O embaralhado cenário para o Senado
No campo da governadora Raquel Lyra (PSDB), o candidato que aparece mais competitivo na nova rodada da pesquisa de intenção de voto para o Senado, do instituto Opinião, em parceria com este blog, é o deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP. Se as eleições fossem hoje, ele seria o segundo mais votado, abaixo apenas do senador Humberto Costa (PT).
O petista aparece na liderança com 30,1%, mas da Fonte vem em segundo, com 24,6%. Também aliado da governadora, o ex-senador Armando Monteiro Neto também parece competitivo, com 17%. Já na órbita eleitoral do provável candidato do PSB a governador, João Campos, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), é o que se revela com mais gordura eleitoral.
Leia maisAparece tecnicamente empatado com Eduardo da Fonte, com 23,7%. E tende a acirrar uma disputa interna por uma das vagas com o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, que aparece em seguida, com 14,5%. Quanto ao universo bolsonarista, o nome mais competitivo é o do ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, presidente estadual do PL.
Na eleição de 2022, ele disputou o Governo do Estado e no segundo turno apoiou Raquel, de quem se encontra distanciado. Anderson desponta com 15,1%, bem distante de Gilson, que aparece com 4,5% das intenções de voto. Eleição de senador tem uma particularidade interessante em Pernambuco: historicamente, quem arrasta o candidato ou os candidatos é o postulante a governador.
Foi assim com Miguel Arraes, que elegeu Mansueto e Farias, com Jarbas, que igualmente puxou Marco Maciel e Sérgio Guerra, além de Eduardo Campos, que arrastou Humberto e Armando.
Líder nas pesquisas, com 40 pontos de vantagem sobre Raquel, segundo o mesmo levantamento do Opinião, João Campos teria, hoje, três nomes competitivos para o Senado: Humberto Costa, Miguel Coelho e Silvio Costa Filho. O que se diz nos bastidores é que serão escolhidos Humberto e Silvio e que Miguel fechará a chapa de João como candidato a vice.
Mas esta não é a expectativa de Miguel nem tampouco da família Coelho, a começar pelo pai do ex-prefeito, o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, que saiu na frente e lançou a candidatura do filho a senador tão logo saiu o resultado das eleições municipais no ano passado.
ANDORINHA SOLITÁRIA – Enquanto João Campos anda a tiracolo e prestigia seus três nomes potenciais para o Senado – Humberto, Silvio e Miguel – a governadora é uma andorinha solitária no que tange a sinalização de que tem um grupo ao seu lado. Eduardo da Fonte e Armando Monteiro, nomes mais robustos no universo raquelzista, nunca aparecem ao seu lado em eventos pelo Interior nem tampouco manifestam de público disposição para entrarem numa chapa majoritária com ela.

BRIGA SURDA – Mas dentro da aliança de João o que vai ocorrer, de fato, será uma briga surda entre o ministro Sílvio Filho e o ex-prefeito Miguel Coelho pela segunda vaga ao Senado, já que a primeira estaria reservada, sem nenhum risco de atropelo, para o senador Humberto Costa disputar a reeleição. Aliás, Humberto já encheu o Estado de outdoor, principalmente pela BR-232, fazendo a propaganda de que seria o melhor senador aliado do presidente Lula.
Reação do Governo – Líder da bancada do Governo na Alepe, a deputada Socorro Pimentel (União Brasil) não se estressou com a pesquisa do Opinião apontando João Campos com 40 pontos de vantagem sobre Raquel. “O Governo terá um ano de entregas robustas. A governadora vem fazendo de tudo, está com ações e obras para transformar a vida do povo pernambucano em todas as regiões”, disse. Na sua opinião, não adianta antecipar o processo eleitoral que, de fato, ocorrerá em 2026. “Sabemos que essas pesquisas são reflexos momentâneos de um determinado processo que ainda não é o tempo de a gente discutir”, observou.
Roupagem velha – Já o líder da bancada de oposição, Diogo Moraes (PSB) disse que a pesquisa é um retrato do que Pernambuco vive. “Reflete a má avaliação da governadora e do seu Governo por vários motivos. Pela incapacidade na segurança pública, na saúde, na educação. Os níveis de referência aqui do Estado baixaram demais. É o que a população está sentindo”, afirmou, acrescentando que muitas ações do Governo não têm capilaridade de mudança. “Às vezes, o novo é só uma roupagem, não necessariamente algo com uma novidade para o Governo”, destacou.

Amanhã tem avaliação da gestão Raquel – Na terceira parte da pesquisa do Opinião, em parceria com este blog, os leitores vão conhecer os números da avaliação do Governo Raquel Lyra (PSDB). E no seguinte, na sexta-feira, os cenários para eleição de presidente da República no Estado. A pesquisa bombou. Só no Instagram do blog, na primeira postagem trazendo os cenários para governador, ocorreram mais de 100 mil visualizações, com mais de dois mil compartilhamentos.
CURTAS
LADEIRA ABAIXO – Pesquisa divulgada, ontem, pela Confederação Nacional do Transporte aponta que cresceu de 31% para 44% o percentual dos que avaliam negativamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em comparação com o levantamento de novembro de 2024. Já a avaliação positiva caiu de 35% para 28,7%. Cerca de 32% responderam que acham a gestão “péssima” e 12%, “ruim”. 26,3% consideram o governo “regular”. Outros 19,4% acham “bom” e 9,3% “ótimo”.
DEZ PONTOS – Em relação ao desempenho pessoal, a aprovação do presidente é de 40%, representando uma queda de 10 pontos percentuais, enquanto a desaprovação atingiu 55%, um aumento de 9 pontos percentuais no mesmo período. A pesquisa foi realizada presencialmente de 19 a 23 de fevereiro. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em todo País.
EMPATE – No cenário de intenção de voto estimulado para as eleições presidenciais de 2026, há um empate técnico entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com 30,3% e 30,1%, respectivamente. Ciro Gomes (PDT) aparece com 9,8%, seguido de Pablo Marçal (PRTB), com 6,7%, de Ronaldo Caiado (União Brasil), com 3,5%, e de Romeu Zema (Novo), com 2,7%. Outros 11,1% responderam que votariam branco/nulo e 5,8% disseram estar indecisos.
Perguntar não ofende: O desespero levou Lula a propalar dois programas opacos em rede de TV?
Leia menos