O trânsito e o cidadão ‘dedo-duro’

Está tramitando na Câmara dos Deputados uma proposta que, na busca por ampliar a fiscalização de infrações, vai tornar qualquer cidadão num agente de trânsito, permitindo que ele envie provas para órgãos como Detrans ou DERs. As evidências ou comprovações, segundo o Projeto de Lei 62/2025, serão vídeos e fotos — que podem resultar em multas e outras penalidades. O autor, o deputado Dimas Fabiano (PP/MG), quer tornar esses registros oficiais. Isso caso, embora não se saiba ainda como, atendam aos “critérios estabelecidos” pelos órgãos reguladores. Obviamente, o Código de Trânsito Brasileiro só permite que apenas agentes ou equipamentos regulamentados como pardais e radares móveis possam autuar e multar.
O deputado até propõe algumas ideias para se evitar fraudes, por exemplo. É o caso da qualidade da imagem: vídeo e foto precisam ter nitidez suficiente para identificar claramente a infração, a placa do veículo e o local onde ocorreu o fato, e eles devem ser encaminhados por meio de plataformas criadas pelos órgãos de trânsito, garantindo controle e segurança nos envios. Nesse caso, o denunciante, ou ‘dedo-duro’, como já está sendo apelidado esse futuro cidadão, não pode ficar sob anonimato: terá que se identificar e assinar um termo de veracidade, garantindo que o material não foi manipulado.
Já pensaram na quantidade de gente querendo se vingar de algum desafeto? Denunciar a existência de um crime, como roubo ou agressões domésticas, por exemplo, é louvável. Mas infrações de trânsito? Tem certeza, Vossa Excelência? Já não bastam os olhos do Estado sobre a gente, com suas câmeras e aplicativos onipresentes? Ou mesmo das redes sociais e seus algoritmos?
Leia maisBem, todas as denúncias teriam que passar por uma ‘análise técnica’ dos órgãos de trânsito – que poderão até pedir perícia em casos de dúvida. E as manipulações de conteúdos gerais pela Inteligência Oficial (IA)? O projeto prevê que imagens e vídeos criados ou modificados por inteligência artificial serão automaticamente descartados. Mas como analisá-los? Quem fará isso mesmo? Os Detrans, que nos cobram até serviços básicos?
Se bem que há previsão de punições para quem enviar registros falsos ou manipulados, com o cidadão ‘dedo-duro’ sendo enquadrado no crime de falsa comunicação de infração, previsto no artigo 340 do Código Penal. O deputado Dimas Fabiano defendeu, em sua proposição, que não quer expandir o caráter punitivo. Mas, sim, a conscientização e a participação social. O PL está em análise na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Alea jacta est.
A frota mundial de elétricos até 2026 – Um estudo da BloombergNEF mostra que a frota mundial de veículos elétricos deve superar 100 milhões de unidades até 2026. Isso significa que o número deve quadruplicar (hoje, são cerca de 27 milhões). Até o fim da próxima década, 730 milhões automóveis movidos exclusivamente a eletricidade devem estar rodando por todo o mundo. O estudo identifica que as vendas cumulativas de veículos elétricos leves e pesados atingirão US$ 8,8 trilhões em 2030 e saltarão para US$ 57 trilhões exatos vinte anos depois.
Taxa de proteção contra os importados – Enquanto isso, a participação dos carros importados no mercado brasileiro chegou a 21% em fevereiro — e isso está deixando preocupados os fabricantes nacionais. Por isso, a Anfavea, associação das montadoras, quer a retomada imediata da alíquota de importação de 35% para os eletrificados — que só está prevista para julho de 2026. Outros países impõem aos carros chineses algumas taxações. O Brasil, nem tanto. Mas, de qualquer forma, vem aí um novo fenômeno: marcas como a BYD vão produzir aqui; outras já instaladas, como Stellantis, Renault e General Motors começaram a trazer os seus chineses.

