Por Fernando Castilho – para o Jornal do Commercio
O Governo do Estado do Ceará e a Federação das Indústrias (Fiec) estimam que a implantação de empreendimentos de produção de hidrogênio verde deve atrair investimentos de R$168,9 bilhões até 2031. O valor representa 86,67% do PIB do estado, em 2023, (R$194.8 bilhões), o que pode elevar o estado à segunda posição na economia do Nordeste.
Segundo um estudo da consultoria americana IXL Center que inclui a participação de especialistas da Universidade de Harvard e do MIT, a previsão é que US$30 bilhões sejam investidos em plantas de produção de H2V, gerando até 30 mil empregos diretos e 12 mil empregos indiretos, quando atingir velocidade.
Leia maisO estudo trabalhou com a base de 36 Memorandos de Entendimento (MoU), uma sinalização de interesse, assinados com empresas que buscam produzir e também exportar hidrogênio verde no Complexo do Pecém.
Terra do H2V
A aprovação pelo Senado do texto-base do projeto de lei que estabelece o marco regulatório para a produção do hidrogênio de baixa emissão de carbono e determina incentivos fiscais e financeiros para o setor aumentou o otimismo de empresas como a Fortescue que tem pré-contrato assinado para instalar uma planta de US$ 5 bilhões no Complexo do Pecém, no Ceará.
O projeto estabelece a política nacional para o hidrogênio de baixa emissão de carbono, incluindo o Programa Nacional do Hidrogênio, o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), o Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio e o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro).
Parceiras globais
A articulação para tornar o Ceará na maior base de produção de HV2 do Brasil começou ainda como o então governador Camilo Santana que celebrou vários protocolos, entre eles um com o consórcio Transhydrogen Alliance, formado pelas empresas Proton Ventures, Trammo, Global Energy Storage e VARO.
Também recebeu representantes da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha e diretores da empresa francesa do setor de energias Voltalia e até enviou missão formada por empresários cearenses a Madri, na Espanha, para conhecer a primeira usina de Hidrogênio Verde do mundo.
Energia Solar
Relatório Global Market Outlook For Solar Power 2024 – 2028”, feito pela SolarPower Europe, coloca o Brasil como o terceiro maior mercado mundial de energia solar no último ano, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Segundo a Absolar, em 2023, tivemos um total de 15,4 gigawatts (GW) de potência, representando cerca de 4% de todo o mercado mundial no período.
Leia menos