A coligação “Pernambuco quer Mudar”, formada pela federação PSDB-Cidadania e pelo PRTB, pediu o adiamento do início do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, por “questões humanitárias”. A solicitação foi feita por causa da morte do marido da candidata a governadora Raquel Lyra (PSDB). A campanha de Marília Arraes (Solidariedade) afirmou que vai manter calendário, iniciando o guia amanhã.
Raquel Lyra obteve 20,58% dos votos válidos e disputa o segundo turno das eleições com Marília Arraes (Solidariedade), que ficou com 23,97% dos votos válidos. Esta é a primeira vez que uma mulher chega ao segundo turno na eleição para o governo. Assim, Pernambuco terá a primeira mulher governadora da história.
Leia maisA coligação encabeçada por Raquel Lyra entrou, ontem, com uma representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A Justiça Eleitoral informou, por meio de nota, que o caso foi distribuído para a desembargadora auxiliar Virgínia Gondim que, determinou que a Coligação Pernambuco na Veia, de Marília Arraes, e o Ministério Público Eleitoral, se manifestem no prazo comum de 24 horas.
O documento protocolado pela campanha afirma que Fernando Lucena morreu de infarto fulminante e que ele e Raquel Lyra eram casados há 18 anos, e começaram a namorar na adolescência. Eles tiveram dois filhos: João, de 12 anos, e Fernando, de 10 anos.
Os advogados da campanha pedem que a propaganda eleitoral gratuita seja retomada na segunda (10), e não na sexta (7), como prevê o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Tal período é o mínimo que se pode conceder à candidata, que poderá participar da missa de sétimo dia em memória de seu falecido esposo, além de reunir as forças necessárias para consolar os seus filhos e para vivenciar o seu próprio luto, sem precisar ser submetida às gravações dos programas para rádio e televisão durante período tão delicado de sua vida”, diz o requerimento.
O requerimento também afirma que “a candidata não se encontra em condições psicológicas e mentais de retornar ao processo eleitoral” e que “o sentimento é de dor, consternação e extremo luto para Raquel, seus filhos e inúmeros membros da sua campanha, que conta com amigos de longas datas da família e do casal.”
Justificando os motivos do pedido, os advogados afirmam que esse adiamento chegou a ser “ventilado” quando o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu vítima de um acidente de avião, em plena campanha eleitoral.
Na época, o Tribunal Superior Eleitoral se manifestou sobre o pedido e disse que isso poderia ocorrer “na hipótese de eventual consenso de todas as campanhas”. O pedido acabou não sendo acatado. A campanha de Raquel Lyra pediu que a Justiça ouça a campanha de Marília Arraes sobre o pedido, bem como o Ministério Público Eleitoral.
Por meio de nota, a coligação Pernambuco na Veia informou que decidiu iniciar o programa eleitoral na sexta-feira, “conforme determina o calendário estabelecido pela Justiça Eleitoral”. “Marília Arraes se solidariza, mais uma vez, com a candidata Raquel Lyra, e compreende seu momento pessoal de dor. No entanto, acredita na importância de dar prosseguimento ao diálogo com a população de Pernambuco e no apoio à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, que também estará retomando, nesta sexta-feira, a sua caminhada no segundo turno das eleições.”, afirmou.
Em nome do Ministério Público Eleitoral, o procurador regional eleitoral Roberto Moreira disse que o entendimento será de manter o calendário das eleições, por resolução do Tribunal Superior Eleitoral. Entretanto, a decisão será do colegiado do TRE em Pernambuco.
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