Aras intensifica campanha por recondução e nomeia 33 novos procuradores para região amazônica

Criticado ao longo do mandato por suposta omissão no combate ao desmatamento ao longo do governo Bolsonaro, o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, nomeou ontem 35 novos procuradores do Ministério Público Federal, sendo 33 deles na região amazônica. O objetivo é reforçar a atuação do MPF na Amazônia Legal, de acordo com nota da própria PGR.

A convocação de procuradores aprovados em concurso público vem em meio à campanha de Aras para ser reconduzido à chefia do Ministério Público pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O procurador-geral tem apoios importantes nas fileiras petistas para a nova indicação, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. A justificativa apresentada por eles é a atuação do PGR no desmonte da operação Lava Jato. As informações são do Estadão.

Por outro lado, uma ala do Palácio do Planalto tem alertado Lula da armadilha política que a recondução de Aras significa. Isso porque, na visão do próprio PT, o procurador-geral foi omisso durante a gestão considerada desastrosa do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta semana que uma possível recondução de Augusto Aras ao cargo seria um “desastre”.

Para além dos 33 procuradores-gerais que serão distribuídos nos Estados amazônicos da região Norte, Aras ainda nomeou um representante do Ministério Público para o Maranhão e outro para Mato Grosso. Todos tomam posse na próxima segunda-feira (31), em Brasília.

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Por Marcos da Costa Cintra*

A energia elétrica ocupa uma posição central nos desafios econômicos e políticos do Brasil. Mais do que um insumo essencial para residências e empresas, ela é um pilar da competitividade econômica e da estabilidade social.

Em outubro de 2024, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,56%, com a energia elétrica residencial respondendo por 0,20 ponto percentual, ou 35,7% da variação mensal. Esses números refletem o impacto direto da energia no custo de vida e na percepção pública sobre a eficiência do governo em conter a inflação.

Os combustíveis, como gasolina e diesel, amplificam o impacto inflacionário. Para se ter uma ideia do tamanho do impacto da alta dos combustíveis na inflação, em maio de 2022, os recursos energéticos representaram 8,13% do IPCA, sendo 6,81% só da gasolina.

Esses insumos estratégicos desencadeiam um efeito cascata que aumenta os custos de transporte e produção, encarecendo bens e serviços. Trabalhadores de categorias como caminhoneiros, taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos têm nesses combustíveis o principal insumo de suas atividades.

Para as famílias pobres, esse impacto é ainda mais severo, corroendo seu poder de compra e aprofundando desigualdades sociais. De forma simples, se o diesel fica mais caro, isso significa que por consequência o preço do pãozinho e do café da manhã irão aumentar, já que custa mais para transportar a farinha e o grão até o consumidor final.

Medidas paliativas, como congelamento de preços ou subsídios, oferecem alívio temporário, mas criam distorções econômicas e agravam desequilíbrios fiscais. A longo prazo, é imprescindível adotar soluções estruturais, como modernização da infraestrutura, revisão de encargos e incentivos à eficiência energética.

O Brasil tem avançado significativamente na transição energética com uma matriz sólida, diversificada e limpa. Ainda assim, o petróleo permanece como uma fonte de energia firme essencial. A fonte desempenha um papel estratégico na segurança energética e na criação de receitas indispensáveis para o desenvolvimento econômico. Nesse contexto, é fundamental que a estrutura tributária reconheça as qualidades essenciais de todas as fontes de energia, assegurando que setores como petróleo, gás e termelétricas contribuam para a transição de forma equilibrada, sem comprometer a confiabilidade e a segurança do sistema energético.

A proposta de Imposto Seletivo no setor de energia, embora bem-intencionada, surge em um momento de crescente intermitência na matriz energética brasileira, que avança em direção às fontes renováveis, como solar e eólica. Embora fundamentais para a transição energética, a intermitência dessas tecnologias reforça a importância de uma matriz equilibrada, com fontes firmes que assegurem confiabilidade e potência ao sistema.

O PEN (Plano de Expansão da Energia) 2024 lançou um alerta preocupante sobre a fragilidade do sistema elétrico brasileiro. Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), a necessidade de uso da reserva operativa –acionada apenas em momentos críticos– pode se tornar inevitável no final do ano e no início de 2025. O cenário é ainda mais grave nos anos seguintes, com projeções de perda de carga de 12% em 2026, 19% em 2027 e 34% em 2028, muito acima do limite de 5% considerado aceitável.

