Resultado de 23,05% das seções totalizadas até o momento para a presidência da República. Bolsonaro com 51,36% e Lula com 48,64%.
Resultado de 23,05% das seções totalizadas até o momento para a presidência da República. Bolsonaro com 51,36% e Lula com 48,64%.
Por Claudemir Gomes*
Em épocas passadas, na véspera de acirrada eleição para se escolher o novo presidente executivo do Sport Club do Recife, os jornais impressos circulariam com a afirmativa de que, os candidatos — Severino Otávio (Branquinho), Matheus Souto Mario e Paulo Bivar — estavam velando suas armas para a batalha do corpo a corpo, no dia da votação.
Em plena era digital, não existe trégua na batalha on-line. Eis o diferencial desta campanha onde as candidaturas foram apresentadas há pouco tempo, mas a corrida pelo voto se tornou intensa por conta da liberdade dos homens de transitarem numa terra de ninguém, sem lei e sem limites conhecida como redes sociais.
Leia maisA liberdade lhe faculta fazer o bem ou o mal. O caráter leva cada um a escolher o seu caminho. A campanha para a indicação do presidente que irá comandar o Sport no próximo ano foi transformada numa queda de braço entre o bem e o mal. O show de vilania observado nas fábricas de fake news criadas pelos adversários, com o intuito de manchar a imagem do candidato Severino Otávio, que desde o início prega a união como sendo o único caminho a ser seguido para tirar o clube do caos em que se encontra, é assustador.
Certa vez, o saudoso deputado Osvaldo Rabelo, uma das grandes referências políticas do Estado, encontrou-se com um grupo de jornalistas. Em meio aos cumprimentos, um rapaz de Goiana, sua terra natal, lhe estendeu a mão. Sem nenhum constrangimento, ele disse com firmeza: “Não vou apertar sua mão porque você não tem caráter. Um homem pode ser mau-caráter ou pode ser bom-caráter, mas não pode deixar de ter caráter”.
Pois bem. Quem se esconde nas redes sociais por trás de expressões como “me disseram”, “fui informado”, “uma fonte ligada a…” simplesmente não tem caráter. O momento do Sport não suporta esse tipo de coisa.
Conheço Branquinho desde 1987, quando chegou ao clube através de um convite de Edson Moury Fernandes. Apesar da experiência adquirida na vida pública como prefeito de Bezerros e deputado estadual, sempre se posicionou com a humildade de um trainee. A habilidade no trato com as pessoas lhe levou rapidamente ao conhecimento dos segredos dos vestiários. Honestidade, transparência, retidão de caráter e sinceridade foram as qualidades que lhes levaram a ser adotado como amigo e companheiro pela maioria dos presidentes por mais de duas décadas.
Branquinho tem sua assinatura nas grandes conquistas do Sport, seja como protagonista ou como coadjuvante de um time vencedor. Não é por acaso que conta com o apoio da maioria dos ex-presidentes e lideranças rubro-negras.
Criaram uma falsa narrativa de que, se ele não anunciar sua diretoria, vai perder muitos votos. Severino Otávio manteve um comportamento de quem é fiel ao discurso. Sempre defendeu a unidade, e vai buscá-la até depois do resultado do pleito, caso venha a ser vencedor.
A turma do boato esquece que a eleição é para a escolha do presidente executivo do clube. Confesso: nunca vi uma nação escolher o seu presidente porque ele anunciou os ministros antes da votação. Com a Nação Rubro-negra não será diferente. Qualquer coisa contrária disso é pura idiotice.
Quando vejo tamanho absurdo sempre lembro do imortal Nelson Rodrigues: “O mundo ainda será dominado pelos idiotas. Não que eles sejam mais inteligentes. É que são muitos”. Espero que os sócios do Sport não sejam dragados pelas idiotices implantadas nas redes sociais nos últimos dias.
Dizem que o acirramento nas eleições do Sport é histórico porque o clube da Ilha do Retiro não tem o branco nas suas cores, diferentemente de Náutico e Santa Cruz. Eis mais uma razão para se votar em Branquinho — ou melhor, no branco da paz.
*Jornalista
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O empresário do garimpo Rodrigo Martins Mello, mais conhecido como Rodrigo Cataratas, disse que seu filho, Celso Martins Mello, foi preso pela Polícia Federal neste sábado no âmbito da investigação que apura a fuga do deputado federal Alexandre Ramagem. Na semana passada, Cataratas, que trabalha na Guiana e no estado de Roraima, já havia publicado um vídeo no qual se defendia de uma acusação sobre ter supostamente ajudado o ex-diretor da Abin a deixar o país.
“A assessoria de Rodrigo Cataratas esclarece que, neste sábado, a Polícia Federal cumpriu em Manaus (AM), mandado de prisão contra Celso Rodrigo de Mello, filho de Rodrigo Cataratas, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de investigação relacionada à apuração sobre a suposta fuga do deputado federal Alexandre Ramagem”, diz a nota. As informações são do jornal O Globo.
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Cataratas acrescenta ainda que o filho é inocente e que a defesa recorre da decisão. “A assessoria reforça a importância do respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência, destacando que qualquer conclusão antecipada não condiz com os fatos”, diz o texto.
