Meu avô dizia que quando um político diz sim, faça a interpretação ao contrário. Ele está afirmando que não. E vice-versa. Nunca se sabe quando um homem público manifesta verdadeiramente o que pensa e o que quer fazer ou deixar de fazer. Lembrei-me disso ao ver a cara de pau do presidente Lula afirmando que não vai rifar a pré-candidatura da deputada Tabata Amaral (PSB) à Prefeitura de São Paulo.
Mas vai sim. São Paulo é prioridade absoluta de Lula. Ele quer eleger Guilherme Boulos, pré-candidato do PSol, de todo jeito. O presidente não enxerga nenhuma importância na eleição de uma capital este ano, com exceção de São Paulo, porque a capital paulista vai se transformar na eleição municipal um território a reverberação de um terceiro turno presidencial, a polarização entre o lulismo e o bolsonarismo.
O próprio Lula, na mesma entrevista, deixou isso bem claro. “A nossa prioridade na eleição é derrotar o bolsonarismo. Será maravilhosa a disputa política democrática”, afirmou. E este será o tom e o mote da campanha pela Prefeitura de São Paulo. Para não ser derrotado pelo bolsonarismo, traduzido na reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o presidente fará de tudo.
Se Tabata crescer e ameaçar a eleição de Boulos, Lula muda imediatamente o seu discurso. Até porque ele quer todo mundo junto para destroçar o bolsonarismo numa capital ainda com uma enorme densidade eleitoral de seguidores e admiradores do ex-presidente da República. Se Tabata insistir com o seu projeto, as consequências têm um endereço certo: o prefeito do Recife, João Campos (PSB), candidato à reeleição.
Namorado de Tabata, João evitou ir ao seu pré-lançamento da candidatura dela na semana passada, assim como o vice-presidente Geraldo Alckmin, hoje a principal liderança do PSB no plano nacional. Ficou clara a leitura da ausência deles: não contrariar Lula, o maior cabo eleitoral de Boulos.
Acredite se quiser – “Se a Tabata for candidata e o Boulos for candidato, quem for melhor e for para o segundo turno, eu apoiarei. Se os dois forem para o segundo turno, aí sim vai ter divergência, mas o que precisamos é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo”, disse Lula, tentando minimizar o impacto da divisão do bloco de esquerda do maior colégio eleitoral do País.
Barganha no passado, barganha agora? – Em 2022, o PT e Lula adotaram uma estratégia de barganha para tirar Márcio França (PSB) da disputa pelo Governo de São Paulo e favorecer a candidatura de Fernando Haddad (PT). França tentou uma vaga no Senado, mas, como Haddad, não foi eleito. Depois, ganhou o cargo de ministro de Portos e Aeroportos no governo. Entretanto, foi realocado no ano passado. Hoje, é ministro de Empreendedorismo. O que se ouve nos bastidores é que, para tirar Tabata da briga com Boulos, a ela seria oferecido o Ministério da Ciência e Tecnologia, tendo em vista que a titular Luciana Santos irá renunciar para disputar a Prefeitura de Olinda.
A cobra vai fumar – Ao tomar conhecimento das declarações do presidente Lula, dando a entender que a eleição em São Paulo será um terceiro turno no enfrentamento ao bolsonarismo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que a cidade não é ringue. Em referência à Prefeitura de Recife, o presidente disse que “se tiver (um candidato apoiado por Bolsonaro na disputa), vai pegar, a cobra vai fumar”.
Mandato de Moro sob risco – O desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), liberou as duas ações que podem levar à cassação do senador Sérgio Moro (União). Ele pede que os processos sejam incluídos na pauta para julgamento após o recesso, na “primeira data possível”. Cabe à presidência do TRE definir o dia. As ações que pedem a cassação de Moro são movidas pelo PL e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV). Se for condenado, o ex-juiz da Operação Lava Jato perde o mandato e pode ficar inelegível.
Raquel pé-frio – O setor de turismo em Pernambuco deve faturar R$ 1,3 bilhão no período do carnaval, de acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o levantamento, esse valor é 1,8% maior que o de 2023, o que indica que o Estado teve o menor crescimento percentual do Brasil para o período festivo. Nunca o Estado, com imagem de fazer o melhor carnaval do País, terá uma festa tão fraquinha em termos de invasão de turistas.
CURTAS
ARCOVERDE QUEBRADA – A Receita Federal cortou, ontem, R$ 1.657.484,56 do FPM de Arcoverde, a 250 km do Recife. Com as deduções da saúde e educação, restou aos cofres da Prefeitura apenas R$ 49.196,56. Com isso, quem vai pagar o pato são os servidores, que podem ficar sem seus salários.
MAIS UMA MARCHA – A Confederação Nacional dos Municípios já começou a organizar a XXV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, marcada para 20 a 23 de maio. A entidade está orientando os prefeitos a correrem para encontrar vagas em hotéis, já praticamente lotados. A marcha do ano passado atraiu 10 mil participantes.
MUDANÇA EM CAMARAGIBE – O fim da era da prefeita Nadegi (Republicanos) pode estar bem próximo em Camaragibe. Do bloco da oposição, o pré-candidato que se apresenta com maior densidade eleitoral é o juiz Luiz Rocha, recentemente filiado ao PP. Além de popular, tem uma larga folha de serviços prestados ao município. O povo parece inclinado a fazer uma experiência com alguém do Judiciário.
Perguntar não ofende: Quando Lula vai deixar de blefar em relação às eleições em São Paulo?
Toro Ranch: como o novo motor a diesel renovou a picape
A picape Fiat Toro se mantém como surgiu em 2016. É a mesma geração, digamos assim. Só foi ganhando, ao longo destes 10 anos, aperfeiçoamentos visuais e, principalmente, de motorização — a versão mais popular à época tinha motor 1.8 de 139 cavalos, o que a deixava lenta e beberrona. Mas a proposta original — ser uma categoria de picape que combinasse o comportamento de um SUV com a capacidade de carga exatamente de picape — foi preservada.
