Eduardo Paes libera R$ 1 mi para Assembleia de Deus no dia em que fechou apoio de deputado evangélico

A gestão Eduardo Paes (PSD) assinou contrato de patrocínio para a celebração do centenário da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro no mesmo dia em que o deputado Otoni de Paula (MDB), ligado à denominação, fechou as negociações para apoiar a reeleição do prefeito.

O repasse de R$ 950 mil, assinado no dia 20 de junho, teve como destino um evento realizado dois dias depois. Paes discursou na cerimônia ao lado de Otoni e do bispo Abner Ferreira, que participou das negociações políticas para o apoio. Com informações do jornal Folha de São Paulo.

O contrato, obtido pelo gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo), mostra que entre as contrapartidas está o direito a “50 spots de 30 segundos na rádio 93 FM”, emissora gospel do Rio.

Ferreira e Otoni negaram vínculos entre o patrocínio e o apoio. Ambos declararam que não fazem parte da entidade beneficiada com o repasse e que participaram do ato como fiéis da Assembleia, que tem diferentes correntes.

Os dois integram a Assembleia de Deus – Ministério de Madureira. O patrocínio da prefeitura foi dado à Cemad-RJ (Convenção Estadual de Ministros das Assembleias de Deus do Rio de Janeiro), um outro ramo da mesma denominação religiosa. Procurada, a entidade não retornou aos contatos da reportagem.

A prefeitura disse que a autorização do apoio foi dada no início de maio e que “apoia todos os eventos culturais e religiosos que promovam a cidade”.

Paes escolheu Otoni para atuar junto ao eleitorado evangélico, vinculado ao bolsonarismo. O objetivo é tentar disputar a preferência dos fiéis na disputa contra o deputado Alexandre Ramagem (PL), pré-candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Otoni oficializou o fim de sua pré-candidatura no dia 13, quando fez a primeira reunião com Paes sobre a aliança. Uma semana depois, no dia 20, os dois se reuniram e selaram a aliança, em reunião com a participação de Abner Ferreira.

Dois dias depois, os três discursaram juntos no evento organizado pela Cemad-RJ. A cerimônia encenou na zona portuária a chegada dos missionários fundadores da Assembleia de Deus no país.

O processo administrativo que culminou no contrato foi aberto, segundo o sistema da prefeitura, em abril deste ano com a carta proposta da Cemad-RJ. O site do município exibe apenas a movimentação do processo, e não seus documentos.

O sistema da prefeitura mostra que o processo voltou a ter movimentação apenas em 28 de maio. No dia seguinte, o prefeito publicou um decreto remanejando R$ 950 mil da conservação da cidade para a rubrica de apoio a eventos. O texto não define a destinação do recurso, mas se trata do mesmo valor dado ao evento.

Os autos voltam a ser movimentados em 10 de junho. As descrições no sistema indicam ser a inclusão de documentos da Cemad-RJ e detalhamento de custos do evento. A partir do dia 13 de junho, documentos produzidos pela prefeitura começam a ser juntados no processo. Foi a data em que Otoni se reuniu com Paes e decidiu abrir mão da candidatura.

O deputado Otoni de Paula negou relação entre o patrocínio dado pela prefeitura para o evento e seu apoio à pré-candidatura. Ele afirmou que o Ministério de Madureira, ramo da Assembleia de Deus da qual faz parte, não aceita recursos públicos.

“Quero repudiar essa tentativa de ilação, como se meu apoio político ao prefeito Eduardo Paes tivesse essa condicionante”, afirmou ele em discurso na Câmara.

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O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) confirmou uma decisão que obrigou um casal de São Bento do Sul (SC) a vacinar as duas filhas. Pela decisão, os pais terão prazo de 60 dias para vacinar as crianças conforme o esquema de imunização do Ministério da Saúde. Em caso de descumprimento, será cobrada multa diária de R$ 100 a R$ 10 mil. As informações são da Agência Brasil.

O tribunal julgou na semana passada um recurso protocolado pelos pais. No processo, eles afirmaram que não podem ser obrigados a vacinar as filhas diante da “falta de aprovação médica” dos imunizantes, fato que, segundo o casal, colocaria em risco a saúde delas. O processo para obrigar a vacinação foi movido pelo Ministério Público.