No final de novembro, após veículos de imprensa de Roraima publicarem que Cataratas estaria sendo investigado pela PF por ajudar Ramagem, o empresário foi às redes se defender e alegou estar sofrendo perseguição. O vídeo começa com o garimpeiro lembrando das ligações de Ramagem com o estado, onde já atuou como delegado da PF.
“(Ramagem) tem vários amigos em Roraima, e eu também sou amigo dele, certo? Ele é deputado federal, pessoal. Quando ele esteve em Roraima pela última vez não existia nenhuma condenação contra ele. Então, essa narrativa de fuga, isso é uma narrativa falaciosa, justamente para manter uma perseguição”, diz Cataratas no vídeo acrescentando “Todos aqui somos de direita e somos perseguidos.”
“Tenho foto com o Ramagem na minha rede social. Não é nenhum crime. Quando ele esteve ai não estava condenado e essa narrativa de fuga é falaciosa (..) Eu tomei conhecimento da condenação dele pelas redes sociais, mas aí ele já estava nos Estados Unidos”, continua Cataratas.
Atualmente, Rodrigo Cataratas é pré-candidato ao Senado pelo PRD. Em 2022, ele havia disputado por uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PL, tendo declarado guardar R$ 4,5 milhões em dinheiro vivo. O seu patrimônio inclui ainda dez aeronaves e onze veículos, além de um total de R$ 33,6 milhões. Ele é um dos líderes do “Movimento Garimpo é Legal”.
O garimpeiro tem negócios na Guiana, país que esteve na rota de fuga de Ramagem rumo aos Estados Unidos, como revelou a colunista do Globo Malu Gaspar. A investigação da PF apurou que o deputado federal chegou ao país vizinho pelo município de Bonfim, que faz fronteira com a cidade de Lethem.
Em janeiro de 2024, o Ministério Público Federal denunciou o empresário por suspeita de atear fogo a um carro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e invadir o pátio da Polícia Federal para incendiar um helicóptero do instituto em 2021. Cataratas teria financiado e incentivado a destruição dos equipamentos. Cataratas ainda é réu em três processos na Justiça Federal por ligação com a exploração ilegal de ouro em Roraima. Assim como o pai, o filho Celso também já teve problemas com a Justiça. Em 2022 ele foi preso por suspeita de explorar ilegalmente ouro na Terra Indígena Yanomami. Ele foi solto dias depois.
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O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), presidente estadual do MDB na Paraíba, participou neste domingo (14), em João Pessoa, de um ato público contra o projeto que prevê a redução de penas dos condenados pela tentativa de Golpe de Estado no Brasil, o chamado PL da Dosimetria. O ato foi organizado por sindicatos, associações e outras instituições representativas da sociedade e ocorreu no Busto de Tamandaré, na orla da capital.
Também participaram do ato a deputada estadual e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba, Cida Ramos; o deputado federal Luís Couto; o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho; além de presidentes e representantes de diversas entidades sindicais e associativas que organizaram a manifestação.
Durante sua fala, Veneziano reafirmou sua posição contrária ao PL da Dosimetria. “Não tem cabimento que uma proposta, que vem sendo defendida como se fosse um ato de justiça a alguns que vandalizaram, que quebraram, que se insurgiram contra a nossa democracia, tenha, por trás, um interesse explícito de beneficiar uns poucos. Até que ponto nós chegamos: legislar e discutir um tema tão sensível, de natureza tão grave, para atender a outros interesses?”, questionou Veneziano, ao saudar todas as organizações que encabeçaram o ato.
A tradicional corrida Arcoverde City, em Arcoverde, a 250 km do Recife, que estava programada para ocorrer hoje, com kits esgotados há mais de dois meses, acabou não sendo realizada. Logo cedo, os inscritos, que aguardavam com grande ansiedade, foram comunicados, por meio da nota acima, que não haveria a competição.
Motivo? A empresa contratada para montar a estrutura farrapou. Armou apenas três tendas sem a menor infraestrutura. A empresa, cujo nome não foi revelado, merece uma punição, mas os organizadores também são culpados. Por que acompanharam a montagem da estrutura só na véspera? Também não fizeram nenhum tipo de fiscalização.
Que horror!
Por Agência O Globo
O cantor Roberto Carlos sofreu um acidente na madrugada deste domingo (14), em Gramado, na Serra Gaúcha, enquanto participava da gravação do clipe de abertura do tradicional especial de fim de ano da TV Globo. No momento do ocorrido, o artista dirigia um Cadillac modelo 1960, utilizado na produção.
De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar, o veículo apresentou uma falha mecânica no sistema de freios ao subir uma ladeira íngreme. Sem controle, o carro acabou descendo a via de ré e colidiu com outros três veículos que estavam no local. Em seguida, o Cadillac atingiu uma árvore.
Após o acidente, Roberto Carlos e outras três pessoas envolvidas foram encaminhados a um hospital da região para a realização de exames médicos. Segundo informações da RBS TV, todos passaram por avaliação e foram liberados, sem registro de ferimentos graves.
