Nem mesmo um estabelecimento público que promete total segurança foi capaz de impedir uma violência tão cruel. Uma criança de 2 anos foi vítima de estupro em uma casa abrigo localizada no Grande Recife, na última quarta-feira (26). O caso, tratado com sigilo, está sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco.
A informação foi confirmada à coluna Segurança, do Jornal do Commercio, pela Secretaria Estadual da Mulher, que é responsável pelas casas abrigo.
Leia mais“A Secretaria da Mulher informa que, ao receber denúncia sobre suspeita de abuso a uma criança de 2 anos, dentro de uma casa de acolhimento onde sua mãe estava abrigada, tomou imediatamente todas as medidas cabíveis”, disse a assessoria da pasta, por meio de nota oficial.
O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia do Cabo de Santo Agostinho.
“A Polícia Civil instaurou inquérito, que tramita em segredo de Justiça. Mãe e criança estão em um novo local com assistência jurídica feita pela equipe da Secretaria da Mulher, completou o texto.
As assessorias da Polícia Civil e da Secretaria de Defesa Social (SDS) também foram procuradas, mas não se pronunciaram sobre o caso.
Por meio de suas redes sociais, a deputada estadual Delegada Gleide Ângelo comentou sobre o crime, que classificou como inadmissível. “Isso demonstra o que já venho dizendo sobre o amadorismo e incompetência como a política de mulheres vem sendo conduzida em Pernambuco. Onde as mulheres vão buscar proteção? Pede medida protetiva, é assassinada. É abrigada na Casa Abrigo e seu filho é estuprado”, explanou.
O que é casa abrigo?
Casa abrigo é um local – mantido pelo governo do Estado – para onde mulheres vítimas ou ameaçadas de violência doméstica são encaminhadas para que possam viver durante determinado período, enquanto reúnem condições para retomar a rotina com segurança.
Em geral, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o tempo de acolhimento nas casas abrigo é de até 90 dias. Mas o prazo pode ser ampliado.
Servidores que trabalham com escutas de mulheres em delegacias, defensorias, Ministério Público ou unidades da Justiça podem indicar a mulher vítima de violência para as casas abrigo.
A triagem também pode ser feita por especialistas dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e dos Centros de Referência de Assistência em Saúde (Cras).
Em Pernambuco há quatro casas abrigo: duas localizadas no Grande Recife e outras duas no Sertão.
Queixas de estupro de crianças crescem em Pernambuco
De acordo com estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), 410 queixas de estupro contra crianças de até 11 anos foram somadas pela polícia no primeiro semestre de 2023. Desse total, 216 casos foram registrados no Recife, ou seja, mais da metade.
Além disso, houve aumento de 5,1% no número de denúncias de estupro em Pernambuco, se comparado com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 390 casos.
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