimento da indústria Regional”, afirmou.
Leia maisO acordo não se restringe à Paraíba, mas se estende por todo o Nordeste, reconhecendo a vasta diversidade empresarial e setorial, bem como as assimetrias inovativas, tecnológicas, produtivas e financeiras que caracterizam a Região. A Sudene e a FIEPB atuarão na construção de quatro ações fundamentais, sendo a primeira delas a constituição de um grupo de trabalho permanente para a Nova Indústria Paraibana e Nordestina, em conjunto com a Associação Nordeste Forte, fomentando ações de integração.
As duas instituições também trabalharão na construção de um mapa de oportunidades de investimento industrial para a Paraíba e o Nordeste, abrangendo as federações de indústria de todos os estados. Este mapa identificará cadeias produtivas priorizadas pela NIB e outras específicas para a indústria paraibana e nordestina. E vão elaborar um guia de instrumentos da política industrial com estratégias para a indústria nordestina no contexto da Nova Indústria Brasil.
“Não há como falar de desenvolvimento nacional sem falar do fortalecimento da indústria nordestina. O primeiro passo é valorizar quem já empreende e garantir que tenha condições de competir com outros empreendimentos em condições de igualdade”, destacou o presidente da FIEPB e da Associação Nordeste Forte, Cassiano Pereira.
Para isso acontecer, ele frisou que é necessário promover a desoneração da carga tributária, garantir acesso facilitado aos créditos, a desburocratização e a segurança jurídica. “Precisamos de um projeto sólido e duradouro do desenvolvimento. O Nordeste é uma região estratégica, produtiva que precisa ser estimulada pelas políticas públicas”, acrescentou.
A cooperação também ajudará na implantação da plataforma de dados regionais que a Sudene pretende lançar ainda nos próximos meses.
A Autarquia aponta que quatro complexos econômico-industriais da Nova Indústria Brasil são considerados eixos estratégicos da nova industrialização nordestina, atuando como elos de diversos segmentos – desde trajetórias tecnológicas prioritárias até novas fontes de financiamento e a reconfiguração da rede urbana regional.
Espera-se que a parceria entre Sudene e FIEPB permitirá o avanço na construção de pesquisas e indicadores que atendam às necessidades das políticas regionais, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e a publicização de informações relevantes. As instituições reforçaram que o acordo tem o potencial de articular atores diversos, desde os governadores dos estados nordestinos até os bancos públicos, como BNB e BNDES, todos convergindo para o objetivo comum de ampliar a base industrial do Nordeste, com foco especial na Paraíba.
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