O cantor estava em Gramado exclusivamente para a gravação do especial de fim de ano da TV Globo, cuja produção incluía as cenas que estavam sendo filmadas no momento do acidente.
O Ministério Público de Pernambuco desarticulou um esquema de fraude no Cartório de Registro Civil de Verdejante, no Sertão, após deflagrar, na quarta-feira (10), a Operação Scribanus. Segundo o órgão, uma funcionária é suspeita de desviar valores dos serviços cartorários, registrando atos gratuitos de forma fraudulenta.
As investigações, iniciadas em setembro de 2025, apontam que a servidora recebia os emolumentos (taxas obrigatórias pagas nos cartórios pelos usuários), mas ficava com o dinheiro em vez de repassá-lo ao cartório. Ainda de acordo com o MPPE, formulários falsos de hipossuficiência eram usados para simular gratuidade e justificar a ausência dos valores na contabilidade oficial. As informações são do portal g1.
Leia maisA operação foi realizada pela Promotoria de Justiça de Verdejante em conjunto com o Gaeco Sertão. A medida cautelar de busca e apreensão foi autorizada pelo Juízo de Garantias da cidade para recolher o material ligado ao crime e buscar novas provas.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos livros de registros de atos gratuitos referentes a 2024 e 2025, formulários de solicitação de gratuidade suspeitos de falsificação, livros caixa e documentos que indicam um possível controle financeiro paralelo. Também foram recolhidos equipamentos eletrônicos, carimbos e selos.
Todo o material segue para perícia. O MPPE informou que a investigação continua para calcular o valor total desviado e identificar se há outros envolvidos na fraude.
O g1 procurou o Cartório Único de Verdejante para obter posicionamento, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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Do Blog do Torcedor – Jornal do Commercio
O ex-jogador e campeão mundial Ricardo Rocha revelou, em entrevista concedida a Raldney Alves, do Escrete de Ouro (Rádio Jornal), que mantém conversas com o presidente Bruno Rodrigues e representantes da SAF para assumir o papel de embaixador do Santa Cruz. A declaração foi dada durante visita às instalações do Sistema Jornal do Commercio (SJCC), na última sexta-feira (12).
Segundo Ricardo, a ideia é aproveitar sua experiência internacional e seus contatos no futebol para contribuir institucionalmente, tanto no Brasil quanto no exterior. “Conversei com o presidente, e existe, sim, esse interesse. O que eu puder fazer pelo Santa Cruz, eu vou fazer. Essa torcida merece respeito. Se eu assumir esse papel, será para ajudar de verdade”, afirmou o ex-zagueiro, ressaltando seu carinho pelo clube e a identificação com a torcida coral.
Leia mais“SAF séria”
Entre outros assuntos, Ricardo comentou sua visão sobre o cenário da SAF do Santa Cruz e o modelo de SAFs no Brasil. Segundo ele, o grupo que está próximo de finalizar a compra de 90% do futebol coral é uma “SAF séria”, com projeto consistente.
Ricardo também destacou o Bahia como o melhor exemplo atual de gestão nesse formato, citando a quitação de dívidas, o fortalecimento do elenco e o projeto de criação do Centro de Treinamento, que prevê mais de R$ 300 milhões em investimentos. Ele mencionou ainda casos como Botafogo e Cruzeiro, reforçando que o sucesso de uma SAF depende de continuidade, planejamento e estabilidade.
Ao falar especificamente sobre o Santa Cruz, Ricardo elogiou o trabalho de Bruno Rodrigues à frente do clube, chamando-o de “herói” pela reconstrução conduzida nos últimos anos. De acordo com ele, o processo de SAF exige paciência, responsabilidade e expectativas alinhadas com a realidade, evitando projeções irreais por parte da torcida.
Situação da SAF do Santa Cruz
A implementação da SAF do Santa Cruz está em processo avançado e já foi aprovada na Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Agora, o Conselho deverá aprovar e ratificar a operação do contrato da SAF em uma reunião.
Após a ratificação pelo Conselho, o Santa Cruz tem mais cinco dias para protocolar no processo de Recuperação Judicial o plano atualizado. Este plano deve detalhar a estrutura da SAF, o plano de pagamento aos credores, e a nova configuração de gestão e investimentos.
A etapa final envolve a abertura jurídica da SAF, o registro de contratos, a definição dos novos conselhos e a transferência de ativos. Somente após a conclusão desses trâmites é que a operação começa de fato e os aportes podem ser iniciados oficialmente.
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Por Anthony Santana, Raoni Nunes e Betânia Santana
Do Blog da Folha
Em entrevista exclusiva concedida à Folha de Pernambuco, o prefeito do Recife, João Campos (PSB) falou sobre os principais assuntos que envolveram sua gestão no Recife no ano de 2025, sua visão sobre a polarização que continua dividindo o país e sobre o futuro próximo da política de Pernambuco. Confira abaixo os principais pontos abordados pelo gestor:
Discordância
“Vejo que a forma e o conteúdo são equivocados. Tivemos a votação de um projeto que beneficia diretamente Fernandinho Beira-Mar, Marcola, chefes do Comando Vermelho, do PCC. Como é que se aprova isso na Câmara para beneficiar líder de facção? Não tenho como concordar com isso. Outro ponto, um ex-presidente é preso, o filho dele é lançado candidato a presidente e, de três horas da manhã na mesma semana, o projeto (de dosimetria das penas dos réus do 8 de Janeiro) é aprovado na Câmara de Deputados. Então, discordo do conteúdo e da forma. É um ambiente em que está se perdendo a liturgia, o respeito às pessoas, à divergência, ao contraditório. Uma boa divergência política é algo bom. Ruim é ter um ambiente de desrespeito generalizado, e a sensação que eu tenho é que isso está acontecendo de maneira muito intensa no parlamento, onde as questões não são mais debatidas, tudo vira briga. Isso é a antítese do que eu acredito por política.”
