Coluna da quinta-feira

A última excrescência dos deputados brasileiros

Encampada pelo presidente, o paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB), diante da ameaça de que seu Estado iria perder uma cadeira, conforme recomendação do STF, com base no Censo do IBGE, a Câmara dos Deputados aprovou, ontem, por 270 votos a favor e 207, o aumento de 18 cadeiras na Casa, que passa de 513 para 531. A excrescência vai gerar um custo anual de R$ 64,8 milhões ao País.

De acordo com a Constituição Federal, o número de vagas deve refletir a proporção da população dos estados. Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Congresso deveria revisar a distribuição com base no Censo de 2022, com a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intervir caso a decisão não fosse cumprida até 30 de junho.

Pelo projeto aprovado, nenhum estado terá redução no número de cadeiras. Se aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente, a alteração entrará em vigor a partir da legislatura de 2027. Psol, Rede e Novo orientaram o voto contra a proposta. O comportamento dos nobres parlamentares foi vergonhoso, uma ofensa ao povo brasileiro, que sustenta essa gente pagando seus impostos em dia.

Com crise econômica e política assolando a nação, propor aumento de gastos aumentando o número de deputados é um deboche com a sociedade. Aumentar o número de deputados é aumentar também os gastos anuais. Segundo o texto aprovado, nenhum Estado perderá vagas na Casa, ao contrário do que recomendou o Supremo Federal. A mudança deve entrar em vigor na legislatura de 2027, caso seja aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente da República.

Oito estados serão beneficiados com mais cadeiras, sob o argumento de que registraram aumento em suas populações: Santa Catarina e Pará terão quatro deputados a mais cada; Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte dois deputados a mais; Ceará, Goiás, Paraná e Minas Gerais uma vaga extra.

CARA-DE-PAU – O deputado Damião Feliciano (UB-PB), argumentou, em seu parecer, que a criação das 18 vagas não levará a um aumento de despesas na Câmara. Segundo ele, dados fornecidos pela cúpula da Câmara estimam que a ampliação de cadeiras custaria cerca de R$ 64,6 milhões anualmente. “A Direção da Casa conclui que, mesmo hoje, o orçamento da Câmara dos Deputados já comportaria as despesas decorrentes da aprovação do projeto. E que, tomando por base a última estimativa de reajuste dos limites dos órgãos, para os próximos quatro anos, o orçamento desta Casa em 2027 contará com margem ainda maior para abrigar as despesas em tela”, disse.

Só quatro de Pernambuco votaram contra – Da bancada de Pernambuco na Câmara Federal, apenas quatro deputados votaram contra o aumento do número de parlamentares na Casa de 513 para 531: os bolsonaristas Clarissa Tércio e Coronel Meira, do PL, Mendonça Filho (UB) e Túlio Gadelha (Rede). Luciano Bivar (UB) e Pastor Eurico (PL), em missão oficial, não votaram, mas Eurico, ouvido pelo blog, disse que se estivesse presente seu voto seria a favor, sob a alegação de que, pela proposta anterior, a recomendação do STF, Pernambuco perderia uma vaga.

Lista dos 24 que votaram a favor – Votaram a favor pelo aumento do número de deputados os seguintes integrantes da bancada federal: André Ferreira (PL), Augusto Coutinho (Republicanos), Carlos Veras (PT), Clodoaldo Magalhães (PV), Eduardo da Fonte (PP), Eriberto Medeiros (PSB), Felipe Carreras (PSB), Fernando Coelho (UB), Fernando Monteiro (Republicanos), Fernando Rodolfo (PL), Guilherme Uchoa (PSB), Iza Arruda (MDB), Lucas Ramos (PSB), Lula da Fonte (PP), Maria Arraes (SD), Ossesio Silva (Republicanos) e Pedro Campos (PSB).

Petistas do RN dão bom exemplo – Da bancada petista do Rio Grande do Norte, dois deputados votaram contra o aumento: Fernando Mineiro e Natália Bonavides. “Acreditamos que o ideal seria buscar a proporcionalidade entre os estados sem aumentar o número de parlamentares. Principalmente porque não é o momento de mais gastos com o Legislativo”, disse Natália. Para Mineiro, “foi mais um remendo para não enfrentar uma necessária reforma política, que toque em questões essenciais”.