Ao julgar o caso, o juízo de segundo grau citou a pandemia de covid-19 e entendeu que a Constituição determina o dever do Estado e da família de assegurarem o direito à saúde. Para o magistrado responsável pelo caso, a dispensa de vacinação só pode ocorrer com atestado médico em que conste a contraindicação para vacinação.

“Enquanto cidadãos marcados pela ética, permanecemos com o irrenunciável compromisso para com a saúde e a integridade de cada ser humano, especialmente das crianças e adolescentes, respeitando a ciência em prol da vida”, diz o magistrado. Cabe novo recurso contra a decisão.

Em sabatina da TV Nova, nesta segunda-feira (1º), Mirella Almeida (PSD), pré-candidata à Prefeitura de Olinda, defendeu que o centenário Mercado Eufrásio Barbosa tenha todo seu potencial aproveitado para bem mais que apenas um espaço cultural da cidade. Ela propôs a criação de um HUB de tecnologia, um “mini Porto Digital”. A ideia é incentivar a geração de renda e o empreendedorismo entre os olindenses.

“Esse é um grande desejo meu: que a gente tenha um braço do Porto Digital para que a gente possa dar oportunidades aos jovens, e que novas empresas surjam”, comentou.

Mirella também afirmou que vai tratar como prioridade as obras em locais de encosta. “Cerca de 50% dos olindenses moram em áreas de encostas e a gente vai ter articulação com o Governo Federal para buscar mais obras”, disse.

A pré-candidata também se comprometeu a fazer uma campanha limpa. A ex-secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Olinda se filiou ao PSD, do prefeito Professor Lupércio, em março deste ano.

Tuparetama, no Sertão do Pajeú, festejou mais que a noite de São Pedro, no último sábado. A Prefeitura do município inaugurou dois novos marcos culturais: o novo letreiro turístico e o Beco das Artes Dona Tofinha, um espaço a céu aberto destinado à realização de atividades populares.

Com a participação da Orquestra Sinfônica de Carnaíba e poetas repentistas locais, a festa contou ainda com muito forró pé de serra.

“Entregamos à população não apenas um espaço cultural, mas um lugar onde nossa história e nossas tradições podem ser celebradas e preservadas. O Beco das Artes Dona Tofinha será um ponto de encontro para todos que valorizam a nossa cultura”, disse o prefeito Sávio Torres.

O Governo de Pernambuco dá início, nesta terça-feira (2), as comemorações do bicentenário da Confederação do Equador. O evento de abertura, reunindo as autoridades do Estado e os representantes da sociedade civil envolvidos com o tema, acontecerá no Centro Cultural Eufrásio Barbosa, em Olinda, às 10h.

Serão apresentadas diversas atividades agendadas para os próximos doze meses, planejadas desde agosto do ano passado por uma comissão especial liderada pela vice-governadora Priscila Krause. O colegiado reuniu cerca de 20 entidades e órgãos pernambucanos.

De acordo com a governadora Raquel Lyra, a data ressalta os ideais libertários e democráticos do povo pernambucano. “É uma história que mexe com os brios do nosso povo e precisa ser cada vez mais ressaltada entre todas as gerações”, afirmou.

Para a coordenadora da Comissão, Priscila Krause, as ações têm como objetivo popularizar uma história que precisa ser conhecida por todos os pernambucanos: “Pernambuco vai realizar diversas ações para lembrar da importância histórica da Confederação do Equador e de Frei Caneca. O desejo da formação de uma República no Brasil acontece bem antes em Pernambuco, só se tornando realidade no país 65 anos depois”, destacou

No evento oficial de abertura, serão lançados editais para apresentações de artes cênicas, programação de eventos científicos, ações na Universidade de Pernambuco (UPE), a reedição da obra “Frei Joaquim do Amor Divino Caneca”, de Edvaldo Cabral de Mello, pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), e uma cartilha para os professores dos anos finais da rede estadual. A comissão ainda vai apresentar um selo postal comemorativo em parceria com os Correios e o evento será finalizado com a apresentação do espetáculo “Frei Caneca – 200 anos da Confederação do Equador”, que tem direção de Carlos Carvalho e produção de Paulo de Castro.