Apoio
“É muito bom você ter Lula presidente enquanto você governa uma cidade ou um estado. Ele é um cara generoso. Você não teve por parte da governadora, uma declaração de voto ou de apoio a ele, por exemplo, na eleição passada, contra (o ex-presidente Jair) Bolsonaro. E ele ajuda como ninguém o estado. E é bom que ele ajude, porque isso é bom para o povo.”
Dois Palanques
“Não estou pensando numa conveniência eleitoral, numa foto, num movimento desse tipo (com Lula). Eu respeito quem tem lado, quem tem posição. Na reeleição, muita gente que não vota em Lula votou em mim. E isso nunca foi uma preocupação para mim, porque tenho convicção de que as pessoas respeitam quem tem posição. Tive, tenho e terei posição, estarei ao lado do presidente Lula.”
Eleição
“Eleição é uma palavra que não está no meu vocabulário de agenda pública. Não está no meu discurso, eu não falo de eleição. Estou exercendo o mandato, trabalhando, 90% do meu tempo é aqui, trabalhando como prefeito.”
Vice-prefeito
“Victor (Marques) está preparado para assumir qualquer função pública porque ele tem muito compromisso com tudo que faz, tem capacidade política, sabe entregar resultados, cobrar às pessoas, ouvir as pessoas, ir para as ruas, tem empatia com as pessoas. Acho que ele é um cara extremamente preparado.”
Ritmo
“A sensação que eu tenho é que sigo acelerado o tempo inteiro. Não é aquela história de estar chegando a eleição, se movimenta e aparece. Trabalho todo dia, ando, entrego. É um governo que não oscila de ritmo, anda acelerado. A gente está sempre rápido, andando, se mexendo, fazendo, entregando. Isso faz toda a diferença. Por isso que não é aquela coisa de acelera, freia, chega eleição, volta, aparece. Estou o tempo todo fazendo. Se tem gente que acha que eu não estou fazendo nada, diminuí o ritmo, é porque não está acompanhando.”
Senado
“Normalmente, as candidaturas majoritárias são construídas não por um desejo individual. Você precisa ter uma plataforma. Primeiro, você tem que ser claro com as pessoas no que você quer fazer. E, segundo, a definição política mesmo dos partidos. Raramente tem uma decisão individual do que fazer. É uma construção que fica clara e que tem um caminho a ser seguido, priorizando quem é que tem o projeto, a força, o resultado, o partido, o trânsito com as demais pessoas. É muito melhor você poder estar em um time que tenha grandes jogadores e jogadoras para poder entrar em campo.”
Arco
“Se meu pai estivesse vivo, o Arco (Metropolitano) já estava 100% pronto. Trechos Norte e Sul. Não tenho nenhuma dúvida disso porque essa é a escola que eu vi, que eu aprendi, que eu vi ele fazendo, eu vi ele discutindo isso. No meio disso, se teve um momento institucional muito ruim até a decisão de fazer um trecho específico dele. O outro trecho o governo federal vai fazer. Então, não se está mirando dois trechos. Está se mirando um trecho porque o outro é competência do Ministério dos Transportes. A sensação que tenho é de que os ciclos de oscilação e instabilidade política nacional, mudança de governo e desafios do projeto fizeram com que as contribuições fossem dadas, projeto feito, licença, tudo.”
Institucional
“Praticamente tudo da cidade roda de uma forma muito autônoma. Naturalmente, a minha orientação a toda a minha equipe é: façam tudo pensando no povo, tenham a melhor relação institucional possível (com o governo do estado), tratem bem as pessoas, não entrem em briga pequena, que isso não vale a pena. As pessoas não votam na gente para a gente estar perseguindo, olhando pelo retrovisor, indo atrás. Não fico falando mal das pessoas, não fico terceirizando culpa, não fico pondo dificuldade. Simplesmente, vou lá e faço.”
Legislativo
“Acredito que quem governa tem que fazer o dever de casa de buscar harmonizar os Poderes. Sempre vai ter motivo para você querer brigar, enfrentar alguém, mas tudo na vida é escolha. Eu podia escolher, ficar brigando com meus adversários, perseguindo, enfrentando, tentando peitar, fazer um enfrentamento político. Vou cuidar bem, ajudar a minha turma e tentar que ela cresça, que tenha mais gente. Tem que pegar a sua energia política e botar para a briga certa.”
Caminho
“Não gasto meu tempo atrapalhando o caminho dos outros. Gasto cuidando do meu caminho, que é o caminho do Recife.”