Enfim, por exigência do consumidor e obrigações ambientais legais, chegou a melhor versão desde então: a equipada com motor 2.2 turbodiesel de 200cv, 45,8kgfm de torque, câmbio automático de 9 marchas e tração 4×4. A coluna De bigu com a modernidade testou a Ranch, a topo de linha com uma central multimídia vertical de 10,1 polegadas, carregador de celular por indução, bancos em couro num marrom destoante etc. O pacote de segurança é razoável, com 6 airbags, controle de tração e estabilidade, assistência de permanência em faixa e frenagem autônoma de emergência.
O preço? Até o dia 12 de novembro, a picape estava cotada a R$ 194 mil, em negociação via WhatsApp pelo site de ofertas da Fiat. É cara, convenhamos, como qualquer carro no Brasil. E mesmo com a melhoria de desempenho do seu conjunto de motorização em quase 30% (torque) e em 18% (potência) em relação ao motor anterior. Por sinal, essas novas medições a levam de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e deixam o condutor muito mais confiante em retomadas e ultrapassagens.
Customização – O fato é que a Toro sempre foi benquista. Em meados deste ano, bateu a marca de 600 mil unidades vendidas. Ajudam nas conquistas a diversidade de preços, a quantidade de versões (seis, ao todo), a variedade de equipamentos de conforto e segurança e por aí vai. Enfim, valem as possibilidades de customização tão popular nos produtos da Fiat – ou mesmo das outras marcas da Stellantis. Por exemplo: só da Mopar, marca do próprio grupo, são 50 acessórios que privilegiam o uso da caçamba como porta-malas, a capacidade de carga, a praticidade no dia a dia e o design.
Mas vamos no ater à unidade testada, completíssima (como são as enviadas aos jornalistas especializados). A Ranch chama logo a atenção pela grade com moldura cromada (e muito de acabamento semelhante em estribos, retrovisores, santantônio etc) e identidade marrom (ou premium brown, como destaca a marca) no friso decorativo. Noves fora isso, vale o conjunto. Reforçando, por exemplo, um ponto agora bastante positivo, o motor. A picape, claro, ficou mais ágil e esperta — e ainda melhorou os índices de consumo. Esta coluna tem como preceito o fato de que a média de consumo depende quase sempre do pé do motorista, do estilo para-freia-acelera. Mas, como geralmente se faz muita questão, eis os dados: o Inmetro aponta 10,5 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada.
Versatilidade – Sua performance no fora-de-estrada de verdade não foi avaliada desta vez, infelizmente. Mas o conjunto 4×4 da Fiat já foi testado anteriormente. Ele dá conta do recado para rodovias de terra e trilhas mais acidentadas devido ao torque em baixas rotações. O modo 4×4 permanente ajuda em qualquer situação, mesmo que não se necessite dele, e há ainda a função reduzida (4×4 Low). Além disso, a troca de propulsor reduziu a vibração característica de picapes e ainda a deixou mais silenciosa internamente. Outro ponto firme da caminhonete é a versatilidade da caçamba. Ela (na verdade, um imenso ‘porta-malas’ de 900 litros) pode carregar até 1 mil quilos. O freio de estacionamento, finalmente, é eletrônico — e com função auto hold. Esse sistema de assistência de frenagem mantém o carro parado automaticamente, sem que o motorista precise pressionar o pedal do freio. É o lado urbano da picape, pois o auto hold é bem legal especialmente em ladeiras, semáforos e congestionamentos. Quando ativado por um botão no painel, ele libera os freios assim que o motorista acelera.
A direção elétrica progressiva: bem leve em baixa velocidade e mais dura à medida que o carro ganha velocidade. Por falar nisso, só o banco do motorista tem regulagem com comandos elétricos. A suspensão, por sinal, foi melhorada, segundo a Fiat, deixando o rodar mais suave. Até por conta do preço, a versão Ranch vem com faróis de neblina com função de iluminação em curvas, comutação (troca) automática do farol alto, partida remota do motor, Android Auto e Apple Carplay sem necessidade de fios e carregador de celular por indução. A capota marítima e a luz na caçamba são de série. No geral, a versão tem bom custo-benefício. Primeiro, pela oferta de equipamentos. E, também, por continuar sendo a velha Toro, agora mais potente, econômica e segura.
Salão de São Paulo: as novidades – Enfim, está de volta o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. A 31ª edição, que acontece de 22 a 30 de novembro, na capital paulista, promete reunir em um só lugar os principais lançamentos das grandes montadoras, experiências imersivas, carros clássicos, supermáquinas e muito conteúdo dedicado ao setor. A programação une inovação, entretenimento e história. Os ingressos seguem à venda exclusivamente no site oficial www.salaodoautomovel.com.br. Entre as marcas confirmadas estão BYD, Caoa, Caoa Chery, Citroën, Denza, Fiat, GAC, Geely, GWM, Honda, Hyundai, Jeep, Kia, Leapmotor, Lecar, MG Motors, Mitsubishi, Omoda & Jaecoo, Peugeot, RAM, Renault, Suzuki Motos, Toyota e Vespa. Mais de 300 veículos estarão em exposição, em uma programação cheia de experiências interativas. Os fãs de carros clássicos terão dois espaços dedicados para conferir modelos exclusivos e raros.
Marcando época – O Memória sobre Rodas exibirá o único Bugatti EB110 GT existente no Brasil, de 1994, além de outros modelos míticos como Lamborghini Miura P400 S 1969, o esportivo nacional Hofstetter Turbo 1986, Lamborghini Diablo 1991 e Plymouth Superbird 1970. Já o Carde Arte Design Museu trará linha do tempo com carros que marcaram época em outras edições do Salão do Automóvel, como VW Kombi 1960, Ferrari F40, Uirapuru, Dodge Charger R/T, VW SP2 e VW Gol GTI na sua inconfundível cor Azul Mônaco. O universo dos games e dos simuladores de corrida também estará presente.
