CNH: psicotécnico em cada renovação?
A Câmara dos Deputados começou a analisar um projeto de lei, o nº 4111/23, que obriga a realização de exames psicológicos para motoristas em cada renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Hoje, essa obrigatoriedade é exigida apenas na primeira obtenção. Nas renovações, é necessário apenas um exame médico e o pagamento de taxas. Até agora, só motoristas profissionais – como os de ônibus e carretas – são submetidos ao exame psicotécnico mais de uma vez. Mas essa exigência é necessária mesmo? O autor do PL, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), acredita que sim. “Aumenta a segurança nas estradas”, diz ele. Afinal, defende, a condição psicológica dos condutores pode variar consideravelmente ao longo dos anos, o que justifica avaliações regulares. Já o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), relator do projeto, recomenda a aprovação com base na segurança pública. “É notória a elevação no número de brigas e acidentes de trânsito ligados ao estado psicológico dos motoristas”, diz ele.
Amarok renovada – A Volkswagen trouxe, enfim, a Amarok reestilizada ao Brasil – mantendo a opção única do motor V6 turbodiesel, em três versões, e preços que variam entre R$ 310 mil e R$ 351 mil. De novidade visual, destaque para a dianteira. Agora os faróis são fullLEDs – e com um filete de LED interligando-os pela grade. Por sinal, todas as peças da dianteira são novas, como capô e para-lamas. As rodas ganharam novo desenho. A traseira ganhou lanternas com acabamento escurecido. Finalmente, por dentro, novos materiais e combinações. A central multimídia com tela de 9″ já é usada na Saveiro, linha 2025, com espelhamentos Apple CarPlay e Android Auto sem fios. Há um bom pacote de assistentes de condução – com aviso de saída de faixa, de colisão frontal, alerta de pedestres, monitoramento de tráfego e indicador de limite máximo de velocidade. Reforçando: são só alertas, sem intervenção em caso de emergência. Ainda em relação à segurança, 6 airbags.
Leia maisHyundai Palisade – A marca coreana Hyundai começa agora em setembro a vender no Brasil o SUV de grande porte Palisade, na versão Signature. Ele tem 4.995 mm de comprimento, 1.975 mm de largura e 1.750 mm de altura – e altura em relação ao solo de 203 mm, com 2.900 mm de entre-eixos. A configuração de bancos permite levar oito ocupantes: 2 na frente, 3 na fileira central e 3 na última fileira. O motor é 3.8 V6 a gasolina, capaz de produzir 295 cv e 36kgfm de torque – e transmissão automática de 8 marchas com tração integral. As duas versões fazem 7,3 km/litro na cidade e 9,9 km/litro na estrada, segundo o Inmetro. Ele custará R$ 450 mil na pré-venda, com garantia de 5 anos sem limite de quilometragem.
Hyundai Ioniq 5 – E por falar em Hyundai, o Ioniq 5 será o próximo lançamento da marca coreana no Brasil. Airton Cousseau, presidente e CEO da Hyundai Motor Brasil, disse que ampliar a oferta para todos os estilos de clientes era uma prioridade. “Nas concessionárias da Hyundai, os clientes encontrarão modelos que conquistaram o mercado nacional, como o HB20 e o Creta, lado a lado com o Palisade, e, em breve, o Ioniq 5, nosso SUV 100% elétrico”, disse ele. O Ioniq 5 é baseado na plataforma dedicada E-GMP, o modelo pode contar com sistema elétrico de 800 volts e função de carregamento externo.