TÚLIO MANTÉM A ESCRITA – Do bloco de esquerda na bancada de Pernambuco, apenas Túlio Gadelha (Rede) manteve postura altiva, de coerência e responsabilidade com o seu mandato. A grande decepção foi o comunista Renildo Calheiros (PCdoB), que se aliou ao núcleo conservador da bancada. Não foi por acaso, aliás, que pela segunda vez consecutiva Gadêlha foi escolhido pelo público que votou no Prêmio Congresso em Foco 2024 como o melhor representante do Nordeste na Câmara. Criado em 2006, o prêmio é uma iniciativa do Congresso em Foco que tem como finalidade distinguir os melhores parlamentares do Congresso.

CURTAS

FOI COERENTE – Afora os bolsonaristas Clarissa Tércio e Coronel Meira, faça-se justiça também ao voto sóbrio e corajoso do deputado Mendonça Filho, mesmo sabendo que a maioria esmagadora da bancada do seu partido, o União Brasil, votaria a favor.

DISTORÇÃO – Voto a favor do aumento dos deputados, o jovem Lula da Fonte (PP) argumentou não concordar com o corte em alguns estados menores em detrimento dos de maior densidade eleitoral e econômica. “Iríamos criar aqui na Casa uma tremenda distorção”, afirmou.

FESTÃO – Presidente nacional do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP) reuniu muitos políticos, ontem, numa casa de eventos em Brasília, para comemorar seu aniversário. De Pernambuco vieram o presidente da legenda, Marcelo Gouveia, o irmão Gustavo, deputado estadual, e o ex-presidente Ricardo Teobaldo.

Perguntar não ofende: O Governo vai conseguir acalmar o PDT e trazer a bancada de volta à base na Câmara Federal?

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Eleito 267º líder da Igreja Católica, o cardeal americano Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, usou as redes sociais para compartilhar críticas ao presidente americano, Donald Trump, e sua política migratória de deportar migrantes para El Salvador. Ativo nas redes, ele também há havia criticado recentemente o vice-presidente dos EUA, JD Vance. As informações são do Jornal O Globo.

No texto compartilhado pelo agora Papa, o usuário Rocco Palmo critica a visita do presidente salvadorenho, Nayib Bukele, aos EUA que esteve com Trump no Salão Oval e fala da “deportação ilegal de um residente americano pelo governo federal”:

“Você não vê o sofrimento? Sua consciência não está perturbada? Como você consegue ficar quieto?”

Em fevereiro, Prevost já havia rebatido uma declaração de Vance, que defendeu que o cristianismo priorizaria o amor à família para depois pensar no resto do mundo. Ao comentar essa fala, Prevost afirmou que o vice de Trump estava errado, e que Jesus não pede para que exista um “ranqueamento” de amor.

Em uma entrevista dia 29 de janeiro, JD Vance afirmou que existiria uma “ordem” cristã para amar a família e os próximos

— Existe um conceito cristão de que você ama sua família, depois ama seu próximo, depois ama sua comunidade, depois ama seus concidadãos e, depois disso, prioriza o resto do mundo. Boa parte da extrema esquerda inverteu completamente isso — disse Vance.

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

O projeto aprovado na Câmara para livrar o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros acusados do processo da trama golpista não deve prosperar por muito tempo, segundo avaliam quatro ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ouvidos sob reserva pela Folha.

Segundo eles, há um entendimento majoritário na corte de que o movimento dos parlamentares é inconstitucional.

Outro ponto levantado por esses ministros, incluindo integrante do colegiado responsável pela tramitação e julgamento do processo sobre a trama golpista do fim do governo Bolsonaro, é que a palavra sobre o tema será do presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin. As informações são da Folha de S. Paulo.

Na noite de ontem (7), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, com 315 deputados a favor e 143 contra, a suspensão da ação penal contra Ramagem, com a brecha para tentar suspender todo o processo, que tem Bolsonaro entre os réus.

Para ministros do STF, no entanto, Zanin já foi suficientemente claro sobre os limites para a atuação do Legislativo em casos de ações penais contra parlamentares.

