Picapes tiveram desvalorização de até 30,88%
O segmento de picapes nunca esteve tão movimentado no Brasil como nos últimos anos. Modelos de diferentes marcas e tamanhos foram lançados ou estão prestes a estrear no país em breve para agradar todos os perfis de consumidores. Para os usuários mais urbanos, há as picapes compactas e compactas-médias derivadas de automóveis. Esses modelos são construídos com estrutura monobloco e apostam na versatilidade da caçamba para atrair clientes – geralmente donos de SUVs – que procuram por um veículo que pode ser utilizado tanto nas tarefas cotidianas quanto em momentos de lazer.
As picapes médias, que utilizam o tradicional chassi de longarinas sob a carroceria e a caçamba, são procuradas pelos consumidores que necessitam de um veículo mais robusto, capaz de suportar o trabalho pesado sem abrir mão do conforto para os ocupantes. Por fim, as picapes de grande porte fazem parte de um nicho de clientes que querem se diferenciar com um veículo ainda mais sofisticado.
Leia maisGeralmente importados da América do Norte, esses modelos são cultuados pelos fãs de picapes que desejam uma picape ainda mais potente e equipada com as mais avançadas tecnologias de assistências de condução, conforto e conectividade. De olho nesse segmento, a KBB Brasil fez um levantamento para verificar a variação de preços de todas as picapes vendidas no país durante o primeiro semestre de 2023.
Ram 3500 – O estudo considerou desde modelos 2021, que ainda estavam disponíveis como zero quilômetro em janeiro de 2023, até modelos 2024 para obter o ano/modelo mais recente capaz de ser calculado. A Ram 3500 LongHorn 6.7 turbodiesel 22/22 foi a picape que menos depreciou no primeiro semestre do ano. A maior picape vendida oficialmente no Brasil teve uma desvalorização de apenas -0,19% entre janeiro (0km) e junho (seminova) de 2023. Outros dois modelos da marca norte-americana também apresentaram pouca variação de preços no período: Ram 3500 Laramie 22/22 (-2,67%) e Ram 2500 Rodeo 21/21 (-4,01%).
Médias e compactas – Entre as picapes compactas-médias, a recém-lançada nova Chevrolet Montana Premier 1.2 turboflex 2023 sofreu uma desvalorização de apenas -0,21%. No segmento de picapes médias, a Toyota Hilux SR cabine dupla com motorização 2.7 flex automática apresentou uma surpreendente variação menor que a dos modelos a diesel: -1,90%. A menor variação entre as picapes compactas foi verificada na Volkswagen Saveiro Robust cabine dupla 1.6 flex 2022. O modelo depreciou -4,02% entre janeiro (0km) e junho (seminova).
A Nissan Frontier S 2.3 turbodiesel manual 4×4 ano/modelo 2022, por sua vez, foi a picape que mais desvalorizou (-30,88%) nos primeiros seis meses de 2023. De acordo com o levantamento, o preço médio do modelo caiu de R$ 238.700 (0km), em janeiro, para R$ 165 mil (seminovo), em junho.
Elétricos: quem é quem? – O mercado de veículos leves eletrificados no Brasil teve o melhor semestre da série histórica da ABVE, a associação que reúne os fabricantes desses modelos. Foram 32.239 emplacamentos de janeiro a junho de 2023 – o que representa um crescimento de 58% em relação ao primeiro semestre de 2022 (20.427), e se encontra muito próximo das vendas de todo o ano de 2021 (34.990). Só em junho, foram 6.225 emplacamentos – 53% acima de junho de 2022 (4.073). Foi o melhor mês de junho e o terceiro melhor mês de toda a série histórica, só superado por maio/23 (6.435) e setembro/22 (6.391). Com isso, a frota total de veículos leves eletrificados no Brasil chegou a 158.678 unidades, de janeiro de 2012 a junho de 2023.
- HEV (Hybrid Electric Vehicle) – veículo elétrico híbrido convencional sem recarga externa da bateria;
- PHEV (Hybrid Electric Plug-in Vehicle) – veículo elétrico híbrido com recarga externa (plug-in);
- BEV (Battery Electric Vehicle) – veículo 100% elétrico com recarga externa da bateria (plug-in).
Os maiores percentuais de emplacamentos por município se encontram naqueles com alto valor de Produto Interno Bruto (PIB). São Paulo ocupa a primeira posição no ranking das cidades que mais emplacaram veículos eletrificados no 1º semestre de 2023, com 17,5% do total. Em segundo lugar, Brasília, com 6% – com destaque para o emplacamento de veículos elétricos BEV. Sozinho, o DF emplacou 356 unidades de 100% elétricos – igualando-se ao Rio e superando de longe estados como Minas Gerais.
Na região nordestina, Salvador (9º no ranking), emplacou 539 eletrificados (somadas todas as tecnologias); Fortaleza, 487; Recife, 467. Em Pernambuco, por exemplo, foram vendidos apenas 131 modelos 100% elétricos – provavelmente em função da (falta de) infraestrutura de eletropostos, por exemplo.
