Raquel falou que estava incluída entre as obras do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Fala-se nisso, é verdade, mas a duplicação que a União priorizou, consensual pela bancada federal, já com emendas alocadas no orçamento, é a BR-423, que liga São Caetano a Garanhuns e que se arrasta há muitos anos e não há previsão do início de suas obras.
Aliás, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou em abril que as obras começariam em julho e até agora nada. Falou em custos da ordem de R$ 225 milhões. Por ali, passam cerca de 17 mil veículos por dia. Quanto ao trecho de São Caetano a Arcoverde, nem estudos existem. Para fazer a duplicação da 232, do Recife a São Caetano, o ex-governador Jarbas Vasconcelos teve que privatizar a Celpe.
Raquel adora ficar falando em grandes obras e projetos mirabolantes, só para alimentar suas redes sociais. Nos primeiros meses, seu brinquedo de estimação foi a Transnordestina, que sumiu do noticiário. Ela tem, a rigor, mais vocação para blogueira do que para gestora. Em quase um ano despachando no Palácio das Princesas, seu Governo não tem ainda uma identidade. Está mais perdida do que cego em tiroteio.
O buraco é mais embaixo – O Estado real de Pernambuco é bem diferente do mostrado pela governadora pelas suas redes sociais. Ontem, este blog antecipou que os hospitais particulares de Arcoverde e Goiana receberam um comunicado do Instituto de Recursos Humanos (IRH) determinando a suspensão do atendimento aos servidores estaduais. Só o Hospital Memorial de Goiana atende aos servidores estaduais de 19 municípios da Mata Norte, que não sabem a quem recorrer diante da situação. O Governo da tucana não renovou os contratos nem abriu chamamento público para o atendimento.
Cadê o plano de segurança? – Na última quarta-feira, véspera do feriadão, a governadora recebeu a visita do ministro da Justiça, Flávio Dino, que anunciou investimentos da ordem de R$ 160 milhões para a área de segurança. O engraçado é que até agora, já com dez meses de gestão, a governadora não tem sequer um plano ou programa para reduzir a violência, que está assustadora.
Metade do Recife rejeita Raquel – Segundo recente pesquisa do Ipespe, divulgada pelo JC, o Governo Raquel no Recife cresce em aprovação feito rabo de cavalo – para baixo. A rejeição cresceu 11 pontos percentuais. Com 47% de péssimo e ruim, na prática a tucana é rejeitada por metade dos moradores da capital. O Ipespe não fez pesquisa no restante do Estado, onde a situação é muito mais complicada para Raquel.
Cenário sombrio – Entre aqueles que consideravam o governo Raquel Lyra ótimo e bom, a queda foi de sete pontos percentuais, despencando de 32% para 25%. Marqueteiros experientes avaliam que quando um Governo fecha o seu primeiro ano em desaprovação, para se recuperar mais à frente os desafios se agigantam. A curva de rejeição tende a se acentuar e o ano que vem é de eleição, o que traz para a governadora um cenário bem sombrio, principalmente no Recife, onde seus pré-candidatos não chegam a 5% das intenções de voto.
Adversário em alta – Na mesma pesquisa do Ipespe, ainda bem fresquinha, divulgada no último dia 4, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), cotado como provável adversário de Raquel em 2024, aparece em ascensão. Com aprovação acima de 70%, hoje não teria adversário nas eleições do ano que vem. No cenário mais pessimista, quando o adversário seria o ex-prefeito João Paulo (PT), aparece com 50%, enquanto o petista se situa em 15%. Apontados como nomes preferidos da tucana, Daniel Coelho e Priscila Krause não atingiram sequer 10%.
CURTAS
EMPRÉSTIMO 1 – Foi assinado, ontem, em Marrakech (Marrocos), um contrato que estipula um empréstimo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,04 bilhões) do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) ao Brasil. O acerto foi sacramentado pela presidente do chamado Banco do Brics, Dilma Rousseff, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
EMPRÉSTIMO 2 – A diretoria da instituição financeira já havia apresentado essa proposta de empréstimo ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2020, em meio à pandemia de Covid-19. Na ocasião, o Brasil recusou a oferta.
Perguntar não ofende: Quando a governadora vai deixar de governar pelo mundo fantasioso das redes sociais?
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