Na manhã desta segunda-feira (23), a candidata à Prefeitura do Recife, Dani Portela (PSOL/ Rede), participou de uma sabatina na sede do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE. Ela falou sobre as suas propostas para o Recife e o que pode fazer para impulsionar e melhorar o comércio da cidade.
A entrevista foi conduzida pelo jornalista e apresentador Aldo Vilela e, como convidados, estavam o presidente do Fecomércio, Bernardo Peixoto, a professora e cientista política, Priscila Lapa e o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e economista, Luiz Maia. A candidata iniciou a sua fala apontando que o Recife, atualmente, é a segunda cidade mais desigual do país e as razões dessa desigualdade perpassam por questões como, classe social, gênero e raça.
Leia maisDurante a sabatina, Dani foi questionada sobre matrizes energéticas e ela destacou os desafios a serem enfrentados nesta área. “Hoje, Recife é apontada como a 16ª cidade no mundo sujeita às mudanças climáticas mais profundas. Não é mais possível falarmos em desenvolvimento econômico sem pensá-lo de forma sustentável e social. Por exemplo, existe cidade no Brasil onde os ônibus são movidos a energia solar, de forma complementar. Com isso, reduziram o consumo de combustível fóssil. Então, com essa tecnologia, eles têm menos poluição e conseguiram implementar uma coisa que a gente quer retomar para o Recife, a tarifa zero. Essas ações impactam diretamente na vida das pessoas. Precisamos pensar em tecnologia de uma maneira que fortaleça o meio ambiente, mas também o social.”, informou a candidata.
Quando questionada sobre as ações que pretende realizar para revitalizar o centro do Recife e o comércio, Dani destacou vir olhando com muito pesar o descaso e o abandono dos prédios da cidade. “Eu sou uma professora de história, advogada, estou como deputada e candidata a prefeita do Recife e olho para o centro de uma das cidades mais bonitas deste país e vejo um cenário de descaso e, às vezes, de guerra mesmo. Então, pensando em mudar este quadro, desenvolvemos uma proposta que chamamos de Bom de Teto.
Cerca de 43.000 imóveis estão abandonados no centro do Recife. E na medida que tem muita casa sem gente, tem muita gente sem casa. O Bom de Teto fala justamente em requalificar esses prédios, com exceção dos tombados. Muitos deles têm valores em dívidas maiores do que o preço de venda. E a nossa Constituição prevê que essas propriedades podem cumprir uma função para fim social.”, explicou.
Dani Portela também foi perguntada sobre as suas propostas de ações efetivas para reduzir os índices de criminalidade do centro do Recife e a sensação de insegurança dos recifenses. Ela explicou que a sensação de insegurança é gerada pelo abandono da cidade.
“Passar por ruas escuras, não ter linhas de ônibus que transitem por todo o centro, tudo isso causa insegurança. Hoje, 70% das pessoas usam transporte público ou andam a pé por aquela área. É preciso pensar em segurança para além da polícia ou da polícia ostensiva. O município tem a responsabilidade de ter uma cidade mais segura, mas entendendo que as polícias civil e militar são de responsabilidade do Estado e a Guarda Municipal do município. No entanto, é possível trabalharmos em parceria. E a sensação de segurança vai aumentar quando a gente tiver uma cidade que socialmente não seja tão desigual.”, reforçou .
Por fim, a candidata recebeu um exemplar da Agenda Estadual do Comércio, Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco, das mãos do presidente da Fecomércio (Sesc/ Senai), Bernardo Peixoto. Ela agradeceu e encerrou a entrevista falando sobre desburocratizar os processos relacionados à Prefeitura e enfatizou que esta desburocratização é um princípio que deveria reger a administração pública. Ela também falou sobre inserir as mulheres, as pessoas com deficiência, a população LGBTQIAPN+, negras e negros no centro das suas prioridades de governo e deseja construir um Recife bom para todas e todos.
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