O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) está finalizando a documentação para lançar um edital de licitação para comprar um novo supercomputador que vai ampliar a capacidade de previsão de tempo e de clima no país.
A nova máquina deve causar uma revolução na forma como as previsões serão feitas, com detalhes exatos de local e período de chuvas, por exemplo. O dinheiro para aquisição do módulo inicial já está disponível. As informações são do colunista Carlos Madeiro, do UOL.
Leia mais“É como se a gente saísse de uma calculadora para um laptop de última geração”, compara Gilvan Sampaio, coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Em paralelo ao novo supercomputador, o país também terá um novo modelo numérico para previsão de tempo e de clima desenvolvido pela comunidade científica nacional, sob comando do Inpe. O projeto está em desenvolvimento, e o novo modelo se chamará Monan.
Quando o supercomputador chega?
A ideia é que a nova máquina chegue ao Brasil no segundo semestre do ano e seja colocada em operação até novembro.
Ao todo serão investidos R$ 200 milhões do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) no novo equipamento, que deve ser totalmente instalado até 2026, em quatro etapas anuais.
A primeira das quatro parcelas do fundo para comprar o primeiro módulo no valor de R$ 47,5 milhões já está na conta da Fundação de Apoio do Inpe desde o final do ano passado.
Mas o que muda?
A necessidade de um novo supercomputador foi aventada há pelo menos seis anos, quando cientistas do Inpe cobraram do governo federal a aquisição para aposentar o atual Tupã (leia mais sobre abaixo).
A nova máquina usa uma tecnologia capaz de fazer cálculos e equações mais complexas, o que produzirá respostas mais precisas sobre eventos meteorológicos e climáticos, como por exemplo chuvas intensas e episódios de secas.
“Poderemos fazer uma previsão de metros, com alto grau de detalhamento e capaz de apontar quando vai começar e que horas vai parar uma chuva”, Sampaio.
Segundo o diretor do Inpe, o novo computador vai colocar de novo o Brasil no primeiro mundo da área.
“E ele vai permitir desenvolver o Monan, que está em desenvolvimento há um ano e meio com a participação de diversas instituições nacionais”, afirma.
Mesmo com apenas um módulo inicialmente, Sampaio diz que já será “muitíssimo superior” a qualquer máquina existente no Brasil dedicada para previsão do tempo.
“Já nesse primeiro momento ele vai suprir nossas necessidades. Como teremos aportes de mais três parcelas de aproximadamente R$ 50 milhões, cada ano vamos adquirir mais módulos e aumentar a capacidade dele com o tempo”, Sampaio.
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