PODER 360
A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua a melhorar depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), declarar em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro, ter tido “uma química muito boa” com o petista em um encontro de menos de 1 minuto na parte de trás do palco da Assembleia Geral, em Nova York.
O levantamento realizado pelo PoderData de 27 a 29 de setembro mostra que o governo é hoje aprovado por 44% dos eleitores e desaprovado por 51%. As variações positivas na avaliação do governo desde a última pesquisa, feita em julho, foram próximas da margem de erro. A curva de desaprovação está num patamar ainda acima do de aprovação. Só que é necessário observar a trajetória: no final de maio de 2025, a desaprovação superava a aprovação em 17 pontos percentuais. Em julho, caiu para 11 pontos. Agora, essa distância está em 7 pontos.

A fala do presidente norte-americano foi um sinal de que o diálogo pode ser retomado entre o Planalto e a Casa Branca. A relação entre os diplomatas dos 2 países estava praticamente rompida desde 9 de julho de 2025, quando Trump anunciou um aumento de tarifas sobre produtos brasileiros. Lula havia sido até agora um dos poucos líderes mundiais a não aceitar conversar diretamente com o republicano para negociar o tarifaço.
Para o brasileiro, a ação da Casa Branca foi uma afronta à soberania do Brasil. Esse discurso tem sido usado de forma intensiva por Lula nos últimos cerca de 3 meses. Essa estratégia coincidiu com a melhora, ainda que gradual, da aprovação do governo.
Como este Poder360 mostrou, a estratégia de comunicação do governo contra o tarifaço e a favor do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não só melhorou os níveis de popularidade da gestão, como também tem impulsionado o petista na corrida pelo Planalto para 2026. Tudo considerado, Lula está em seu melhor momento neste 3º mandato, com a aprovação embicando para cima e bem-posicionado para garantir mais 4 anos no Planalto.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 27 a 29 de setembro de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 178 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
ESTRATIFICAÇÃO
O Poder360 estratifica os dados por recortes demográficos (sexo, idade, região, escolaridade e renda) e destaca:
- Aprovação – as taxas são mais altas entre as mulheres (49%), os eleitores mais jovens (56%) e os mais velhos (51%) e os moradores do Nordeste (53%);
- Desaprovação – os percentuais são mais altos entre os homens (57%), os eleitores de meia-idade (56%), os moradores do Sul (62%) e do Centro-Oeste (60%) e os que cursaram o ensino superior (58%).

APROVAÇÃO X VOTO EM 2022
O PoderData cruzou as respostas dos entrevistados sobre a aprovação do governo com a declaração de voto no 2º turno de 2022. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é desaprovado por 21% dos eleitores que declaram ter votado no petista naquele pleito e aprovado por 76% nesse mesmo grupo. Já entre os eleitores que declaram ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a gestão petista é aprovada por 10% e desaprovada por 87%.

CATÓLICOS & EVANGÉLICOS
Os fiéis das duas maiores religiões do país se mantêm em polos opostos quanto à avaliação do governo:
- Católicos – as taxas neste grupo também oscilaram favoravelmente ao petista e o percentual de católicos que dizem aprovar (51%) a gestão petista volta a superar, fora da margem de erro (3,6 p.p.), os que declaram desaprovar (42%);
- Evangélicos – as taxas oscilaram favoravelmente ao petista, mas dentro da margem de erro (4 p.p.): 66% desaprovam e 29% aprovam a administração federal.

TRABALHO PESSOAL DE LULA
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre como avaliam a condução de Lula à frente do Palácio do Planalto. A maior parte dos eleitores (43%) declaram ser “ruim” ou “péssima” –taxa que oscilou 2 pontos percentuais para cima em 2 meses, na margem de erro da pesquisa. Outros 23% afirmam ser “boa” ou “ótima” e 32% dizem ser “regular”.