Na Racing Game Zone by João Barion os visitantes poderão vivenciar toda emoção do drift em um simulador de última geração. Além disso, o mais recente carro do piloto, o Corvette C7 Z06, estará em exposição. O Drive Experience contará com uma pista indoor projetada especialmente para o evento. Com 14 mil metros quadrados, os visitantes poderão testar veículos de marcas como BYD, Caoa, Citroën, Fiat, GAC, Geely, GWM, Honda, Jeep, Leapmotor, Peugeot, RAM e Renault. O circuito inclui uma longa reta de 160 metros, desenvolvida para que os participantes sintam melhor a potência e torque dos veículos, além de exercícios práticos como slalom e frenagem. A expectativa é que 1 mil visitantes por dia possam acelerar em voltas de até 10 minutos.
Ram Dakota – A primeira picape média da Ram, a Dakota, será uma das atrações do estande da fabricante no Salão. Ela foi revelada na versão Warlock no mês passado em um evento que oficializou o início da produção do modelo no Polo Industrial de Córdoba, na Argentina. O nome da picape havia sido divulgado em agosto na apresentação do conceito Nightfall, que antecipou as linhas da versão definitiva da Dakota. A nova Dakota é o segundo modelo da Ram desenvolvido e produzido fora da América do Norte. Será lançada no Brasil em 2026. O estande da Ram trará ainda, segundo os diretores, algumas surpresas.
Fiat inicia a festa dos 50 anos de Brasil – A marca italiana pertencente ao grupo Stellantis escolheu o Salão de São Paulo para começar a festejar os 50 anos no Brasil. Para isso, vai apresentar suas picapes Strada, Toro e Titano — além do Abarth 600e — em uma área de 500 metros quadrados. A Fiat quer continuar a ser a principal vendedora de picapes no Brasil nos últimos cinco anos. Ela também aproveitará para apresentar um carro conceito que promete surpreender todos e revelar o direcionamento que orientará seu futuro nos próximos anos. Quanto ao Abarth 600e Scorpionissima, o elétrico de edição especial será um dos destaques. Também haverá um espaço dedicado aos fãs da série da Netflix Stranger Things. O Abarth 600e é o modelo mais potente da marca.
Começa pré-venda do Sportage reestilizado – A Kia Brasil vai aproveitar a 31ª edição do Salão Internacional do Automóvel para lançar o novo Sportage reestilizado. A importadora também anunciou a pré-venda da versão EX Prestige, mantendo seu preço em R$ 267.190 em caráter promocional. As principais mudanças de reestilização do Sportage 2026 dizem respeito aos novos desenhos dianteiro e traseiro, marcados pela assinatura luminosa Star Map, novo design da roda, do painel de instrumentos, assim como novo volante de 2 raios. O motor turbo GDI (injeção direta), 1.6 litro, a gasolina, tem sistema híbrido de 48V, capaz de gerar 178 cavalos de potência combinada e torque de 27 kgf.m. O sistema de comando desse motor propicia o modo de condução Velejar, desligando o propulsor por completo em situação de rodagem plana e, por consequência, economizando combustível.
O sistema híbrido do Sportage entra em ação quando o veículo enfrenta uma descida, poupando o motor a combustão, ou em subidas, quando o powertrain necessita de mais força, sempre priorizando a eficiência de consumo e menores índices de emissões. O conjunto do motor está acoplado ao câmbio automático de 7 velocidades e dupla embreagem DCT. Com essa configuração, o novo Sportage registrou desempenho 8% superior ao obtido por sua versão anterior, com 12,5 km/l na cidade e de 13,2 km/l na estrada, segundo dados do Inmetro e sempre abastecido com gasolina. O Sportage conta com diversas tecnologias de auxílio à condução: alertas de fadiga do condutor, prevenção de colisão por ponto cego, prevenção de colisão traseira e tráfego cruzado e por aí vai.
SUV cupê novo, nome velho – A General Motors anunciou o nome do inédito SUV cupê. Mas o nome é de um modelo antigo (que, inclusive, fracassou no Brasil): Sonic. O modelo será produzido no complexo de Gravataí (RS). Mais detalhes sobre design, dimensões, motorização e tecnologias do Sonic serão revelados em breve.
O sucesso do Jetta – O terceiro modelo do trio de esportivos VW Legends, o novo Jetta GLI, teve 1.196 pedidos no primeiro fim de semana de vendas (8 e 9/11) nas mais de 400 concessionárias VW no Brasil. O Jetta GLI chegou com design renovado, mais tecnologia e um motor 350 TSI de 231cv. O preço? R$ 270 mil. Os demais integrantes do trio VW Legends também arrasam: o Golf GTI teve seu primeiro lote esgotado em um fim de semana e o Nivus GTS já foi todo vendido.
Bancos de couro para o Kicks Sense – A linha de acessórios originais da Nissan ganha mais uma opção de personalização e conforto. Dessa vez, a novidade é o revestimento premium dos bancos para o novo Nissan Kicks na versão Sense. São dois kits diferentes, que chegam para ampliar a sofisticação dessa versão do SUV. As duas opções disponíveis são: o revestimento misto, que mistura material sintético com couro natural na parte central, com preço de venda sugerido de R$ 3.303, e o revestimento 100% sintético, disponível com preço sugerido de R$ 2.864. Ambos os valores não incluem a mão de obra de instalação.
O primeiro híbrido flex da BYD – A marca chinesa BYD apresentou oficialmente o Song Pro híbrido flex, o primeiro da marca desenvolvido para o Brasil. O modelo foi criado para o mercado nacional e que combina tecnologia de eletrificação com o uso de etanol. O veículo integrou a frota oficial da COP30, realizada em Belém (PA) e faz parte da doação de 30 unidades por escolas e instituições públicas locais. Ele terá o mesmo motor 1.5 aspirado atual, mas adaptado para rodar com gasolina ou etanol em qualquer proporção.
Quatro Rodas: melhores em oito categorias – Plataforma especializada em automóveis da Editora Abril, a Quatro Rodas elegeu os carros mais bem avaliados do Brasil, em pesquisa que ouviu os próprios donos. A pesquisa contemplou os modelos em oito categorias: hatches compactos, sedãs compactos, sedãs médios, SUVs compactos, SUVs médios, SUVs grandes, picapes intermediárias e picapes médias. Além de duas premiações especiais: o grande campeão — dado ao carro com a maior pontuação entre todos ganhadores — e pós-vendas, para a marca melhor avaliada.