Há duas semanas, Zanin reforçou a posição da corte ao enviar um ofício ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacando a competência da Casa para analisar apenas os crimes que Ramagem teria cometido após a diplomação.

Isso limitaria o veto da Câmara ao seguimento do processo penal contra ele a dois crimes: dano qualificado ao patrimônio e deterioração do patrimônio tombado.

Outros três delitos —associação criminosa armada, golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito— pelos quais Ramagem é réu teriam sido cometidos antes da diplomação e, portanto, não estariam no guarda-chuva de análise da Câmara, já que ele não era ainda parlamentar quando praticados.

O projeto aprovado na Casa determina, de forma genérica, sem mencionar Ramagem, que o andamento da ação penal fica sustado. Com isso, além de extrapolar o entendimento do STF sobre a competência da Câmara em relação ao caso de Ramagem, o texto também deixa espaço para uma interpretação que vá além do deputado.

A Constituição prevê que, em caso de ações penais contra parlamentares em exercício, o STF deve dar ciência à Casa a qual ele pertence, e esta pode suspender a ação enquanto o mandato estiver vigente.

Depois do recebimento da denúncia, por unanimidade, a corte enviou a comunicação da decisão à Câmara. O novo ofício teria o condão de deixar claro o que foi tratado no julgamento —ou seja, o crime de golpe de Estado, por exemplo, está fora da lista em poder da Casa.

O STF tratou o envio do ofício como praxe, já que o primeiro documento não teria especificado os crimes que poderiam ser alvo dos deputados. Quando a ata do julgamento foi publicada, Zanin mandou o novo ofício.

Na ocasião, integrantes da cúpula da Câmara criticaram a medida de Zanin, classificando o ato como uma nova interferência do Judiciário sobre o Legislativo.

Esses políticos dizem que atitudes como essa de integrantes do Supremo aumentam a pressão dos deputados sobre o presidente da Câmara para que ele dê uma resposta ao STF. Desde 2024, deputados se queixam da atuação do Judiciário, afirmando que a corte e seus ministros desrespeitam a autonomia dos Poderes.

No STF, no entanto, a leitura foi de que se tratava mais de narrativa política, já que a Constituição é clara sobre as balizas da autoridade do Legislativo para atuar em casos do tipo.

Durante a sessão da CCJ, Ramagem criticou o STF, chamou de perseguição do Judiciário e afirmou que a postura pode atingir mesmo os políticos de esquerda.

“Não é apenas ativismo judicial exacerbado, há clara usurpação das nossas competências legislativas. (…) Estou servindo hoje de joguete casuístico do STF”, declarou. “Se fazem comigo, podem fazer isso com vocês algum dia, inclusive colegas de esquerda.”

Dulino Sistema de ensino

O deputado federal Fernando Monteiro (Republicanos-PE) pretende ampliar o alcance do crédito consignado para contemplar entregadores e motoristas de aplicativo. Ele foi designado presidente da Comissão Especial que analisa a medida provisória que trata do crédito com desconto em folha para trabalhadores com carteira assinada. A proposta do parlamentar visa estender o benefício a profissionais que, apesar da importância no cotidiano da população, ainda não têm acesso a esse tipo de linha de crédito.

Segundo Monteiro, a medida é uma forma de valorizar categorias que prestam serviços essenciais e enfrentam dificuldades de acesso a condições favoráveis de financiamento. “Este crédito consignado pode ser uma oportunidade valiosa para muita gente sair de um eventual aperto financeiro e melhorar os próprios negócios”, defendeu. O deputado reforçou que, além de atender aos trabalhadores, a proposta pode impulsionar a economia.

Na avaliação de Monteiro, a inclusão desses profissionais também poderá ampliar a circulação de dinheiro no mercado. “Quanto mais o dinheiro circula, melhor para todos”, afirmou. O projeto será analisado pela comissão e, em seguida, submetido ao plenário para votação. O crédito consignado permite o pagamento de parcelas com desconto direto da folha, reduzindo os custos dos empréstimos para os beneficiários.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Por Raíssa Ebrahim
Do Marco Zero Conteúdo

Defensores de direitos humanos e organizações da sociedade civil temem pela perda de autonomia e independência do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura em Pernambuco após a governadora Raquel Lyra (PSD) recompor o órgão sem seleção pública.

