Por Carlos André Carvalho
Da Folha de Pernambuco
O presidente do Grupo EQM e fundador da Folha de Pernambuco, Eduardo de Queiroz Monteiro, foi o palestrante convidado do “Trajetória Empresarial – Histórias que Inspiram”, uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-PE).
O evento, realizado ontem (10) à tarde no Mar Hotel Conventions, em Boa Viagem, contou com a presença de mais de 80 empresários e executivos de setores diversos de Pernambuco.
“Trago comigo o legado da trajetória empresarial da minha família, especialmente de meu pai, meu grande líder, da relação com amigos, parceiros e lideranças do setor. Foi muito disso que me trouxe até aqui, mas essa jornada está longe de ser concluída. Eu espero que tenhamos saúde e força para continuar essa luta e que a nova geração entenda a importância da harmonia na construção dessa estrada”, afirmou.
Leia maisEduardo Monteiro é filho do ex-ministro Armando Monteiro Filho e de Do Carmo Monteiro. Ao reconstituir a linha do tempo da carreira profissional, o empresário voltou à segunda metade da década de 1978, quando começou no Banco Mercantil, onde permaneceu por 19 anos.
Lembrou também quando em 1993 ingressou no setor de comunicação a partir de um acordo com os Diários Associados, e a fundação da Folha de Pernambuco cinco anos depois.
Gerações
“Minha história empresarial começa em 1998, com o advento da Folha de Pernambuco e depois a aquisição da usina de açúcar (Cucaú) da minha família, em 2000. (…) Eu sou a quinta geração da minha família que planta cana e a terceira geração na industrialização do açúcar”, ressaltou.
No início, um dos desafios à frente da Folha foi a alta circulação do jornal, mas sem publicidade suficiente. Com o tempo, o jornal, segundo o empresário, foi se afirmando. “As redes sociais chegaram, a gente teve que fazer uma opção de o jornal ser mais curador de notícias”, revelou.
Para o empresário, a Folha, com preço de capa 50 centavos à época da fundação, terminou sendo um apelo para quem não lia jornal, quem não tinha acesso.
“Muita gente passou a ler o jornal a partir da acessibilidade do preço, a gente foi ganhando audiência, e o jornal foi, ao longo tempo, se ajustando ao setor de opinião, a dialogar com a publicidade”, continuou.
Depois da aquisição da Usina Cucaú, em janeiro de 2000, e a criação da Folha, em 1998, o próximo passo do empresário foi expandir a parte agroindustrial do Grupo com a aquisição da Usina Utinga (AL), em 2009.
“Parece paradoxal, mas nós procuramos expandir para sobreviver, porque Cucaú sozinha dificilmente sairia daquelas circunstâncias em que nos encontrávamos”, revelou.
Na safra de 2015/2016, com duas usinas, Cucaú e Utinga, o Grupo EQM esmagou 1,148 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. Na safra de 2019/2020, com a entrada da Estivas, esse número cresceu para 3,2 milhões de toneladas, performance repetida nas duas safras posteriores.
Capacidade
“Existe uma previsão bem assegurada de esmagar, nesta safra de 24/25, nas três unidades, 4,7 milhões de toneladas de cana, quando temos uma capacidade nominal de 5 milhões de toneladas de cana”, assegurou. Quanto ao patrimônio ambiental de Cucaú e Utinga, Eduardo de Queiroz Monteiro afirmou que o Grupo EQM está em sete dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), que representam um plano de ação global para, entre outras metas, proteger o planeta até 2030.
O Grupo EQM preserva, protege e cuida de seis mil hectares de mata atlântica em Cucaú e de quase cinco mil hectares na Usina Utinga. Já na Estivas, conta com 8 mil hectares de mata preservada. O empresário também falou sobre iniciativas que o Grupo vem adotando em prol da descarbonização do planeta, como a fabricação de biometano nas três plantas industriais em implantação, na parceria com a ZEG Biogás; e o uso da vinhaça nas biofábricas, em substituição ao adubo químico.
E agora, na parceria com a European Energy, foi assinado um memorando de entendimento para o fornecimento de CO2 na planta de e-metanol a ser implantada em Suape. “Com o ‘Trajetória Empresarial’, a gente quer ouvir as histórias dos grandes empresários de Pernambuco. Trazemos agora Eduardo, com histórias maravilhosas de esforço, de superação. O nome dele é uma unanimidade”, afirmou o presidente do IBEF-PE, José Emílio Calado ao final da palestra do empresário.
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