Ponte Giratória
“(A Ponte Giratória) vai ser inaugurada ainda este ano. A gente tinha a previsão de entrega em março do ano que vem, mas antecipou para fazer a inauguração este ano. A expectativa é, talvez, fazer a inauguração no dia do Natal. É bom explicar para as pessoas que, se a gente não tivesse feito essa obra, a ponte poderia ter caído. Durante a execução dessa obra foi descoberto um novo problema que não tinha como saber se não quebrasse a ponte. Foi identificado que isso foi um erro construtivo da década de 1970. Então, precisou fazer um novo projeto e contratar uma nova obra para esse problema. E isso fez com que, em vez de ser uma obra, fossem duas para requalificar a ponte, e o prazo fosse maior.”
Politização
“A gente não está aqui para tomar uma decisão fácil, está aqui para tomar a decisão certa. O que não dá é a ponte cair. Fechamos a ponte por determinação do projetista. É bom explicar isso porque muita gente quer politizar um debate sobre um cálculo estrutural de uma ponte. Com todo respeito a todo mundo, quem tem que dizer o que é para ser feito numa ponte é um engenheiro calculista estrutural de ponte. Ponto.”
Guarda armada
“No primeiro semestre do ano que vem já vamos estar armando o primeiro grupo (de guardas municipais). E, nesse começo, a expectativa é que no Centro tenha a guarda armada, na Zona Sul do Recife também. Além de outros pontos específicos.”
Parques
“A concessão dos parques desonerou o município em R$ 10 milhões por ano. Se você pegar em 10 anos, são R$ 100 milhões. Em 20 anos, R$ 200 milhões. E, fora isso, tem um plano de investimento que o concessionário tem que fazer. E tudo o que é gratuito permanece gratuito. A gente não está vendendo o parque. O parque tem um administrador privado, mas ele é público. É um patrimônio do município e das pessoas do município.”
Concessões
“São dez prédios na operação que a gente está propondo da Guararapes. Quantos desses prédios são da prefeitura? Nenhum. É o contrário, a gente está comprando. Vai desapropriar do privado, passar a ser da prefeitura, para, sendo da prefeitura, você poder fazer moradia do Minha Casa Minha Vida. Como é que isso é você vender o Centro? Agora, a gente podia ficar de mão cruzada e dizer: ‘Os imóveis da Avenida Guararapes são privados, nenhum imóvel é da Prefeitura do Recife, eu vou esperar que eles façam alguma coisa’. Pronto. A gente botava um banco, ficava sentado e ficava vendo o imóvel. Não ia acontecer nada. Então, temos que ter a capacidade de fazer uma coisa nova. E para fazer uma coisa nova, a gente tem que estudar.”
Críticas
“É muito mais fácil você ir para uma rede social e dizer: ‘Está vendendo o Centro’. Quantas pessoas leram o projeto? A gente abriu consulta pública. Por que vocês não colaboraram na consulta pública? sugerindo na consulta o que é que tinha que fazer? Ou então pode dar uma outra alternativa. O que eu quero é resolver. Agora não é um problema fácil. E eu também não estou aqui para fazer o que sempre foi feito. Eu estou para fazer coisas novas, para inovar, para ser ousado e para ouvir as pessoas”.
Investimentos
“Mais de 70% do que a gente investe está na periferia da cidade. A maior parte do investimento está na infraestrutura. Tem quatro grandes áreas: assistência, saúde, educação e infraestrutura. Essas quatro áreas têm um grande volume de investimento da prefeitura. A gente deve ter algo em torno de R$ 800 milhões de investimento no ano que vem. A gente saiu de um ciclo de R$ 300 milhões de investimento, que era o que tinha, para um ciclo perto de R$ 1 bilhão. Por isso que tem um volume tão grande de obra. Mais de 5 mil obras em área de morro, 16 mil famílias foram retiradas da situação de insegurança no morro. Nunca se investiu tanto na cidade. Não existe nenhum ciclo histórico de tanto investimento na cidade como nós fizemos, majoritariamente na periferia da cidade.”
Creches
“Como você consegue fazer a cidade sair de 6,5 mil para as 16,5 mil vagas de creches que temos hoje? São 10 mil vagas a mais. Em fevereiro, 18 mil vagas. Até o meio do ano que vem, a gente bate mais de 12 mil vagas criadas. Como é que a gente conseguiu fazer isso? Investindo. A gente chegou a ter 200 obras simultâneas na Secretaria de Educação. A gente fez 400 salas de aula novas de creche. Isso faz com que as pessoas vejam. Chegue na ponta. Não é eu prometer que vou fazer: vai lá e está feito, entregue, funcionando. Por isso que as pessoas percebem. Eu não fico falando aos quatro cantos porque as pessoas veem. O que é verdade não precisa convencer.”
Contas
“A gente está dentro de todos os limites do que a lei permite em capacidade de endividamento, de pagamento, de liquidez. Conseguimos fazer o dever de casa de equilibrar as contas, aumentar a capacidade de crédito, pegar o crédito, fazer projetos e executar as obras. Isso é o que faz toda a diferença. Não falta gente na política para prometer e dizer que vai fazer e a coisa não acontece. A gente conseguiu fazer funcionar e o dinheiro público chegar na ponta.”
