À propósito da crônica domingueira postada logo cedo, recebi, há pouco, um emocionante relato do meu conterrâneo Zé da Coruja, da Nação Pajeuzeira. Confira!
Magno,
Fiquei encantado, feliz de ver amanhecer o dia e celebrar o seu belíssimo e culto texto, que nos é tão caro, invasor de almas, de percepções e de nossas tristezas e alegrias bem escondidas, botijas espirituais que só os ourives feito você podem arrancar e delas se apropriar.
Leia maisDecerto que no mistério de arrancar botijas você se fez acompanhar pelo bispo Dom Mota, da nossa Afogados da Ingazeira, que as almas precisam ser pacificadas e contidas por fortes rezas; pela cachorra Baleia e pelos jagunços Graciliano Ramos e João Guimarães Rosa.
Segundo um querido amigo, ele descobriu o Brasil “à machadas de assis, entre ramos e rosa”, minúsculo mesmo, que o achado genial e de várias interpretações está assim posto. Aqui ele refere-se aos escritores geniais Machado de Assis, Graciliano Ramos e João Guimarães Rosa, seguramente e com um coração sertanejo igual ao seu.
É preciso e urgente reconhecer que Magno Martins é o maior cronista de nossa geração, longe trezentas léguas de sertão de qualquer um do Norte, Nordeste, Sul e Sudeste.
A sua aula de profundo conhecedor da melhor literatura brasileira comove e deixa exposta essa sua chaga de sertanejo, como se um dos maiores jornalistas políticos do país fosse pouco. Para mim o maior, não vejo ninguém por perto nesse seu duro ofício.
Penso que o maior culpado disso tudo foi o Cine São José e seus filmes de Durango Kid e sua busca implacável por justiça. Claro que Durango ficava no final sempre com a mais bela mocinha. E o que é a sua Nayla Valença senão a mais bela mocinha de Durango?
Havia uma lenda a Oeste de Pecos, no tempo do Velho Oeste Americano, que dizia o seguinte:
Os ricos pra São Francisco, os bons para o Paraíso e os maus pra Tombstone, a cidade sem lei, compaixão e caridade.
Você, com o seu jornalismo brilhante e amparado intelectualmente nos gigantes citados, escolheu o caminho civilizatório de São Francisco, para a felicidade geral da nação brasileira.
O mesmo fez o empreendedor Eduardo de Queiroz Monteiro, um Ademir da Guia dos negócios, um poeta das mercadorias.
Vocês escolheram o caminho da civilização, da compaixão e da caridade.
Seu amigo,
Zé da Coruja.
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