Esses números revelam um sistema operando no limite, sem margem para imprevistos. Sem planejamento adequado, o risco de apagões é real, ameaçando a economia e o bem-estar de milhões de consumidores. Tributar setores que asseguram a confiabilidade do sistema elétrico, como as termelétricas, só amplia essa vulnerabilidade.

Tributar setores estratégicos como petróleo, gás e geração termelétrica parece um contrassenso. Esses segmentos desempenham papel fundamental em momentos de crise, estabilizando o fornecimento e evitando apagões. O Imposto Seletivo, ao encarecer essas fontes, desestimula os investimentos necessários para modernizar e expandir essa infraestrutura vital.

A história recente está repleta de exemplos dos impactos políticos de crises energéticas. Em 2018, o aumento nos preços dos combustíveis na França provocou o movimento dos Coletes Amarelos, abalando a popularidade do governo e forçando retrocessos políticos. No Brasil, a alta na conta de luz é frequentemente associada à ineficiência administrativa, corroendo rapidamente o apoio popular.

Governos que não conseguem gerenciar crises energéticas enfrentam, além de desgaste político, desafios econômicos de longo prazo. O Imposto Seletivo, ao afetar diretamente o bolso dos consumidores e encarecer os custos de setores estratégicos, intensifica a insatisfação e agrava o desconforto econômico e social.

Para equilibrar a necessidade de uma transição energética sustentável com a competitividade econômica e a justiça social, é essencial que todas as fontes de geração contribuam de forma integrada para um sistema robusto, sustentável e acessível, reconhecendo as particularidades e os atributos de cada tecnologia no contexto da transição energética.

Evitar tributos que aumentem o custo da energia alivia os impactos da transição energética para as populações de baixa renda, garantindo que a carga tributária seja proporcional e justa, sem desestimular investimentos essenciais para mitigar os custos da intermitência e garantir segurança energética.

A reforma tributária, uma iniciativa histórica e necessária, deve ser calibrada para evitar impactos adversos no setor energético, garantindo que se promova competitividade, segurança no fornecimento e sustentabilidade para o Brasil. Governos e legisladores, que merecem reconhecimento da sociedade por darem materialidade a uma reforma tributária que tramitava há mais de 30 anos, têm uma oportunidade única de fortalecer a resiliência do setor elétrico e promover estabilidade econômica e social.

A energia é mais do que um recurso: é a força que impulsiona a economia, molda a sociedade e define o futuro. É essencial que governos, legisladores, empresas e sociedade se engajem na construção de um sistema energético que seja modelo de sustentabilidade, segurança e competitividade para o mundo.

*Executivo do setor de petróleo, gás e energia. Jornalista pela Unicap (Universidade Católica de Pernambuco), é mestre em políticas públicas (IE-UFRJ) e doutor em energia (IEE-USP). É presidente do Instituto Pensar Energia, um think thank do setor.

Jaboatão dos Guararapes - Matriculas 2025

Por Isabel Cesse

O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou, por meio de julgamento virtual, que a compensação unilateral de créditos inscritos em precatórios com débitos perante a Fazenda Pública é inconstitucional. A decisão foi adotada sob o instrumento da repercussão geral, mediante o qual o entendimento deve valer para todos os processos que tratam sobre o tema em tramitação no Judiciário de todo o País.

No recurso que foi julgado, a União questionava decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que, favoravelmente a uma indústria, afastou a aplicação dos parágrafos 9º e 10º do artigo 100 da Constituição Federal, incluídos pela Emenda Constitucional 62/2009. Os dispositivos preveem que, a título de compensação, os débitos do credor devem ser abatidos dos precatórios devidos pela Fazenda Pública.

O relator do caso, ministro Luiz Fux, afirmou no seu voto que, durante o julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4357 e 4425, o Supremo derrubou a validade da compensação unilateral de precatórios por entender que o objetivo da norma foi impedir que quem deve valores elevados à Fazenda recebesse seus créditos sem que suas dívidas com o Estado fossem pagas — o que representa um tipo de superioridade processual da parte pública.