Entrega
“Eu não vim aqui para ficar usando a prefeitura para ter uma infinidade de operação de crédito, não executar, ter um caixa imenso e as pessoas não verem os investimentos. É a mesma coisa de você ver um banco. A prefeitura é uma prestadora de serviço para o povo. E a gente está prestando um serviço público, entregando obra.”
Por AFP
Pelo menos 11 pessoas morreram em um ataque a tiros neste domingo (14) na praia de Bondi, uma das mais populares da Austrália, localizada em Sydney, informou a polícia, que anunciou a presença de dois supostos agressores.
Outras pessoas ficaram feridas e foram levadas para diversos hospitais, informou a polícia de Nova Gales do Sul. Um dos suspeitos do ataque morreu e o segundo está em estado crítico, segundo a polícia.
Leia mais“Ouvimos os tiros. Foi chocante; parecia que foram dez minutos de ‘bang, bang, bang’. Parecia uma arma potente”, disse à AFP Camilo Díaz, um estudante chileno de 25 anos que estava no local.
Um evento chamado “Chanukah by the Sea” estava programado para este domingo na praia para celebrar o feriado judaico do Hanukkah. Os serviços de emergência receberam as primeiras ligações por volta das 18h45 (4h45 no horário de Brasília), segundo a polícia.
“Diversos objetos suspeitos encontrados nas proximidades estão sendo examinados por agentes especializados e uma zona de isolamento foi estabelecida”, disse a polícia em um comunicado.
A colina que leva à praia de Bondi, no leste de Sydney, um local popular entre banhistas e turistas especialmente nos finais de semana, estava repleta de pertences abandonados por pessoas que fugiram, incluindo um carrinho de bebê, relatou um jornalista da AFP no local.
“Houve um ataque a tiros, dois agressores vestidos de preto com fuzis semiautomáticos”, disse o turista britânico Timothy Brant-Coles à AFP. Outra testemunha, Harry Wilson, um morador local de 30 anos, disse ao Sydney Morning Herald que viu “pelo menos dez pessoas no chão e sangue por toda parte”.
O presidente israelense, Isaac Herzog, classificou o ataque como “cruel contra judeus” e pediu às autoridades australianas que intensifiquem sua luta contra o antissemitismo.
Da mesma forma, o chefe da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, disse à AFP que o ataque foi “uma tragédia, mas completamente previsível” e denunciou o governo por “não tomar medidas adequadas para proteger a comunidade judaica”. O Conselho Nacional de Imãs da Austrália, uma organização muçulmana, condenou o ataque como “horrível”.
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Por AFP
O Chile definirá neste domingo (14), em segundo turno, quem será o próximo presidente do país. José Antonio Kast, de extrema direita, é o grande favorito, à frente da candidata de esquerda, Jeannette Jara, após uma campanha marcada pelo medo da criminalidade e o aumento da imigração irregular.
Kast, de 59 anos, líder do Partido Republicano, promete combater o crime por meio da detenção e expulsão de quase 340 mil imigrantes sem documentos que vivem no Chile. Se for eleito, ele se tornará o presidente mais à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet em 1990.
Leia maisTodas as pesquisas antecipam sua vitória por ampla margem sobre Jara, uma militante moderada do Partido Comunista de 51 anos, ex-ministra do Trabalho do atual governo de Gabriel Boric, que representa uma coalizão de centro-esquerda alinhada ao governo. Desde 2010, a direita e a esquerda se alternam no poder no Chile a cada eleição.
Jara ficou à frente no primeiro turno, mas Kast e os demais candidatos de direita somaram mais de 50% de apoio com uma proposta em comum: enfrentar a criminalidade e expulsar imigrantes irregulares, a quem culpam pelo aumento dos delitos e do crime organizado.
Embora o Chile seja um dos países mais seguros da região, as atividades criminosas e a violência são a maior preocupação de 63% dos chilenos, segundo uma pesquisa do instituto Ipsos divulgada em outubro.
Os homicídios se estabilizaram nos últimos anos, mas aumentaram 140% em uma década: de uma taxa de 2,5 casos por cada 100.000 habitantes passou para 6 em 2024, segundo o governo. O Ministério Público chileno também relatou 868 sequestros no ano passado, uma alta de 76% em relação a 2021.
Fronteiras
Diante de uma população que exige soluções imediatas, Kast promete deter e deportar todos os imigrantes irregulares — a maioria venezuelanos. Sua proposta de “escudo fronteiriço” inclui erguer um muro na fronteira com a Bolívia, cavar uma trincheira e mobilizar 3.000 militares para conter as entradas.
O candidato de extrema direita, que no passado defendeu o legado de Pinochet, mas afirma ser um democrata, promete combater o crime com mais poder de fogo para a polícia e o envio de militares para áreas críticas.
A forte percepção de insegurança “desempenha um papel muito importante na política, especialmente na política eleitoral. A direita soube instrumentalizar isso para se beneficiar”, afirma Guillaume Long, especialista do Centro de Estudos Econômicos e Políticos, com sede em Washington.
