O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), alertou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o governo precisa mudar a sua articulação política com o Congresso e passar a exigir que partidos aliados votem a favor das pautas do Executivo.
Assim, segundo Lira, o governo pode garantir a votação da MP que reorganiza a Esplanada dos Ministérios e evitar novas derrotas. Os dois conversaram por telefone na manhã de hoje, após o governo sofrer novos reveses na Câmara. As informações são do portal G1.
Leia maisFoi Lula quem ligou para Arthur Lira, depois da avaliação feita em reunião de líderes na terça (30), quando foi adiada a votação da MP que reestrutura os ministérios. À ocasião, defenderam que o presidente precisa entrar pessoalmente nas negociações políticas. A intenção é que ele possa garantir o cumprimento de promessas na liberação de emendas e ouvir diretamente as queixas de seus aliados.
A ligação foi feita do Palácio da Alvorada, onde Lula estava reunido com ministros e líderes para avaliar a crise com a base aliada na Câmara dos Deputados. Os dois combinaram um encontro pessoal, como antecipou a repórter Marina Franceschini, mas problemas de agenda podem impedir que essa reunião aconteça ainda nesta quinta. De qualquer forma, a ligação de Lula para Lira já foi o primeiro passo em busca de solucionar o embate.
O grupo de Arthur Lira pede uma reforma ministerial, com mudanças em ministérios no Palácio do Planalto, para recomeçar do zero as relações. O presidente resiste a essa mudança e não quer ceder às pressões, por entender que isso seria entregar o comando do governo ao grupo de Arthur Lira.
Mas, por outro lado, sabe que precisa atender algumas das reivindicações do presidente da Câmara, como a garantia de maior participação na liberação de emendas parlamentares.
O governo acredita na aprovação da MP 1154 ainda nesta quarta, na Câmara dos Deputados, para que seja votada também no mesmo dia no Senado. A dúvida é o preço que terá de pagar para garantir a análise antes que a MP perca a validade, a partir de sexta-feira (2).
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