Por Angelo Castello Branco
O Bolsa Família é um programa essencial de amparo às famílias em situação de vulnerabilidade. No entanto, ele não pode se transformar em uma barreira que impeça seus beneficiários de acessar o mercado de trabalho formal, com carteira assinada e todas as garantias previstas pela legislação trabalhista.
As pessoas que recebem o Bolsa Família são, em sua maioria, cidadãos que precisam de apoio temporário para superar dificuldades. Elas não devem ser punidas ou excluídas da oportunidade de melhorar sua renda por meio do trabalho formal.
Leia maisÉ perfeitamente possível compatibilizar o benefício com a remuneração de um emprego, desde que a renda familiar permaneça dentro de limites razoáveis — por exemplo, até o teto de isenção do Imposto de Renda — atualmente em torno de R$ 5 mil mensais.
O objetivo de qualquer política social deve ser estimular o desenvolvimento humano, não mantê-lo estagnado. Permitir que beneficiários do Bolsa Família trabalhem sem o medo de perder imediatamente o benefício é dar um passo na direção da autonomia e da dignidade.
É garantir que pais e mães possam oferecer melhores condições de vida a seus filhos, investir em educação, buscar formação universitária e construir um futuro mais estável.
Restringir o acesso dessas pessoas ao mercado de trabalho é uma forma de perpetuar a dependência e o atraso cultural que tanto freiam o desenvolvimento do país.
Em pleno século XXI, o Brasil não pode continuar adotando políticas que desestimulam o crescimento e a prosperidade individual.
Ao contrário, deve valorizar o esforço de quem trabalha e ampliar as possibilidades de quem quer progredir. O verdadeiro papel do Bolsa Família deve ser o de abrir portas, e não de fechá-las.
Por isso, é necessário que deputados e senadores voltem sua atenção para esse tema e tratem, com responsabilidade e sensibilidade social, de modernizar a legislação, permitindo que os beneficiários do Bolsa Família possam ingressar no mercado de trabalho sem receio de perder o auxílio.
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