O microcarro Ami – O próprio presidente da Stellantis, Antonio Filosa, foi quem anunciou a novidade: a Citroën vai trazer para o Brasil (e outros países da América do Sul) o Ami, um microcarro elétrico. Ele tem capacidade para duas pessoas e velocidade máxima limitada a 45 km/h. Só não foi ventilada a data da chegada. Filosa também disse que o Ami não pode ser enquadrado como um carro de passeio e, sim, como um “mobility device” (numa tradução livre, um dispositivo de mobilidade). Ele é equipado com motor de 6kW, que proporciona uma autonomia de até 80 km. O modelo, aliás, tem seu próprio cabo, que pode ser conectado em qualquer tomada de 110 ou 220V, com recarga de 0 a 100% em menos de quatro horas. O Citroën Ami tem 2,41 metros de comprimento e 1,39 metro de largura.
Mais um elétrico na praça – O primeiro modelo da marca Seres, uma norte-americana com tecnologia e investimentos chineses, foi apresentado na semana passada em São Paulo. Compacto, o SUV urbano Seres 3 já pode ser encomendado pela internet pelos preços promocionais de R$ 220 mil e R$ 270 mil (blindado). Esses preços são válidos para as primeiras 10 unidades da versão blindada e 20 unidades da versão sem blindagem. Isso significa descontos de 8,3% e 15,6% em relação aos valores de tabela (respectivamente, R$ 240 mil e R$ 320 mil). Fabricado na planta de Liangjiang, na China, o Seres 3 possui motor elétrico com 120 kW (163cv) de potência. A bateria de lítio com 52,7 kW de capacidade proporciona autonomia que varia de 405km a 300km, dependendo da homologação do ciclo. O tempo de carregamento de 20% a 80% é de 30 minutos em estações de alta potência; o carregamento de 0 a 100% na potência de 6,6 kW é feito em 8 horas. Os números de desempenho são 8,9 segundos para a aceleração de 0 a 100 km/h e 160 km/h de velocidade máxima.
Volvo Car cresce 70% no semestre – Pioneira em eletrificação, a Volvo Car Brasil é hoje a marca premium que mais vende carros eletrificados no Brasil. Somente neste primeiro semestre de 2023 foram 4,3 mil novos Volvo híbridos e elétricos rodando nas ruas do país. Este número representa um crescimento de 72% nas vendas da marca, comparado ao mesmo período de 2022. A Volvo apostou na eletrificação total de seu portfólio em 2021. Hoje, ocupa o primeiro lugar em vendas de carros eletrificados no Brasil, com 29% de participação total no mercado de híbridos e elétricos plug-in. Os híbridos XC60 e XC90, possuem, juntos, 27,6% de participação total no segmento de carros plug-in. Esta representatividade é ainda maior considerando apenas os modelos premium, onde a marca lidera com mais de 44% de share. O XC60 é o carro híbrido plug-in mais vendido do segmento Premium, com 35% do total de mercado. Já na opção 100% elétrica, o Volvo XC40 é a grande estrela da marca e mantém a liderança em vendas desde seu lançamento, detendo, sozinho, mais de 42% do mercado de luxo.
Comércio global – As vendas mundiais de veículos leves em todo o mundo, nos primeiros seis meses de 2023, chegaram a 42,7 milhões – 10,7% a mais do que no mesmo período de 2022. Os dados mostram que a indústria não enfrenta mais problemas relevantes de abastecimento e logística que prejudicaram a produção durante a pandemia. Essa taxa de crescimento mostra uma estimativa de 93 milhões de unidades vendidas no mercado global no ano, número próximo ao da pré-pandemia. A China, maior mercado do mundo, alcançou em junho seu melhor resultado mensal, com 2,52 milhões de unidades negociadas, superando o resultado de maio (2,5 milhões).
Exportações da Toyota – A liderança entre as montadoras para as exportações de automóveis no primeiro semestre do ano ficou com a Toyota do Brasil. Ela despachou 49.241 unidades dos modelos Etios, Yaris e Corolla Cross, fabricados em Sorocaba – além do sedã Corolla, de Indaiatuba. Segundo Rafael Chang, presidente da marca no Brasil, o número de exportações traz benefícios para o país, impulsionando a produção e promovendo o crescimento do emprego local. Além disso, as exportações também contribuem para a entrada de divisas estrangeiras, fortalecendo a economia brasileira. “Aqui também vale frisar que, ao exportarmos tecnologia de ponta, especialmente no campo da eletrificação. Estamos orgulhosos de que nossa tecnologia híbrida flex, uma inovação nascida no Brasil, está sendo reconhecida e adotada em mercados internacionais”, celebra Chang.
Corpo (e alma) do Bandeirante? – O site Motor1 divulgou imagens da nova geração do icônico Land Cruiser, agora para a versão Prado. Ele terá visual retrô, inspirado nos clássicos Bandeirante que circulam há décadas no interior do Brasil. A apresentação mundial do modelo está programada para esta semana, dia 1º. O formato quadradão, que o deixa mais charmoso, usa elementos retangulares – como o formato dos faróis, da moldura das luzes de neblina e das linhas gerais do para-choque. O novo Toyota Land Cruiser deve ser equipado com motor V6 3.4 litros, que entrega 354 cv. Também pode ter uma versão híbrida com potência de até 443 cv, segundo a imprensa norte-americana.
