Humberto acima de acordos naturais
Presente, ontem, no anúncio de Victor Marques (PCdoB) como vice na chapa de João Campos (PSB), o senador Humberto Costa, principal liderança do PT no Estado, negou qualquer tipo de acordo entre PSB e PT com vistas às eleições de 2026. O que se diz, nos bastidores, é que a vaga assegurada ao PT na chapa da Frente Popular em 2026 será dele para disputar à reeleição.
É claro que acordos não se fecham desta forma açodada, engatando uma eleição municipal com uma estadual, mas o lógico e natural é que se João Campos vier a ser protagonista da sucessão estadual como candidato a governador, o PT estará com seu quinhão assegurado na chapa. Assim, Humberto, representante petista na chapa, desponta como uma unanimidade no partido e na Frente.
Leia maisFaça-se justiça, Humberto defendeu ardorosamente a presença do PT na chapa de João, avalizando, inclusive, o nome de Mozart Sales, o que evitou disputa no processo de afunilamento no qual João Campos fez a sua opção depois de jogar as cartas na mesa num encontro com a direção nacional do PT, que contou com a presença, inclusive, do presidente Lula, avalista privilegiado.
“Tentamos convencer, mas a última palavra é do candidato. Vamos seguir em frente, fazer a campanha e a vida continua”, disse o senador, ao chegar, ontem, ao evento na companhia de Mozart e de outros aliados petistas. Além de Humberto na majoritária em 2026 fala-se, também, que o outro candidato a senador seria o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Principal liderança do Republicanos, partido que tende a eleger um bom número de prefeitos, Silvinho, como é mais conhecido, ganhou projeção nacional. E para completar a chapa, raciocinando com a hipótese de João vir a ser candidato a governador, o vice seria o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho.
Evidentemente que tudo isso são apenas elucubrações, porque o que está em jogo agora é a reeleição de João. O prefeito tem que sair fortalecido, emplacando a vitória logo no primeiro turno. Uma eventual guerra de segundo turno, caso venha a ocorrer nas eleições deste ano, além de impactar no capital político do prefeito, tende a dar combustível aos opositores do socialista, especialmente a governadora Raquel Lyra (PSDB).
Pela tangente – Na primeira entrevista que deu, ontem, após ser anunciado vice na chapa de João Campos, Victor Marques não quis falar sobre os desafios de vir a governar uma cidade do porte do Recife, caso o prefeito, reeleito, venha a renunciar para disputar o Governo do Estado nas eleições de 2026. “Neste momento, estamos focados nas eleições de 2024 e não de 2026”, despistou, adiantando que seu ingresso no PCdoB foi fruto de uma articulação de João e que se sente feliz e honrado por estar filiado a um partido centenário.
Gestora mais idosa do País – Aos 85 anos, a prefeita de Itambé, na Zona da Mata, Graça Carrazzoni (MDB), ganhou notabilidade nacional, ontem, depois de uma reportagem na Folha de São Paulo como a gestora mais idosa do País. Segundo a reportagem, a idade, para ela, é um bom ativo e não gostou da renúncia do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por causa da idade avançada. “Se ele tem a mentalidade sadia, e hoje com a Medicina com tudo, cada um sabe quem é, e o povo também sabe”, disse.
Unidade da Frente – Na sua fala, ontem, após confirmar Victor na sua vice, o prefeito João Campos (PSB) enalteceu o papel que o presidente Lula e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, tiveram na construção da unidade da Frente Popular, mantendo a legenda petista entre os partidos que estarão juntos na luta pela sua reeleição. “Estamos felizes neste dia especial, sobretudo em poder ter materializado a unidade da Frente Popular com seus 12 partidos”, afirmou.
Retorno natural – Peça importante na gestão João Campos, Marília Dantas, que ingressou no MDB por orientação do chefe para ser uma das alternativas como vice, reassume, hoje, a Secretaria de Infraestrutura, onde tem uma super agenda de trabalho. Entre as grandes obras que estão na sua alçada, o parque do antigo aeroporto do Pina, que vai se transformar na maior área de lazer da capital, com previsão de inauguração para o final do ano.
Banho de sangue – O presidente Lula (PT) ficou assustado com as declarações do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que afirmou que uma vitória da oposição nas eleições venezuelanas do próximo domingo resultaria em um banho de sangue. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, reagiu, ontem, ao conversar com jornalistas de agências de notícias internacionais.
CURTAS
GUERRA – Nas últimas semanas, Maduro e aliados afirmaram que a oposição não vai aceitar o resultado eleitoral e realizará manifestações violentas após a possível vitória do candidato da situação. “O destino da Venezuela depende da nossa vitória”, afirmou Maduro num comício este mês. “Se quisermos evitar um banho de sangue ou uma guerra civil desencadeada pelos fascistas, então devemos garantir a maior vitória eleitoral de sempre.”
FARSA – Maduro governa a Venezuela desde 2013, assumindo o poder após a morte do antecessor e mentor Hugo Chávez. O ditador de 61 anos venceu eleições que os seus adversários consideraram não livres e justas. A sua reeleição em 2018 foi amplamente considerada uma farsa, uma vez que os principais partidos e candidatos da oposição foram proibidos de participar.
VOLTA A PE – O ex-presidente Bolsonaro volta a Pernambuco e em agenda de campanha visitará vários municípios, segundo anunciou, ontem, o pré-candidato do PL a prefeito do Recife, Gilson Machado. Além da capital, passa em seis municípios entre Agreste, Sertão e Zona da Mata.
Perguntar não ofende: Lula abandonou o velho e histórico aliado Maduro, presidente da Venezuela?
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