A Alepe iniciou, hoje, a 3ª Jornada Antirracista, evento com extensa programação de debates e atrações culturais que segue até quinta-feira (13/11) no auditório Sérgio Guerra, sede do Legislativo. O primeiro dia contou com a pesquisadora Carla Akotirene que apresentou uma palestra sobre “Educação Antirracista como Política Pública”.
Pós-doutora em Política Antirracista pela Universidade de Brasília (UNB), Carla abordou como o poder público tem condições de fomentar uma política de educação antirracista.
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“O debate nesta Casa cria uma transversalidade, uma intersetorialidade das políticas públicas. Um parlamentar que é desconectado da questão do racismo institucionalizado, ao criar projetos de lei, não leva em conta o fato da população negra ser submetida a uma exclusão racial”, provocou a pesquisadora.
Na abertura do evento, o primeiro-secretário da Alepe, deputado Francismar Ponte, anunciou que a ouvidoria criada pela Casa para apurar denúncias de violação dos direitos da população negra será conduzida pela deputada Rosa Amorim. O órgão tem, ainda, a função de garantir o cumprimento da política antirracista da Alepe e propor ações de promoção de igualdade racial.
O parlamentar destacou que a movimentação da Assembleia em torno dessa temática é “de vital importância” e confirmou a realização das próximas edições do encontro. “Certamente teremos a continuidade das ações nesse sentido ao longo da gestão desta Mesa Diretora. Esta Casa se fará sempre presente nesta discussão. O parlamento é o espelho da sociedade e as práticas objetivas com relação à política antirracista refletem na população”, destacou.
A Alepe é a primeira assembleia do País a instituir, por meio de uma resolução interna, uma política antirracista permanente. Como parte da iniciativa, foi anunciado no primeiro dia da Jornada, nesta segunda, o curso EAD sobre a história e a cultura afro-brasileira, inicialmente oferecido em 2023, e que passou por uma reformulação e ampliação.
O curso será oferecido gratuitamente, em parceria com Tribunal de Justiça do Estado (através da Escola da Magistratura), com conteúdo super didático. Serão sete módulos que abordarão a história e a cultura africana e indígena; o contexto histórico brasileiro dos afrodescendentes indígenas; e outros temas como letramento racial, antirracismo estrutural e legislações vigentes sobre os temas. As aulas estarão disponíveis ainda este mês na plataforma Moodle do TJ.
Para o superintendente geral da Alepe, Aldemar Santos (Dema), a Jornada Antirracista é um evento que se consolidou na agenda da Alepe. “Saúdo a atual gestão por abrir espaço para essas questões. Estamos trazendo uma ampla série de palestras e debates para que as pessoas racistas, às vezes até sem perceber, possam entender a importância de se ter a consciência de uma sociedade antirracista. O racismo diminui as pessoas enquanto seres humanos, afeta a saúde mental, o racismo mata”, pontuou.
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