O Mecanismo, paralisado desde o início da atual gestão, é responsável por fiscalizar unidades de privação de liberdade, como os sistemas penitenciário, o socioeducativo e as comunidades terapêuticas. Por lei, deve ser autônomo e independente.

Porém, todos os seis novos peritos foram indicados pelo governo no final do mês passado, no âmbito da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência.

Um caso chama a atenção: um desses peritos é também presidente do Conselho Penitenciário do Estado (Copen-PE) há 14 anos. Advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados (OAB-PE), entre 1989 e 1995, Jorge Neves assumiu o cargo em 2011, no governo PSB, tendo passado pelas gestões Eduardo Campos, João Lyra Neto e Paulo Câmara.

Agora, na gestão Raquel, além de seguir presidindo o conselho que fiscaliza e acompanha as execuções penais no Estado, faz parte do Mecanismo responsável por combater o crime de tortura, maus-tratos e outras situações degradantes em unidades de privação de liberdade.

Segundo fontes ouvidas pela Marco Zero, há uma evidente “incompatibilidade” e um “conflito de interesses” entre as duas funções de Jorge Neves.

Os outros cinco novos peritos são: Cleyson Rodrigues dos Santos, Cássia Regina Magalhães Guerra de Alcântara, Antônio Carlos Teixeira Da Silva, Michelly Farias Rocha, Jorge da Costa Pinto Neves e Maurício Bezerra Alves Filho. Este último também integra o Conselho Penitenciário.

Complexo do Curado foi alvo de medidas cautelares da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Crédito: Gabi Catunda/Ascom MDHC

“A governadora foi generosa com os seus. Não com a lei”, dispara Wilma Melo, coordenadora do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), organização que faz parte do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, composto por 20 integrantes distribuídos de forma paritária entre o poder público estadual e a sociedade civil. O Sempri atua pela humanização dos presídios de Pernambuco e pelo acesso de presos e suas famílias à justiça e cidadania.

“As pessoas que são indicadas sem uma seleção pública não têm condições de atuar com imparcialidade dentro das competências do Mecanismo”, avalia Wilma. “Para mim, não interessa o conhecimento dessa pessoa (na área, tecnicamente), porque ela não passou pelo processo de seleção”, complementa.

Em nove meses, entre julho de 2024 e abril de 2025, o Estado somou 123 denúncias de maus-tratos e torturas somente no sistema penitenciário. Essas denúncias foram encaminhadas à Defensoria Pública pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, mas não chegaram a ser apuradas pelo Mecanismo, que estava, até então, esvaziado por falta de peritos.

Na prática, a falta de atividades do Mecanismo significou que, por mais de dois anos, não foram realizadas inspeções por parte do órgão nesses espaços, incluindo violações de direitos que podem ter sido cometidas por agentes carcerários e socioeducativos.

“O comitê tem um controle das denúncias recebidas, mas, sem um mecanismo independente, como verificar essas denúncias dentro das unidades prisionais?”, questiona Wilma.

Previsto em lei (Lei 14.863/2012), o Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura exerce a defesa dos direitos humanos de pessoas privadas de liberdade por meio de visitas regulares a diferentes sistemas, como o prisional, o socioeducativo, as instituições de longa permanência para idosos, os abrigos, as delegacias, as comunidades terapêuticas e os hospitais psiquiátricos.

Os peritos também podem requisitar a instauração de procedimento criminal e administrativo caso se constatem indícios de prática de tortura ou de tratamento cruel, desumano e degradante.

O Conselho Penitenciário do Estado (Copen) é formado por nove membros titulares e nove suplentes, com mandatos de quatro anos, nomeados pelo governador do estado. São cinco titulares e cinco suplentes operadores do Direito, dentre advogados, juristas, professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas; um titular e um suplente do Ministério Público Federal; do Ministério Público de Pernambuco; da Defensoria Pública da União; e da Defensoria Pública do Estado de Pernambuco.