A pesquisa “Os eleitos 2025” teve mais de 9 mil respostas válidas após checagem de consistência, garantindo a credibilidade dos resultados, e premiou modelos das marcas Renault, Ford, Volkswagen, Ram, BYD e Jeep. O Renault Kwid foi eleito o melhor hatch compacto, enquanto o Ram Rampage venceu na categoria picape intermediária. A melhor picape média foi a Ford Ranger. A Jeep se destacou ao vencer três categorias: o Renegade como melhor SUV compacto, o Compass como SUV médio e o Commander como SUV grande. Além disso, a marca também levou o prêmio na avaliação de melhor serviço de pós-venda. O Volkswagen Virtus foi o mais bem avaliado entre os sedãs compactos. O BYD Seal, por sua vez, levou a categoria de sedã médio.
Usados devem bater recorde – O mercado de veículos seminovos e usados caminha para um ano de recorde absoluto. Dados da Fenauto apontam que a marca histórica de 15,7 milhões de unidades comercializadas em 2024 deverá ser superada já agora em novembro. A entidade estima 18 milhões de unidades comercializadas até o final do ano. Até o final de outubro, o acumulado de vendas já alcançou 15.244.066 veículos que mudaram de propriedade. Este volume representa um crescimento notável de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Financiamento de carro e moto: o que saber – Comprar um carro ou moto fiado? Sim, claro. O financiamento funciona como um crédito que viabiliza a compra do bem mesmo que o cliente não disponha da quantia total para pagamento à vista no momento do negócio. O banco ou instituição financeira paga à concessionária ou loja o valor do veículo escolhido pelo cliente, e o consumidor paga o financiamento para o banco de acordo com as parcelas negociadas mensalmente, com o acréscimo de juros mais encargos. A turma da Mobiauto fez uma pequena cartilha, aqui reproduzida em parte.
Modalidades – Existem algumas modalidades além do financiamento convencional, como leasing, consórcio e compra programada.
Leasing – É quase como um aluguel: oferece taxas mais atrativas e não exige entrada. Assim, o consumidor pode usufruir do carro e ir pagando mensalmente. Porém, o veículo só é transferido para o nome do proprietário depois de quitado, e, em caso de inadimplência, o banco pode retomar o veículo (que segue sob sua propriedade até a quitação) e o cliente perde tudo que já pagou.
Consórcio – É uma boa opção para quem não precisa de um carro de imediato: o cliente paga uma carta de crédito sem os juros de financiamento e, ao final, pode usá-la para comprar o carro à vista. É possível, ainda, ser sorteado ou entrar em leilões para obter a carta de crédito antes de terminar de pagá-la.
Compra programada – Apesar de pouco conhecida, é muito interessante, pois não há cobrança de juros. As instituições que trabalham com essa modalidade de compra costumam exigir o pagamento de ao menos 12 parcelas. Só depois o cliente pode levar o carro para casa.
O que precisa? – Para realizar uma proposta de financiamento de um veículo, é necessário fornecer à loja ou concessionária os seguintes documentos: RG, CPF, comprovantes de residência e de renda, e documentação do veículo que for dado como entrada, se for o caso. É muito mais difícil ter o financiamento aprovado sem um valor de entrada, porque a entrada é uma espécie de garantia para o banco ou instituição financeira de que o cliente tem condições de honrar a dívida.
Muitos clientes usam seu carro atual como entrada para financiar a compra de um modelo mais novo. Agora, se você não tem o dinheiro da entrada, mas quer e precisa financiar um veículo, ainda há esperança. Para isso, é preciso ter um histórico financeiro favorável, não ter contas em atraso e um bom score, ou seja, uma alta pontuação de crédito junto ao banco. Vale lembrar que, nesses casos, para compensar o risco, os juros são de praxe muito mais altos. Portanto, sempre que puder, dê preferência a uma compra com entrada.
Qual vantagem em financiar? Conseguir comprar um carro ou trocar o seu por um modelo mais novo sem ter que juntar antes o dinheiro necessário para pagamento à vista. Outra é poder usar o dinheiro que seria usado na compra em outro investimento de sua preferência, desde que se avalie que o investimento compensa os juros que serão cobrados no financiamento.
Como é calculada a taxa de juros? – Cada banco ou financeira tem seus próprios cálculos de taxa de juros. Todavia, o percentual de juros varia de acordo com cada tipo de financiamento. As empresas que fornecerão o crédito sempre levarão em conta o valor da entrada, o número de parcelas, o possível pagamento de “balões” no meio do financiamento e a pontuação (score) do cliente para definir a taxa. Quanto maior o potencial de risco, mais juros a instituição embute no processo. Outro ponto que merece muita atenção do consumidor é o CET (Custo Efetivo Total). Alguns bancos oferecem uma taxa de juros mais atrativa, mas compensam isso cobrando mais em outras tarifas. Em todo financiamento é preciso conferir o valor final.
É possível financiar um carro com o nome sujo? – É possível, porém muito difícil. Os bancos utilizam o score, um indicador do quão bom pagador você é. Se ele for baixo, a instituição entende que o risco de não receber e tomar o popular calote é maior. Mesmo assim, algumas instituições aprovam o financiamento, mas cobram juros altíssimos para compensar o risco. A dica é: se possível, busque antes quitar as dívidas, espere alguns meses e mantenha as contas em dia para elevar a pontuação e, assim, ter mais chances de conseguir o financiamento com uma taxa mais atraente.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
A Prefeitura de Angelim inaugurou a Casa Azul, nova unidade de acolhimento e acompanhamento especializado para pessoas autistas e atípicas. Idealizado pela gestão do prefeito Caíque, o equipamento reúne ações integradas de educação, saúde e assistência social para usuários e suas famílias. Durante a solenidade, o prefeito também assinou um decreto que proíbe o uso de fogos com barulho em todo o município, em respeito a pessoas autistas, idosos, pessoas com deficiência e animais.
