GWM terá carro fabricado no Brasil
E de novo os fabricantes chineses de automóveis se tornam notícia no Brasil. Desta vez, é a GWM, que anunciou o SUV Haval H6 como o primeiro veículo da marca a ganhar a nacionalidade brasileira. O utilitário esportivo vai inaugurar a linha de montagem da marca chinesa na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo. Ela entrará em operação no segundo semestre de 2024 em regime de pré-produção para ajustes de equipamentos e verificações no processo produtivo e no controle de qualidade, mas os veículos produzidos em série só chegarão às concessionárias no primeiro semestre do ano que vem. O Haval nacional terá motorização híbrida, a exemplo da versão importada vendida aqui desde o ano passado. Por falar nisso, virá ainda este mês a nova versão híbrida plug-in mais barata da marca e do modelo: serão R$ 229 mil no período de pré-venda, mas manterá o valor até 20 de junho para o lote inicial de 1.019 unidades. São apenas R$ 15 mil a mais em relação ao H6 HEV2, sendo que a novidade será um híbrido plug-in mais completo.
A GWM, aliás, está comemorando um ano de Brasil. E com algumas novidades, como a venda direta ao consumidor, com emissão de nota fiscal direta da montadora ao consumidor final. Com isso, a margem dos concessionários ficou menor. “O uso da venda direta é um dos motivos pela qual a GWM opera com preço único em todo o país, independente da localidade, frete ou demanda”, avalia Alexandre Oliveira, diretor de Vendas e Desenvolvimento de Rede da GWM do Brasil. A marca chinesa iniciou suas vendas no Brasil com a linha de SUVs híbridos e plug-in Haval H6 (HEV, PHEV e GT) e, desde dezembro, vende também o elétrico ORA 03 (Skin e GT). No ano passado, de abril a dezembro, a marca chinesa vendeu 10.703 unidades da linha Haval. No acumulado de 12 meses, atingiu a liderança tanto no segmento dos híbridos, com 14.407 emplacamentos, quanto no de carros premium, acima de R$ 300 mil (4.821 unidades). A meta para este ano é vender 31 mil unidades, com crescimento de 170% sobre 2023. O número de concessionárias vai passar de 70 para 120.
Perto do adeus, Ram Classic ganha série especial – Para celebrar o legado do icônico V8 HEMI – cujas câmaras de combustão hemisféricas têm mais de 70 anos de tradição -, a Ram anuncia 100 unidades de uma série especial, a versão R/T (Road/Track) para o modelo Classic. A sigla distingue a gama de carros de alto desempenho usada pela Dodge desde os anos 60. A série colecionável, que marca a despedida da Classic do mercado brasileiro, está à disposição com preço público sugerido de R$ 359.990. A Ram Classic R/T valoriza seu caráter esportivo com elementos exclusivos desta última safra, a começar pelos faróis e lanternas com máscara negra. Na dianteira, a exclusiva grade com formato em cruz, característica das picapes Dodge desde o lançamento da segunda geração da Ram 1500 e elemento marcante do design “big rig”, e que traz o carneiro montanhês ao centro, no lugar do nome da marca. Por trás, colmeias para alimentar o enorme motor e um logo R/T no canto inferior adiciona charme à frente da muscle truck. Adesivos foscos que remetem aos Dodges Chargers R/T fabricados pela Chrysler no Brasil nas laterais da caçamba e no capô completam o look da picape de DNA norte americano. Uma soleira em aço inoxidável evoca ainda mais a esportividade no interior da picape. Para sublinhar o caráter colecionável, serão comercializadas apenas 100 unidades – 50 na cor Preto Diamond e 50 no tom Vermelho Flame – que recebem um elegante logo no painel com a estampa do número 1/100, referente ao número limitado das quantidades comercializadas. Além disso, os proprietários dessas unidades ainda serão presenteados com um kit exclusivo, com uma caixa metálica de ferramentas e uma pasta de couro com certificado de aquisição com o número do chassi da unidade e uma carta escrita por Juliano Machado, vice-presidente da marca Ram para a América do Sul, parabenizando pela compra.
AMG S63 e AMG GT 63 S chegam ao Brasil – A Mercedes-Benz também acaba de anunciar a chegada ao Brasil dos modelos Mercedes-AMG S63 E Performance e Mercedes-AMG GT 63 S E Performance. Ambos têm conjunto híbrido formado por motor a combustão (construído artesanalmente), propulsor elétrico e bateria de alto desempenho desenvolvida pela própria AMG – e com tecnologia da Fórmula 1. Isso significa mais de 800cv, que garantem o título de mais potentes da história da marca. O propulsor a combustão adotado no conjunto é o 4.0 V8 biturbo de 612cv (S 63) ou 639cv (GT 63). Com eletrificação, a potência conjunta é de 802 cv no sedã e 843 cv de cupê, com torque de 145,8 kgfm e 149.8 kgfm. Dados de fábrica indicam aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,3 e 2,9 segundos, respectivamente, com máximas limitadas de 250 km/h e 316 km/h. O powertrain integra ainda sistema de tração integral variável AMG Performance 4MATIC+. A bateria possui capacidade de 13,1 kWh no AMG S63 E Performance e 6,1 kWh no AMG GT 63 S E Performance. Nos dois casos, o carregamento externo é feito por meio do carregador de corrente alternada (AC) a bordo de até 3,7 kW, seja em uma estação de carregamento, wallbox ou tomada doméstica. Ao todo, são 8 modos de condução, que ajustam parâmetros importantes, incluindo resposta da unidade de propulsão e transmissão, características de direção, amortecimento do chassi e até mesmo o som. O impulso do motor elétrico também depende do modo de condução respectivo.
