Por Guilherme Anjos
Do Diario de Pernambuco
O desgaste com a equipe ligada à governadora Raquel Lyra (PSDB) na Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE-PE) teria contribuído para o secretário Alexandre Schneider entregar o cargo na última quinta-feira (9). Oficialmente, o motivo citado pelo Executivo é que o ex-titular da pasta optou por cuidar da família, natural de São Paulo, o que, de fato, também pesou na decisão. No entanto, a gota d’água teria sido a matéria divulgada pelo Blog do Magno sobre contratos emergenciais para a compra sem licitação de merendas para 135 escolas da rede estadual, problema que teria sido alertado por Schneider, mas não foi resolvido.
Em carta enviada à governadora, obtida pelo Diario de Pernambuco, Schneider cita “valores inegociáveis, pessoal e profissionalmente” entre as razões por trás da saída, mas reforçou a dificuldade de se distanciar da família enquanto sua esposa trata de um câncer na capital paulista.
“Como disse à senhora quando me convidou, 4 meses antes de efetivamente assumir o cargo, seria muito difícil para mim deixar minha família. Agora, passados 6 meses e sentindo que os projetos da secretaria foram destravados, sinto que é hora de voltar. Como a senhora sabe bem, há valores que são inegociáveis para mim, pessoal e profissionalmente”, escreveu o então secretário.
Leia maisO pivô do atrito interno teria sido o secretário-executivo de Administração e Finanças, Gilson Filho, que assume interinamente a SEE-PE. Ex-procurador e ex-secretário de Administração de Caruaru, o advogado foi um dos nomes que a governadora trouxe consigo quando assumiu o Governo do Estado.
O Diario de Pernambuco apurou que Schneider estaria insatisfeito, principalmente, com a falta de celeridade da equipe liderada por Gilson Filho para fazer licitações. A compra de merendas escolares, em especial, era um ponto de tensão entre os gestores.
O desgaste levou Schneider a solicitar uma reformulação da Secretaria à governadora Raquel Lyra. A tucana teria dado carta branca ao ex-secretário para conduzir as mudanças de pessoal, mas ele encontrou entraves para mexer em funcionários sob o ‘guarda-chuva’ de Gilson Filho.
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