GWM Tank 300 chega este mês – A chinesa GWM já definiu a data da apresentação do novo GWM Tank 300 no Brasil: 31 de março. Neste dia, o modelo será apresentado oficialmente aos jornalistas no interior de São Paulo e, em seguida, desembarca nos concessionários da marca. O jipe híbrido deve ficar na faixa dos R$ 380 mil. O modelo já chegou ao mercado do México, com sucesso, misturando desempenho off-road e luxo. O HEV (veículo elétrico híbrido) vem equipado com um motor 2.0 turbo combinado a um motor elétrico – que, juntos, produzem até 400cv de potência. Obviamente, vem com tração 4×4 com reduzida. O câmbio automático é de 9 marchas. Tem capacidade de atravessar terrenos alagados de até 70 cm de profundidade. Pode rebocar até 750 kg.Suas dimensões são de 4,76 metros de comprimento, 1,93 metro de largura e 1,90 metro de altura, com 2,75 metros de entre-eixos. O Tank 300 garantiu classificação máxima de segurança de cinco estrelas da ANCAP.
BYD lança carregador de 1000 kW – A empresa chinesa BYD acaba de apresentar aos consumidores globais a estação de recarga Megawatt Flash Charger, com potência de 1000 kW. Ele é compatível com veículos elétricos equipados com sistema de alta voltagem de 1000V, permitindo recarregar 400 km de autonomia em apenas 5 minutos. Esse é o tempo que o consumidor leva para encher o tanque de um carro a combustão. Claro que o alvo, nesse primeiro momento, é a China — na qual a empresa vai instalar quatro mil estações de recarga desse tipo.

Omoda & Jaecoo será lançada em 15 de abril – Os SUVs Omoda E5 elétrico (OE5) e Jaecoo 7 híbrido plug-in serão apresentados em 15 de abril, quando já estarão à disposição para a compra nas concessionárias da marca. Serão mais de 50 lojas personalizadas sob a bandeira da marca, localizadas em 17 estados. O primeiro tem um desenho futurista e é equipado com duas telas digitais de 10,25 polegadas, integrando todas as funções de controle de direção, clima e entretenimento. Já o segundo tem uma tela multimídia vertical de 14,8 polegadas, com reconhecimento facial e atualizações de forma remota, sem a necessidade de conexão física.


Chega o Dafra SYM Joyride 300 – A Dafra lançou oficialmente o SYM Joyride 300, sucessora do Citycom 300. O novo scooter já está nas lojas, com design renovado, mais tecnologia e preço sugerido de R$ 29.990. O SYM Citycom 300 chegou em 2010 e vendeu mais de 24 mil unidades. O SYM Joyride 300 vem para manter essa performance, pois oferece um bom pacote tecnológico – além de um visual atualizado, moderno e dinâmico. Destaque para a iluminação full LED – que, ao contrário do que muitos imaginam, não tem apenas funções estéticas, mas melhora bastante a visibilidade noturna e aumenta a segurança. O motor é um monocilíndrico de 278,3 cm³, com 26cv de potência e torque de 2,65 kgfm. E mais: o scooter tem bons diferenciais, freios ABS de duplo canal, controle de tração (TCS), sistema keyless, painel LCD colorido e para-brisa ajustável.
Suzuki traz a esportiva GSX-8R – A japonesa acaba de apresentar a GSX-8R e finalmente completa a linha 800, que já contava com a naked GSX-8S e também com a aventureira V-Strom 800 DE. A esportiva oferece um pacote completo de desempenho, tecnologia e design por um preço público sugerido de R$ 56.900 (sem o frete). A GSX-8R tem motor bicilíndrico paralelo de 776 cm³ que entrega 83cv de potência e 7,9kgfm de torque. O motor, com virabrequim de 270 graus, entrega potência linear e forte torque nas médias rotações. O câmbio de seis marchas conta com quickshifter bidirecional de série proporcionando uma experiência ainda mais empolgante.O sistema de freios conta com pinças radiais e dois discos de 310 mm na dianteira, e um disco de 240 mm na traseira, ambos com assistência ABS.