O conselho tem função consultiva, emitindo pareceres em pedidos de indulto e liberdade condicional, e também função fiscalizadora, por meio de inspeções em estabelecimentos penais, além de supervisionar autoridades e dar assistência aos egressos.

Órgão pode ser silenciado, dizem organizações
Após a publicação da nomeação dos peritos em Diário Oficial, o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) apresentou denúncia ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e ao Conselho Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT). A organização de direitos humanos também faz parte do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura e detém assento em várias frentes de incidência socioeducativa e penitenciária local e nacionalmente.

Coordenadora-executiva do Gajop, Edna Jatobá afirma que a nomeação de peritos sem seleção contraria importantes marcos legais, como o Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura e o Decreto nº 6.085/2007.

Esse decreto determina que os membros do Mecanismo devem ter experiência comprovada na área, legitimidade social e, sobretudo, autonomia para atuar sem interferências do governo.

“O Mecanismo existe justamente para que os peritos possam inspecionar unidades prisionais de forma independente, sem risco de censura ou maquiagem de informações nos relatórios que produzem. Quando os peritos são nomeados diretamente pelo governo, perde-se essa autonomia — o que, na prática, enfraquece e silencia um órgão que deveria fiscalizar o próprio Estado”, argumenta.

“Pernambuco tem um sistema prisional marcado por superlotação extrema, denúncias constantes de tortura, corrupção (como acompanhamos estarrecidos no caso do Presídio de Igarassu, com a investigação da Polícia Federal que culminou na prisão do ex-diretor da unidade) e já foi alvo de medidas cautelares da Corte Interamericana de Direitos Humanos, como no caso do Complexo do Curado”, lembra.

“Diante desse cenário, a sociedade questiona: que sentido faz nomear peritos governamentais para denunciar abusos cometidos pelo próprio governo? É por isso que exigimos transparência e participação social nesse processo, conforme prevê a legislação”, cobra Edna.

Alepe terá audiência pública
O tema será pauta de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no dia 15 de maio, por iniciativa da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Participação Popular, presidida pela deputada Dani Portela (PSOL).

Para a parlamentar, “é inaceitável” a forma como a governadora Raquel tem conduzido a situação do Mecanismo. “A nomeação, feita à revelia das instituições e das tratativas construídas, configura uma clara tentativa de aparelhamento do Estado e de controle político sobre um órgão que deveria ser autônomo, independente e técnico. Até o momento, não foram divulgados os critérios de escolha dos peritos, e não há garantias de que foram respeitados o caráter multidisciplinar e a representação adequada de grupos étnicos e minorias na equipe”, aponta Dani.

“O que já se sabe é que não houve paridade de gênero, a composição atual tem quatro homens e apenas duas mulheres”, complementa.

Além da Constituição Federal, da Lei 12.847/2013 e do Protocolo Facultativo da ONU contra a tortura, a deputada afirma que a situação “viola os princípios da legalidade, moralidade, publicidade e transparência que devem orientar a administração pública”.

Para Dani, “o recado do governo é claro: não há interesse em garantir a autonomia e a independência do Mecanismo. Esse cenário representa um grave retrocesso na proteção dos direitos humanos e no combate às violações no sistema prisional e socioeducativo de Pernambuco”.

A Marco Zero procurou novamente o Governo do Estado, que enviou a mesma nota já encaminhada através da através da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência. Segue na íntegra: “o Governo do Estado nomeou, nesta quinta-feira (24), seis novos peritos para compor o Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. As nomeações foram realizadas com base na Lei nº 14.863, de 7 de dezembro de 2012”.

A reportagem também procurou Jorge Neves para repercutir sua nomeação, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Ipojuca - No Grau 2025

A Rússia e a China pretendem aumentar a cooperação para enfrentar de forma decisiva os esforços dos Estados Unidos para conter os dois países. A afirmação foi feita pelos dois presidentes, Vladimir Putin e Xi Jinping, em declaração conjunta publicada pelo Kremlin nesta quinta-feira (8).

A nota, divulgada após conversas entre Putin e Xi Jinping, também informa que Moscou e Pequim continuarão a fortalecer sua cooperação militar.

O presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu ao presidente chinês, Xi Jinping, por participar das comemorações dos 80 anos da vitória “sagrada” sobre Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial e disse que os dois países estão juntos agora contra o “neonazismo”. As informações são da Agência Brasil.

A presença de Xi nas comemorações desta semana representa importante impulso para o líder do Kremlin, que desde o início retrata a guerra na Ucrânia como uma luta contra os nazistas modernos.

A Ucrânia e seus aliados rejeitam essa caracterização como falsidade grotesca, acusando Moscou de conduzir uma invasão de estilo imperial.

A vitória sobre o fascismo, alcançada à custa de enormes sacrifícios, tem significado duradouro”, disse Putin a Xi nesta quinta-feira.

Juntamente com nossos amigos chineses, defendemos firmemente a verdade histórica, protegemos a memória dos eventos dos anos de guerra e combatemos as manifestações modernas de neonazismo e militarismo”.

Xi afirmou que os dois países, como potências mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, trabalharão juntos para combater o “unilateralismo e a intimidação” — uma referência implícita aos Estados Unidos.

O presidente chinês disse que eles vão “promover conjuntamente a visão correta da história da Segunda Guerra Mundial, salvaguardar a autoridade e o status das Nações Unidas, defender resolutamente os direitos e interesses da China, da Rússia e da grande maioria dos países em desenvolvimento e trabalhar juntos para promover uma globalização econômica igualitária, ordenada, multipolar e inclusiva”.

Os dois falaram, depois de se aproximarem ao longo de um tapete vermelho, vindos de extremos opostos de um dos salões mais opulentos do Kremlin, e de apertarem as mãos na frente das câmeras. Cada um saudou o outro como “querido amigo”.

Convidado poderoso

Xi é o mais poderoso de mais de duas dezenas de líderes estrangeiros que estão visitando Moscou esta semana para marcar o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial nesta quinta-feira — uma celebração de grande significado para Putin.

Internamente, ela oferece a ele a chance de reunir os russos em memória de um feito histórico que é fundamental para a identidade nacional. A União Soviética perdeu 27 milhões de pessoas na Segunda Guerra Mundial, incluindo muitos milhões na Ucrânia, que também foi devastada.

No cenário mundial, Putin busca se apresentar ao lado de Xi como defensor da ordem internacional e demonstrar que anos de sanções ocidentais não conseguiram isolar a Rússia.

Na semana passada, Putin anunciou um cessar-fogo unilateral de três dias na guerra com a Ucrânia, com início nesta quinta-feira. A Ucrânia não se comprometeu a cumpri-lo, chamando-o de método de Putin para criar a impressão de que ele quer acabar com a guerra. Em vez disso, declarou sua disposição de aderir a um cessar-fogo com duração de pelo menos 30 dias.

Ambos os países estão sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para chegar a um acordo de paz, e Washington ameaçou repetidamente se afastar das negociações, a menos que haja um progresso claro.

Caruaru - São João na Roça

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta, celebraram a escolha do cardeal Robert Prevost como novo Papa. O religioso será o Papa Leão XIV.

“Papa Leão XIV é revelado ao mundo com a missão de ampliar a conciliação e continuar o legado de Francisco, marcado pela tolerância, diálogo e pacificação. Todos nós seguidores da fé cristã desejamos muita sabedoria, fé e energia para o novo Pontífice”, escreveu Motta.

Já Alcolumbre afirmou desejar que o “pontificado fortaleça os laços entre as nações e reavive, nos corações de todos, o poder transformador da fé, da compaixão e do bem comum”. As informações são do Jornal O Globo.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Com seu mote “In Illo unum uno” (No único Cristo, somos um), que reflete a visão de uma Igreja unida, o cardeal americano Robert Francis Prevost, 69, é o novo papa Leão 14. Depois de ver a fumaça branca sair da chaminé da Capela Sistina, a multidão que lotou a praça São Pedro ouviu o anúncio do “Habemus Papam” e, por fim, o nome que Prevost escolheu para ser o 267º chefe da Igreja Católica. Em uma decisão surpreendente do conclave, o Vaticano tem seu primeiro pontífice dos Estados Unidos na história. Ele será o líder de 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo. Em seu discurso na sacada da basílica, o novo papa de perfil progressista agradeceu a Francisco e falou na necessidade de uma Igreja sinodal.