Por isso, conforme o entendimento do ministro, “se o custo do ajuizamento de execuções fiscais é elevado e pode ser evitado pela compensação, demandar contra o Estado também tem um custo alto para a sociedade”. “Dessa forma, não se justifica que apenas a administração pública, quando devedora, possa ter seus débitos compensados com seus créditos”, frisou. “A medida deve valer para credores e devedores públicos e privados, ou acaba por configurar autêntico privilégio odioso”, enfatizou.

Diante do resultado do julgamento, o STF aprovou a seguinte tese a respeito do tema: “A compensação dos débitos da Fazenda Pública inscritos em precatórios, prevista nos §§ 9º e 10 do art. 100 da Constituição Federal incluídos pela EC nº 62/09, viola frontalmente o texto constitucional, pois obsta a efetividade da jurisdição (CRFB/88, art. 5º, XXXV), desrespeita a coisa julgada material (CRFB/88, art. 5º, XXXVI), vulnera a Separação dos Poderes (CRFB/88, art. 2º) e ofende a isonomia entre o Poder Público e o particular (CRFB/88, art. 5º, caput).”

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A prefeita reeleita de Casinhas, Juliana Chaparral, está fazendo um apelo aos vereadores para que autorizem a gestão utilizar os recursos da Lei Aldir Blanc em favor dos artistas locais. Ela alerta que, se a Câmara não se reunir ainda esse ano para botar em pauta e votar, o movimento cultural será prejudicado.

Segundo Juliana, o Executivo quer fazer o investimento, mas depende de uma autorização do Legislativo, que estaria fazendo corpo mole. “Peço que os artistas e familiares batam na porta dos vereadores e cobrem compromisso deles com a cultura”, finalizou a prefeita.

Ontem, os presidentes municipais de partidos e vereadores eleitos de Caruaru se reuniram para alinhar estratégias em apoio à reeleição de Bruno Lambreta (PSDB) para a presidência da Câmara Municipal no biênio 2025/2026. O encontro consolidou um número necessário de vereadores para sua recondução, garantindo uma base sólida para o pleito marcado para 1º de janeiro.

Líderes partidários como Pedro Augusto (PSDB), Osmarino Lamartine (PSD), Gilvan Calado (Avante), Anderson Correia (PP) e Anderson Luiz (Podemos) participaram do encontro, que também contou com representantes do PL e outras siglas. Durante a reunião, foi ressaltada a importância do consenso político em torno de Bruno Lambreta, reforçando sua influência no Legislativo e a continuidade de uma gestão alinhada às diretrizes do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB).

O Tribunal de Justiça de Pernambuco acaba de ser premiado com a categoria Prata no Prêmio CNJ de Qualidade 2024, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça. O TJPE disputou como tribunal de médio porte, numa concorrência bastante acirrada. Em mensagem enviada aos colaboradores, o presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, parabenizou a todos que se esforçaram para que essa vitória fosse possível. “Vamos trabalhar para ano que vem possamos subir para a categoria Ouro”, afirmou o presidente.

A Justiça Eleitoral do município de Brejo da Madre de Deus, localizado no Agreste de Pernambuco, realizará a cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos e reeleitos nas eleições municipais de 2024 no dia 13 de dezembro, às 9h30. O evento ocorrerá no auditório da Escola Estadual André Cordeiro e será organizado pela Justiça Eleitoral, com a presença do juiz eleitoral Lucas do Monte, e de toda a equipe do Cartório Eleitoral.

Neste momento, serão diplomados o prefeito reeleito, Roberto Asfora, e seu vice-prefeito, Rubieno Catanha, além dos 13 vereadores que vão compor a nova legislatura na Casa José Cupertino de Sousa. Devido à capacidade limitada do local, a entrada será controlada, e apenas convidados poderão assistir à cerimônia presencialmente.

No entanto, para garantir que toda a população brejense possa acompanhar esse momento significativo, o portal Estação Notícias fará a transmissão ao vivo através da Estação TV, disponível nas principais plataformas digitais. Além disso, um telão será instalado em frente à escola, permitindo que todos os cidadãos assistam ao ato de diplomação.

O Governo de Pernambuco anunciou, hoje, a implantação de uma nova tarifa social da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), que garantirá uma redução de 55,48% na conta de água e esgoto para famílias de baixa renda.  