Eletromobilidade: infraestrutura ainda é desafio – A frota de veículos elétricos no Brasil tem registrado um crescimento expressivo nos últimos anos, impulsionado por incentivos fiscais, maior eficiência energética e preocupação com a sustentabilidade. No entanto, apesar do avanço na eletromobilidade, a infraestrutura de recarga ainda é um dos principais desafios para a consolidação do setor no país. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil fechou 2024 com o recorde de 177.358 veículos eletrificados leves emplacados de janeiro a dezembro — ou 89% acima dos 93.927 de 2023.
Já o número de carregadores não acompanha o mesmo ritmo de crescimento: em outubro de 2024 eram pouco mais de 10 mil, o que significa que há cerca de 1 carregador para cada 17 veículos rodando no país. “Investir em pesquisa e inovação é essencial para acelerar a expansão da infraestrutura de carregamento. Com investimentos estratégicos, é possível desenvolver tecnologias mais acessíveis e eficientes, como soluções de recarga integradas com fontes renováveis, que garantem a estrutura necessária e um futuro mais sustentável para a mobilidade urbana”, observa o CEO do L8 Group, Leandro Kuhn.
Kuhn ressalta que suprir a falta de carregadores é essencial para atender a demanda crescente de consumidores interessados em transporte eletrificado, além de ser um fator estratégico de planejamento para os próximos anos, quando os veículos híbridos e elétricos devem representar 50% das vendas do segmento até 2030, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Disponibilizar uma rede ampla e confiável de pontos de carregamento garante segurança aos consumidores na transição para essa tecnologia, evitando que os carros possam ficar sem bateria, especialmente em trajetos mais longos, ou enfrentar dificuldades para recarregar no dia a dia”, aponta.
Garagem solar – Apesar dos desafios, algumas iniciativas que aliam inovação e solução nas áreas de energia solar e cidades inteligentes têm buscado acelerar a expansão da infraestrutura de recarga, como a garagem solar desenvolvida pela L8 Energy. O projeto tem capacidade para carregamento de até dois veículos elétricos ao mesmo tempo e usa telhas solares na captação de energia. O CEO da L8 explica que os sistemas fotovoltaicos podem utilizar os módulos solares (conhecidos como paineis) ou as telhas solares, que são mais recentes no mercado e ainda pouco conhecidas. “Optamos pela telha solar neste projeto porque ela faz a vedação perfeita da garagem, evitando goteiras, e é mais eficiente. Gera até 5% mais energia do que o módulo. Além disso, a telha cobre a garagem ao mesmo tempo que capta os raios solares e tem um design moderno, que alia beleza ao projeto arquitetônico. Sua tecnologia permite o aproveitamento da luminosidade mesmo em áreas sombreadas sem afetar tanto a geração como acontece com os paineis tradicionais”, afirma Kuhn.

Lavagem convencional ou a seco? – Economia de água, praticidade, nível de sujeira e impacto ambiental. Tudo isso deve ser avaliado antes de optar entre a lavagem convencional ou a seco para o carro. Cada método possui vantagens e desvantagens, variando conforme a necessidade do motorista, o nível de sujeira e até mesmo a preocupação com o meio ambiente. Se convencional utiliza água para remover as sujeiras mais pesadas, a lavagem a seco é uma alternativa sustentável e prática. Veja a diferença entre elas:
Lavagem a seco – A economia de água, já que usa produtos especiais que dispensam enxágue e a possibilidade de ser feita em qualquer lugar, seja na garagem ou em um estacionamento, já são atrativos. Mas além disso, elas são mais sustentáveis e evitam riscos no carro: “Numa lavagem convencional, consome-se mais de 300 litros de água, mas com os produtos à seco, esse número é zero. Sem falar que ela é mais prática”, diz Marco Lisboa, CEO da KoalaCar, microfranquia de limpeza a seco de veículos. A única diferença que o especialista aponta é que ela pode ser um pouco mais demorada do que a convencional dependendo do nível de sujeira do automóvel.
Lavagem convencional – Ela remove sujeira pesada, sendo indicada para veículos com resíduos difíceis de remover, o uso de água pressurizada ajuda a soltar impurezas sem atrito excessivo. Em contrapartida, exige o consumo excessivo de água, necessidade de um local adequado com escoamento e pode riscar a pintura se não for feita corretamente. Entre as duas, a lavagem a seco acaba sendo mais vantajosa, pois se o foco for economia de água e praticidade, manutenção e brilho da pintura, ela acaba sendo a melhor opção. Mas se o carro estiver muito sujo ou coberto de lama, o mais indicado é a lavagem convencional. “Para quem tem o hábito de lavar o carro semanalmente ou de 15 em 15 dias, a lavagem a seco pode ser uma ótima alternativa para manter o automóvel sempre limpo e sem desperdício de recursos”, diz o CEO da KoalaCar.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico
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