O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) não acredita em uma eventual condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), que resultaria em sua prisão e perda de mandato. Foi o que revelou com exclusividade durante entrevista ao podcast ‘Direto de Brasília’, que foi gravada na manhã desta terça-feira e será exibida a partir das 18h, no canal do YouTube do blog e da Folha de Pernambuco, além da Gazeta News, a Rede Mais Rádios da Paraíba, a Rede de Rádios ANC do Ceará e a revista Mais Nordeste, somando mais de 165 emissoras da região.
A ação penal por calúnia contra Moro decorre de um vídeo de uma festa junina em 2022, em que o senador aparecia falando em “comprar um habeas corpus” do ministro do STF, Gilmar Mendes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia contra o senador, que foi eleito para o mandato em outubro daquele ano. A PGR pediu pena de quatro anos de prisão para Moro, além da perda do mandato.
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Atualmente, a Primeira Turma julga um recurso do senador contra a decisão do Supremo que o tornou réu, em junho de 2024. Quatro ministros já votaram no sentido de manter esta condição (Carmen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin), faltando apenas o voto de Luiz Fux, que tem até esta sexta-feira (10) para apresentar seu posicionamento.
“Houve uma denúncia que foi recebida pelo Supremo. Apresentamos embargos de declaração, porque havia uma série de omissões em relação ao acórdão. Estou confiante de que, durante esse processo, com a apresentação das provas, vai tudo ser considerado improcedente. Porque é um absurdo. Era uma festa junina, antes de eu ter o mandato, e houve uma brincadeira infeliz. Obviamente que não estou acusando o ministro Gilmar Mendes de vender sentença numa festa junina. Explicamos isso, mas o STF entendeu de receber a denúncia”, elencou Moro.
“O mais surpreendente é que foi antes da minha eleição, então nem era competência do Supremo porque eu não era senador. E não divulguei nem gravei esse vídeo, quem divulgou aquilo, em abril de 2023, foram perfis vinculados à esquerda, querendo gerar animosidade do STF em relação a mim. Quem divulgou na verdade foram apoiadores do governo Lula, então se alguém tem que ser punido por isso é esse pessoal. O vídeo só foi divulgado em abril de 2023, e três dias depois estava denunciado pelo procurador-geral anterior (Augusto Aras). É uma tentativa de atacar meu mandato, de me atacar, esperamos que o STF tenha serenidade de julgar conforme a lei, as provas. Mas não vou me intimidar com isso”, completou.
Sobre o risco de ficar inelegível em 2026, em que lidera as pesquisas de intenções de voto para o Governo do Paraná, Moro classifica como uma “hipótese muito improvável”. “A sanção penal é tão absurda que não podemos levar a sério. Agora é esperar que a gente tenha a oportunidade de mostrar a origem, que são perfis da esquerda. Eu nem tinha interesse de divulgar isso. Sempre fiz críticas respeitosas ao Supremo, com base em fatos, e acho que eles erraram em alguns temas. Acho excessivas as penas do 8 de janeiro, teve uma série de problemas, mas minha crítica é honesta, não é brincadeira de festa junina”, concluiu.
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