Toro Ranch: como o novo motor a diesel renovou a picape

A picape Fiat Toro se mantém como surgiu em 2016. É a mesma geração, digamos assim. Só foi ganhando, ao longo destes 10 anos, aperfeiçoamentos visuais e, principalmente, de motorização — a versão mais popular à época tinha motor 1.8 de 139 cavalos, o que a deixava lenta e beberrona. Mas a proposta original — ser uma categoria de picape que combinasse o comportamento de um SUV com a capacidade de carga exatamente de picape — foi preservada.
Enfim, por exigência do consumidor e obrigações ambientais legais, chegou a melhor versão desde então: a equipada com motor 2.2 turbodiesel de 200cv, 45,8kgfm de torque, câmbio automático de 9 marchas e tração 4×4. A coluna De bigu com a modernidade testou a Ranch, a topo de linha com uma central multimídia vertical de 10,1 polegadas, carregador de celular por indução, bancos em couro num marrom destoante etc. O pacote de segurança é razoável, com 6 airbags, controle de tração e estabilidade, assistência de permanência em faixa e frenagem autônoma de emergência.
O preço? Até o dia 12 de novembro, a picape estava cotada a R$ 194 mil, em negociação via WhatsApp pelo site de ofertas da Fiat. É cara, convenhamos, como qualquer carro no Brasil. E mesmo com a melhoria de desempenho do seu conjunto de motorização em quase 30% (torque) e em 18% (potência) em relação ao motor anterior. Por sinal, essas novas medições a levam de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e deixam o condutor muito mais confiante em retomadas e ultrapassagens.
Leia maisCustomização – O fato é que a Toro sempre foi benquista. Em meados deste ano, bateu a marca de 600 mil unidades vendidas. Ajudam nas conquistas a diversidade de preços, a quantidade de versões (seis, ao todo), a variedade de equipamentos de conforto e segurança e por aí vai. Enfim, valem as possibilidades de customização tão popular nos produtos da Fiat – ou mesmo das outras marcas da Stellantis. Por exemplo: só da Mopar, marca do próprio grupo, são 50 acessórios que privilegiam o uso da caçamba como porta-malas, a capacidade de carga, a praticidade no dia a dia e o design.
Mas vamos no ater à unidade testada, completíssima (como são as enviadas aos jornalistas especializados). A Ranch chama logo a atenção pela grade com moldura cromada (e muito de acabamento semelhante em estribos, retrovisores, santantônio etc) e identidade marrom (ou premium brown, como destaca a marca) no friso decorativo. Noves fora isso, vale o conjunto. Reforçando, por exemplo, um ponto agora bastante positivo, o motor. A picape, claro, ficou mais ágil e esperta — e ainda melhorou os índices de consumo. Esta coluna tem como preceito o fato de que a média de consumo depende quase sempre do pé do motorista, do estilo para-freia-acelera. Mas, como geralmente se faz muita questão, eis os dados: o Inmetro aponta 10,5 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada.
Versatilidade – Sua performance no fora-de-estrada de verdade não foi avaliada desta vez, infelizmente. Mas o conjunto 4×4 da Fiat já foi testado anteriormente. Ele dá conta do recado para rodovias de terra e trilhas mais acidentadas devido ao torque em baixas rotações. O modo 4×4 permanente ajuda em qualquer situação, mesmo que não se necessite dele, e há ainda a função reduzida (4×4 Low). Além disso, a troca de propulsor reduziu a vibração característica de picapes e ainda a deixou mais silenciosa internamente. Outro ponto firme da caminhonete é a versatilidade da caçamba. Ela (na verdade, um imenso ‘porta-malas’ de 900 litros) pode carregar até 1 mil quilos. O freio de estacionamento, finalmente, é eletrônico — e com função auto hold. Esse sistema de assistência de frenagem mantém o carro parado automaticamente, sem que o motorista precise pressionar o pedal do freio. É o lado urbano da picape, pois o auto hold é bem legal especialmente em ladeiras, semáforos e congestionamentos. Quando ativado por um botão no painel, ele libera os freios assim que o motorista acelera.
A direção elétrica progressiva: bem leve em baixa velocidade e mais dura à medida que o carro ganha velocidade. Por falar nisso, só o banco do motorista tem regulagem com comandos elétricos. A suspensão, por sinal, foi melhorada, segundo a Fiat, deixando o rodar mais suave. Até por conta do preço, a versão Ranch vem com faróis de neblina com função de iluminação em curvas, comutação (troca) automática do farol alto, partida remota do motor, Android Auto e Apple Carplay sem necessidade de fios e carregador de celular por indução. A capota marítima e a luz na caçamba são de série. No geral, a versão tem bom custo-benefício. Primeiro, pela oferta de equipamentos. E, também, por continuar sendo a velha Toro, agora mais potente, econômica e segura.