O rosto de Frei Caneca

Reunindo pesquisadores e historiadores da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), uma das tarefas da comissão do bicentenário foi apresentar o rosto de Frei Caneca, personagem central da Confederação do Equador que pagou com a vida por participar do movimento. Com a carência de representações do religioso, foi feito um minucioso estudo com referências históricas e iconográficas.

No lançamento das comemorações, haverá uma exposição da iconografia de Frei Caneca produzida pelo artista Robert Ploeg.

Sobre a Confederação do Equador

Considerado uma espécie de continuação da Revolução de 1817, a Confederação do Equador se destacou como um dos principais movimentos de contestação ao reinado do imperador D. Pedro I, que ainda flertava com os portugueses mesmo com a independência do Brasil. Depois de uma instabilidade política, os liberais colocam no comando da província Manoel de Carvalho, que declara a independência de Pernambuco em 2 de julho de 1824 e convida outras províncias do Norte como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte para entrarem no movimento e fundarem um governo republicano.

A reação da coroa foi implacável contra Pernambuco, que foi penalizado com a perda de território, como a Comarca de São Francisco, que compreende hoje o Oeste do Estado da Bahia (anos antes, Pernambuco já havia perdido a Comarca de Alagoas, que compreende atualmente o Estado vizinho, pela Revolução de 1817), e a punição de integrantes do movimento, inclusive com condenações de morte, como aconteceu com Joaquim do Amor Divino, o Frei Caneca, que foi executado no Recife pelo Governo Imperial por participar do movimento.

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (1º), chegando a R$ 5,6527. É o maior patamar da moeda americana desde 10 de janeiro de 2022, quando custava R$ 5,6742. Investidores repercutem novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltou a criticar o Banco Central (BC), e continuam a monitorar o quadro fiscal do país. As informações são do portal G1.

Após ter criticado o Banco Central do Brasil (BC) na última semana, o presidente voltou a tecer comentários, afirmando que o próximo presidente da instituição olhará para o Brasil “do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”. Além disso, novos dados econômicos dos Estados Unidos também ficam no radar.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também fechou em altaa de 0,9%, aos 124.765 pontos.

Lula

“Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso”, afirmou o presidente nesta segunda-feira, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.

Além disso, o mercado segue atento ao cenário fiscal do país, principalmente após o resultado consolidado do setor público ter revelado um déficit superior às projeções do mercado, na semana passada.

Na agenda, o principal destaque fica com o novo Boletim Focus, relatório que reúne projeções para os principais indicadores econômicos. Segundo o documento, os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar as estimativas para a inflação deste ano pela oitava semana consecutiva, de 3,98% para 4%.

Já no exterior, as atenções se voltam para a atividade econômica dos Estados Unidos. Segundo dados do Departamento do Comércio norte-americano, os gastos com construção caíram inesperadamente em maio, uma vez que as taxas de hipoteca mais altas pesaram sobre a construção de residências unifamiliares.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco expediu, nesta segunda-feira (1º), um mandado de segurança cível contra o prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), determinando a retirada imediata de outdoors com mensagens alusivas ao pré-candidato por configurar prática de propaganda antecipada.

O Tribunal também arbitrou multa diária ao representado no valor de R$ 1 mil em caso de descumprimento. A ação foi impetrada pelo diretório municipal do Solidariedade.

“Chama a atenção, em uma análise perfunctória, a nítida intenção, ainda que de forma subliminar, de lançar sua candidatura prematuramente. […] Dadas as considerações postas, resta indubitável que as propagandas em debate revestem-se de gravidade, considerando o comprometimento da isonomia do pleito eleitoral o qual se avizinha”, observou o desembargador Cândido Saraiva de Moraes.

Caso insista em descumprir a decisão judicial de retirar de circulação os outdoors em um prazo máximo de 24 horas, Mano pode ser multado em até R$ 50 mil pela Justiça Eleitoral.

O deputado federal Fernando Monteiro postou nesta segunda-feira (1º), em suas redes sociais, o encontro que teve com o presidente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, e com o Relações Institucionais e Governamentais, Rodrigo Lira, levando a demanda das 257 famílias de produtores que integram a cooperativa agropecuária da Catalunha, em Santa Maria da Boa Vista.