O projeto já despertou interesse de outras cidades e passou a ser acompanhado pelo Tribunal de Contas do Estado, por meio do conselheiro Ranilson Ramos, que pretende apresentar a iniciativa ao Comitê Nacional da Primeira Infância. Caíque agradeceu o apoio político do deputado federal Waldemar Oliveira e destacou o trabalho das equipes técnicas, secretarias e famílias que contribuíram para a construção da Casa Azul, apontando o equipamento como um avanço social da gestão.
A cerimônia reuniu autoridades municipais, estaduais e federais, entre secretários, vereadores, prefeitos da região e ex-prefeitos de Angelim. O senador Fernando Dueire e a senadora Teresa Leitão enviaram mensagens em vídeo. Localizada no centro da cidade, a Casa Azul já está em funcionamento e passa a integrar o conjunto de iniciativas municipais voltadas ao cuidado e ao acolhimento de pessoas autistas em Pernambuco.
A repercussão em torno de e-mails ligados a Jeffrey Epstein voltou a pressionar o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um momento em que a Casa Branca tentava capitalizar politicamente o fim do mais longo shutdown da história recente do país. O material, divulgado por democratas na Câmara dos Deputados, recolocou sob os holofotes antigas dúvidas sobre a relação entre o presidente e o financista condenado.
As informações foram inicialmente publicadas pela Reuters, que detalhou como a nova leva de documentos reacendeu questionamentos sobre o quanto Trump sabia do esquema de abusos atribuídos a Epstein. O governo classificou a divulgação como uma tentativa de desviar o foco da derrota dos democratas na disputa pelo fim da paralisação do governo federal.
Apesar do esforço da Casa Branca para desqualificar o episódio como parte de uma “campanha difamatória”, o caso expôs uma fragilidade persistente que ameaça contaminar a comunicação do presidente e seu partido às vésperas das eleições legislativas de 2026. Trump já sobreviveu a controvérsias que derrubariam outros líderes políticos, mas o legado de Epstein tem se mostrado um obstáculo recorrente para sua estratégia eleitoral.
Rachaduras no Partido Republicano
Uma parcela dos republicanos mais alinhados a Trump acredita que o governo esconde documentos importantes sobre o financista — que morreu por suicídio na prisão em 2019 — e suas conexões com figuras influentes. Alguns parlamentares conservadores romperam com o presidente ao apoiar, ao lado dos democratas, a divulgação irrestrita dos arquivos, movimento que irritou Trump, que os chamou de “fracos e tolos”.
O estrategista republicano Terry Sullivan afirmou que nunca houve expectativa real de que o assunto desaparecesse. “A esperança era que isso perdesse força e sumisse, e isso nunca aconteceria”, disse Sullivan. Ele destacou a dificuldade de Trump em lidar com o tema: “É impossível provar um negativo. Se ele não sabia de nada, como provar isso?”
Para a estrategista democrata Pia Carusone, sócia da consultoria SKDK, a insistência do caso pode prejudicar o desempenho republicano nas urnas. “A base do MAGA tende a se agarrar a temas internos e amplificá-los”, afirmou. Segundo ela, o presidente está vulnerável devido ao descontentamento de parte de seus apoiadores com a decisão do governo de não divulgar todos os arquivos relacionados a Epstein, alegando questões de privacidade.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada em outubro reforçou o desgaste: embora 9 em cada 10 republicanos aprovem o desempenho geral de Trump, apenas 4 em 10 aprovam a maneira como ele lida com os documentos ligados a Epstein.
Casa Branca tenta conter danos
A porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, reagiu à divulgação dos e-mails: “Democratas e a imprensa tradicional estão desesperados para usar essa farsa como distração para não falar sobre a derrota que sofreram com o presidente Trump no embate sobre o shutdown. Esses e-mails não provam absolutamente nada”, disse.
Mesmo com a tentativa de contenção, o episódio expôs fissuras raras na coalizão republicana. Influenciadores conservadores minimizaram trechos que sugeriam que Epstein acreditava que Trump “sabia sobre as garotas”, destacando mensagens que mostravam o presidente repudiando o comportamento do financista e expulsando-o do clube Mar-a-Lago, na Flórida. Trump nega qualquer conhecimento sobre os abusos atribuídos a Epstein.
Na Câmara, a pressão cresceu. No mesmo dia em que o governo voltou a funcionar, democratas — com apoio de quatro republicanos — conseguiram as assinaturas necessárias para votar um projeto que obriga o Departamento de Justiça a liberar todos os arquivos relacionados ao caso.
Nem mesmo negociações diretas com autoridades de alto escalão da Casa Branca convenceram a deputada Lauren Boebert a retirar seu nome da petição. A republicana Nancy Mace, outra aliada frequente de Trump, também manteve seu apoio. Uma fonte revelou que, ao não conseguir falar diretamente com o presidente, Mace enviou-lhe uma mensagem mencionando sua condição de sobrevivente de agressão sexual.
O episódio expôs a delicada equação que Trump precisa administrar para evitar uma rebelião interna em seu partido às vésperas da nova disputa eleitoral.
Trump rompe silêncio e intensifica confronto
Após dias se esquivando de perguntas, Trump voltou a falar sobre o tema durante voo no Air Force One. “Quando você fala sobre a farsa Epstein, o que acontece é que você deixa de falar sobre o quanto fizemos bem”, afirmou o presidente a jornalistas. “Eles querem desperdiçar o tempo das pessoas, e alguns dos republicanos mais tolos embarcam nisso.”
Horas antes, Trump anunciara que pediria ao Departamento de Justiça uma investigação sobre os vínculos de Epstein com o banco JPMorgan e com democratas influentes. A instituição financeira lamentou sua antiga relação com o financista — cliente entre 1998 e 2013 — e afirmou não ter colaborado para seus “atos hediondos”.
Tanto democratas quanto republicanos avaliam que os últimos dias demonstraram a força duradoura do escândalo e sua capacidade de dominar o noticiário. Para o estrategista republicano Alex Conant, o governo insiste em uma estratégia que produz o efeito contrário: “Não acho que alguém possa dizer que isso foi bem administrado, porque ainda estamos falando disso”, afirmou.
