Cláudio Humberto: jogo mudou e Lula demora a perceber 

O jornalista Cláudio Humberto reestreia, a partir da próxima quinta-feira, sua coluna diária na Folha de Pernambuco. O leitor vai poder encontrar informações dos bastidores da política e a antecipação de fatos relevantes do cenário nacional.

Nesta entrevista, o colunista fala sobre o início da sua carreira e a inspiração que seu pai, também jornalista, exerceu na escolha da profissão. Também analisa a tumultuada relação entre os Três Poderes, a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro se tornar inelegível, as dificuldades do Governo Lula e os efeitos da polarização que toma o País. As informações são do Blog da Folha.

O que o leitor vai encontrar sobre o cenário político na sua coluna?

Encontrará informações de bastidores, como sempre, antecipação de fatos, tratamento desassombrado dos assuntos e a certeza de que o colunista está a serviço da notícia, portanto, do leitor.

Como você começou a carreira jornalística?

Meu pai foi a inspiração. Era jornalista, um homem decente, intelectual brilhante, à frente do seu tempo. Escrevia muito bem. Eu queria ser como ele. Comecei cedo, ainda muito novo, e fiz de tudo na profissão, dentro e fora das redações, no período em que fui assessor de imprensa.

Como a cobertura política passou a fazer parte da sua trajetória?

Política sempre fez parte da minha vida desde criança. Meu pai era ativista de esquerda, era voz ativa em casa com suas análises políticas, e durante muitos anos fomos vizinhos e amigos de Sandoval Caju, ex-prefeito muito popular em Maceió. Os dois papeavam quase todos os dias e eu passava horas ouvindo a conversa. Eles mostravam a vida como ela é, na política. Amadureci com a ideia de contar isso às pessoas.

O que dizer sobre a relação entre o Supremo Tribunal Federal e a gestão Bolsonaro?

Relação muito tumultuada. Estava escrito que o ex-presidente perderia essa arenga, ninguém vence briga esmurrando ponta de faca. Foi o que ele fez. Não sairia barato, e não está saindo. A rebordosa contra ele e apoiadores está apenas no começo.

Você acha que o ex-presidente  Bolsonaro pode se tornar inelegível?

A inelegibilidade é dada como certa, em Brasília, em qualquer roda de conversa de pessoas que de fato são importantes. E pode não ser o fim dessa desforra.

Como avalia a relação entre os Três Poderes hoje?

Dias atrás entrevistei o presidente da Câmara, Arthur Lira, certamente o mais pragmático dos ocupantes de cargos relevantes nos Três Poderes. Nessa entrevista, ele defendeu a “autocontenção” dos Poderes, cada um no seu quadrado, até para evitar uma “solução legislativa” para limitar os ímpetos autoritários de ministros do STF ou de integrantes de outro Poder.

A eleição presidencial de 2026 pode repetir uma polarização?

Não tenho a menor dúvida. O ódio permanece e tem sido reiterado diariamente. Nos quatro primeiros meses de governo, Lula atacava Bolsonaro diariamente. Bobagem, ele venceu a eleição. Lula é melhor que isso. Sem contar que tanto ressentimento faz mal à saúde. Se a eleição fosse hoje, o Brasil teria Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, disputando a presidência. Mas ainda há muita coisa pra rolar até 2026.

O que precisaria acontecer para o Brasil sair dessa polarização?

Talvez uma nova eleição, com personagens diferentes, que assumam compromisso em promover a paz nas ruas, nas famílias, no trabalho. Não é fácil materializar o espírito da coisa, mas, quem souber fazer isso, vencerá a eleição. Quem souber empolgar os brasileiros nessa causa, inclusive nas redes sociais, sem a censura que pretendem impor, terá uma grande vantagem.

O que esperar sobre o futuro da Operação Lava Jato?

Após uma fase em que avalizou a Lava Jato, deixando a Justiça em lua-de-mel com a população, o STF mudou de atitude e passou a desqualificar a operação e praticamente a matou, com tantas anulações e descondenações. Apesar da roubalheira escrachada, com réus confessos, provas robustas e mais de R$ 12 bilhões devolvidos pelos ladrões, tenta-se consolidar a mentira de que nada daquilo ocorreu.