Esta é a terceira vez que Kast, que se opõe ao aborto mesmo em casos de estupro, disputa uma eleição presidencial. Há quatro anos, perdeu o segundo turno para Boric, um ex-líder estudantil que chegou à presidência aos 36 anos com a promessa de mudar a Constituição de Pinochet para garantir maior acesso à saúde e educação depois que mais de um milhão de manifestantes foram às ruas em 2019.
Mas as duas tentativas de reformar a Constituição fracassaram por serem consideradas muito radicais — a primeira vez à esquerda, depois à direita — e a promessa de uma sociedade mais equitativa ficou pela metade.
Onda anticomunista
Jara é advogada e administradora pública. Uma de suas principais promessas é aumentar o salário mínimo para quase US$ 800 (R$ 4.340, na cotação atual), 250 a mais que hoje.
“Os estrangeiros, o crime organizado e todos esses temas são super importantes, mas há coisas além disso”, diz Valentina Valenzuela, uma estudante de serviço social de 20 anos que votará em Jara.
O plano da candidata para a imigração é controlar as entradas pelas passagens clandestinas e realizar um censo daqueles sem documentos para identificar os que têm antecedentes criminais e expulsá-los. “Não há candidatura mais comprometida que a nossa com a segurança: segurança para combater o crime e para chegar ao fim do mês”, indicou.
Como ministra, impulsionou a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas e uma reforma no sistema de aposentadorias, o que a elevou na política.
Embora tenha tido atritos com a cúpula do Partido Comunista por suas críticas contra Venezuela, Cuba e Nicarágua, sua militância no PC desde os 14 anos dificultou a obtenção de apoios. “Há um fantasma (de anticomunismo) que sempre acompanha qualquer candidatura comunista e, efetivamente, pesou muito para Jara”, diz à AFP o analista Alejandro Olivares, da escola de Governo da Universidade do Chile.
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Por Renata Berenguer*
O sertão não é um só. São muitos. São geografias, culturas e ritmos próprios que o mapa não descreve. Há o sertão do Araripe, onde a distância impõe coragem; o Pajeú, onde a poesia e a advocacia dividem a mesma vocação de resistência; o Sertão Central, marcado pela pecuária, pela agricultura e por uma capacidade permanente de reinvenção; o Sertão do São Francisco, moldado pelo rio que movimenta economias e encontros; e o Moxotó, com sua força histórica e social tão particular. Cada cidade revela uma região que existe, que pulsa e que precisa ser ouvida.
Nas últimas semanas, percorri milhares de quilômetros para levar a Ouvidoria da OAB Pernambuco até quem mais precisa ser escutado: a advocacia que sustenta a cidadania no interior do Estado. Em cada cidade, uma realidade distinta. Em algumas, a redução populacional e econômica; em outras, crescimento acelerado. No velho sertão, a seca. No novo, tanques de tilápia, painéis de energia solar, aerogeradores e plantações de coco. Existem quilombos, aldeias indígenas, oásis improváveis e, sobretudo, uma força humana que impressiona.
Leia maisA advocacia sertaneja é, por necessidade, generalista. Lida com múltiplas áreas do Direito porque a especialização ainda é um luxo distante. Enfrenta longas distâncias até fóruns que não são centralizados. Trabalha sem delegacia especializada, sem IML em cidades que convivem com conflitos graves, sem estrutura compatível com a complexidade da vida real. E, mesmo assim, entrega muito: presença, coragem, compromisso e a justiça possível.
Voltar ao sertão também tem um significado íntimo. Foi em Araripina, há quase dez anos, que realizei minha primeira palestra, diante de uma plateia de mais de 400 pessoas que aguardava a caravana da OAB ao cair da noite. Ali compreendi, pela primeira vez, o tamanho do papel da OAB e o quanto servir transforma. De lá para cá, essa certeza só cresceu.
O projeto Ouvidoria Até Você nasceu da convicção de que as instituições amadurecem quando escutam. Escutar é compreender os desafios de cada comarca, cada fórum, cada corredor apertado onde a advocacia luta diariamente para garantir direitos. Escutar é reconhecer que Pernambuco tem muitos sertões, físicos, sociais e simbólicos, e que todos merecem atenção.
O sertão me ensinou que ouvir é mais do que um gesto de gentileza. É fundamento de justiça. Só julga bem quem conhece as distâncias, os silêncios, as urgências e os sonhos de quem vive longe da capital. E é na estrada, entre poeira e horizontes largos, que a gente entende que servir é, antes de tudo, um ato de presença.
*Advogada, professora, conselheira federal da OAB (2022/2025), ouvidora-geral e conselheira da OAB/PE, secretária-geral da Comissão Nacional de Direitos Sociais, mestre em Economia e Gestão Empresarial, especialista em Compliance, Privacidade e Proteção de Dados, dir. e proc. do Trabalho.
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Em plena era das canções de gosto duvidoso, que fazem a cabeça das novas gerações, tratar nesta crônica do romantismo contagiante das serenatas soa como uma provocação. Mas as serestas, ou serenatas, estão de volta, por incrível que pareça, depois de um longo período adormecidas. Em Pernambuco, o grito de renascimento, a ousadia, vem de Santa Maria da Boa Vista, a 605 km do Recife, modelo para outras cidades.