Salão de São Paulo: as novidades – Enfim, está de volta o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. A 31ª edição, que acontece de 22 a 30 de novembro, na capital paulista, promete reunir em um só lugar os principais lançamentos das grandes montadoras, experiências imersivas, carros clássicos, supermáquinas e muito conteúdo dedicado ao setor. A programação une inovação, entretenimento e história. Os ingressos seguem à venda exclusivamente no site oficial www.salaodoautomovel.com.br. Entre as marcas confirmadas estão BYD, Caoa, Caoa Chery, Citroën, Denza, Fiat, GAC, Geely, GWM, Honda, Hyundai, Jeep, Kia, Leapmotor, Lecar, MG Motors, Mitsubishi, Omoda & Jaecoo, Peugeot, RAM, Renault, Suzuki Motos, Toyota e Vespa. Mais de 300 veículos estarão em exposição, em uma programação cheia de experiências interativas. Os fãs de carros clássicos terão dois espaços dedicados para conferir modelos exclusivos e raros.
Marcando época – O Memória sobre Rodas exibirá o único Bugatti EB110 GT existente no Brasil, de 1994, além de outros modelos míticos como Lamborghini Miura P400 S 1969, o esportivo nacional Hofstetter Turbo 1986, Lamborghini Diablo 1991 e Plymouth Superbird 1970. Já o Carde Arte Design Museu trará linha do tempo com carros que marcaram época em outras edições do Salão do Automóvel, como VW Kombi 1960, Ferrari F40, Uirapuru, Dodge Charger R/T, VW SP2 e VW Gol GTI na sua inconfundível cor Azul Mônaco. O universo dos games e dos simuladores de corrida também estará presente.
Na Racing Game Zone by João Barion os visitantes poderão vivenciar toda emoção do drift em um simulador de última geração. Além disso, o mais recente carro do piloto, o Corvette C7 Z06, estará em exposição. O Drive Experience contará com uma pista indoor projetada especialmente para o evento. Com 14 mil metros quadrados, os visitantes poderão testar veículos de marcas como BYD, Caoa, Citroën, Fiat, GAC, Geely, GWM, Honda, Jeep, Leapmotor, Peugeot, RAM e Renault. O circuito inclui uma longa reta de 160 metros, desenvolvida para que os participantes sintam melhor a potência e torque dos veículos, além de exercícios práticos como slalom e frenagem. A expectativa é que 1 mil visitantes por dia possam acelerar em voltas de até 10 minutos.

Ram Dakota – A primeira picape média da Ram, a Dakota, será uma das atrações do estande da fabricante no Salão. Ela foi revelada na versão Warlock no mês passado em um evento que oficializou o início da produção do modelo no Polo Industrial de Córdoba, na Argentina. O nome da picape havia sido divulgado em agosto na apresentação do conceito Nightfall, que antecipou as linhas da versão definitiva da Dakota. A nova Dakota é o segundo modelo da Ram desenvolvido e produzido fora da América do Norte. Será lançada no Brasil em 2026. O estande da Ram trará ainda, segundo os diretores, algumas surpresas.

Fiat inicia a festa dos 50 anos de Brasil – A marca italiana pertencente ao grupo Stellantis escolheu o Salão de São Paulo para começar a festejar os 50 anos no Brasil. Para isso, vai apresentar suas picapes Strada, Toro e Titano — além do Abarth 600e — em uma área de 500 metros quadrados. A Fiat quer continuar a ser a principal vendedora de picapes no Brasil nos últimos cinco anos. Ela também aproveitará para apresentar um carro conceito que promete surpreender todos e revelar o direcionamento que orientará seu futuro nos próximos anos. Quanto ao Abarth 600e Scorpionissima, o elétrico de edição especial será um dos destaques. Também haverá um espaço dedicado aos fãs da série da Netflix Stranger Things. O Abarth 600e é o modelo mais potente da marca.

Começa pré-venda do Sportage reestilizado – A Kia Brasil vai aproveitar a 31ª edição do Salão Internacional do Automóvel para lançar o novo Sportage reestilizado. A importadora também anunciou a pré-venda da versão EX Prestige, mantendo seu preço em R$ 267.190 em caráter promocional. As principais mudanças de reestilização do Sportage 2026 dizem respeito aos novos desenhos dianteiro e traseiro, marcados pela assinatura luminosa Star Map, novo design da roda, do painel de instrumentos, assim como novo volante de 2 raios. O motor turbo GDI (injeção direta), 1.6 litro, a gasolina, tem sistema híbrido de 48V, capaz de gerar 178 cavalos de potência combinada e torque de 27 kgf.m. O sistema de comando desse motor propicia o modo de condução Velejar, desligando o propulsor por completo em situação de rodagem plana e, por consequência, economizando combustível.