Iniciativas como a CPI do Abuso de Autoridade podem ter vez?

Essa CPI ganhou muita força após a cassação de Deltan Dallagnol. Um documento de apoio conseguiu impressionantes 500 mil assinaturas em uma semana. E já endossam a CPI 147 de 171 deputados necessários. Deltan não é o deputado mais querido da Câmara, até porque investigou muitos deles, mas ficou a impressão de que o TSE catou cabelo em ovo para cassar o mandato.

As dificuldades de Lula em formar uma base governista dão protagonismo ao Congresso?

A questão é que mudou o jogo e o presidente Lula demora a perceber. Muitos ainda não notaram que a lógica de “base governista” se aplica cada vez menos. Nos seus primeiros governos, Lula adquiriu apoio parlamentar com o suborno disfarçado de emendas e com as malas de dinheiro do mensalão. Ou no toma-lá-dá-cá dos cargos. Hoje, os parlamentares não querem ou não precisam mais disso.

Como isso funciona atualmente?

O Planalto não tem mais o poder de dar acesso dos cofres públicos a deputados e senadores, eles já o têm. E por meio de emendas impositivas e orçamento secreto, por exemplo. Uma ministra me contou que nunca tinha vivido a situação, agora corriqueira, de receber ofício do presidente do Senado ou da Câmara ou de qualquer preposto determinando a liberação de recursos de emendas para esse ou aquele parlamentar. E o ministro é obrigado a obedecer a uma ordem de outro Poder.

E apoio ao governo por cargos?

Ainda tem gente que valoriza isso. Lula, que está desatualizado, já cansou de oferecer cargos para formar a tal “base”, mas hoje a maior parte quer distância do controle sobre órgãos públicos. Temem que seus indicados façam bobagem ou façam mal e depois os entreguem. Têm pavor de Polícia Federal na porta às seis da manhã. Isso os fez aprovar o Fundo Partidário, mais de R$ 1 bilhão por ano para manter os partidos, e o Fundo Eleitoral, que nos custou quase R$ 6 bilhões na última eleição. O objetivo é o mesmo: usar dinheiro público para financiar suas campanhas, dispensando empreiteiras e outros fornecedores do Governo, como uma propina antecipada. Perceberam que só precisam aprovar leis que lhes garantam a chave do cofre. Cargo para quê? Para dizer que tem prestígio no Governo? Isso está cada vez mais em desuso.

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Diante de tantos atos de agressões, tentativas de homicídios e até assassinatos, os diretórios do PT e do PSB lançaram uma nota conjunta repudiando a violência nas eleições deste ano.

Confira abaixo na íntegra:

Diferentemente de tudo o que se poderia imaginar e desejar, a campanha eleitoral em Pernambuco volta a ser notícia não pela festa democrática de cores, propostas e esperança que invade os municípios, mas por episódios graves de violência.

Há cerca de dez dias, vivenciamos momentos de angústia após a tentativa de homicídio sofrida pelo prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), vítima da intolerância de um opositor político. E na noite da última sexta-feira (6), novamente nos vimos aflitos, desta vez, com a notícia de um atentado a tiros praticado contra Neto de Véia, candidato a vereador de Surubim pelo PSB.

Nos dois municípios, o PSB e o PT estão juntos apresentando projetos marcados pelo forte apelo popular: em Sertânia, com Rita Rodrigues (PSB) e Dr. Orestes (PT), e em Surubim, com Véia de Aprígio (PSB) e Ivete do Sindicato (PT). Pelo visto, isso está incomodando quem está acostumado a achar que o poder do dinheiro e de uma arma na cintura vence as eleições.