A medida começará a valer em fevereiro de 2025, beneficiando mais de 580 mil residências no estado, o equivalente a 21,7% dos usuários da Compesa, ou cerca de 1,63 milhão de pessoas. As informações são do Diário de Pernambuco.

Os valores da tarifa social serão fixados em R$ 27,47 para o fornecimento somente de água e R$ 54,94 para quem utiliza o sistema água e esgoto. Serão beneficiados os usuários inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), com renda de até meio salário mínimo; os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), com renda de até meio salário mínimo; o os moradores de habitações populares na Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida (critério recentemente incluído).

De acordo com o presidente da Compesa, Alex Campos, “As pessoas não irão precisar ir até a Compesa e promover requerimento, este é o maior ganho da população. A gente vai enxergar essa lista pelo CPF e assim efetuar os descontos”.

Ele ainda enfatizou que haverá um acompanhamento rigoroso “para evitar fraudes e modificações, a equipe irá analisar todos os cadastrados, garantindo que os recursos cheguem apenas a quem realmente precisa”.

A prefeita eleita de Sertânia, Pollyanna Abreu, esteve, ontem, na sede da Federação Pernambucana de Futebol, no Recife, acompanhada do presidente do Decisão Sertânia, Epitácio Andrade, e de Salviano Rufino, da equipe de transição, para discutir o apoio à participação do time no Campeonato Pernambucano da 1ª Divisão de 2025.

Pollyanna reforçou o compromisso de apoiar o Decisão, buscando parcerias e anunciando a construção de um centro de treinamento que também será um espaço para revelar jovens talentos de Sertânia. Na ocasião, o presidente da Federação, Evandro Carvalho, anunciou que o Campeonato Pernambucano de 2025 começará com a partida Decisão Sertânia x Esporte Clube do Recife, no Estádio Odilon Ferreira, no dia 12 de janeiro de 2025.

A chapa de vereadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Palmares pode enfrentar uma das maiores cassações da história da cidade, caso seja confirmada a denúncia de fraude na cota de gênero. A ação de investigação judicial eleitoral foi ajuizada pelo vereador Saulo Acioli, alegando que as candidaturas de Luciene Silva, que teve apenas 01 voto, e Rafaela Silva, que computou 04 votos na urna, teriam sido fictícias, apenas para cumprir os 30% de candidaturas femininas exigidos pela legislação eleitoral.

As duas candidaturas não realizaram nenhuma movimentação de campanha e suas contas partidárias estão zeradas. Casos semelhantes já ocorreram nas cidades de Arcoverde, Goiana, Gravatá e Araripina. A Justiça Eleitoral tem endurecido a fiscalização contra esse tipo de prática. Além das implicações na esfera eleitoral, os envolvidos podem responder a sanções criminais. A expectativa é de que o caso tenha um trâmite rápido, dada a relevância das denúncias e o impacto na composição da Câmara Municipal de Palmares.

Convidado pelo meu amigo Adriano Ferreira, idealizador e coordenador do Prêmio Persona Pernambuco, que está na sua 15ª edição, faço amanhã, em Arcoverde, uma palestra sobre as perspectivas políticas para 2025. Mostrarei os desafios e as oportunidades para o próximo ano, com foco no País, no Estado e na região.

O evento, destinados para homenageados e convidados, acontece às 20h, no Esporte Clube de Arcoverde. O prêmio Persona Pernambuco celebra 15 anos de história consolidando-se como um dos eventos mais aguardados no calendário do Estado. A iniciativa promove o reconhecimento de esforços que transformam a região, o município e o Estado em um espaço de inovação, crescimento e inclusão.

Por Isabel Cesse

Uma decisão da juíza Rejane Zenir Jungbluth Suxberger, da Justiça Eleitoral do Distrito Federal, tornou réus, mais uma vez, o empresário Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Netto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e mais 38 pessoas, em ação referente a irregularidades na construção da sede da estatal em Salvador (BA).

Eles são acusados de crimes de “corrupção ativa, corrupção passiva, gestão fraudulenta, desvio de recursos de instituição financeira e lavagem de dinheiro, no bojo de organização criminosa”. A Justiça do DF deu prazo de 10 dias para que as defesas dos denunciados respondam à acusação, por escrito.

