O mundo e o desejo por carros elétricos
Uma pesquisa global da Accenture divulgada pelo Motor1 mostra que quase 60% dos motoristas planejam adquirir um carro elétrico (EV) nos próximos 10 anos. O estudo analisou as preferências de 6 mil motoristas em países como Estados Unidos, Alemanha, Itália, França, China e Japão. O levantamento constatou que apenas 10% disseram que nunca comprariam um carro elétrico. Nos Estados Unidos, o percentual de consumidores de olho nos elétricos é de 54%, indicando um crescimento semelhante ao observado em outros países.
A China lidera o interesse, com 65% dos entrevistados afirmando que acreditam no futuro dos carros elétricos e 44% dos que ainda não possuem um planejando adquirir nos próximos cinco anos. Na Europa, o cenário é mais diversificado. Bélgica e Holanda apresentaram crescimento nas vendas de EVs. Na Alemanha e na França o entusiasmo é mais contido, com apenas 37% e 36% dos motoristas, respectivamente, afirmando que consideram o futuro dominado por veículos elétricos.
A JAC e as baterias recuperadas – As empresas que fabricam e vendem carros elétricos já começam a pensar no pós-venda desses carros e comerciais leves e pesados, em especial do componente que reúne a maior parte das atenções, preocupações e desenvolvimentos em anos recentes: as baterias. A destinação final ou extensão da vida útil das baterias, além de maior autonomia e custos menores, estão entre os principais desafios dos fabricantes. Se o Brasil ainda não produz o componente para utilização em larga escala, já começa a se movimentar para que seja recuperado em alguma medida. O Grupo SHC, que representa aqui a chinesa JAC e negocia modelos elétricos importados, acaba de inaugurar, em São Paulo, um centro de recuperação que substitui apenas as células que perderam a eficiência ou apresentam outros defeitos. O serviço reduzirá sensivelmente o desembolso do cliente, já que elimina a necessidade da troca de todo o conjunto de bateria, que muitas vezes pode representar até mais da metade do preço do automóvel. “É um avanço que coloca a sustentabilidade no centro do setor”, prefere destacar Sérgio Habib, presidente do grupo e que afirma ter investido mais de US$ 1 milhão em equipamentos de diagnóstico para alta tensão e estrutura.
Capacitação – A empresa também deslocou equipe de engenheiros para a China, onde, durante um mês, os profissionais passaram por capacitação em técnicas e práticas de manutenção em alta voltagem. Com auxílio dos equipamentos, eles agora conseguem mapear as células individualmente e identificar qual ou quais podem ser reparadas ou mesmo substituídas. Para isso, um multímetro de alta precisão mede e indica os núcleos com baixa voltagem, que são retirados e substituídos por novos, se for o caso. Para a retirada do núcleo, a célula é aberta e posteriormente novamente selada com solda a laser. Ela receberá a mesma carga das demais células em perfeitas condições e será reconectada ao módulo. A empresa calcula que o processo demanda, em média, três dias por módulo. O centro de recuperação é também um passo importante para o estabelecimento de processo estruturado de reciclagem de baterias e que evitará o descarte de matérias-primas. “Em um ano, vamos evitar o descarte de mais de 15 mil kWh de baterias”, calcula Nicolas Habib, chefe de operação do grupo.
SUV X da Zeekr por R$ 230 mil – A marca chinesa de carros premium do Grupo Geely, o mesmo do Volvo, lançou o segundo modelo de seu portfólio aqui no Brasil. O SUV elétrico, que chega em duas versões, com preços de R$ 272 mil (Premium) e R$ 298 mil (Flagship) na pré-venda (segundo a empresa, os preços são promocionais). Ele divide a plataforma modular SEA com o E30, além da arquitetura elétrica de 800 volts, e traz motor (versão Premium) de 272cv de potência e 35kgfm de torque – e aceleração de 0 a 100 km/h em 5,6 segundos. A Flagship conta com dois motores, um em cada eixo, para render 428cv e 55kgfm – com 0 zero a 100 km/h em 3,8 segundos. Ambas as versões trazem com capacidade para 66 kWh e autonomia, segundo o Inmetro, de 332 km. A Zeek já tem por aqui a a perua 001, também elétrica, que custa de R$ 428 mil a R$ 475 mil.