O sistema híbrido do Sportage entra em ação quando o veículo enfrenta uma descida, poupando o motor a combustão, ou em subidas, quando o powertrain necessita de mais força, sempre priorizando a eficiência de consumo e menores índices de emissões. O conjunto do motor está acoplado ao câmbio automático de 7 velocidades e dupla embreagem DCT. Com essa configuração, o novo Sportage registrou desempenho 8% superior ao obtido por sua versão anterior, com 12,5 km/l na cidade e de 13,2 km/l na estrada, segundo dados do Inmetro e sempre abastecido com gasolina. O Sportage conta com diversas tecnologias de auxílio à condução: alertas de fadiga do condutor, prevenção de colisão por ponto cego, prevenção de colisão traseira e tráfego cruzado e por aí vai.
SUV cupê novo, nome velho – A General Motors anunciou o nome do inédito SUV cupê. Mas o nome é de um modelo antigo (que, inclusive, fracassou no Brasil): Sonic. O modelo será produzido no complexo de Gravataí (RS). Mais detalhes sobre design, dimensões, motorização e tecnologias do Sonic serão revelados em breve.
O sucesso do Jetta – O terceiro modelo do trio de esportivos VW Legends, o novo Jetta GLI, teve 1.196 pedidos no primeiro fim de semana de vendas (8 e 9/11) nas mais de 400 concessionárias VW no Brasil. O Jetta GLI chegou com design renovado, mais tecnologia e um motor 350 TSI de 231cv. O preço? R$ 270 mil. Os demais integrantes do trio VW Legends também arrasam: o Golf GTI teve seu primeiro lote esgotado em um fim de semana e o Nivus GTS já foi todo vendido.
Bancos de couro para o Kicks Sense – A linha de acessórios originais da Nissan ganha mais uma opção de personalização e conforto. Dessa vez, a novidade é o revestimento premium dos bancos para o novo Nissan Kicks na versão Sense. São dois kits diferentes, que chegam para ampliar a sofisticação dessa versão do SUV. As duas opções disponíveis são: o revestimento misto, que mistura material sintético com couro natural na parte central, com preço de venda sugerido de R$ 3.303, e o revestimento 100% sintético, disponível com preço sugerido de R$ 2.864. Ambos os valores não incluem a mão de obra de instalação.

O primeiro híbrido flex da BYD – A marca chinesa BYD apresentou oficialmente o Song Pro híbrido flex, o primeiro da marca desenvolvido para o Brasil. O modelo foi criado para o mercado nacional e que combina tecnologia de eletrificação com o uso de etanol. O veículo integrou a frota oficial da COP30, realizada em Belém (PA) e faz parte da doação de 30 unidades por escolas e instituições públicas locais. Ele terá o mesmo motor 1.5 aspirado atual, mas adaptado para rodar com gasolina ou etanol em qualquer proporção.
Quatro Rodas: melhores em oito categorias – Plataforma especializada em automóveis da Editora Abril, a Quatro Rodas elegeu os carros mais bem avaliados do Brasil, em pesquisa que ouviu os próprios donos. A pesquisa contemplou os modelos em oito categorias: hatches compactos, sedãs compactos, sedãs médios, SUVs compactos, SUVs médios, SUVs grandes, picapes intermediárias e picapes médias. Além de duas premiações especiais: o grande campeão — dado ao carro com a maior pontuação entre todos ganhadores — e pós-vendas, para a marca melhor avaliada.
A pesquisa “Os eleitos 2025” teve mais de 9 mil respostas válidas após checagem de consistência, garantindo a credibilidade dos resultados, e premiou modelos das marcas Renault, Ford, Volkswagen, Ram, BYD e Jeep. O Renault Kwid foi eleito o melhor hatch compacto, enquanto o Ram Rampage venceu na categoria picape intermediária. A melhor picape média foi a Ford Ranger. A Jeep se destacou ao vencer três categorias: o Renegade como melhor SUV compacto, o Compass como SUV médio e o Commander como SUV grande. Além disso, a marca também levou o prêmio na avaliação de melhor serviço de pós-venda. O Volkswagen Virtus foi o mais bem avaliado entre os sedãs compactos. O BYD Seal, por sua vez, levou a categoria de sedã médio.
