Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
Os dados da última pesquisa do Instituto Opinião, realizada em parceria com este blog, que apontam aumento na desaprovação do governo Raquel Lyra (PSD), repercutiram entre deputados estaduais da base e oposicionistas. Segundo o levantamento, após dois anos e meio de gestão, a governadora continua com a avaliação negativa superior à positiva.
A aprovação está estagnada em 44%, mesmo resultado da pesquisa de fevereiro deste ano. A desaprovação, no entanto, subiu um ponto. Em fevereiro, o governo Raquel Lyra (PSD) era desaprovado por 46% dos entrevistados. Neste novo levantamento, publicado dias antes dos festejos juninos, a desaprovação subiu para 47%. Entre os entrevistados, 8% não souberam responder.
Leia maisEntre os aliados de Raquel Lyra, a análise geral é de que a governadora vai reverter esse cenário com as entregas das obras que tem para fazer. Já os oposicionistas acreditam que a população criou uma imagem do governo como “ineficaz”, algo que consideram difícil de mudar.
“Essa variação (no número da desaprovação) é pequena e está dentro da margem de erro. Acredito, sim, que ela (Raquel) pode reverter, até porque está começando a fazer as entregas”, avaliou a deputada Débora Almeida (PSDB), uma das mais fiéis aliadas de Raquel Lyra na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
“Eu não tenho nenhuma dúvida de que, com as entregas que ela está fazendo e com o que ela tem para entregar, vira esse jogo. Até porque a população, na hora em que começar a comparar e ver o que está sendo feito, como a recuperação de rodovias, hospitais, creches, o Programa Morar Bem, as cozinhas comunitárias, vai ver que é um governo que está produzindo e o Estado está organizado financeiramente e administrativamente”, analisou o deputado Antônio Moraes (PP), também defensor da gestão na Casa.
Oposição
Líder da oposição na Alepe, o deputado Diogo Moraes (PSB) tem uma avaliação diferente. Na opinião dele, a desaprovação do governo é resultado da incompatibilidade entre a propaganda e a realidade. “Na ponta, na realidade da vida do povo, essa conta não está batendo. Esse governo vem terminando as obras que começaram no anterior. Vai passando o tempo e não diz a que veio, nem tem mais tempo de dizer. Daqui para a eleição, faltam dois semestres. Uma licitação demorada, por exemplo, não se conclui”, observou.
O deputado Waldemar Borges (PSB) foi mais incisivo. Para ele, a estratégia da governadora de atrair prefeitos prometendo benfeitorias aos municípios não tem adiantado. “Os números revelam que esse ‘kit-cooptação’ que ela está espalhando pelo Estado não tem resultado nenhum, porque a população entende que um governo que vai entrando na sua reta final teria que ter feito entregas mais expressivas”, disparou o parlamentar.
Borges concorda com Diogo Moraes no que se refere ao governo anterior. “Ela (Raquel) vive ainda do que encontrou do governo de Paulo Câmara, como as cozinhas comunitárias, as estradas que já estavam licitadas, ou seja, a capacidade operacional do governo atual é pífia. Além disso, há a postura bélica da governadora desde o começo. O fato de ela não ter conseguido desmontar o palanque ainda, sempre querendo perseguir quem não está na base, vai gerando um ambiente de antipatia que ela não consegue superar. Caiu no desgosto do povo. É um governo antipático, perseguidor e operacionalmente ineficaz”, considerou.
Leia menos