Mais do que nos solidarizar, dar total apoio e desejar pronta recuperação às vítimas, nós do PSB e do PT repudiamos veementemente esses episódios de violência e voltamos a cobrar das autoridades policiais providências céleres e enérgicas para esses casos, no que concerne à prisão dos agressores e ao reforço da segurança nesses municípios. A população pernambucana precisa ter a garantia de que poderá ir às urnas no dia 6 de outubro com a certeza de que sua vontade soberana será respeitada.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comentou hoje (7) a demissão do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida. A demissão ocorreu após denúncias de assédio sexual suspostamente cometido por ele contra mais de uma dezena de mulheres.

“A parte política já passou com a demissão. Agora, como todas as pessoas, [ele] tem direito à ampla defesa e, depois, se fará justiça”, afirmou Barroso. A declaração foi dada na saída do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O presidente da suprema corte disse ainda que o colegiado da Primeira Turma do STF tem competência regimental para analisar os recursos apresentados pela rede social X (antigo Twitter) e por outras plataformas contra decisões do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relacionadas ao bloqueio de perfis na internet e da própria rede social no país.

Ontem (6), a Primeira Turma do STF negou recursos do X, manteve a suspensão da rede social e o bloqueio de perfis na internet. 

Dia da Independência

O presidente do STF avaliou como positiva a participação de representantes dos três poderes da República no desfile. “Foi uma cerimônia muito bonita, com a presença dos chefes dos três poderes, demonstrando que o país vive a mais plena normalidade institucional. É um bom momento para a nacionalidade.”

Declaração semelhante foi dada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, sobre a data. “O Dia da Independência tem que ser uma vitória da democracia”, afirmou.

Perguntado sobre o simbolismo da presença dos presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e do Supremo, Luís Roberto Barroso, no desfile em Brasília, Múcio disse que “é o fortalecimento da democracia, a força da política.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu declarações ao deixar o local. Apenas cumprimentou populares que estavam nas arquibancadas para assistir aos desfiles. 

Da Agência Brasil

O deputado estadual Alberto Feitosa (PL) acompanhou a mobilização encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, na Avenida Paulista. O parlamentar estava acompanhado do candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado, do deputado federal Pastor Eurico e dos candidatos a vereador do Recife Gilson Filho e Netinho Eurico – além do vereador de Caruaru, Val Lima.

“Um evento pacífico que reuniu, mais uma vez, milhares de brasileiros. Hoje se comemora historicamente o dia da independência do Brasil, mas é preciso novamente fazer história. Os brasileiros que se mobilizaram hoje não só aqui na Paulista, como em outras cidades , diz não a um País onde querem impor a ditadura. A exemplo da Venezuela, Cuba, Guatemala. Pela liberdade do Brasil, pelo respeito à constituição, pela preservação de nossa soberania. Eu estive em mais esse ato democrático. Ficou claro nessa mobilização de hoje que esse desejo é de milhares de brasileiros. Estamos juntos e cada vez mais fortes!”, ressaltou Feitosa.

O candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), participou do ato organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, na Avenida Paulista. Ele não foi o único: Marina Helena (Novo) também deu as caras na manifestação, mas nenhum dos dois discursou. Diferente do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, que estava ao lado do líder da direita brasileira e fez uso do microfone.

Marçal chegou à avenida após o discurso de Bolsonaro. Aplaudido por manifestantes, ele circulou pela área próxima ao carro de som em que estava Bolsonaro, mas não chegou a subir. O prefeito Nunes não estava mais no veículo quando o adversário apareceu.

Marçal e Nunes estão empatados tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo a última pesquisa Datafolha.

O candidato do PL a prefeito de Caruaru, Fernando Rodolfo, deu um timing na sua campanha e participou em São Paulo da manifestação bolsonarista em defesa da democracia. Atendeu ao convite do próprio Bolsonaro, que já esteve em Caruaru participando de atos do aliado. “O Brasil já deu o seu grito de independência, Caruaru vai fazer isso no próximo dia 6 , se libertando de 40 anos nas mãos dessas famílias que tiraram o protagonismo da nossa cidade”, disse, numa conversa com o blog.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste sábado (7), de um ato contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Avenida Paulista, em São Paulo. Também estavam presentes o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), o pastor Silas Malafaia, fiador do evento, e parlamentares.

