Lula foge das ruas no 1º de Maio
Pela primeira vez, o presidente Lula (PT) não compareceu às manifestações dos trabalhadores pelo 1º de Maio. Na véspera, preferiu um discurso na TV em aceno aos trabalhadores. Disse que vai discutir o fim da chamada jornada 6 por 1, em que a pessoa descansa um dia por semana e trabalha seis.
O presidente não foi temendo o esvaziamento do ato, como no ano passado, que contou com apenas 1,6 mil pessoas, e também porque sabia que iria ser cobrado pela demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que foi alertado sobre a garfada de R$ 6,3 bilhões do dinheiro dos aposentados e pensionistas por uma quadrilha, sem tomar nenhuma medida.
Na sua fala na TV, prometeu aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, na qual o trabalhador cumpre seis dias no serviço com apenas um dia de descanso. A chamada jornada 6 por 1. “Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou.
Leia maisAinda em seu pronunciamento, o presidente mencionou a investigação da Polícia Federal que descobriu fraude no INSS. Um esquema em que associações de convênios tiravam irregularmente dinheiro de pensionistas. Afirmou que vai determinar o ressarcimento pelas associações à população afetada.
Este é o segundo pronunciamento de Lula em alusão ao Dia do Trabalhador desde a posse, em 2023. No ano passado, uma fala semelhante foi feita pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT).
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi questionada sobre a ausência do presidente nas festividades neste ano. Ela negou que a motivação seja a falta de articulação para levar um público considerável ao ato.
ACENO AOS TRABALHADORES – Nos últimos meses, o governo tem apostado em medidas para tentar se reaproximar da classe trabalhadora, que foram mencionadas na fala de Lula em rede nacional. Entre as apostas estão o projeto para isentar do imposto de renda trabalhadores que recebem até R$ 5 mil, o uso da plataforma e-Social para facilitar a concessão de empréstimos consignados a trabalhadores do setor privado e a regulamentação do trabalho de motoristas e entregadores por aplicativos.

União Progressista dá start de filiações – Dois dias após a formalização da União Progressista, federação partidária resultado do ajuntamento entre PP e União Brasil, o presidente da federação em Pernambuco, Eduardo da Fonte, assinou, ontem, a primeira filiação de um prefeito, Miruca, de Água Preta, na Zona da Mata. “Miruca chega para somar e já conta com todo o apoio da Federação. Esse é o início de um movimento de fortalecimento e crescimento que, com certeza, fará história em Pernambuco e no Brasil”, afirmou Eduardo.
Mais presídios – O Governo do Estado publicou, ontem, licitação para a execução das obras remanescentes em três unidades prisionais masculinas do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) em Itaquitinga, na Zona da Mata. A previsão é que as três unidades sejam concluídas em 2026, com 3.024 novas vagas no regime fechado, sendo 1.008 em cada uma. Essas ocupações se somam às 2.754 vagas do presídio de Araçoiaba, com obras em andamento e início de entrega ainda para este ano. As vagas também se juntam às 155 previstas para a penitenciária de Caruaru e às 1.854 já entregues desde 2023, totalizando 7.787 vagas prisionais.
Zema quer demissão de Lupi – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou, ontem, em ato no Dia do Trabalho em Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não demitir o ministro Carlos Lupi (Previdência) depois que a Polícia Federal revelou um esquema criminoso de cobranças indevidas contra aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Lupi foi o responsável por indiciar o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto. Segundo as investigações, foram desviados R$ 6,5 bilhões de aposentadorias.

Prefeito reclama da governadora – O prefeito de São Caetano, Josafá Almeida (UB), lamentou, ontem, que a governadora Raquel Lyra (PSD) continue discriminando o município, sem apoiar eventos nem ajudar na consolidação do polo de confecções. “Não recebemos um tostão para a 10ª edição do Festival da Carroça de Burro”, disse, adiantando que até hoje aguarda a liberação de R$ 2 milhões para o acesso ao Polo de Confecção de Moda Infantil, projeto orçado em R$ 20 milhões via emendas federais. “Sou um prefeito independente e talvez isso não agrade ao Governo, mas a governadora não pode gerir o Estado com viés discriminatório”, afirmou.
CURTAS
UMA MERRECA – Já para o Festival de Jericos, em Panelas, que começou na quarta-feira passada e se estende até domingo, uma festa orçada em R$ 2 milhões, a governadora só liberou R$ 200 mil. Mesmo assim, o prefeito Ruben Lima, o Rubinho (PSB), agradeceu. “É pouco, mas foi um gesto e estamos agradecidos”, afirmou.
PORTAS FECHADAS – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o prefeito de São Caetano, Josafá Almeida (UB), disse que espera há dois anos uma audiência com a governadora para tratar do maior projeto econômico do município, o polo de confecção de moda infantil. “Só fui recebido até hoje pelo secretário da Casa Civil”, relatou.
ÍNDIOS SEM VOZ – Já o prefeito de Petrolândia, Fabiano Marques (Republicanos), ficou estarrecido com a decisão do cerimonial da governadora, de não permitir que os representantes da comunidade Pankaru, em Jatobá, no Sertão, tenham tido o direito de falar na inauguração da Cozinha Comunitária Raízes Indígenas, naquele município. “Os índios foram desrespeitados dentro do território deles”, disse Marques.
Perguntar não ofende: Quem é o “sábio” que está organizando os eventos do Governo no Interior e dando as coordenadas políticas à governadora?
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