“Assumi com eles esse compromisso há duas semanas, quando os visitei pessoalmente, junto com meu amigo @humbertomendespe13. Nossa luta é para agilizar a chegada da água para a irrigação da produção. Também apresentei ao presidente da Chesf a justificativa do projeto de lei que apresentei na Câmara dos Deputados, propondo a utilização otimizada, pelos projetos irrigados, do montante energético anual não consumido pelo Projeto de Integração do São Francisco”, publicou o parlamentar.

Veja o vídeo postado pelo deputado:

O Governo de Pernambuco anunciou, nesta segunda-feira (1°), mudanças no comando da Secretaria de Educação. O consultor, professor e pesquisador Alexandre Schneider, doutor em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas e ex-secretário de Educação da cidade de São Paulo por duas vezes (2006-2012 e 2017-2019) assumirá a Pasta em substituição a Ivaneide Dantas.

Os atos de exoneração, a pedido, da atual secretária e da nomeação de Schneider serão publicados no Diário Oficial desta terça-feira (2). O novo secretário tem larga experiência na área educacional. Na sua segunda gestão na cidade de São Paulo, universalizou as matrículas na pré-escola e atingiu 61% das crianças de 0 a 3 anos de idade matriculadas nas creches, o dobro da cobertura nacional à época.

Também liderou o desenho e a implantação do primeiro currículo alinhado à Base Nacional Comum Curricular brasileira e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o primeiro currículo de educação digital, que prevê o ensino de programação desde o primeiro ano do ensino fundamental, de forma inédita no Brasil. 

Já em sua primeira gestão realizou a maior expansão de vagas em creche da história do município de São Paulo, que passou de sessenta mil para duzentos e quinze mil crianças de 0 a 3 anos matriculadas, antecipando a meta de 50% do atendimento da faixa etária estabelecida pelo Plano Nacional de Educação em oito anos.

Além de sua atuação na educação, Schneider também liderou políticas públicas em áreas como segurança pública e transportes, introduzindo inovações como o sistema de georreferenciamento criminal e o registro online de boletins de ocorrência em São Paulo.  Foi também professor adjunto e pesquisador visitante da School of International and Public Affairs (SIPA) da Columbia University e autor de diversos artigos no Brasil e no exterior.

O presidente da Argentina, Javier Milei, virá ao Brasil para um evento conservador e terá reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A presença foi anunciada nesta segunda-feira (1º) pelo deputado federal e endossador do evento Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e confirmada pela Casa Rosada. As informações são do site Poder360.

Segundo o congressista, Milei fará um discurso na CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) 2024, que será realizado em Balneário Camboriú (SC) em 6 e 7 de julho. Bolsonaro também irá discursar no evento.

A vinda de Milei foi confirmada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, em fala a jornalistas nesta segunda-feira. Milei também não irá à Reunião de Cúpula do Mercosul. Assessores do presidente argentino anu ciaram o cancelamento de sua vinda para a cúpula no Brasil.

Os presidentes Lula e Milei se estranham desde 2022. Na semana passada, Lula disse que Milei deveria pedir desculpas ao Brasil. O argentino já chegou a chamar Lula de “corrupto” e “comunista”. Além de não participar da reunião de líderes da América do Sul, Milei não tem agenda marcada em nenhuma outra ocasião com o Planalto.

Por Paulo Mustefaga*

Quando dona Márcia Maria da Silva, 31 anos, moradora da favela Vila Emater, na periferia de Maceió, vai ao mercado, ela agora compra mais proteína para alimentar seus 6 filhos. Desde que o governo aumentou o valor do Bolsa Família, a qualidade da alimentação da família melhorou muito. 

“Com o dinheiro, além da feira de sempre, comprei carnes, leite, material escolar e fralda para os meus outros filhos. Antes, o dinheiro dava só fralda para o bebê. E a mistura [proteína das refeições] era quase só ovo, agora dá para ter peixe, carne de boi ou porco todo dia”, contou a dona de casa ao UOL. Casos como esse estão se desenrolando em todo o Nordeste.