Uma explosão em um complexo industrial na cidade de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, na noite de ontem (14), deixou pelo menos 24 pessoas feridas. Não havia confirmação de mortos até o fechamento deste texto.
Vídeos da tragédia mostram trabalhadores correndo do local que aconteceu a explosão, onde funcionaria uma fábrica de tintas e agrotóxicos. Antes mesmo da explosão acontecer, um incêndio já tomava conta de uma parte do complexo industrial.
Ao menos cinco empresas foram atingidas pelas chamas; uma delas foi completamente reduzida a cinzas. A explosão aconteceu em local próximo ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, o maior terminal internacional aéreo da Argentina. Uma das rodovias que dão acesso ao local foi fechada por precaução, enquanto cerca de vinte equipes de bombeiros trabalham na área.
Segundo o portal Infobae, entre os feridos estão duas pessoas que moram próximo ao local do incidente: um homem que sofreu um ataque cardíaco e uma gestante apresenta problemas respiratórios causados pela inalação de fumaça.
Trabalhadores do complexo filmaram o momento em que uma grande explosão de luz acontece seguida de um grande estrondo. O momento foi também captado por câmeras de segurança próximas ao local da explosão e é possível ouvir a onda de choque. Quem passava de carro também registrou o momento. Além da grande coluna de fumaça cinza e laranja, é possível ver nas filmagens um poeira brilhante caindo sobre o local.
Segundo a prefeitura do município, equipes de Bombeiros, Defesa Civil, Forças de Segurança e Profissionais de Saúde estavam “trabalhando diante da explosão ocorrida no Polo Industrial de Spegazzini”.
Máscaras de Chico Mendes e do cacique Raoni. Alegoria de boitatá. Carros de som alternando entre discursos políticos, ritmos de carimbó e brega. A Marcha Mundial pelo Clima ocupou neste sábado (15) as ruas de Belém com uma amostra expressiva da diversidade cultural e social do povo amazônico.
Segundo os organizadores, pelo menos 70 mil pessoas estiveram presentes na manifestação, que saiu do Mercado de São Brás, no centro histórico, até a Aldeia Cabana. Um trajeto de aproximadamente 4,5 km feito sob um sol forte de 35°C. Nada mais representativo para um ato que teme a falta de decisões efetivas de combate à emergência climática na 30° Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).
A marcha foi organizada por integrantes da Cúpula dos Povos e da COP das Baixadas, e teve a participação de representantes de organizações de todos os continentes, de povos tradicionais e das comunidades paraenses.
“Estamos aqui com todos os povos do mundo e movimentos sociais para um grito de alerta sobre as ameaças e os ataques aos territórios, e contra defensores e defensoras dos direitos humanos e do meio ambiente. Precisamos que órgãos oficiais e a ONU reconheçam que, para ter transição justa, é preciso proteger quem protege a floresta”, disse Darcy Frigo, do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH) e da comissão política da Cúpula dos Povos.
“Queremos expressar todas as demandas que têm surgido durante a Cúpula dos Povos. Queremos denunciar as falsas soluções para as mudanças climáticas, como fundos de financiamento para florestas. Pedimos para não explorarem petróleo na Amazônia e para não proliferar os combustíveis fósseis em todo o mundo”, disse Eduardo Giesen, coordenador na América Latina da Global Campaign to Demand Climate Justice.
As ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, subiram no carro principal da marcha para manifestar apoio ao ato pelo clima. Marina destacou o caráter mais popular da COP que é realizada no Brasil.
“Depois de outras COPs, em que as manifestações sociais ocorriam apenas dentro de espaços oficiais da ONU, no Brasil, no Sul Global, em uma democracia consolidada, podemos ocupar as ruas. A COP30 permite o encontro das periferias, das águas, das cidades, dos campos, das florestas. Lugares que enfrentam as mudanças do clima. Em que pesem nossos desafios e contradições, temos que fazer um mapa do caminho para transição justa e encerrar a dependência dos combustíveis fósseis”, disse Marina.
Força cultural
Um dos exemplos das tradições locais de cultura e organização social presentes no ato em Belém foi o Arraial do Pavulagem, grupo que divulga a música popular paraense e amazônica, misturando elementos regionais. O coordenador do Pavulagem, Júnior Soares, entende que é impossível falar de tradições culturais urbanas, sem abordar os extremos climáticos.
“Nós temos 38 anos de construção desse grupo e das apresentações de rua na região de Belém. E as condições ambientais do lugar onde a gente vive sempre foram importantes para nós. Estamos na marcha com uma representação dos nossos brincantes, nos somando a essa luta para pedir um olhar especial do mundo pela Amazônia e para os povos que vivem aqui”, disse Soares.
Marciele Albuquerque, indígena Munduruku, ativista e cunhã-poranga do Boi Caprichoso, foi às ruas para defender a demarcação de terras dos povos tradicionais como política climática.
Na marcha deste sábado, chamou a atenção uma cobra de 30 metros, com a frase: “Financiamento direto para quem cuida da floresta”. A escultura é resultado de um trabalho coletivo de 16 artistas de Santarém, criada em 15 dias de produção, e apoiada pelo movimento Amazônia de Pé. Construída em parceria com a Aliança dos Povos pelo Clima, a obra apoia a campanha “A gente cobra”, que exige o financiamento direto para as populações que vivem na floresta amazônica.
Movimentos sociais
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) trouxe a demanda social por moradia, relacionada aos problemas climáticos. Segundo Rud Rafael, coordenador nacional do MTST, a questão ambiental tem ganhado cada vez mais centralidade nas pautas do movimento.
“Não tem como pensar mais a questão da moradia, sem pensar a questão ambiental. A gente teve no Rio Grande do Sul, por exemplo, um evento climático extremo que impactou mais de 600 mil pessoas. Não tem como pensar mais a questão da moradia só pelo déficit habitacional, quando cada evento climático extremo gera milhares e, às vezes, milhões de impactados. A ideia é colocar a periferia no centro das soluções”, disse Rud.