Chega a nova Ducato – A Fiat revelou na semana passada a linha 2025 da Ducato, alterando principalmente o catálogo de configurações – com a opção da versão para passageiros Luxo (R$ 329 mil.), que se soma às Comfort de 19 lugares e Executivo de 17 lugares. Ela tem 16 lugares e a primeira fileira de bancos traseiros vem com três assentos, não quatro como na que lhe deu origem. A linha começa na Cargo (R$ 250 mil), vai para a MaxiCargo (R$ 256 mil), Multi (R$ 270 mil), Comfort (R$ 320 mil) e Executivo (R$ 330 mil). A motorização não muda: o motor 2.2 turbodiesel entrega 140 cv de potência, com 34,7 kgfm de torque. Novidade: o propulsor ganhou um sistema start-stop. O câmbio é manual de 6 marchas. O consumo oficial médio é de 10 km/l (9,5 km/l nas Minibus) em uso urbano e de 9,9 km/l na estrada (9,8 km/l e 9,3 km/l nas Minibus Comfort e Executivo, respectivamente). A Fiat garante que é até 13% mais eficiente que o anterior.
Preços e versões da BMW R 12 no Brasil – A motocicleta BMW R 12 está oficialmente lançada no Brasil. Ela chega equipada com um motor boxer de 1.170 cilindradas, que entrega 95 cv de potência e 110 Nm de torque. O câmbio é de seis marchas. O tanque de combustível tem 14 litros de capacidade, sendo 3,5 litros de reserva. A nova BMW R 12 tem 2,20 m de comprimento, 0,83 m de largura, 1,1 m de altura e 1,52 m de entre-eixos. O banco do piloto tem altura de 0,75 m e o modelo pesa 227 kg em ordem de marcha. O visual aposta nas linhas de uma motocicleta clássica, mas com pilotagem confortável e em posição relaxada, graças ao banco baixo e o guidão largo. O design é limpo e as linhas harmônicas, com uma pegada retrô-moderna. O escapamento com saída dupla e traseira curta dão o tom de esportividade típico das motos da BMW Motorrad. As rodas são de 19 polegadas na dianteira e 16 polegadas na traseira. Três versões estão disponíveis no Brasil: R 12, R 12 Cruiser e R 12 Option 719. Preços de lançamento: R$ 89.900; R$94.900; e R$105.900, respectivamente.
Usados batem recorde – O mês passado foi o melhor do ano para a venda de carros usados. As concessionárias brasileiras obtiveram o maior retorno sobre o investimento do ano, atingindo a média de 84%, bem acima dos 78% obtidos em julho. Nos meses anteriores, o indicador ficou ao redor de 70%. Na liderança da rentabilidade, destaca-se a marca Peugeot, com 121%, seguida pela Hyundai 119% e Honda 117%. Ainda se destacam a Caoa Cherry (116%) e Citroën (103%). Os dados são do Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU), “O mês foi marcado pela boa rentabilidade e velocidade no giro de estoque. O crescimento do número de avaliações e captações foi da ordem de 10% sobre o mês anterior. O percentual é recorde dos últimos 12 meses”, afirma Fábio Braga, Country Manager da MegaDealer, ao lembrar que os dados de julho reforçam o fenômeno de crescimento do mercado já percebido nos meses anteriores, principalmente em junho. O período foi marcado pelo aumento da velocidade do giro de estoque, que caiu para a média de 34 dias, o menor do ano. Já a margem bruta média subiu para 11% ante 10,8% do mês anterior e o tíquete médio de venda alcançou R$ 81.168. Dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) destacam que, em julho, foram comercializados 1,08 milhão de carros e comerciais leves usados, alta de 20% sobre julho de 2023 e de 13% sobre junho de 2024.
Vendas na primeira quinzena de agosto – E como foram os primeiros quinze dias de emplacamentos no Brasil em agosto. Os dados registrados mostravam uma liderança confortável da picape Fiat Strada , com 7.597 unidades, abrindo mais de 1,6 mil unidades de vantagem sobre o VW Polo, com 5.980. O Hyundai HB20 (3.874) e o Chevrolet Onix (4.945) completam o pódio. Entre os SUVs, o Chevrolet Tracker (3.137) completa o top 5 com vantagem pequena sobre um Kicks (2.891).