BMW Série 1 – Famoso pelo prazer de condução no segmento compacto premium, o BMW Série 1 entra na sua quarta geração com portfólio de motorização completamente renovado. Pela primeira vez equipado com sistema de tecnologia híbrida de 48 volts, o modelo aposta também na tecnologia para perpetuar sua história. Por dentro, o modelo adota o BMW Curved Display, já presente no BMW X1, com duas telas acopladas. Uma de 10,25 polegadas para funções do painel de instrumentos e outra de 10,7 polegadas para funções multimídia. A nova geração do modelo será produzida na fábrica do Grupo BMW em Leipzig, na Alemanha. Seu lançamento no mercado europeu está previsto para outubro de 2024. Não há previsão para o Brasil.
A volta do Kangoo – A Renault está lançando no Brasil a nova versão do Kangoo. O concorrente do Fiat Fiorino e do do Peugeot Partner Rapid tem motorização flex 1.6 flex de até 115cv e torque de 15,7kgfm. Ele vem da Argentina e chega em versão única por R$ 120,8 mil. A aposta é no motor mais potente, conectividade, porta na lateral do modelo e menor custo por km rodado. Segundo a Renault , o custo por km rodado é menor da concorrência, em torno dos R$ 0,93/km contra R$ 0,95/km dos rivais, considerando 60 mil km de uso. Um dos fatores que beneficiam a queda do custo é o consumo de 11,3 km/l em circuito urbano com gasolina.
Mais uma picape no mercado – A marca chinesa Foton vai lançar sua linha de picapes Tunland no Brasil até o final deste mês de junho, segundo o site Autoindústria. Ela se junta à BYD Shark, esperada para agosto ou setembro, e virá para concorrer com modelos médios tradicionais – e com pelo menos uma versão híbrida. O modelo Tunland V9 já foi apresentado em outros mercados sul-americanos e usa motor 2.0 a gasolina equipado com sistema de 48V, o chamado híbrido leve. A autonomia declarada é de 900 km. No sistema de transmissão, ainda conforme a marca chinesa, é da renomada ZF e inclui tração 4×4. Destaque para itens de segurança como 6 airbags, freios a disco nas quatro rodas e diversas assistências ao condutor, como frenagem automática de emergência e sistema de assistência de permanência na faixa. O utilitário também conta com sistema start-stop, que ajuda na economia de combustível e controle de cruzeiro adaptativo.
Strada volta a liderar mercado – E a picapezinha da Fiat voltou a ocupar o topo do ranking dos modelos mais vendidos no mercado brasileiro em maio, reassumindo a mesma posição no acumulado do ano. Antes, em abril e no quadrimestre, quem liderou foi o VW Polo. No geral, foram emplacadas 49.050 unidades da picape nos primeiros cinco meses do ano – o que lhe garantiu participação na venda de veículos leves da ordem de 5,6%. Em maio, suas vendas atingiram 10.973 unidades. O Polo, segundo colocado, acumulou 48.181 emplacamentos de janeiro a maio (participação de 5,5%), dos quais 8.484 no mês passado. Esse fato pode estar vinculado à paralisação que a VW foi forçada, por 10 dias, em maio, devido à falta de peças decorrente das chuvas no Sul. O terceiro colocado no ano e no mês é o Chevrolet Onix, com 34.754 e 7.901 licenciamentos, respectivamente. Completam a lista do Top 10 no ano o Hyundai HB20, Fiat Argo, Fiat Movi, VW T-Cross, Hyundai Creta, Nissan Kicks e Onix Plus.
Chuvas no Sul e venda de carros – Relatório divulgado pela Fenauto, a federação dos revendedores de seminovos e usados, mostra que, em maio, as vendas de veículos usados não tiveram nenhum registro entre os dias 7/05 e 26/05. Isso provocou uma queda significativa de 78% no resultado do estado. A queda nas vendas está diretamente relacionada às fortes chuvas e inundações. Em maio, no total, foram transferidas 21.184 unidades contra 97.584 em abril. Em termos nacionais, a variação por conta do resultado no Sul ficou negativa em 8,2%. Mas, mesmo assim, as vendas no Brasil fecharam com um resultado acumulado positivo de 6,6% em relação a 2023, chegando a um total de 6.048.587 veículos comercializados no período.
