Por Valdo Cruz – g1
Ao final da cerimônia de posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, os presentes classificavam seu discurso de forte, atual, com recados para dentro e para fora do STF.
As críticas ficaram restritas à longa duração da fala, mas que, mesmo assim, foi acompanhada por todos com atenção.
Nos recados para fora, Fachin afirmou que o Judiciário não pode ser submisso, seja a quem for, mesmo que seja ao populismo, perdendo sua credibilidade.
Leia maisNos recados para dentro, Fachin defendeu as decisões colegiadas do tribunal, para garantir credibilidade e confiança nelas.
Ou seja, Fachin se posicionou contra os que atacam o Judiciário, mas defendeu que o tribunal evite decisões monocráticas polêmicas e passe a optar mais por levar ao plenário as questões que envolvam maior debate político e tenham maior repercussão na sociedade.
Ainda nos recados para fora, afirmou que a resposta à corrupção deve ser firme, constante e institucional, e que ninguém está acima das instituições, sejam juízes, parlamentares, gestores públicos.
Nos recados internos, defendeu a previsibilidade da Justiça para reforçar a confiança da população no Judiciário e pregou a necessidade do diálogo.
Em outras palavras, para os que reclamam das investigações comandadas pelo STF por desvios de emendas parlamentares, Fachin enviou a mensagem de que não se pode deixar de investigar alguém por sua posição política.
O ministro defendeu ainda a austeridade no trato do orçamento da Justiça, foi muito aplaudido ao defender as mulheres, afirmando que elas conhecem bem as dificuldades que uma sociedade ainda carimbada pela desigualdade de gênero lhes impõe.
Foi uma das posses mais prestigiadas dos últimos tempos, com o auditório principal lotado, com muita gente tendo de se acomodar de pé. Mesmo não tendo, depois, nenhuma festa oferecida pela Associação dos Magistrados do Brasil.
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