Usados devem bater recorde – O mercado de veículos seminovos e usados caminha para um ano de recorde absoluto. Dados da Fenauto apontam que a marca histórica de 15,7 milhões de unidades comercializadas em 2024 deverá ser superada já agora em novembro. A entidade estima 18 milhões de unidades comercializadas até o final do ano. Até o final de outubro, o acumulado de vendas já alcançou 15.244.066 veículos que mudaram de propriedade. Este volume representa um crescimento notável de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Financiamento de carro e moto: o que saber – Comprar um carro ou moto fiado? Sim, claro. O financiamento funciona como um crédito que viabiliza a compra do bem mesmo que o cliente não disponha da quantia total para pagamento à vista no momento do negócio. O banco ou instituição financeira paga à concessionária ou loja o valor do veículo escolhido pelo cliente, e o consumidor paga o financiamento para o banco de acordo com as parcelas negociadas mensalmente, com o acréscimo de juros mais encargos. A turma da Mobiauto fez uma pequena cartilha, aqui reproduzida em parte.
Modalidades – Existem algumas modalidades além do financiamento convencional, como leasing, consórcio e compra programada.
Leasing – É quase como um aluguel: oferece taxas mais atrativas e não exige entrada. Assim, o consumidor pode usufruir do carro e ir pagando mensalmente. Porém, o veículo só é transferido para o nome do proprietário depois de quitado, e, em caso de inadimplência, o banco pode retomar o veículo (que segue sob sua propriedade até a quitação) e o cliente perde tudo que já pagou.
Consórcio – É uma boa opção para quem não precisa de um carro de imediato: o cliente paga uma carta de crédito sem os juros de financiamento e, ao final, pode usá-la para comprar o carro à vista. É possível, ainda, ser sorteado ou entrar em leilões para obter a carta de crédito antes de terminar de pagá-la.
Compra programada – Apesar de pouco conhecida, é muito interessante, pois não há cobrança de juros. As instituições que trabalham com essa modalidade de compra costumam exigir o pagamento de ao menos 12 parcelas. Só depois o cliente pode levar o carro para casa.
O que precisa? – Para realizar uma proposta de financiamento de um veículo, é necessário fornecer à loja ou concessionária os seguintes documentos: RG, CPF, comprovantes de residência e de renda, e documentação do veículo que for dado como entrada, se for o caso. É muito mais difícil ter o financiamento aprovado sem um valor de entrada, porque a entrada é uma espécie de garantia para o banco ou instituição financeira de que o cliente tem condições de honrar a dívida.
Muitos clientes usam seu carro atual como entrada para financiar a compra de um modelo mais novo. Agora, se você não tem o dinheiro da entrada, mas quer e precisa financiar um veículo, ainda há esperança. Para isso, é preciso ter um histórico financeiro favorável, não ter contas em atraso e um bom score, ou seja, uma alta pontuação de crédito junto ao banco. Vale lembrar que, nesses casos, para compensar o risco, os juros são de praxe muito mais altos. Portanto, sempre que puder, dê preferência a uma compra com entrada.
Qual vantagem em financiar? Conseguir comprar um carro ou trocar o seu por um modelo mais novo sem ter que juntar antes o dinheiro necessário para pagamento à vista. Outra é poder usar o dinheiro que seria usado na compra em outro investimento de sua preferência, desde que se avalie que o investimento compensa os juros que serão cobrados no financiamento.
Como é calculada a taxa de juros? – Cada banco ou financeira tem seus próprios cálculos de taxa de juros. Todavia, o percentual de juros varia de acordo com cada tipo de financiamento. As empresas que fornecerão o crédito sempre levarão em conta o valor da entrada, o número de parcelas, o possível pagamento de “balões” no meio do financiamento e a pontuação (score) do cliente para definir a taxa. Quanto maior o potencial de risco, mais juros a instituição embute no processo. Outro ponto que merece muita atenção do consumidor é o CET (Custo Efetivo Total). Alguns bancos oferecem uma taxa de juros mais atrativa, mas compensam isso cobrando mais em outras tarifas. Em todo financiamento é preciso conferir o valor final.
É possível financiar um carro com o nome sujo? – É possível, porém muito difícil. Os bancos utilizam o score, um indicador do quão bom pagador você é. Se ele for baixo, a instituição entende que o risco de não receber e tomar o popular calote é maior. Mesmo assim, algumas instituições aprovam o financiamento, mas cobram juros altíssimos para compensar o risco. A dica é: se possível, busque antes quitar as dívidas, espere alguns meses e mantenha as contas em dia para elevar a pontuação e, assim, ter mais chances de conseguir o financiamento com uma taxa mais atraente.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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