Versa, o mais rentável de julho – No mês passado, o Nissan Versa foi o campeão no quesito maior ROI (retorno sobre o investimento). O modelo, que no mês anterior não aparecia no ranking dos 10 mais rentáveis, permaneceu no estoque, em média, por apenas 27 dias, seu preço médio foi de R$ 77,633 mil e a margem de 10,9%. Já o Toyota Yaris Sedan saiu da décima para a segunda colocação, com giro médio de 31 dias e margem de 12,3% para um preço médio de R$ 87 mil. Na terceira posição está o Toyota Yaris Hatch, antes líder de rentabilidade. O preço médio ficou em R$ 86 mil, margem de 11,1% e giro de 28 dias. O Fiat Cronos, que em junho figurou na primeira posição, não ficou entre os Top 10 do mês de julho. Os dados são do Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU),
O fenômeno das autopeças chinesas – O site AutoIndústria fez um levantamento curioso sobre como anda a “invasão chinesa” nesse segmento específico de autopeças – usado, claro, para abastecimento do mercado de reposição. A Neta, lembra a AutoIndústria, só começa a venda de carros 100% elétricos vindos da China aqui em setembro, mas já anunciou que tem um Centro de Distribuição de Peças em São Bernardo do Campo, SP, com 75 mil itens já estocados. A BYD, por sua vez, já tem um centro de distribuição em Cariacica, no Espírito Santo – com capacidade para mais de 370 mil peças – e ainda em fase de expansão. O fato é: as compras na China atingiram US$ 357,5 milhões, com alta de 49% sobre os US$ 240,2 milhões importados de lá no mesmo mês de 2023. No acumulado dos sete primeiros meses, a expansão está em 20,4%, de US$ 1,72 bilhão para US$ 2,07 bilhões. Até maio, o crescimento era de 15%. A participação da China nas compras internacionais de autopeças chegou a 19% em julho e está em 17,6% em 2024. Há um ano o índice era de 15%.
O Nordeste e o roubo de cargas – No primeiro semestre de 2024, o Sudeste foi a região com o maior índice de roubo de cargas, representando 80,6% do total de prejuízos. Em 2023, a região também registrou o maior número de sinistros da modalidade, abrangendo 82,8% das ocorrências anuais. O Nordeste ficou em segundo lugar, com 15,8% de prejuízo – um aumento de 10% se comparado ao primeiro semestre de 2023. É o que aponta o estudo Análise de Roubo de Cargas, da nstech, empresa de software para cadeia de suprimentos. Os dados, obtidos pelas três gerenciadoras de risco do grupo – BRK, Buonny e Opentech – indicam que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais somam, juntos, 81,4% dos prejuízos. O ponto de atenção vai para o Maranhão, que saltou de 0,4% em 2023 para 7,5% em 2024, ocupando assim a quarta posição do ranking. As quintas-feiras (18,1%), as segundas-feiras (17,3%) e as sextas-feiras (16,8%) foram os dias de maior sinistralidade. As madrugadas e as noites foram os períodos mais críticos, representando 58,9% dos prejuízos. As madrugadas concentraram 31,1% dos sinistros, apresentando aumento em relação ao mesmo período de 2023 (20%), enquanto as noites totalizam mais de um quarto dos prejuízos (27,8%), com aumento de 4,7% em comparação ao último ano.
Betim na era Stellantis – A fábrica de Betim (MG) bateu em julho seu recorde ao registrar mais de 43 mil veículos produzidos desde que sua controladora, a Stellantis, foi fundada, em 2021. A picape Strada foi a líder, com 15,7 mil unidades produzidas. A unidade também é responsável pela produção de outros modelos da marca, como o Argo, Mobi, Pulse e Fastback – além dos comerciais leves Fiorino e Peugeot Partner Rapid. A fábrica tem 48 anos.