Ali, o cenário próprio e inerente para uma seresta, com ambientes que reportam ao romantismo europeu, de onde surgiram as serenatas, encanta e seduz. Se passa em casarões e prédios mais que centenários, beirando o Rio São Francisco, com a luz exuberante da lua cheia estendida sobre as águas do Velho Chico, o chamado Rio da Integração Nacional.
Leia maisSerenatas prescindem da natureza romântica. Em Floresta, que se inspirou em Santa Maria da Boa Vista, os seresteiros saem tocando e cantando num verdadeiro arrastão, de cores e luz, em torno do seu belo sítio histórico, que enche os olhos de qualquer coração com um mínimo de dosagem tocada pelo romantismo. É lindo de se ver. Fui lá no seu primeiro ano, com minha Nayla, a convite da prefeita Rorró Maniçoba e do seu esposo Gatão, boêmio por natureza, cantor e tocador de violão.
Fiquei emocionado ao longo de todo o percurso. Relembrei os saudosos tempos de boemia. O encanto das serenatas reside na sua atmosfera romântica e tradicional, sendo uma performance musical noturna ao ar livre, com músicos cantando e tocando instrumentos (como violão) sob a janela da pessoa amada para cortejá-la ou homenageá-la, evocando nostalgia e emoção com melodias suaves, sendo um ato cultural que une o passado com a celebração do amor e da amizade.

Se Santa Maria e Floresta se descortinam, literalmente, para o abraço ao romantismo, imagina se minha Triunfo, com o ambiente mais propício e charmoso para declarações de amor, com seus casarões coloniais, ficaria de fora. Já fez o seu festival com esplendor. Chorei de emoção com aqueles homens de chapéu branco e gravatas borboletas rondando o cine-teatro, margeando o açude, parando em casarões centenários.
No Brasil, a origem das serenatas se deu em 1717, quando o viajante francês Le Gentil de La Barbinais a trouxe consigo, mas a sua história aparece nos livros desde 1505. Segundo o saudoso Câmara Cascudo, a seresta é a mistura do canto com a música instrumental, executados ao sereno, ao ar livre, diante da casa da amada. A serenata não foi inventada por uma única pessoa. Retrata um costume que evoluiu ao longo de muitos séculos, originando-se na Europa medieval.
Tratava-se de um evento lítero-musical em que um amante dedicava versos e músicas à pessoa amada, geralmente durante a noite e ao ar livre. Entre os exemplos mais famosos da serenata do século XVIII estão os de Mozart, cujas serenatas contêm uma multiplicidade de movimentos que vão de quatro a dez. Suas serenatas eram muitas vezes peças puramente instrumentais, escritas para ocasiões especiais, como as encomendadas para cerimônias de casamento.
As famosas serenatas de Mozart incluem Haffner, a Serenata notturna, e um de seus mais famosos trabalhos, Eine Kleine Nachtmusik. Acredita-se que as raízes da serenata remontam aos trovadores dos séculos XII a XIV, que usavam música e poesia para expressar emoções, muitas vezes sobre amores impossíveis. A prática floresceu durante esses períodos na Europa.
Compositores de música clássica, como Franz Schubert, fizeram peças instrumentais e vocais chamadas “Serenata” (ou Serenade em alemão), que se tornaram obras famosas. No Brasil, o costume foi trazido pelos colonizadores portugueses durante o período colonial. Grupos de músicos, conhecidos como seresteiros, cantavam e tocavam instrumentos de corda, como violão e cavaquinho, sob as janelas das pretendidas, à luz da lua, um costume boêmio que se tornou uma tradição cultural, especialmente em cidades históricas como Conservatória, no Rio de Janeiro.
Há muitos clássicos tocados em serenatas, entre elas a canção brasileira “Serenata”, composta por Silvio Caldas em parceria com Orestes Barbosa. Também uma famosa peça clássica intitulada “Serenata”, composta por Franz Schubert em 1826. Já o bombom Serenata de Amor foi criado por Henrique Maia Freund, fundador da empresa Garoto, em 1949.
Neste embalo saudosista do romantismo, Arcoverde, chão das minhas tertúlias (por causa da minha Nayla), está se preparando para o seu festival de serestas. Acontece na próxima sexta-feira, iniciativa do presidente da Câmara de Vereadores, Luciano Pacheco. Minha nova pátria ganha um banho de branco pelas suas ruas. Seu coreto, na Praça da Bandeira, nasceu para uma seresta ao amor da sua vida, o destino estava traçado pelo Cardeal Arcoverde.
O romantismo das serestas, se convença, toca no âmago do coração. É uma flecha de cupido acertando direção, entre a emoção e o medo, fogo que queima a alma e enche o espírito de contentamento. Do coreto, a moça da janela reaparecerá, embriagada pelas canções.
Serenata é assim, com a donzela sonhando acordada o sonho alado. As serestas, serenatas ou cantigas para a vida são lenitivos para os amantes na inocência. Penetram em corações de pedras duras.
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