O ato contou com manifestantes de diferentes organizações internacionais. Kwami Kpondzo, de Togo, na África, veio como representante da Global Forest Coalition, e defendeu a união de todos os movimentos populares como forma de lidar com os problemas ambientais globais.
“Estamos aqui para dar apoio às pessoas impactadas pelas mudanças climáticas, pela degradação florestal, pela mineração, pelo desmatamento. Queremos nos posicionar na marcha contra o capitalismo e o colonialismo. Estamos muito felizes porque as pessoas juntas têm poder e são capazes de mudar esse sistema que destrói o nosso planeta”, disse Kpondzo.
Na maratona pelo Agreste Setentrional, em Surubim, meu amigo Plácido Couto, do restaurante Supremo, me homenageou com uma galinhada espetacular. A galinha é de capoeira, criada no quintal da sua chácara. Indico! Uma das sete maravilhas do Nordeste!
Depois do lançamento do meu livro, ontem, em Taquaratinga do Norte, vim, há pouco, fazer uma visita ao meu amigo Geraldo Maia, uma das vozes mais lindas da MPB, agora exilado no seu sítio em Taquaritinga, na verdade um verdadeiro paraíso.
Confira!
Na ocasião, também pude dar um autógrafo especial para meu amigo. Com a palavra, Geraldo:
“Lugar de mulher é onde ela quiser”, enfatizou a governadora Raquel Lyra (PSD) ao posar com a nova garçonete do Palácio do Campo das Princesas. Mas na administração de Raquel, é só para servir café para a governadora branca e nascida em berço de ouro que serve uma mulher.
Sem desmerecer o trabalho de servir café e água, que é digno e honesto, mas na gestão de Raquel uma mulher não serve para ocupar espaços de poder nos quais são tomadas decisões importantes da sociedade.
Nas duas oportunidades em que pôde indicar nomes para o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Raquel escolheu homens. Detalhe: mesmo havendo três mulheres nas listas tríplices enviadas pelo Ministério Público e pela OAB-PE.
Aí hoje, do alto do seu castelo de privilégios, posa sorridente sendo servida por uma mulher, trabalho majoritariamente exercido justamente por mulheres no Brasil, desde sempre, a maioria pretas, segundo o IBGE.
O dia em que Raquel adquirir um pouquinho de consciência de classe e de gênero, e também se dedicar a escolher mulheres para ocupar espaços de poder como o TJPE, ela pode se beneficiar da pauta feminina.
Por enquanto, continua sem fazer muita coisa pelo real empoderamento das mulheres na nossa sociedade.
Governadora, sei que sua vida é corrida, mas, quando puder, dê uma lidinha em textos sobre consciência de gênero e de classe. Vai lhe fazer bem.
Ainda em Taquaritinga do Norte, conheci o restaurante Gonzagão, com minha equipe que me acompanha na maratona de lançamentos e palestras do meu livro “Os Leões do Norte”. Gostei tanto que indico. O cardápio é muito variado, de costela de bode a buchada. E o dono, Evandro Bezerra, flamenguista doente, dá atendimento vip.
Três anos após o início do governo Raquel Lyra — que apresentou a saúde como uma de suas principais bandeiras —, mães de crianças atendidas na pediatria do Hospital da Restauração (HR), no Recife, denunciam abandono, demora para atendimento especializado e falta de estrutura básica. Os relatos, registrados pelo jornalista Emerson Freitas, contrastam com a promessa de requalificação do hospital: a reforma, cuja licitação foi aberta em outubro de 2023 com orçamento de R$ 23,4 milhões e prazo de dois anos, segue em andamento enquanto persistem a superlotação, a falta de ventilação e as longas esperas por neurocirurgiões.
Nos vídeos, mães descrevem crianças enfrentando crises convulsivas frequentes sem qualquer avaliação especializada por dias. Thaís, há três meses na emergência com o filho de 5 anos, afirma que ele chega a ter 21 crises por dia e aguarda uma cirurgia disponível apenas em São Paulo. “A médica disse para mim hoje ‘olha mãe, a chance de você sair daqui para fora é de 100%, 98% e de seu filho sair e ter muita crise e aí voltar novamente e a gente medicar e voltar para casa — porque só isso que sabem fazer’”, relatou. “Sem falar da situação precária que está nosso hospital: berço quebrado, uma falta de organização, ventilador não tem. A gente tem que sair daqui para fora para comprar um ventilador, que é R$90,00, um absurdo! Isso é uma situação horrível. Eu quero a cirurgia do meu filho!”, completou.
Erivanha, de Xexéu, diz estar há quatro dias aguardando um neurologista para o filho Levi, que sofre oito crises diárias. “Eu quero um neuro, com urgência, porque ele está precisando. E eu peço a atenção da governadora Raquel, que ela me ajude, porque [quem fala] é uma mãe desesperada. Ninguém quer passar por isso que a gente está passando hoje”, afirma.
Flávia, de Afogados da Ingazeira, relata que seu filho de 8 anos não consegue engolir, sentar ou ficar em pé e, mesmo após presenciar uma crise, o pediatra afirmou que a criança “não estava em crise”. “E ele não soube explicar o que era que o menino tinha, então se ele não sabe explicar o que é, o que ele faz num lugar desse?”, questiona. Entre berços quebrados, falta de ventiladores e mães comprando equipamentos com recursos próprios, as denúncias reforçam o pedido por respostas do governo estadual diante de uma realidade que, apesar das obras, segue sem melhorias perceptíveis para quem depende do Hospital da Restauração.
Dezenas de amigos e familiares marcam presença, no cemitério Morada da Paz, em Paulista, na manhã deste sábado (15), para se despedir do ex-presidente do Sport, Milton Bivar.
O ex-dirigente rubro-negro faleceu na noite de ontem (14), em decorrência de um câncer no pâncreas. O corpo dele será cremado, em cerimônia prevista para 15h.
O presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, compareceu ao velório do amigo de longa data e relembrou momentos ao lado do ex-mandatário. “Guardamos uma relação sempre de muita afetividade. Meu pai tinha um carinho especial por ele, ele foi um grande presidente, um presidente campeão, como aliás era de tradição da família. Pelas circunstâncias de saúde, penso que Milton descansou, mas foi uma coisa muito agressiva, violenta em sete meses”, iniciou.
“Exemplos como o de Milton, de um rubro-negro, esportista apaixonado, eles são imorredores, vão ficar para sempre. A sua determinação, liderança, e a sua maneira doce de se relacionar com as pessoas”, seguiu Eduardo Monteiro.
Também à Folha de Pernambuco, o filho de Milton, Paulo Bivar, contou que “ele passou do jeito dele, da forma que ele queria, sempre muito fiel e muito firme ao que ele acreditava.”
Engenheiro civil e empresário, Milton comandou o Rubro-negro na campanha do título da Copa do Brasil, em 2008, último grande título nacional do clube pernambucano. Destaque daquela conquista, o ex-atacante Carlinhos Bala compareceu à cerimônia para se despedir do ex-presidente.
“Desde o começo da minha chegada ao Sport, a gente criou um vínculo de pai para filho. Da forma que cheguei, em uma situação complicada, e ele bateu, assumiu minha contratação. Sempre que eu fazia gol, eu dizia: “esse gol é para o senhor”. Na final da Copa do Brasil, a gente quando saiu do Morumbi, eu disse: “Presidente, pode ter certeza que esse gol de Enilton foi o gol do título”, e ele falou que acreditava, que o elenco tinha essa possibilidade”, comentou o antigo camisa 11.
Carlinhos Bala compareceu ao velório para se despedir de Milton Bivar. Foto: Leandro de Santana/Folha de Pernambuco
O ex-dirigente presidiu o Leão também entre 2019 e 2021, foi vice-presidente em 2006 e 2013, além de ter sido presidente do Conselho Deliberativo no biênio 2009/10.
Nomes como Fred Domingos, que foi diretor de futebol, e Ricardo Sá Leitão, ex-vice do Conselho Deliberativo, em 2019 e 2020, também marcaram presença no velório do ex-dirigente.
“Qualquer relação clubista ou institucional que alguém tenha feito com Milton, é impossível descolar da pessoa que ele foi. Ele tinha duas grandes marcas na vida: culto ao Sport e culto às amizades. Isso se entrelaçava, mediante sua personalidade. Ele era uma pessoa amiga, acolhedora, que me acolheu muito antes de eu ser vice do Conselho em 2019 e 2020”, falou Ricardo.
De acordo com Paulo Bivar, apesar dos bons momentos do pai no futebol, a maior vitória do ex-dirigente foi construída dentro da família. “Muita gente conhece ele como o vencedor no campo, no futebol, mas a gente fala que a grande vitória dele foi dentro de casa, no legado que deixa para filhos e netos. As lembranças das histórias boas, ele era conhecido por ser uma pessoa de sorriso fácil, de abraço caloroso e aberto para receber todo mundo. Isso permanece, é a alegria que ele vai deixar com todos”, falou o empresário de 45 anos.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (15) que a nova ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reduziu em 10 pontos percentuais tarifas impostas ao Brasil, é “positiva e na direção correta”.
De acordo com o ele, embora alguns setores ainda enfrentem alíquotas consideradas altas — como o café, que permanece com tarifa de 40% — o governo brasileiro vê espaço para avançar nas negociações.
Alckmin falou a jornalistas no Palácio do Planto. Disse que o comércio exterior brasileiro vive um momento robusto. “Chegamos a US$ 290 bilhões em exportações de janeiro a outubro, um recorde. Só em outubro, crescemos 9,1%”, afirmou. O ministro ressaltou também a abertura de “quase 500 novos mercados” e a assinatura de novos acordos comerciais.
Impacto
De acordo com Alckmin, a medida anunciada pelo governo norte-americano gera efeitos imediatos em itens relevantes da pauta exportadora brasileira. Entre eles:
• suco de laranja, cuja tarifa caiu de 10% para 0, beneficiando exportações de US$ 1,2 bilhão ao ano;
• frutas como manga, açaí, goiaba, abacaxi e banana, todas com redução de 10 pontos na alíquota;
• café, que vai de 50% para 40%, mas segue com taxa considerada excessiva;
• celulose, ferroníquel, madeira macia e serrada e alguns móveis, que já haviam sido contemplados por reduções anteriores.
O vice-presidente afirmou que há uma “distorção que precisa ser corrigida”, já que concorrentes como o Vietnã tiveram tarifa do café reduzida de 20% para 0. “O Brasil é responsável por 33% do café consumido pelos EUA, especialmente o arábica. Há espaço para trabalhar”, declarou.
Diplomacia e próxima etapa
Alckmin atribuiu o avanço tarifário a três fatores: o empenho do governo brasileiro, a “sensibilidade” do governo americano e o papel da iniciativa privada dos dois países.
Ele disse que o encontro recente entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) na Malásia, em 26 de outubro, foi “muito bom”, assim como a reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em 12 de novembro. “Estamos otimistas de que novos passos virão.”
Mesmo com declarações de Trump sugerindo que novas reduções podem não ser necessárias, Alckmin afirma que o Brasil seguirá pressionando: “Estamos abertos ao diálogo. Queremos resolver.”
Competitividade e números da balança
Alckmin apontou que, apesar de as tarifas americanas serem altas para parte da pauta brasileira, os EUA têm superavit comercial com o Brasil. Ele lembrou que:
12% das exportações brasileiras vão para os Estados Unidos; dos US$ 40 bilhões exportados em 2023, 23% tinham tarifa zero — agora são 26%;
42% da pauta tem tarifa zero ou 10%; 24% está sujeita à seção 232, que aplica as mesmas tarifas ao Brasil e ao restante do mundo (aço, alumínio e cobre a 50%);
o problema está nos 33% restantes, que somam tarifas de até 50% — agora parcialmente reduzidas.
O ministro disse que o objetivo é reduzir ou eliminar essas tarifas, “como ocorreu com o suco de laranja”.