Lira não quis bater na poderosa
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), bateu na porta errada ao apontar sua metralhadora contra o ministro da Articulação, Alexandre Padilha, a quem classificou de “incompetente”. Padilha é um bobo da corte. Na verdade, quem manda e desmanda no Governo é a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.
Em entrevista, ontem, à BBC, a poderosa disse que o papel dela no governo é de articuladora e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá “total autonomia” para que ela possa exercer o que quiser. “A esposa que organiza chás de caridade e visita instituições filantrópicas, esse não é o meu perfil”, afirmou.
Leia maisSobre a atuação das esposas de chefes do Executivo na América Latina, publicada sábado passado, Janja contou que “desde a campanha, queria remodelar este papel de primeira-dama”. Para ela, é a oportunidade de “quebrar a caixa” na qual as primeiras-damas são forçadas a ficar. É sobre não ter uma caixa. Nós podemos fazer o que quisermos”, afirmou.
“O meu é o papel de articulador, de quem fala sobre políticas públicas. Podemos estar em espaços diferentes e conversar com públicos diferentes quando necessário”, acrescentou. Desde o início do governo, a primeira-dama tem feito agendas sem o presidente, segundo ela, pela autonomia que recebe de Lula.
“Essa linha de hierarquia não existe entre mim e meu marido”, afirmou Janja. De acordo com a primeira-dama, os dois podem “estar em espaços diferentes e conversar com públicos diferentes quando necessário”.
Poder sem limites – Em setembro de 2023, a primeira-dama representou a Presidência no Rio Grande do Sul, quando o Estado foi atingido por ciclones extratropicais. De acordo com a Defesa Civil gaúcha, 5.177 pessoas ficaram desabrigadas até o dia 24 daquele mês. O presidente cumpria agenda no exterior e, depois, se afastou de suas funções para realizar uma cirurgia no quadril. Já em abril deste ano, Janja fez uma visita ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para debater os projetos do Fundo Amazônia enquanto Lula estava em Niterói (RJ).
Impacto nas contas da União – Enquanto os prefeitos de Pernambuco malhavam, ontem, o aumento da alíquota do INSS de 8% para 20%, durante o congresso da Amupe, no Centro de Convenções, em Brasília, o Governo fazia as contas. Segundo o repórter Houldine Nascimento, do site Poder360, a redução proposta na contribuição previdenciária dos municípios resultará em impacto fiscal de R$ 33,73 bilhões até 2026, de acordo com dados da Receita Federal. Os valores foram disponibilizados via Lei de Acesso à Informação.
Aprovou e recuou – O valor para 2024, segundo o repórter, é próximo do cálculo da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), de até R$ 11 bilhões. O benefício contempla municípios de até 156,2 mil habitantes. Ao todo, 5.104 cidades brasileiras estão nessa condição, o que equivale a 91,6% do total de municípios no país. Foi dessa forma que o Congresso aprovou a desoneração para os municípios em outubro de 2023. Só que recuou em seguida, pressionado pela equipe econômica.
Garanhuns faz a diferença – Diferente da governadora Raquel Lyra, que trata os professores a pão e água, o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), anunciou um reajuste de 8% para a categoria da rede municipal de ensino, valor acima do instituído pelo Governo Federal em 2024, que é de 3,62%. O aumento será linear. Neste mês, será aplicado o percentual de 3,62%, retroativo aos meses de janeiro, fevereiro e março, dividido em três parcelas, pagas a partir do pagamento do mês de maio. Já em maio serão aplicados mais 4,38%, chegando aos 8%. O projeto só depende agora da aprovação pela Câmara Municipal.
Enfim, se convenceu! – Só ontem, depois de uma visita ao local do empreendimento, iniciativa do ministro da Defesa, José Múcio, e do Exército, a governadora Raquel Lyra (PSDB) se convenceu em ajudar o Governo Federal a implantar a Escola de Sargentos no Estado. “Já estamos fazendo a obra de triplicação da BR-232, onde até agora foram investidos mais de R$ 100 milhões. Nos próximos dias, iremos lançar o edital da PE-027, elaborado com toda avaliação e sugestões dos movimentos ambientalistas, com ciclovias e espaços de convivência. O projeto da Estrada de Mussurepe está sendo concluído e a Companhia Estadual de Saneamento já está fazendo os planejamentos necessários para garantir toda a estrutura de água e esgoto no local”, revelou.
CURTAS
MST FECHA OS OLHOS – A Embrapa foi alvo de uma nova invasão pelo MST no final de semana, sem nenhum tipo de reação do Governo, através do Incra. Também não era de se esperar algo diferente. O novo superintendente do órgão em Petrolina, Edilson Barros de Lima, é egresso do MST, tendo sido um dos seus grandes líderes. E o que saiu, para ser candidato a vereador em Caruaru, também é do MST.
SEGUNDA INVASÃO – A invasão, pela segunda vez já no Governo Lula, foi feita por 2,4 mil famílias, atingindo áreas de pesquisas da Embrapa. “Nós temos mais de duas mil famílias que reivindicam as terras do Pontal, que são terras públicas, um perímetro irrigado que o governo está construindo. Essas famílias lutam desde 2007 para que o governo possa dar parte dessas terras para assentamento das famílias que estão acampadas na região”, disse Reginaldo Martins, integrante do MST.
CARIRI CANGAÇO – O Movimento Cariri Cangaço, de resgate da cultura regional, aporta no Sertão do Pajeú a partir da próxima quinta-feira, com palestras e visitas ao berço de personagens que atuaram no bando de Lampião e nas forças volantes da polícia. O evento será em Afogados da Ingazeira, coordenado pelo secretário de Cultura e Esportes da Prefeitura, Augusto Martins.
Perguntar não ofende: Afinal, quem manda no Governo: Lula ou Janja?
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