Confira o momento em que o Papa Leão 14 se apresenta aos fiéis:

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

A tão esperada fumaça branca que anuncia a eleição do novo papa foi expelida nesta quinta-feira (8) da chaminé da capela Sistina, no segundo dia de conclave. O cardeal Robert Francis Prevost foi eleito pelos colegas e será conhecido a partir de agora como Leão XIV.

Ele foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais – dois terços dos eleitores do conclave – e será o sucessor do papa Francisco na Cátedra de São Pedro. As informações são do g1.

Quem é o novo papa
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.

Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.

Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, cargo em que foi ordenado bispo e permaneceu por nove anos. Nesse período, enfrentou a principal crise de sua trajetória: em 2023, três mulheres acusaram Prevost de acobertar casos de abuso sexual cometidos por dois padres no Peru, quando elas ainda eram crianças.

Segundo as denúncias, uma das vítimas telefonou para Prevost em 2020. Dois anos depois, ele recebeu formalmente os relatos e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi afastado preventivamente e o outro já não exercia mais funções por questões de saúde. A diocese peruana nega qualquer acobertamento e afirma que Prevost seguiu os trâmites exigidos pela legislação da Igreja. O Vaticano ainda não concluiu a investigação.

Durante sua passagem pelo Peru, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos. Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar papa, algo raro na Igreja moderna.

Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.

Como foi o conclave

Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.

Entrou para a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.

Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori. Prevost chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.

O conclave para a eleição do novo papa começou na quarta-feira (7), com a presença de 133 cardeais – sete deles são brasileiros. Na primeira rodada da votação, na quarta à tarde, deu fumaça preta.

O mesmo ocorreu após a segunda e a terceira rodadas, na manhã desta quinta. Para a tarde, havia a previsão de uma quarta rodada de votação perto de 12h30 (no horário de Brasília) e, se necessário, uma quinta e última, por volta das 14h.

Toritama - FJT 2025

A conclusão da desocupação da Fazenda CopaFruit, em Petrolina, invadida por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em abril passado, foi comentada pelo deputado estadual Antonio Coelho. O fim da ocupação foi determinado pela Justiça, que a considerou irregular. O parlamentar destacou a importância do cumprimento da decisão judicial, sublinhando o episódio como uma demonstração da solidez das instituições democráticas do país.

“A saída dos integrantes do MST da fazenda representa o êxito da ordem constitucional; reafirma, também, o respeito à cultura do trabalho que caracteriza Petrolina”, afirmou o deputado estadual, assinalando ser “essencial que o Estado assegure o direito de propriedade e proteja quem investe e gera empregos na região”.

Após a invasão do MST à fazenda, em abril passado, o deputado Antonio Coelho foi uma voz ativa na defesa das ações de desocupação e reintegração de posse. À época, na tribuna da Assembleia Legislativa, o parlamentar classificou a ação do MST como arbitrária e danosa, tanto do ponto de vista do estímulo à insegurança jurídica quanto da perspectiva econômica. O parlamentar também ressaltou que a realização de uma eventual desapropriação é de responsabilidade do estado brasileiro, não cabendo tal prerrogativa a uma pessoa ou organização.

Outro ponto relembrado pelo deputado, na ocasião do pronunciamento, foi o de que Petrolina é a terceira maior cidade de Pernambuco e tem na atuação de muitos empreendedores o sucesso do seu desenvolvimento econômico, com grande relevância para a fruticultura irrigada.  “A desocupação das terras invadidas devolveu à legalidade a posse da propriedade. Ademais, a reintegração reafirma o compromisso com o estado de direito e a preservação do ambiente produtivo da região”, ressaltou.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

O consagrado cantor Elymar Santos está de volta ao Manhattan Café Theatro, em Recife, para uma temporada especial de shows hoje, amanhã e sábado. A casa, conhecida por sua atmosfera intimista e sofisticada, receberá novamente o artista que é referência da música romântica brasileira.

O evento contará ainda com a participação dos já tradicionais Garçons Cantores, que proporcionam ao público uma experiência única, unindo talento vocal e atendimento diferenciado. Com ingressos limitados e grande expectativa por parte do público, a organização orienta que as reservas sejam feitas com antecedência. As vendas estão disponíveis pela plataforma Sympla.