Os manifestantes vestiam, em sua maioria, camisas verdes e amarelas e carregavam cartazes em que pediam intervenção militar, o que é inconstitucional, e criticavam o bloqueio da rede social X e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autor da decisão – posteriormente referendada por outros ministros da Corte.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a defender a anistia para os condenados pelos ataques de 8/1, disse crer na reversão, pelo Congresso, da sua inelegibilidade, e chamou de ditador o ministro Moraes, relator de inquéritos nos quais o ex-presidente é investigado.

“Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o ex-presidente.

Confira o discurso do ex-presidente:

Manifestantes se reúnem na tarde deste sábado (7), dia da Independência, na Avenida Paulista, para o ato convocado por bolsonaristas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia, conta com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outros políticos e parlamentares da direita.

A Avenida Paulista foi fechada para receber o público, que se concentra em frente ao Masp. O primeiro a falar, em cima de um carro de som, foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Vestindo a camiseta do X e ao lado do pai, Eduardo pediu o fim das “prisões políticas”, a anistia para todos os “presos políticos”, o encerramento do que chamou de “inquéritos ilegais derivados do inquérito do fim do mundo” e terminou pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Alguns participantes do ato também seguravam cartazes com pedido de impeachment do ministro.

Bolsonaro falou por volta das 16h. O ex-presidente se referiu ao ministro Alexandre de Moraes como “ditador” durante seu discurso e pediu que o Senado “coloque freio no ministro” do STF.

Além de Bolsonaro e Eduardo, discursaram no evento o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o pastor Silas Malafaia, o senador Magno Malta (PL-ES), os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO).

Sem citar o nome do ministro Moraes, Tarcísio criticou o banimento do X em seu discurso, disse que a manifestação é uma “oportunidade de construir a história” em defesa da liberdade e gritou “volta, Bolsonaro”.

De acordo com a âncora da CNN Tainá Falcão, a Polícia Federal (PF) vai monitorar eventuais “ataques à democracia ou ameaças contra autoridades”.

Da CNN

O ex-deputado estadual e ex-prefeito das cidades do Cabo de Santo Agostinho e do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, celebrou, em mensagem enviada ao empresário João Carlos Paes Mendonça, os 35 anos de atividade da Fundação Pedro Paes Mendonça.

Marcada pela inauguração, em 1989, no Lar Dona Conceição, a instituição atualmente atende a 280 crianças e jovens que estudam na escola em horário integral, com quatro refeições diárias, fardamento e material didático.

“Muitas das boas experiências ali executadas certamente servirão como inspiração na adoção de parcerias análogas aqui, na nossa amada cidade do Jaboatão dos Guararapes, onde nasceu a pátria e o exército brasileiro”, registrou Elias Gomes.

Após a Justiça suspender a veiculação de informações “difamatórias, caluniosas e inverídicas” sobre a gestão das creches da cidade, como publicado por este blog, a assessoria do candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado (PL), afirmou que “as notícias abordadas em sua propaganda eleitoral e nas redes sociais são baseadas em fatos verídicos e continuam sendo discutidas”.

“A verdade é que houve liminares solicitando a suspensão de algumas peças publicitárias, alegando ofensa. Dessa forma, a Justiça, liminarmente, determinou a suspensão de algumas peças publicitárias para evitar ofensa a pessoas específicas, mas não proibiu a discussão do tema das creches. Na realidade, não há fake news nas críticas, visto que o próprio prefeito João Campos (PSB) reconheceu irregularidades nas creches (como confirmou na sabatina JC 90,3)”, complementou a campanha de Gilson.

O candidato reafirmou o seu compromisso com a verdade, transparência e justiça. Ele destacou ainda que não se deve combater uma crítica fundamentada em fatos verídicos com alegações de fake news.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi atendido, neste sábado (7), no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo. “Por conta de uma gripe estava sem voz , passou rapidamente pelo Hospital”, escreveu nas redes sociais o advogado do ex-presidente Fabio Wajngarten.