Produção de caminhões – Os cinco primeiros meses do ano foram bons para a produção de caminhões, que cresceu 29,9% no acumulado do mesmo período do ano passado. Em maio, o ritmo das atividades representou recuo de 4,2% na comparação com abril. No entatou, houve crescimento de 33,1% sobre as quase 8,4 mil unidades produzidas um ano antes. “A conjuntura é de estabilidade”, diz Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea. Para ele, o resultado apresentado até o momento permite avaliar a volta à normalidade no segmento, bem como oferecer perspectivas otimistas. “Na medida que as estimativas do PIB melhoram e os juros em patamares menores avançam, também condições para crescer e até mesmo superar os patamares atuais se tornam ainda mais favoráveis.”
As feras italianas – A Ducati do Brasil apresentou três novidades no Festival Interlagos, que termina neste domingo em São Paulo. A marca italiana lançou, por exemplo, a nova Diavel V4, premiada pelo seu design exclusivo. Também mostrou a nova cor RR22 do modelo DesertX, que estará disponível a partir de julho. A marca italiana também fez o pré-lançamento da Scrambler Icon, agora com kits customizáveis (no mercado em outubro). A recém-lançada Ducati Multistrada V4 Rally Adventure foi uma das atrações do test-ride. A Diavel V4 já está disponível para venda no Brasil, com um preço sugerido de R$ 140 mil. Ela é equipada com um motor V4 Granturismo de 1.158 cc, capaz de gerar 168 cavalos de potência e 12,8 kgfm de torque. Esta é a mais recente adição à linha de modelos V4 da marca italiana, que inclui as Panigale e Multistrada V4. A nova Diavel V4 é notável por sua redução de peso em comparação com seu antecessor, graças à adoção de um motor mais compacto. Além disso, a motocicleta apresenta um sistema de desativação estendida, destinado a reduzir emissões e consumo de combustível.
Mobilidade segura e confortável – Vários estudos indicam que 80% dos acidentes de trânsito são causados por algum tipo de falha humana. Mas essa realidade poderia (ou pode) ser diferente com a aplicação de tecnologias que ajudam a salvar vidas. Uma pesquisa recente da Bosch sobre os Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (ADAS) mostra que até 85% dos entrevistados dizem sentir mais segurança na condução do veículo equipado com ao menos alguma dessas tecnologias. Entre as mais populares, representando até 35% das vendas no mercado brasileiro, estão o Aviso de Saída de Faixa, a Frenagem Automática de Emergência e o Piloto Automático Adaptativo (ACC), além do Assistentes de Permanência em Faixa. Conheça os benefícios das tecnologias ADAS. As soluções de assistência não são tão visíveis aos condutores, porém, fazem toda a diferença. Compostas principalmente por radares, câmeras e sensores, as tecnologias são modulares e atuam de forma independente ou integrada, conforme as funções disponíveis em cada veículo. Veja algumas:
LDW e LKA – ajudam a evitar acidentes causados por desvios não intencionais, por lapso de concentração ou fadiga, por exemplo. O LDW atua emitindo um alerta ao motorista em caso de saída involuntária de faixa, que pode ser um sinal visual, sonoro e/ou tátil (vibração do volante). Já o LKA intervém automaticamente para manter o veículo na faixa.
AEB – pode prevenir até 72% dos acidentes com colisões traseiras ou mesmo atenuar consideravelmente o impacto desses acidentes. Se o radar ou a câmera de vídeo detectar obstáculos à frente do veículo, o sistema é preparado para realizar uma frenagem de emergência e o motorista é notificado. Se o condutor não responder, o sistema realiza uma frenagem parcial e, logo que o motorista pisar no freio, o dispositivo irá aumentar a potência a fim de evitar um acidente. Caso o motorista não responda à manobra de frenagem parcial e o sistema detecte que a colisão é inevitável, a frenagem de emergência é executada.
ACC – responsável por manter a velocidade e a distância correta do veículo à frente de acordo com o fluxo do tráfego. O sistema funciona com alta eficiência mesmo em condições climáticas e de iluminação adversas, como neblina e à noite, garantindo a segurança do motorista e dos passageiros.
Há alguns anos, essas tecnologias eram aplicadas apenas em marcas premium, geralmente em veículos importados, representando menos de 1% dos carros vendidos no Brasil. Atualmente, elas já estão mais presentes em quase todos os segmentos, em um patamar de 22%.
Legislação – A discussão sobre a obrigatoriedade do sistema do AEB e do LDW em veículos produzidos no Brasil está em andamento e sua aprovação representará mais uma conquista para a segurança veicular. Além disso, para motocicletas de baixa cilindrada, a adoção do Sistema Antibloqueio de Frenagem (ABS) é outra medida que também está sendo discutida no país. Nos últimos 10 anos, é importante destacar que a legislação brasileira tem avançado: em 2014, airbag frontal e ABS passaram a ser exigidos por lei. Em 2019, foi a vez do ABS para motos acima de 300cc. E, desde o início de 2024, o Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP) tornou-se obrigatório.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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