Q6 e-tron por R$ 530 mil – A Audi do Brasil anunciou o lançamento oficial do inédito Audi Q6 e-tron, modelo 100% elétrico da marca das quatro argolas. O modelo estará disponível na rede de 42 concessionárias da marca em todo o país nas próximas semanas, com preço inicial de R$ 529.990, na modalidade venda direta durante a pré-venda. São duas versões disponíveis Q6 e-tron Performance quattro (R$ 529.990) e Q6 e-tron Performance Black quattro (569.990). O modelo adota a nova linguagem visual de design da marca. O Audi Q6 e-tron apresenta arquitetura de 800 volts, permitindo carregamento rápido de até 270 kW DC. Com uma autonomia de até 411km (segundo o Inmetro), o SUV é equipado com um conjunto de baterias de íon-lítio de 100 kWh, que, em combinação com o motor elétrico, entrega 387 cavalos de potência e um torque de 53,5kgfm. Essa motorização permite uma aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 5,9 segundos, com velocidade máxima limitada a 210 km/h.
Mustang, 50 vitórias – O ano de 2024 está sendo especial para o Ford Mustang. Além de comemorar o 60º aniversário, ele acaba de conquistar outro marco impressionante: 50 vitórias em corridas de diferentes categorias em três continentes, ampliando o seu legado no automobilismo mundial. O que diferencia a temporada de 2024 do Mustang não é apenas o volume de vitórias, mas a variedade de arenas que ele dominou: das icônicas séries NASCAR Cup e Xfinity à Fórmula Drift, NHRA, Supercars da Austrália e várias GT4. Nenhum outro carro no planeta ostenta um leque tão amplo de conquistas. Só em 2024, o Mustang percorreu mais de 12.500 km em diferentes tipos de pista: de sprints curtos e intensos nas provas de arrancada da NHRA a batalhas de resistência como Daytona.
Linha 2025 da Yamaha – A tradicional marca japonesa anunciou pequenas mudanças em dois de seus modelos, a R15 ABS (esportiva de entrada) e a Crosser ABS (aventureira compacta). A primeira ganha nova cor, com detalhes que refletem a luz de maneira especial. O motor de 155 cm³ tem o Sistema de Atuação de Válvula Variável (VVA) como chamariz: são 18,8 cv de potência e 1,5 kgfm de torque. O modelo tem embreagem deslizante, câmbio de seis marchas e ABS nas duas rodas.O painel é digital com indicador de marcha, consumo e Shift Light, ideal para quem busca eficiência e esportividade. O preço? R$ 21.790 (+ frete). A Yamaha Crosser ABS, de uso misto asfalto/terra, mantém o motor 150 cm³ BlueFlex, que entrega até 11,7 cv (com etanol) e 1,3 kgfm de torque. O modelo vem equipado com farol de LED, painel digital com indicador ECO e tomada 12V. Os preços sugeridos começam em R$ 21.290 (+ frete) na S e vão a R$ 21.490 na Z.
Caminhão só para elas – O Movimento A Voz Delas, ação social da Mercedes-Benz do Brasil criada em 2019 para promover maior participação das mulheres no transporte, acrescenta na trajetória mais uma conquista: um caminhão conceito que entrega mais conveniência e conforto para motoristas do sexo feminino que, com frequência, precisam enfrentar a precariedade da infraestrutura dos pontos de descanso ao longo das rodovias brasileiras. Para eliminar o desconforto, o Actros Estrela Delas recebe configuração especial de cabine com a inclusão de vaso sanitário, ducha higiênica, espelho, gaveta adicional, geladeira e televisão. A versão, disponível em toda linha Actros Evolution, é original de fábrica e sem precedentes no mundo. O pacote de itens foi determinado a partir de pesquisa feita pelo Movimento A Voz Delas.
Conceito VW híbrido – A Volkswagen Caminhões e Ônibus acaba de apresentar o conceito VW Meteor Hybrid, com sistema de tração inteligente e desenvolvido em parceria com a Suspensys para estudo de uma solução voltada ao transporte rodoviário sob medida para a infraestrutura brasileira. Dotado de um motor a diesel e um eixo auxiliar elétrico, esse protótipo vem com tecnologia embarcada para gerenciar o uso de cada trem de força de forma automática, de acordo com a rota e a disponibilidade de bateria, antecipando até mesmo topografias à frente na estrada. O conjunto proporciona mais capacidade de tração já que o terceiro eixo se torna trativo, transformando o modelo em um 6×4 sempre que necessário. Isso se traduz em mais torque para aclives ou força para a partida, quando o veículo-conceito traciona um reboque carregado. Estudos preliminares indicam que essa configuração pode reduzir o tempo de viagem graças à potência adicional. Em subidas de serra, por exemplo, o modelo ganha até 20% de velocidade graças a seu adicional de 35% de força trativa nas rodas.
