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O desastre administrativo na educação do Estado, após a tumultuada saída do secretário Alexandre Schneider, está ganhando maiores proporções. Agora, por falta de planejamento e organização da gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB), mesmo faltando poucos dias para a volta às aulas, foi adiada, sem prazo para retomada, uma licitação para os “Kits de material escolar para os (as) discentes da educação básica da rede pública estadual de ensino para o ano letivo de 2025”. Assim, os alunos da rede estadual poderão ficar sem o material escolar na volta às aulas. A licitação estava estimada em R$ 58.201.397,6138 (cinquenta e oito milhões, duzentos e um mil, trezentos e noventa e sete reais e sessenta e um centavos).
A abertura da licitação estava prevista para 17 de janeiro, mas o Governo não conseguiu cumprir o prazo, por suposta incapacidade administrativa. Segundo fontes no Governo, o pedido de adiamento partiu da Secretaria Estadual de Educação, após a saída do ex-secretário Alexandre Schneider, o que causou preocupação em professores que atuam na pasta. A desculpa oficial é que há “necessidade de avaliação dos requisitos técnicos em sede do processo em epígrafe”. O pedido de adiamento foi assinado em 16 de janeiro pelo secretário-executivo Gilson José Monteiro Filho, escolhido pessoalmente pela governadora para responder interinamente pela pasta, após a saída de Alexandre Schneider. Desde fevereiro de 2024, o Governo do Estado tenta realizar esta licitação, mas ela já teve que ser adiada outras vezes, por falta de planejamento e organização do Estado. O blog teve acesso a todos os documentos.
Nos bastidores políticos, tem chamado atenção a total falta de autonomia do ex-secretário Alexandre Schneider, que ficou apenas seis meses na pasta, sem poder para fazer sequer uma licitação. O ex-secretário chegou a escrever no perfil do Blog que “nunca cuidou de merenda escolar em Pernambuco”. Ficando a pergunta, se o secretário estadual de Educação não responde pela merenda nas escolas estaduais, quem responde? Pela primeira vez na história recente, Pernambuco poderá ter uma volta as aulas sem ter um secretário estadual de Educação. A falta de autonomia de Alexandre Schneider ainda desestimula alguns políticos a assumir a pasta. O ex-secretário chegou a enviar uma carta de despedida para a governadora, dizendo textualmente que “há valores que são inegociáveis”.