A secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, admitiu que o Governo do Estado não está considerando investir em novas unidades. A declaração ocorreu durante audiência pública na Comissão de Saúde e Assistência Social da Assembleia Legislativa (Alepe). No encontro, a gestora explicou que a intenção é estender os atendimentos utilizando a rede atual, o que, segundo a oposição, deve encarecer o serviço.
De acordo com o líder do PSB na Casa, deputado Sileno Guedes, o formato proposto pelo executivo estadual demanda a contratação de leitos e procedimentos em unidades privadas, como vem ocorrendo em Garanhuns. A cidade do Agreste tem um hospital público que recebe R$ 6 milhões ano, enquanto é repassado R$ 43 milhões (e mais R$ 17 milhões no mês passado) a uma unidade privada ligada à família do marido da vice-governadora, Priscila Krause (Cidadania).
Leia maisQuestionada sobre o relatório de gestão da saúde no 3º quadrimestre de 2023, a secretária disse que 330 leitos foram abertos em 2023, número que, segundo ela, seriam semelhantes à capacidade do Hospital Mestre Vitalino. “A gente entende que talvez não seja mais o momento de abrir hospitais, mas de fortalecer os que já existem e áreas específicas onde a gente mais precisa”, disse a gestora, na sessão.
Sileno Guedes criticou o fato de não haver projetos para implantar novas unidades, como ocorreu entre 2007 e 2022, com os nove hospitais e dezenas de UPAs e UPAs-E implantados. “Esse discurso de que não é mais necessário construir hospitais foi vencido em 2006. Naquela época, fazia 40 anos que não se construía um hospital público em Pernambuco. E a gente viu a importância que têm até hoje os hospitais construídos nos últimos 16 anos. Ao mesmo tempo, a gente não vê quais os planos do atual governo até 2026. É abrir quantos leitos? É reformar hospitais? Falta apontar para o futuro”, afirmou.
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