Transmissão automática: dicas para manutenção preventiva – O câmbio automático caiu na graça dos brasileiros. Alguns dos modelos que já saem com esse câmbio de fábrica têm batido recordes de venda no país. Por isso, esse sistema tem despertado a curiosidade de todo mundo – e a Nakata produziu uma pequena cartilha sobre ele. Por exemplo: suas principais características e até se é possível modificar um câmbio manual para um automático. E, claro, sobre as necessidades de manutenção e cuidados básicos por parte dos proprietários. Mas, em primeiro lugar, é importante relembrar o papel principal de um sistema de transmissão: fazer com que a força do motor seja levada até as rodas do carro. É com essa pressão (torque) que as rodas finalmente giram e o veículo se movimenta. Quando o carro tem transmissão automática, e o condutor não precisa fazer a troca de marchas de maneira manual, o próprio veículo “nota” que é preciso fazer isso. Por isso, não precisa ter uma embreagem. A transmissão automática só é possível pela utilização das chamadas engrenagens planetárias. Esses componentes se encaixam ao redor de outras engrenagens, como se estivessem em órbita em volta delas. Para evitar confusões entre os conceitos, vale lembrar que também existe uma transmissão conhecida como automatizada, uma mistura entre o modelo automático e o manual. Nesse modelo, o sistema é muito semelhante à transmissão automática em termos de condução. Contudo, o câmbio manual está presente pela própria caixa de câmbio. A diferença em relação aos modelos puramente manuais é que no sistema automatizado há alguns atuadores hidráulicos que proporcionam o acesso à embreagem.
Remoção e instalação – Uma questão que gera muita discussão entre mecânicos e amantes de carros é a seguinte: é possível instalar o câmbio automático em veículos com transmissão manual? A resposta é: geralmente sim, mas há alguns fatores que devem ser levados em conta. Contudo, esse processo não é barato e requer um nível de conhecimento técnico elevadíssimo. A quantidade de componentes que precisa ser substituída vai levar o custo da operação a um nível que o torna inviável. É melhor vender o modelo com câmbio mecânico e comprar outro modelo que já saiu de fábrica com o equipamento.
Reparo de transmissão automática – De modo geral, a manutenção em carros com transmissão automática é rara. Isso não significa, claro, que alguns problemas mais avançados não possam surgir. Os mecânicos precisam ter atenção a relatos de vazamentos por parte dos clientes. Eles são ocasionados principalmente por uma lubrificação deficiente. Utilizar um câmbio que não esteja adequadamente lubrificado gera sérios problemas, como o desgaste de engrenagens. Ele afeta borrachas de vedação e retentores. Outro problema que pode ser relatado é a sensação de que o veículo está “patinando”, como se estivesse deslizando por um terreno cheio de lama — mesmo que a via esteja em condições normais. Nesse caso, o câmbio não transmite o torque necessário para as rodas. Por fim, outro detalhe que deve estar no radar do mecânico é a presença de ruídos. Esses barulhos sinalizam que uma peça está encostando em outra, mas sem a lubrificação necessária para que isso ocorra. Em casos mais graves, um componente interno se rompeu e está solto, se chocando com outros. Por isso, vale a pena checar essa possibilidade.
Cuidados e orientações – Por todas as vantagens citadas até aqui, é natural que os clientes estejam cada vez mais interessados em utilizar veículos com transmissão automática. Os próprios dados do mercado brasileiro apontam isso: mais de 60% dos veículos comercializados no país são equipados com o câmbio automático. Um detalhe é que esse dado também se estende aos seminovos, não apenas aos veículos novos. Contudo, mesmo com toda essa preferência, é importante conscientizar os clientes em relação ao fato de que um carro com câmbio automático não está totalmente imune a problemas.
Alguns hábitos que causam desgaste e que todo condutor deve evitar são os seguintes:
⇨ engatar a ré com o carro já em movimento:
⇨ utilizar a posição Park (P) com o carro já em movimento;
⇨ posicionar o câmbio na posição neutra (N) com o carro ainda em movimento;
⇨ deixar a mão no câmbio por um longo período.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico
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