Mas o que brasileiros como dona Márcia ganharam corre o risco de acabar se a carne for taxada. Hoje, a carne não paga tributos federais (PIS e Cofins) no Brasil e os maiores consumidores são os das classes C, D e E, ou os cerca de 60% da população que dizem comer carne ao menos duas vezes por semana, de acordo com pesquisa do Good Food Institute publicada em 28 de maio pelo jornal Extra. Por considerarem as carnes produtos essenciais, praticamente todos os governos estaduais também concedem isenção ou redução na cobrança do ICMS.

Estamos num momento de intensas negociações para a regulamentação da reforma tributária recém-aprovada pelo Congresso Nacional. Infelizmente a sociedade está à margem desse debate, restrito aos líderes do Congresso. 
A questão da carne –ou melhor, das carnes– passa pela discussão de quais produtos comporão a cesta básica isenta de impostos.

As carnes bovina, suína, de frango e peixes entrariam, conforme a proposta da equipe econômica do governo, no grupo de produtos com redução de 60% no imposto. O problema é que os 40% restantes acabarão pressionando os preços das carnes para cima, que podem ter impacto de até 12% na sua carga tributária embutida.

Diante disso, dona Márcia lá de Alagoas, que recebe R$ 1.200 de Bolsa Família, 1 kg de coxão mole, hoje vendido a R$ 30,90, passará a custar R$ 34,60 por causa do imposto. O músculo, que custa R$ 24,79 em Maceió, vai para R$ 27,76. Numa cidade onde a passagem de ônibus custa R$ 4,35, a alta nas carnes mais consumidas pelas classes B, C e D impactará, e muito, o bolso de mães de família como dona Márcia.

É fundamental que todas as carnes sejam mantidas na cesta básica e com imposto zero para que a população, especialmente aqueles que recentemente voltaram a consumir proteína animal no dia a dia, depois de um longo período de abstinência iniciado na pandemia. 

Em 25 de junho, a Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores, publicou pesquisa da Kantar mostrando que pessoas das classes D e E, como dona Márcia, passaram a consumir mais carne bovina. Um crescimento de 4,2% no 1º semestre comparado com 2023. E também cresceu o consumo de outros itens como iogurtes, biscoitos, doces, bazar, bebidas e medicamentos de venda livre.

Agora, em plena discussão sobre a composição da cesta básica e taxação de carnes em geral, é preciso serenidade e responsabilidade para que este consumidor de baixa renda, que hoje se alimenta melhor, não seja prejudicado por decisões cujo risco é criar condições para um aumento inconveniente de preços. Quem mais precisa de proteína de alta qualidade é justamente o cidadão das classes C, D e E, que ganham até R$ 3.600 mensais. 

Em entrevista ao UOL, o presidente Lula falou em taxar carnes consumidas pelos ricos e isentar carnes consumidas pelos pobres, como o frango. Mas, como mostrou a pesquisa Kantar, o brasileiro gosta de frango, mas prefere carne bovina, seja uma boa costela, uma picanha com aquela gordurinha ou uma rabada com agrião. É paixão nacional. Não faz o menor sentido taxar carne de rico e liberar carne de pobre, porque carne é carne.

Estudos mostram que as classes de renda mais baixa possuem maior propensão (elasticidade-renda) a consumirem carnes consideradas mais nobres, ou “de primeira”, em razão de estímulos de renda. Quem não gosta de poder comprar uma picanha para comer um churrasco com a família no fim de semana? Dificultar o acesso das classes mais pobres a esse tipo de produto é um contrassenso.

Nos últimos 25 anos, os produtores de carnes investiram e se desenvolveram, passando a ter maior controle sanitário, maior controle de qualidade e a própria fiscalização federal se tornou mais eficiente. Tudo isso fez com que o país deixasse de depender de importações de carnes e passasse a ser o maior exportador de proteína de origem animal do planeta. 

Não é pouca coisa. E os brasileiros, sejam eles de que classe for, ganharam muito com isso e hoje acabou aquela balela segundo a qual o Brasil exportava o que produzia de melhor e deixava o pior para o mercado interno. A mesma carne que é vendida na Ásia ou na Europa é consumida aqui. Corremos agora um risco de retrocesso.

Ser contra os impostos para as carnes em geral não significa ser crítico do governo ou do Congresso, mas defensor das conquistas dos consumidores de baixa renda –que, sabemos todos, são os mais vulneráveis. 

