Pela quarta vez seguida, a coligação Recife Levado a Sério, do candidato a prefeito pelo PSD, Daniel Coelho, leva um revés da Justiça Eleitoral. Nesta segunda (2), em análise de mandado de segurança impetrado pela coligação de Daniel, a sentença foi para manter a suspensão da veiculação de propaganda eleitoral no rádio com informações inverídicas e descontextualizadas sobre a situação habitacional no Recife.
A decisão, proferida no processo 0600753-85.2024.6.17.0000 – do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), foi uma resposta a uma tentativa de contestação apresentada pelo pessedista, que já soma consecutivas derrotas ao ser proibido de disseminar essas informações no guia eleitoral após representação feita pela Frente Popular do Recife.
Leia maisA campanha de Daniel Coelho veiculou no guia eleitoral na TV e no rádio uma narrativa distorcida que sugeria uma relação direta entre o déficit habitacional de Recife e o número de pessoas em situação de rua. O conteúdo da propaganda, considerado fake news, levou à interpretação de que todo o déficit habitacional da cidade representa pessoas em situação de rua, criando uma falsa impressão de desamparo generalizado. Na realidade, dados oficiais indicam que o número de pessoas em situação de rua em Recife é 100 vezes menor que o déficit habitacional indicado por Daniel Coelho, que, além de estar desatualizado, foi superdimensionado, distorcendo a realidade, conforme demonstram os dados oficiais.
A Justiça Eleitoral concluiu que a propaganda de Daniel Coelho não apenas distorcia os fatos, mas também criava uma conexão direta entre informações equivocadas e a atual gestão municipal com o objetivo de incutir uma imagem negativa na mente dos eleitores. Em sua decisão, o juiz destacou que “a propaganda eleitoral deve se basear em fatos verdadeiros e comprovados, sem recorrer a manipulações que possam prejudicar o processo democrático.”
Desde então, a coligação de Daniel vem colecionando derrotas na Justiça. Foram quatro decisões contrárias sobre a veiculação da já referida propaganda na TV e no rádio. Quanto ao direito de resposta solicitado pela coligação Frente Popular do Recife, a deliberação foi deixar o julgamento para a fase final da ação.
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