Da CNN Brasil
Em ato realizado na tarde deste domingo (29) na avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) reuniu quatro governadores e outras alianças políticas com o mote de “Liberdade Já”.
O evento, que contou com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC) e Cláudio Castro (PL-RJ), foi marcado por pedidos de voto impresso, metas para a eleição de 2026 e críticas ao governo Lula, à própria direita e à atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia maisEm seu discurso, Bolsonaro voltou a acusar a esquerda de ser responsável pela destruição ocorrido no 8 de janeiro. O ex-presidente também atacou Lula por se posicionar ao lado do Irã no conflito contra Israel. “A Rússia estava ao lado de criminosos de guerra e ditadores e o atual presidente do Brasil. Outras consequências virão, quando Lula assumiu ter lado no conflito Irã x Israel. Ele ficou do lado do Irã, país que quer a bomba atômica para varrer Israel do mapa”, afirmou.
O ex-presidente também fez um apelo para que sejam eleitos senadores e deputados de sua base, estabelecendo meta para as eleições de 2026. Para ele, se isso ocorrer, quem liderar o Congresso vai liderar o Brasil. “Se quisermos que nosso time seja campeão, precisamos investir. Se me derem, por ocasião da eleição do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil. Se me derem isso, não interessa onde esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente”.
A CNN procurou o Governo Federal sobre as acusações de Bolsonaro e aguarda retorno.
O ato contou também com pedidos de aplausos por parte do deputado Sóstenes Cavalcante (PL) para a deputada licenciada Carla Zambelli, que teve pedido de prisão decretado pelo STF.
“Quero aqui, na avenida Paulista, homenagear aqueles que são perseguidos pelo Judiciário brasileiro, em homenagem a Daniel Silveira, a Carla Zambelli e ao nosso General Braga Netto. Vamos dar aplausos a esses guerreiros em nome de todos os perseguidos pela Justiça”, afirmou.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) exibiu gravações de áudio dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia, com teor sobre o poder das redes sociais.
O senador Magno Malta (PL-ES) chegou a chamar a ministra Cármen Lúcia de “tirana”, em referência à frase sobre “213 milhões de pequenos tiranos” na votação sobre responsabilidade das plataformas por conteúdos de usuários.
Um dos organizadores do evento, o pastor Silas Mafalaia afirmou que o STF “colocou uma censura nas redes sociais” com a votação.
“O STF decide que as big techs e as plataformas serão obrigadas a removerem conteúdos ofensivos sem a participação do judiciário. Significa então que a partir de agora as plataformas e big techs são o judiciário. Como disse um jornalista, o STF acaba de terceirizar a censura”, afirmou.
O pastor ainda acusou parte da direita de ser “vagabunda e prostituta” por se “vender”.
“Sabe porque um cara desse [Alexandre de Moraes] não toma um impeachment? […] Porque nós temos uma direita prostituta, vagabunda, que se vende. Nós temos uma direita séria e verdadeira, mas grande parte dela é um bando de vagabundo vendilhão”, acusou o pastor.
A CNN entrou em contato com o STF sobre a citação dos ministros e aguarda retorno.
Voto impresso
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) disse que vai continuar “lutando” pelo sistema de voto impresso no Brasil.
“Nós hoje somos criminalizados porque queremos transparência eleitoral, mas nós não vamos desistir dessa pauta, vamos continuar lutando por ela”, afirmou.
“Governo gastador”
O governador Tarcísio de Freitas fez críticas ao governo petista, dizendo ser o responsável pelos juros altos e que o país “não aguenta mais o governo gastador”.
“Em 2 anos e sete meses destruíram tudo. Olha o prejuízo dos Correios. O Brasil não aguenta mais o gasto desenfreado e nem a corrupção. Não aguenta mais o governo gastador e o juro alto. Não aguenta mais aumento de imposto. O Brasil não aguenta mais o PT”.
Plano de golpe
As falas do ato também miraram o inquérito do STF que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O senador Marcos Rogério (PL-RO) afirmou que o processo visa punir um “presidente inocente”, em referência a Jair Bolsonaro.
“Querem acusar um homem sem crimes, querem condenar um presidente inocente. O Brasil é um país que, pela mão de alguns, hoje transforma narrativas em fatos, boatos em provas, e estão colocando inocentes na cadeia”, declarou.
Malafaia ainda criticou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, classificando o acordo como “fajuto”.
“Não terá vaidade”
Antes do evento, em conversa com a CNN, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que, caso o ex-presidente não seja candidato nas eleições de 2026, “não haverá vaidade” na escolha de um nome que represente o campo da centro-direita.
Flávio ressaltou, durante ato na avenida Paulista, em São Paulo, que a prioridade do grupo é a defesa da liberdade e do futuro do país. “O que está em jogo no país, minha gente, é a liberdade, é o futuro dos nossos filhos e netas. Então não haverá vaidade por parte de ninguém, em especial do presidente Bolsonaro, de tomar a decisão certa na hora certa.”
Leia menos