O combustível das pessoas, o que as mantém produtivas e felizes, é a comida de qualidade. O brasileiro, como pontuou inúmeras vezes o presidente Lula durante a campanha eleitoral, é um amante do churrasco. É em torno da carne, especialmente a bovina, que as famílias gostam de celebrar seus melhores momentos. Comer carne é parte integrante da nossa cultura. 

Dentro de mais alguns dias, será batido o martelo e selado o destino das proteínas preferidas do povo brasileiro. Nós entendemos que o governo tem seus argumentos e pontos de vista, os quais respeitamos, mas é preciso entender algo fundamental: do jeito que as coisas estão caminhando, ou ganha o governo, ou ganha a população. O governo perder é do jogo. Mas o que pensaria dona Márcia, que acabou de voltar a consumir carne, se ela fosse obrigada a voltar para o ovo?

*Publicado nesta segunda-feira (1º) no site Poder360

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta segunda-feira, 1º, que o ex-presidente Donald Trump tem direito a receber imunidade parcial nos processos em que ele responde na Justiça americana. A decisão, vista como uma vitória para Trump, determina que ex-presidentes dos EUA tem imunidade em atos oficiais, mas não em ações pessoas do período em que ocuparam a Casa Branca.

Isso deve atrasar os julgamentos de processos de no momento em que ele tenta voltar à presidência. As informações são do Estadão.

Na prática, significa que a a juíza de Washington Tanya Chutkan terá que realizar audiências sobre as queixas apresentadas pelo procurador especial Jack Smith ao denunciar o líder republicano pela tentativa de reverter a derrota para Joe Biden na última eleição. As audiências devem traçar uma linha entre os atos oficiais de Donald Trump enquanto presidente, portanto passíveis de imunidade, e o que diz respeito à sua conduta pessoal.

O tribunal de Washington levará tempo não só para realizar as audiências como também para prepará-las o que torna improvável que Donald Trump volte a ser condenado antes das eleições. Em caso de vitória, ele poderia ordenar que o Departamento de Justiça derrube as acusações federais contra ele ou conceder perdão a si mesmo.

A decisão de hoje remonta o julgamento do caso contra ele por acusações de conspiração para tentar subverter o resultado da eleição de 2020. Trump entrou com o argumento que tinha direito à imunidade absoluta das acusações, baseando-se em uma ampla interpretação da separação dos poderes e um precedente da Suprema Corte de 1982 que reconheceu tal imunidade em casos civis para ações tomadas por presidentes dentro do “perímetro externo” de suas responsabilidades oficiais. Tribunais inferiores haviam rejeitado a alegação.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou, nesta segunda-feira (1º), por maioria, que os candidatos nas eleições municipais de 2024 podem utilizar no nome de urna marcas ou siglas de empresas privadas. As informações são da Agência Brasil.

O plenário respondeu a uma consulta feita pela deputada Simone Marquetto (MDB-SP). Ela questionou ao TSE se a proibição de marcas e produtos em propagandas eleitorais, que já é prevista pelas regras eleitorais, se estende também ao nome da urna.

Para a maioria dos ministros do TSE, a proibição relativa à propaganda eleitoral não se estende ao nome de urna. Prevaleceu o entendimento do relator, ministro Raul Araújo. Ele frisou que não há regra expressa que proíba a presença de marca associada a empresas como parte do próprio nome do candidato na urna.

Em seu voto, Araújo acrescentou que tal prática é usual no Brasil, em especial em eleições municipais, quando costumam se multiplicar candidatos como “Fulano do Posto” e “Cicrana da Farmácia”, por exemplo.

Seguiram o relator os ministros Nunes Marques, Isabel Galloti e André Mendonça. Ficaram vencidos os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia, presidente do TSE.

“Há uma exploração indevida dessas marcas, que se convertem em propagandas. Devemos evitar que o uso de siglas e expressões, que são de abrangência pública, beneficie de forma abusiva alguma candidatura”, disse Cármen Lúcia, que ficou vencida.

No mesmo julgamento, o TSE reforçou, por unanimidade, o entendimento de que marcas, produtos e siglas de empresas privadas não podem ser utilizadas em nenhuma peça de propaganda eleitoral. A regra foi inserida em resolução em 2019.