O clima nos bastidores do São João de Arcoverde 2025 esquentou e não apenas pela animação dos festejos juninos. Profissionais da comunicação e de acessibilidade têm manifestado publicamente sua insatisfação com a postura da organização do evento, especialmente com as limitações impostas à atuação da imprensa local e com o descaso enfrentado por intérpretes de Libras que haviam sido previamente credenciados.
Durante uma entrada ao vivo na noite do domingo (15), a diretora de jornalismo da Rádio Itapuama FM, Zalxijoane Ferreira, fez um desabafo contundente sobre as dificuldades enfrentadas pelos veículos locais para cobrir o evento. “Estamos aqui à trabalho, mas a imprensa como um todo está sendo desrespeitada, a palavra é essa”, afirmou. As informações são do portal A Folha das Cidades.
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Segundo Zalxijoane, além de ficarem em segundo plano em relação a emissoras, como TV Asa Branca e TV Jornal, os jornalistas locais perderam o acesso ao chamado “espaço de convivência”, que inicialmente era compartilhado com toda a imprensa. No segundo dia de festa, a decoração havia sido retirada, e o local transformado em uma pequena sala de 4×4 metros, onde os profissionais deveriam esperar coletivas de imprensa com os artistas, sem qualquer estrutura adequada.
Ainda segundo a jornalista, o acesso ao palco para captação de imagens passou a ser rigidamente controlado, exigindo acompanhamento da equipe da Secretaria de Comunicação. “Diante disso, e com a experiência de mais de 20 anos cobrindo eventos em Caruaru, Recife, Campina Grande e até em cidades com menos de 10 mil habitantes, nunca vi nada parecido. Me senti na obrigação de ser voz de todos os comunicadores que só querem trabalhar. A reclamação é de todas e todos,” declarou em nome das equipes de imprensa que estão empenhadas, tentando fazer a cobertura do São João de Arcoverde.
Além da imprensa, outro grupo que protestou contra a condução do evento foi o dos tradutores e intérpretes de Libras de Arcoverde. Em nota de repúdio publicada nas redes sociais, o grupo afirma que realizou todas as etapas do processo de credenciamento e enviou a proposta solicitada pela própria Prefeitura. No entanto, foram surpreendidos ao ver outras pessoas exercendo a função para a qual haviam se candidatado, sem qualquer resposta ou satisfação por parte da gestão.
“Ligamos, enviamos e-mails, falamos com pessoas conhecidas, e até agora não tivemos retorno. Isso só mostra a falta de comprometimento, transparência e respeito conosco, profissionais, que estudamos, nos dedicamos e estamos cada vez mais empenhados por uma melhor inclusão”, afirma a nota que pode ser lida na integra abaixo.
A organização do evento ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias, que envolvem falta de diálogo, centralização das decisões e desrespeito pelos profissionais locais.
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