A decisão partiu da Justiça Eleitoral porque o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o Tribunal Regional da 4ª Região (TRF 4) incompetente para julgar o caso (originário da extinta Operação Lava Jato), e o encaminhou para a corte eleitoral por existirem indícios de que os recursos foram arrecadados para pagar dívidas de campanhas em eleições passadas.

Na decisão – formalizada em 25/11, mas tornada pública recentemente – a magistrada diz que vê competência por parte da Justiça Eleitoral para que, “apesar da extinção da punibilidade dos delitos de natureza eleitoral, permaneça a atribuição deste segmento do Judiciário para analisar os demais crimes conexos na denúncia”.

O processo partiu de denúncia feita pelo Ministério Público Eleitoral do Distrito Federal, segundo a qual a construção da sede da Petrobras em Salvador, um empreendimento intitulado “Torre Pituba”, envolveu o pagamento de cerca de R$ 68 milhões em propina pelas empreiteiras OAS e Odebrecht a ex-dirigentes da estatal.

Todos os processos referentes à extinta Operação Lava Jato começaram a ser investigados pela 13ª Vara Federal de Curitiba em 2014. Em abril de 2022, o então ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, declarou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) para julgamento do caso específico do empreendimento Torre Pituba, enquanto outros processos foram distribuídos para outros tribunais. Com isso, a ação foi encaminhada à Justiça Eleitoral e todas as decisões tomadas até então pela Lava Jato em relação ao caso foram anuladas.

Na decisão mais recente, a juíza Rejane Suxberger afirmou que “a justa causa reside na probabilidade do cometimento dos fatos atribuídos aos denunciados, que se sucederam em torno das obras de ampliação do Conjunto Torre de Pituba, destinada a abrigar a nova sede da Petrobras em Salvador/BA”. Ela repetiu que o que foi verificado corresponde à prática de crimes diversos. Procurados, os advogados de defesa dos três réus não se manifestaram.

Líderes partidários vêm reclamando, desde ontem, do trecho da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino que tenta alterar o jogo de forças sobre as emendas parlamentares de comissões. No despacho, que deve ser confirmado pelos demais ministros do STF em plenário virtual, Dino diz que os líderes não têm o monopólio das indicações de emendas de comissão. Ou seja, que outros parlamentares também têm o direito de sugerir o uso desses recursos.

Os líderes não gostaram do trecho e querem recuperar o poder que tinham, até agora, na definição e na distribuição desses recursos. Alguns, ouvidos pelo blog do Valdo Cruz, chegam a colocar em dúvida a votação do pacote fiscal do governo Luiz Inácio Lula da Silva frente a essa mudança. Além desse ponto, parlamentares também se irritaram com as exigências do ministro para a indicação de emendas para a saúde.

Segundo líderes, as determinações do ministro criam uma enorme burocracia, o que vai dificultar a liberação dos recursos de emendas para a área da saúde. Metade das verbas de emendas de comissões, por exemplo, têm de ir para a saúde. A decisão define ainda que as emendas para a área devem atender a recomendações do Comitê Gestor do SUS.

Dentro do STF, a avaliação é que a decisão do ministro foi correta. Tanto, que o placar já na noite de segunda era de 8 votos a 0 para manter o despacho de Dino. Uma demonstração de que o Supremo Tribunal está fechado em torno da posição de exigir transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares.

Lula e AGU foram acionados

As queixas dos líderes, principalmente da Câmara, chegaram até o presidente Lula, que solicitou à Advocacia Geral da União que busque ajuste nestes pontos no STF.

Lula foi informado que os líderes não descartam aguardar uma “nova versão” da decisão de Flávio Dino para, só então, votar as medidas do pacote fiscal do governo.

Segundo um líder, a decisão de Flávio Dino vai impor uma perda de poder aos líderes partidários, que hoje reúnem suas bancadas para coletar as indicações de emendas de comissão e repassá-las ao relator. Se não for feita uma mudança, o relator do Orçamento terá de conversar com cada um dos 512 deputados para definir as emendas de comissão.

No STF, o entendimento é de que Flávio Dino não proíbe os líderes partidários de fazer o trabalho de coleta das emendas, mas permite que qualquer parlamentar faça a sua indicação diretamente ao relator do Orçamento da União. No Congresso, a reclamação é que isso vai fragilizar as bancadas partidárias.