Serviço:

Elymar Santos no Manhattan Café Theatro

Datas: 08, 09 e 10 de maio

Atrações: Elymar Santos e Garçons Cantores

Vendas: Sympla

Informações e reservas: (81) 9.8888-4818 / 3325-3372

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) deu mais um passo no fortalecimento da parceria com o setor produtivo. A autarquia esteve reunida, hoje, com representantes do grupo Atitude Pernambuco, formado por empresários de diversos segmentos. O encontro foi marcado pela apresentação de propostas, escuta ativa das demandas do setor e debate sobre oportunidades de investimento no estado e na região.

A reunião foi conduzida pelo superintendente da Sudene, Danilo Cabral, que destacou o papel estratégico da Autarquia como articuladora entre o setor privado e o poder público. “O nosso papel é estar à disposição de quem quer ajudar o Nordeste a crescer e melhorar a vida das pessoas”, afirmou. Ele também reconheceu a importância dos empresários nesse processo e destacou que a escuta qualificada das demandas do setor produtivo é fundamental para fortalecer os instrumentos de desenvolvimento regional.

Durante a apresentação, Danilo detalhou os principais mecanismos da Sudene voltados à concessão de crédito e ao fomento de investimentos, como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e os incentivos fiscais. O superintendente ressaltou ainda a importância de equipamentos de infraestrutura, como a ferrovia Transnordestina, para a competitividade da economia nordestina, além de anunciar o restabelecimento do Comitê das Instituições Financeiras Federais (Coriff). O comitê tem como objetivo coordenar ações entre bancos públicos, órgãos federais e o setor produtivo para viabilizar projetos que estejam alinhados a programas como a Nova Indústria Brasil.

O superintendente da Sudene também posicionou a Nova Indústria Brasil como um guia para que os empreendedores possam identificar novas oportunidades de negócios. Os empresários do grupo Atitude Pernambuco, por sua vez, apresentaram preocupações com a amplitude dos processos burocráticos, que, na avaliação do grupo, dificultam a execução de projetos em tempo hábil, e defenderam a redução das taxas de juros nos financiamentos voltados à indústria regional. Também apontaram a necessidade de uma atenção aos impactos da reforma tributária para o Nordeste, de modo a não penalizar a competitividade da Região frente a outros territórios nacionais.

Para Danilo Cabral, a atuação da Sudene vai além da oferta de crédito: é uma articulação constante para remover gargalos, criar oportunidades e apoiar iniciativas que gerem emprego, renda e competitividade para o Nordeste. “A Sudene tem o dever de ouvir, propor e articular. Nosso compromisso é com o desenvolvimento que transforma a vida das pessoas e fortalece o ambiente de negócios. É sistematizar as demandas e construir uma governança ágil”, concluiu.

A Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE) recebeu a visita institucional de uma comitiva do Banco Central (Bacen), por meio do seu Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições Não-Bancárias (Desuc). No âmbito estadual, o órgão é responsável pelo fomento da economia por meio da oferta de linhas de créditos especiais voltadas aos empreendedores formais e informais.

Na ocasião, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto as instalações físicas, a rotina de trabalho e toda a estrutura organizacional da AGE, além disso, entenderam como funcionam as práticas dedicadas aos controles internos e à auditoria interna. Durante a iniciativa, que aconteceu, na terça-feira (6), o corpo técnico da Agência, liderado pela diretora-presidente Angella Mochel, apresentou os indicadores gerenciais dos últimos cinco anos.

De olho no futuro, as duas equipes também debateram o planejamento estratégico e os projetos desenvolvidos em Pernambuco que contam com a participação da AGE. “A visita foi muito produtiva e promoveu a troca de experiências. É um trabalho construído com muita responsabilidade, com foco na promoção das condições favoráveis para alavancar o empreendedorismo em nosso estado. Para isso, a AGE conta com uma equipe dedicada e compromissada em executar com excelência o que foi planejado. A sinalização positiva dos representantes do Bacen indica que estamos no caminho certo”, destacou Angella Mochel.