O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou, hoje, acórdão que fixa a competência exclusiva da Corte para autorizar operações de busca e apreensão nas dependências do Congresso Nacional e em imóveis funcionais de parlamentares. O entendimento foi firmado em outubro, mas o acórdão formalizando a decisão só foi publicado nesta sexta.
A decisão do STF de outubro atendeu a uma demanda da Mesa Diretora do Senado, que defende a restrição de decisões judiciais sobre ações nas dependências do Congresso. Com o entendimento do STF, fica estabelecido que juízes de outras instâncias não têm competência para determinar medidas de investigação nas instalações do Legislativo. Ações como essa já aconteceram anteriormente. As informações são do blog da Camila Bomfim.
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Como é só a formalização de uma decisão já tomada há dois meses, o ato de hoje foi lido como um gesto do STF para mostrar ao Congresso que, quando a cúpula do Legislativo pediu essa espécie de “proteção jurídica”, foi atendida pelo STF.
Uma forma de mostrar que a decisão do ministro Gilmar Medes de restringir pedidos de impeachment contra ministros da Corte também tem fundamentação e que proteção aos poderes é necessária, não sendo uma somente uma tentativa de blindagem.
Apesar dos sinais do STF, que quer amenizar o clima com o Congresso, entre os parlamentares o ambiente não é favorável. Senadores entenderam que a decisão monocrática de Gilmar atravessou as competências do Congresso e é uma tentativa da Corte de legislar.
Por isso, os senadores já têm um texto pronto sobre a Lei do Impeachment para que fique no Senado a palavra final sobre o tema. Em entrevista, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator do projeto, disse que a discussão não pode ser apressada, mas, se for necessário, tudo está pronto para votar assim que a cúpula do Senado quiser.
“Remédio legislativo não pode ser em função da dor de barriga da hora. Se o presidente do Senado pedir que eu protocole o relatório hoje, eu protocolo. Esse projeto de lei tá sendo discutido há muito tempo e não foi apresentado por causa de liminar [do ministro Gilmar Mendes]. Assim que eu apresentar e o Congresso votar, resolve problema”, disse Weverton.
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