Ford financia projeto da Ufal – O Ford Fund, braço filantrópico da Ford, anunciou os oito times de universitários vencedores do Ford C3 (Ford College Community Challenge) deste ano. Os selecionados vão receber um investimento de US$ 2,5 mil para desenvolver projetos sociais em diferentes regiões do país. A 9ª edição do Ford C3 – Building Sustainable Communities tem como foco apoiar projetos que abordam as principais questões de Diversidade & Inclusão em cinco macrotemas: gênero, raça, deficiência, idade, orientação sexual ou identidade de gênero. Um dos selecionados é Eleva, da Universidade Federal de Alagoas (/Ufal). Criado em 2022, ele é voltado à capacitação e valorização de mulheres empreendedoras, cis e trans, para geração de renda. O grupo criou uma metodologia para o desenvolvimento de negócios que passa por quatro etapas: identificação, identidade do negócio, vendas e acompanhamento. Ao longo de todas elas, as participantes recebem capacitação teórica e prática.
Novo Classe A 200: R$ 345 mil – A Mercedes-Benz já pôs nas lojas a versão hatch do novo Classe A 200 AMG Line – que ganhou um tapa no visual e motorização eletrificada, capaz de gerar 163 cv. O carro é chamado híbrido leve por conta de um sistema elétrico adicional de 48 volts. A transmissão é automática de sete velocidades. Internamente, o padrão de luxo da Mercedes, com revestimentos de couro e tecidos feitos de materiais reciclados. De destaque, os sistemas com duas telas independentes de 10,25 polegadas com informações do automóvel, de conectividade e de entretenimento.
Placa antiga de volta? – Trocou de carro e substituiu a placa pela nova, padrão Mercosul? Prepare-se: tem parlamentar querendo trazer de volta a antiga. Projeto de lei que está tramitando no Senado, de autoria do senador Esperidião Amin (PP/SC), prevê o retorno daquelas que tinham o nome da cidade e estado de registro – informações que, segundo ele, são necessárias para identificar infrações e outros crimes relacionados ao trânsito. A proposta está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) à espera de um relator. As novas placas foram adotadas em 2019, após ser adiada por seis vezes devido a disputas judiciais. Com fundo pintado na cor branca, o tipo de veículo é identificado pela cor da fonte: a pintura preta é utilizada para veículos de passeio, a vermelha para veículos comerciais, a azul para carros oficiais, a verde para veículos em teste, a dourada para os automóveis diplomáticos e a prateada para os veículos de colecionadores. No modelo antigo, a placa tinha a cor do fundo cinza. O novo modelo de placa padrão Mercosul conta ainda com itens de segurança, como um QR code presente no canto superior esquerdo, que dificultaria clonagens e falsificações.
Antifurto: saiba qual usar – Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que o país registrou um aumento de 8% nas ocorrências de roubos e furtos de carros em 2022, quando comparado com o ano anterior. Foram registrados mais de 373 mil casos ao longo de todo o ano, o que dá mais de mil por dia. Mas o que fazer para evitar uma situação dessas? Quais mecanismos podem ser utilizados para aumentar a segurança do veículo? De acordo com Leonardo Furtado, superintendente do Auto Shopping Internacional Guarulhos, um dos mais comuns é o alarme – que é acessível e chama bastante a atenção quando acionado. “Existem diversos tipos de alarme hoje em dia. Os mais usados são os que emitem aviso sonoro diante da tentativa de abertura das portas, da presença de pessoas no interior do veículo e tem até com sensor de movimentação, no caso do veículo ser guinchado, por exemplo”.
Rastreador – Outro recurso bastante usado, inclusive pelas seguradoras pela sua eficiência, é o rastreador. Com eles, os proprietários conseguem acompanhar remotamente a movimentação do veículo e têm acesso a um histórico desde o momento do roubo até ele ser encontrado. A instalação costuma ser feita em local sigiloso e, se por um lado, o rastreador costuma ser mais barato que o valor de um seguro, por outro, quando o carro é vendido, o dispositivo precisa ser retirado.
Bloqueador – Outra opção são os bloqueadores, que cortam o combustível ou a corrente elétrica, então por mais que o veículo saia do lugar, em poucos metros, ele vai parar de funcionar devido a ativação do sistema antifurto, que pode ser até pelo celular.
Trava – Uma alternativa bastante conhecida e popular é a trava para volante, que pode ser facilmente instalada pelo próprio motorista e fica entre o volante e os pedais com o objetivo de travar o movimento do carro. Este é um item barato e quanto mais chamativo, melhor, assim já inibe a ação criminosa. “É claro que o seguro é quase que obrigatório para quem mora nas grandes cidades, mas os itens de segurança adicionais também ajudam bastante e quando podem continuar no carro no momento da venda, ainda agregam algum valor adicional”, ressalta o superintendente.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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