Venda financiada de veículos – O comércio financiado de veículos em outubro somou 670 mil unidades, entre novos e usados, de acordo com dados da B3. O número, que inclui autos leves, motos e pesados em todo o país, representa um crescimento de 25,5% na comparação com o mesmo período de 2023 e de 11,6% em relação a setembro deste ano. No segmento de autos leves, a alta foi de 26,4% ante outubro de 2023 e de 11% comparado a setembro. Já o financiamento de veículos pesados cresceu 6,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior e 9,5% em relação a setembro. Por fim, o número de financiamentos de motos no mês foi 27,1% maior do que em outubro de 2023 e 13,7% maior do que em setembro. No acumulado do ano, as vendas financiadas de veículos somaram 5,9 milhões de unidades. O número representa alta de 22,9% em relação ao mesmo período de 2023, o que equivale a cerca de 1,1 milhão de unidades a mais. Essa é a melhor marca para o acumulado desde 2011, quando foram financiadas 6,3 milhões de unidades.
Os caminhoneiros e os pneus certos – No competitivo mundo do transporte rodoviário, cada decisão conta. A escolha correta dos pneus e uma manutenção adequada dos veículos são a chave para o seu sucesso financeiro – e para a segurança nas estradas. Os pneus representam o segundo maior gasto no transporte rodoviário, logo após o combustível. Por isso, a Dunlop Pneus fez uma cartilha com orientações valiosas para que os caminhoneiros possam maximizar o desempenho destes produtos, prolongar sua durabilidade e otimizar resultados ao longo do tempo.
Tipo de carga e rota – A escolha do pneu ideal é o primeiro passo para garantir a máxima eficiência no trabalho O tipo de caminhão e sua aplicação específica (longas distâncias, distribuição urbana, construção, etc.) determinam o tipo de pneu mais adequado. As dimensões do pneu (largura, perfil e diâmetro do aro) e especificações como a capacidade de carga (índice de carga) e o símbolo de velocidade devem ser compatíveis com as recomendações do fabricante do veículo para garantir a segurança e o desempenho. Ao selecionar o pneu, é importante considerar também o tipo de estrada e o peso transportado. Para caminhoneiros que transitam por estradas de terra, por exemplo, a escolha de pneus com uma estrutura mais robusta é fundamental, enquanto, para rotas longas em rodovias, é recomendado um pneu que priorize o conforto e a eficiência no consumo de combustível. Pneus inadequados geram desgaste acelerado, reduzem a performance e aumentam os custos de manutenção.
Manutenção preventiva: isso não é um custo, é um investimento com retorno garantido.
• Calibragem Precisa: A pressão correta não só prolonga a vida útil do pneu, mas também otimiza o consumo de combustível.
• Alinhamento e Balanceamento: Realize a cada 10.000 km para evitar desgaste prematuro e garantir uma direção suave e econômica.
• Inspeções Regulares: Identifique pequenos problemas antes que se tornem grandes despesas.
Rodízio de pneus: desgaste uniforme – Para garantir o máximo de vida útil dos pneus, realizar o rodízio entre os eixos do caminhão é fundamental. Esse processo ajuda a garantir que o desgaste ocorra de maneira uniforme, o que evita a troca prematura de pneus. Para os caminhoneiros que percorrem longas distâncias com cargas pesadas, essa prática pode representar uma economia significativa no longo prazo.
Reforma e recapagem: mais economia para o caminhoneiro autônomo – Uma estratégia econômica é a reforma e recapagem dos pneus, que permite que os caminhoneiros reutilizem os pneus de maneira segura. A Dunlop recomenda que a recapagem seja feita antes que os pneus atinjam o limite do TWI (indicador de atingimento de desgaste máximo), garantindo a integridade da carcaça e oferecendo o mesmo desempenho em termos de quilometragem.
A recapagem não é apenas uma opção econômica, é uma decisão inteligente que combina desempenho com responsabilidade ambiental, já que a carcaça pode ser reutilizada com o uso de novas bandas de rodagem.
Descarte correto: responsabilidade com o meio ambiente – No final da vida útil dos pneus, o descarte correto é fundamental para evitar danos ao meio ambiente. O descarte correto não apenas evita multas ambientais, mas também contribui para um futuro mais sustentável. “A escolha correta dos pneus e a manutenção preventiva são fatores determinantes para a eficiência e segurança dos caminhoneiros. Com uma boa gestão, é possível reduzir significativamente os custos operacionais e prolongar a vida útil dos pneus, garantindo um desempenho otimizado nas estradas”, comenta Rodrigo Alonso, diretor de Vendas e Marketing da Dunlop Pneus.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, é especialista em jornalismo automobilístico
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