Depois da derrota nas urnas em 2022, o PSDB tenta se reinventar e ganhar fôlego nas eleições de 2024. O partido, no entanto, encontra dificuldades para definições internas, como o novo presidente da sigla. Com a eleição do Diretório Nacional marcada para hoje, o Partido da Social Democracia Brasileira ainda não tem definição sobre o futuro presidente. O novo diretório é o grupo que escolherá os integrantes da Executiva Nacional, incluindo o presidente.
Inicialmente, os principais nomes do PSDB desejavam que o atual presidente, Eduardo Leite (RS), continuasse no cargo a partir da nova eleição interna. A ideia é que Leite representaria “juventude” e “renovação”, segundo Paulo Abi-Ackel (MG), atual secretário-geral do partido. No entanto, Leite decidiu que não iria tentar a presidência do partido novamente. Segundo integrantes da sigla, a situação do Rio Grande do Sul, com os recentes desastres naturais, influenciou na decisão. Leite gostaria de focar em seu trabalho como governador. As informações são do Congresso em Foco.
Leia maisSem o chefe do Executivo gaúcho, o nome do ex-governador Marconi Perillo (GO) tornou-se central no PSDB. Mas o ex-senador e ex-presidente da sigla tucana José Aníbal (SP) também foi colocado como uma opção. O nome do deputado Adolfo Viana (BA), líder da federação PSDB-Cidadania na Câmara.
Na noite de quarta-feira (29), véspera da Convenção Nacional do partido, ainda não havia definição sobre um nome.
A escolha do novo presidente é estratégica para as eleições de 2024. O PSDB perdeu espaço durante as eleições nacionais de 2022. Para um cenário diferente em 2026, o partido quer se renovar para o eleitorado.
Derrocada do PSDB
Fundado em 1988 como uma dissidência do MDB, o PSDB tem entre os seus fundadores o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. O partido se colocava como a principal oposição ao poder por décadas.
Um dos maiores partidos em número de filiados do Brasil, com 1,23 milhão, o PSDB diminuiu de tamanho em 2022. Sem candidato para a Presidência da República, o partido também amargou nos estados: elegeu somente três governadores, com Raquel Lyra (PE), Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS). Raquel está cada vez mais próxima do presidente Lula e sua saída do partido é considerada uma questão de tempo.
No Congresso Nacional, o PSDB, em sua federação com o Cidadania, só conseguiu eleger 18 deputados federais. Nenhum senador foi eleito em 2022.
Ainda assim, no Senado contava com quatro nomes: Izalci Lucas (DF), Plínio Valério (AM), Mara Gabrilli (SP) e Alessandro Vieira (SE). Os últimos dois deixaram o partido durante o ano. Com isso, o PSDB perdeu o gabinete de liderança do Senado, espaço a que a sigla tinha direito desde sua fundação.
Já Izalci, o líder da sigla, conversa com o PL e com o União Brasil para mudar de partido. Plínio também é cobiçado por outros partidos.
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