Lula em palanque duplo em Pernambuco, em 2026, é uma possibilidade cada vez mais distante
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
O alinhamento público entre o presidente Lula (PT) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), deixa ainda mais distante a possibilidade de um palanque duplo em Pernambuco apoiado pelo petista, em 2026, quando a governadora Raquel Lyra (PSD) vai enfrentar Campos na disputa pelo Estado.
Ontem (23), João Campos esteve reunido com Lula em Brasília e fez questão de postar um registro nas redes sociais, destacando que a conversa entre os dois incluiu o atual momento do Brasil e a defesa da soberania nacional.
“Nosso partido seguirá em alinhamento com o governo do presidente Lula e de Geraldo Alckmin, contribuindo para o desenvolvimento de ações e de políticas públicas que melhoram a vida da população”, afirmou.
Leia maisNão é a primeira vez que João Campos manifesta apoio público ao presidente Lula durante a crise instalada após as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.
Seguindo uma linha completamente oposta, a governadora Raquel Lyra permanece em silêncio sobre o assunto. Nem apoia Lula e a soberania brasileira, mas também não critica a gestão petista. Aliás, não critica também o ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL), pivô do tarifaço.
Assim como fez nas eleições de 2022, Raquel Lyra lava as mãos para o cenário nacional, mesmo sabendo que tudo reflete nos Estados e sendo líder de um Estado tão ajudado pelo presidente Lula, que abriu as portas do Palácio do Planalto para ela. Desse jeito, quais as condições de a governadora receber o apoio de Lula na sua busca pela reeleição, em 2026?
O presidente nacional do PSD, partido de Raquel, Gilberto Kassab, disse recentemente que a legenda vai ter candidato próprio a presidente em 2026, sendo o governador do Paraná, Ratinho Júnior, o nome mais forte até o momento. Esse é outro empecilho para Lula pisar no palanque de Raquel e mais um empurrão para que o petista esteja no palanque de João Campos.
Fator Alckmin – Outro motivo para Lula ter apenas um candidato em Pernambuco e esse ser o prefeito do Recife, que acumula o cargo de presidente nacional do PSB, é a recondução do vice‑presidente, Geraldo Alckmin (PSB), à mesma vaga na chapa de Lula. Nos bastidores, comenta‑se que o presidente não estaria disposto a substituir Alckmin porque a parceria entre os dois deu muito certo, tanto nas eleições passadas como agora, durante a gestão. Alckmin é a cara ponderada do governo e tem perfil discreto e leal.

Sem rasteira – Fala‑se, inclusive, que nos piores momentos do governo Lula, como na “crise do Pix”, no início deste ano, se no lugar de Alckmin estivesse alguém de partidos do centrão (União Brasil, MDB, PP, entre outros), o presidente poderia ter sofrido uma traição, como a ex‑presidente Dilma Rousseff, que levou uma rasteira do MDB, com Michel Temer de vice. Mas, com Geraldo Alckmin foi diferente. O socialista vem trabalhando para fazer dar certo a gestão, sobretudo nesta crise gerada pelas tarifas de Donald Trump.
Hospital Mestre Dominguinhos – Este blog recebeu com exclusividade, na noite de ontem, a informação de que o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE) suspendeu o processo licitatório que escolheria a empresa responsável pela construção do Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns, no Agreste. A decisão foi proferida pelo conselheiro Ranilson Ramos.
TCE achou irregularidades – Uma auditoria apontou irregularidades na licitação e risco de um prejuízo de quase R$ 3 milhões aos cofres públicos. A gestão da governadora Raquel Lyra (PSD) pretendia abrir as propostas do certame em 26 de agosto. As apurações começaram em fevereiro, após o lançamento da Licitação 009/2025 pela Cehab. Um relatório de auditoria preliminar da Gerência de Fiscalização em Licitações de Obras do Tribunal constatou que houve sobrepreço de R$ 2,9 milhões na estimativa do projeto básico do hospital em relação ao fornecimento e instalação de equipamentos de climatização, com aplicação indevida de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) e duplicidade de valores.

Sem impeachment de Moraes – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União‑AP), deve rejeitar o pedido de impeachment contra ministros do STF. As informações são da CNN, com fontes próximas ao presidente da Casa Alta. O senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ) apresentou um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. As medidas cautelares impostas por Moraes contra o ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os principais motivos. Mas Alcolumbre não quer confusão com o STF.
CURTAS
Projeto de Tabata – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto da deputada Tabata Amaral (PSB‑SP), companheira de João Campos, que estabelece a reserva mínima de 30% de vagas para mulheres nos conselhos de administração de empresas públicas e sociedades de economia mista, comprovando ainda mais o alinhamento entre PT e PSB.
Renato defende escola para Ipsep – O deputado estadual Renato Antunes (PL), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (Alepe), reforçou o pedido para a instalação de uma Escola Técnica Estadual (ETE) no bairro do Ipsep, na Zona Sul do Recife. A proposta vem sendo defendida durante as visitas realizadas pela Caravana Por Mais Educação, iniciativa que percorre escolas da Região Metropolitana para ouvir gestores, professores e alunos sobre demandas estruturais e pedagógicas.
Proteção para aposentados – O deputado federal Eduardo da Fonte (PP‑PE) apresentou o Projeto de Lei nº 1546/2024, que propõe novas regras para evitar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A proposta determina que mensalidades só poderão ser descontadas mediante autorização formal por escritura pública, firma reconhecida, assinatura eletrônica qualificada ou biometria. O texto também obriga o INSS a conferir todas as autorizações de forma individual e periódica.
Perguntar não ofende: O PT de Pernambuco estará unido no palanque de João Campos?
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