Sejamos sinceros. Uma coletânea de micro vídeo no TikTok teria mais utilidade para o eleitor do que o último debate entre os candidatos à presidência da República.
Felizmente, ao contrário do que alguns analistas insistem em atribuir, é insignificante o número de eleitores que esperam um debate como o ocorrido ontem para tomar a decisão do seu voto. E pelo adiantado da horas as crianças já estavam dormindo. A análise é do colunista Fernando Castilho, do Jornal do Commercio.
Leia maisO que reforça o entendimento dos riscos em comparecer a um debate como o desta madrugada não ajudam aos candidatos mais bem posicionado, embora possam ser prejudicados.
Como milhões de eleitores precisavam hoje estar as seis no trabalho a ideia de ficar até as 1:30 em frente da TV para assistir ao circo de horrores levou a que a grande maioria fosse cuidar de dormir o que é muito bom para a Democracia.
O problema do debate não é o encaminhamento que ele tomou com um festival espetacular de estultices que os jornalistas se esforçam para dizer que forma colocações contundentes e que atenderam a estratégias de campanha. Não o debate foi um conjunto espetacular de leseiras e amontoado de frases bisonhas numa tempestade de frases desconexas e sem nenhuma utilidade.
O que o debate produziu foi um festival de mamães na internet que deve alimentar o tráfego nas redes sociais que podem ser até divertidos, mas quem não mudaram um só voto, mas podem fazer com que alguns milhares de pessoas deixem de votar por entenderem que não vale a pena.
O que não significa dizer que para a TV Globo não tenha se beneficiado. Na Grande São Paulo, o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Kelmon manteve-se nos 30 pontos de audiência ao longo de seus primeiros 45 minutos.
Na verdade, o cenário futurista montado pela TV Globo com disponibilidade de toda sua base tecnológico, a disposição do apresentador de se colocar de forma civilizada foram desperdiçados pelos atores chamados ao evento mais adequados a uma comedia pastelão que simplesmente não era adequada para palco hightech.
É importante pontuar. O debate foi um desastre total como ferramenta de informações para definição do voto do eleitor. Não ajudou em nada a Democracia, senão em expor a fragilidade de candidatos travestidos de postulantes sérios.
De certa forma podemos dizer que os embates dos atores que participam do reality, A Fazenda em exibição pela Rede Record tenha produzido raciocínios mais inteligentes.
O cidadão eleitor e contribuinte saiu prejudicado, mas não se deve achar os dois principais candidatos tenham obtido alguma vantagem.
O candidato a reeleição Jair Bolsonaro, por exemplo, não compareceu ao debate para defender o seu legado de quatro anos. Seu objetivo foi, com ajuda do folclórico Padre Kelmer (PTB) produzir frase para serem usadas em suas redes sociais para distribuição em suas redes sociais.
E ficou claro que, apesar de provocar o adversário em diversas ocasiões, no terceiro bloco do debate, Bolsonaro preferiu não confrontar diretamente Lula. Na verdade, apenas nos direitos de respostas ele se dirigiu diretamente.
A falta de um confronto direto dele com o candidato do Lula da Silva (PT) acabou privando o eleitor de um debate entre os dois o que até poderia ser interessante. Como não houve isso o eleitor ficou prejudicado.
E o que o eleitor perdeu? Tempo de horas de sono.
Porque os candidatos se esforçaram para não dizer rigorosamente nada de novo já que esperar alguma proposta mais consistente para o Brasil nos próximos quatro anos.
Mas algumas frases podem ser destacadas como folclóricas e hilariantes: “Vocês todos aqui, inclusive alguns jornalistas, estão precisando de catequese.” Padre Kelmon. “Depois do auxílio emergencial o senhor arrumou um emprego de cabo eleitoral do candidato Jair Bolsonaro” de Soraya Thronicke que aliás definiu bem a figura do candidato do PTB chamando o candidato de “padre de festa junina.”
Ou “Vacinou-se quem quis. A senhora sabe o que é liberdade? Quem não quiser tomar vacina que não tome.” Jair Bolsonaro sendo ele mesmo.
Alguma pergunta sobre economia: Apenas uma em três horas e meia de Felipe d’Avila (Novo) indagando a Jair Bolsonaro “Qual sua preocupação se o governo cair na mão da esquerda?”, levantando a bola para o atual chefe do Executivo que a ignorou complemente.
No final, nem Lula se colocou de modo a assegurar um vitória no primeiro turno e nem Bolsonaro se colocou tentando arregimentar mais votos além do que já possui. E mesmo que os candidatos que se propõem a uma debate sério se perderam na barafunda de um debate atabalhoado.
Portanto, as crianças saíram ganhando em ir dormir mais cedo. Foram poupadas de terem pesadelos com tantas imagens assustadores produzidas no debate.
O que em alguns momentos deve ter feito o apresentado William Bonner a se a pergunta perturbadora: O que é que eu estou fazendo aqui?
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