De acordo com a publicação, Bolsonaro foi atendido pelo médico Leandro Echenique, o mesmo que vem tratando o ex-presidente desde a facada sofrida por ele na campanha de 2018.

Wajngarten confirmou a presença do ex-presidente no ato da tarde deste sábado na Avenida Paulista. O ato foi convocado pelo próprio Bolsonaro, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além do pedido de impeachment de Moraes, responsável pela decisão que bloqueou o acesso à rede social X no Brasil, o ato promete movimentar a campanha pelas eleições municipais em São Paulo.

Réplicas do boné usado pelo candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, tomaram a Avenida Paulista. Bolsonaro, por sua vez, apoia oficialmente Ricardo Nunes (MDB), mas disse, em vídeo, que qualquer candidato poderia subir ao palanque, já que o ato é “suprapartidário”.

Durante a semana, Marçal fez suspense sobre sua presença na manifestação, sem cravar que não estaria presente. Ricardo Nunes, pela manhã, participou do desfile de 7 de Setembro ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Do Metrópoles

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

Se havia alguma dúvida de que o PT em Pernambuco entraria de cabeça na campanha à reeleição do prefeito do Recife, João Campos (PSB), o senador Humberto Costa, um dos líderes de peso da legenda no Estado, fez questão de afastar qualquer imagem de hesitação do partido ao projeto, na noite de ontem. Após uma caminhada na comunidade de Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife, o senador subiu ao palco ao lado de João e do candidato a vice-prefeito na chapa socialista, Victor Marques (PCdoB), e fez um discurso exaltando a trajetória de Campos.

“É um prazer muito grande estarmos aqui, na prática dando o primeiro passo de rua na campanha do prefeito João Campos, que é não somente o candidato do PSB, mas é o candidato do PT nesta eleição”, afirmou Costa. “A eleição de João Campos é uma eleição que todo o Brasil está acompanhando. Primeiro, pela larga diferença que ele tem mostrado até agora nas pesquisas de opinião. Segundo, pelo reconhecimento da sua administração. É um reconhecimento com toda razão de ser, pois o prefeito trabalhou em todas as áreas. Você, sem dúvida, terá a maior votação que um prefeito já teve. Estamos juntos e o presidente Lula (PT) quer manter com você essa grande participação”, enfatizou Humberto Costa. O presidente do diretório municipal do PT, Cirilo Mota, também esteve na caminhada e, assim como Humberto, garantiu a participação em mais atos de João Campos.

Comitê sem PT

No dia 18 de agosto deste ano, João inaugurou o comitê central de campanha, no Poço da Panela, sem a presença de líderes petistas, o que chamou a atenção pelo fato de a chapa ser apoiada pelo presidente Lula. Na ocasião, os petistas informaram outros compromissos. Humberto Costa cumpria agenda do Parlamento do Mercosul em Foz do Iguaçu, no Paraná. Já a senadora Teresa Leitão estava de licença médica.

O deputado estadual João Paulo (PT), por sua vez, não disfarçou o racha existente no PT local em relação ao apoio a João Campos, sobretudo por causa do desgastante processo de escolha do candidato a vice da chapa, no qual o PT saiu rifado. “Observei a ausência do PT e sua militância na inauguração do comitê de João Campos. Eu havia alertado e previsto o que aconteceria quanto à importância do PT na chapa e fui muito mal entendido. Parceria política não é um ato de arrogância, mas sim solidário e o PSB não entendeu isso”, afirmou João Paulo em nota no dia da inauguração do comitê.

João Paulo, inclusive, tem feito gestos à candidata da Federação Psol/Rede, Dani Portela, com quem posou nas redes sociais no último dia 31, depois de presenteá-la com um quadro do Recife. A candidata é ciente da insatisfação de alguns petistas e tem como comitê central de campanha uma casa estrategicamente localizada exatamente na frente da sede do PT, no bairro de Santo Amaro, na Zona Norte do Recife.