Por Bruno Brennand*
Caro Magno,
Vendo seu comentário sobre a divulgação de secretários de Raquel, gostaria de tecer alguns breves comentários: A escolha de Simone Benevides para a secretaria de desenvolvimento urbano foi um gol de placa, extremamente estratégica. Funcionária de carreira da CEF, tendo sido, inclusive, superintendente da Caixa, saberá os caminhos e os meios para obter recursos federais para as obras estruturantes que a pasta demanda.
Também considerei muito acertada a escolha da delegada Carla Patrícia. Já foi corregedora da própria SDS e superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, possui experiência e reputação ilibada.
Leia maisJá para Daniel Coelho, a secretaria de Turismo sem a Empetur, que ficará com Eduardo Loyo, é como uma rainha da Inglaterra. Pouca manobra de ações e orçamento baixo comparado ao potencial de ações e obras pela Empetur. Foi um prêmio de consolação. É como a secretaria de Cultura sem a Fundarpe.
Por sinal, a escolha de Silvério pessoa, assim com Arraes e Eduardo fizeram com Ariano e FHC fez com o eterno Pelé, é mais um ato simbólico e um ator que dialoga bem com o segmento. Deixo de tecer comentários sobre os profissionais de comunicação por completo desconhecimento dos mesmos.
A escolha de Guilherme Coelho além de companheiro de chapa também é um personagem com excelente diálogo com o mundo agro.
Muito simbólica e representativa a escolha de Regina Célia para secretaria da mulher, que juntamente com a delegada Carla Patrícia certamente farão excelente trabalho na proteção às mulheres de Pernambuco.
A divulgação desses nomes foi, digamos, só para molhar o bico. Pastas de suma importância não foram confirmadas como Educação, Saúde, Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Casa Civil, Controladoria, dentre outras. Isso sem falar nas estatais e O.S como a Ceasa, Itep, Casa do Estudante, etc. Como eu disse antes, faltou “fazer política”. Repito o político comanda, o técnico executa.
A transição pecou em não agilizar, por exemplo, a convocação dos conselhos de administração de estatais, pois esses são os agentes competentes para nomear a diretoria por exemplo dos Portos de Suape e Recife, Compesa, Copergas, Adepe.
A própria Empetur quem formalmente e burocraticamente nomeará Eduardo Loyo presidente é o conselho de administração da estatal. Tem prazos para convocação do órgão deliberativo. Quando se dará a Assembleia Geral Extraordinária dessas entidades? Começará o governo ainda com os dirigentes da gestão Paulo Câmara.
Ora, se até Bolsonaro antecipou a nomeação do chefe do exército indicado por Lula, porque a transição estadual não já providenciou o atendimento aos requisitos estatutários das estatais?
Por fim, a ausência de Miguel Coelho e Anderson Ferreira e outros políticos experientes na equipe mostra sua insegurança já para 2026. Um ledo engano. Ter um gestor como Miguel eleva a qualidade de qualquer governo, beneficiando-a, inclusive, para 2026, cuja eleição terá duas vagas para Senador. Ou seja, oportunidade de ter uma frente ampla e coletiva está sendo desperdiçada.
Raquel, o tempo da mulher pode ser diferente, mas Pernambuco não tem tempo para perder. Lembre-se da lição de Eduardo Campos que você mesma já citou: Não se deve dar intimidade aos problemas. Deveria estar pensando no dia 01/01/2023 e não em 2026, mas ao que parece não está sendo essa a sua prioridade.
Que Deus te ilumine na escolha dos próximos auxiliares. Eu, dentre tantos outros pernambucanos depositamos muita esperança e confiança na sua gestão. Boa sorte e seu sucesso, será o nosso.
*Advogado. Ex-membro dos conselhos de administração da Adepe (antiga Ad/Diper) e Empetur, nas gestões de Eduardo e Paulo Câmara até 2016.
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