Anistia já

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

O Congresso está reunido. São sessões de encaminhamento da votação da anistia, nos dias 21 e 22 de agosto de 1979. Os ecos daquele tempo são ressuscitados 46 anos depois para lembrar a anistia como sinônimo de reconciliação e de pacificação. Em 28 de agosto, a Lei da Anistia foi sancionada.

Quando mais uma vez, quase meio século depois, a anistia volta à ordem do dia, desta vez para os condenados pelos atos do 8 de Janeiro, é importante lembrar das lições dos homens que construíram a porta de saída do arbítrio para a liberdade, o que disseram os líderes, tanto os que defendiam o governo militar, por meio da Arena (Aliança Renovadora Nacional), quanto aqueles do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), representantes da parcela da sociedade subjugada pelo golpe de 1964.

Suas palavras estão guardadas nos exemplares do Diário do Congresso Nacional. Faço este registro para lembrar que anistia, antes de tudo, é questão humanitária, instrumento de uma pacificação que só não interessa aos que desejam manter vivo o ódio e a polarização tóxica.

O Brasil precisa superar este momento, se renovar, resgatar o espírito daqueles dias em que a democracia voltava a desabrochar. Foram homens de verdade – não meninos – os que lutaram para transformar o Brasil num país de cidadãos livres. O abuso de poder, o arbítrio, saiu derrotado na anistia de 1979, apenas dois anos depois do ex-presidente Geisel ter fechado o Congresso com o famigerado Pacote de Abril.

Com emoção à flor da pele, assim falaram nossos congressistas:

• deputado Bonifácio de Andrada (Arena-MG) – “A Aliança Renovadora Nacional, ao colocar-se de maneira vigorosa a favor do projeto de Anistia do Poder Executivo […] nada mais faz do que cumprir seu dever perante a Nação brasileira e ficar coerente com os postulados da Revolução de 1964 que, uma vez alcançados os seus maiores objetivos – a manutenção da ordem democrática e desenvolvimento – julga que este é o momento da reconciliação nacional e de o tablado brasileiro abrigar todos aqueles que possam participar do nosso processo político. […] A Casa é testemunha de que seria uma embromação deixar Brizola, Arraes e Julião fora da anistia”.

• deputado Ernani Satyro (Arena-PB), relator da Lei da Anistia – “Que os anistiados tão numerosos e em alguns casos tão valorosos, uma vez livres, tragam a contribuição do seu patriotismo, se nele se inspiraram, para a pacificação da sociedade brasileira. Conciliação não pode ser ato unilateral. Há de ser obra dos anistiantes e dos anistiados. Esta lei que vai sair deste Congresso, pode ser o primeiro passo da verdadeira conciliação nacional. Aqui se trata de uma Lei da Anistia, não de uma punição da Revolução como querem muitos”.

• senador Teotônio Vilela (MDB-AL) – “A anistia é o reencontro da nação consigo mesma; depois de tantos erros e animosidades, procura-se, pelo esquecimento dos fatos, restabelecer, através da respeitabilidade da lei, a convivência dos homens desavindos em torno dos altos interesses que consolidam a unidade nacional. A anistia, por isso mesmo, não é uma concessão à divergência; ela não se faz apesar da divergência, a título de graça. Ao contrário, busca-se a anistia não ‘apesar’, mas ‘por causa’ das divergências”.

• deputado Nelson Marchezan (Arena-RS), líder do Governo – “Este início de tarde cheio de emoção e de muita preocupação, é também um momento histórico da vida nacional […] ele prova o acerto daqueles que vêm sustentando, ao lado do governo, a tese de que é possível conquistar a democracia numa marcha firme e tranquila rumo à liberdade. Aqui nesta tarde, o Congresso brasileiro haverá de, através de uma lei, trazer ao País, à liberdade, milhares de brasileiros, que, nos entreveros dos desentendimentos por que passou nosso país, perderam seus direitos e foram excluídos da comunidade política nacional”.

• senador Paulo Brossard (RS), líder do MDB – “É contraditória a impressão que se tem neste momento; as sensações que se assomam ao espírito lembram as lutas travadas durante tanto tempo, para que num certo momento uma lei de anistia pudesse ser votada. Até há algum tempo só a Oposição falava em anistia. A anistia parecia ser uma coisa imaginária e inacessível, mas em meio àquele mar de desesperança a Oposição brasileira jamais deixou de cumprir o seu dever, clamando para a adoção da medida saneadora e reparadora, necessária sempre depois das grandes comoções sociais”.

• senador Jarbas Passarinho (PA), líder da Arena – “Não deve o governo perder-se, não deve a maioria irritar-se; ao contrário, a nós cabe, como coube ao Presidente (João Figueiredo), o gesto aberto de generosidade, o primeiro. Se ele é aceito, muito bem, e haverá segundo, e haverá terceiro e haverá perspectiva. […] Abaixo o ódio, abaixo a intolerância […]”.

• deputado Modesto da Silveira (MDB-RJ) – “Fui durante todo o tempo defensor de perseguidos políticos desde a primeira hora do dia 1º de abril de 1964. […] É preciso que toda nação volte a, como eu, como criança, a me arrepiar cada vez que eu enxergava o verde oliva e a marchar atrás de qualquer soldado de fuzil na mão. […] A Nação reclama por este grande abraço nacional […]. Os olhos do mundo e da Nação estão voltados para esta Casa […] para que nós saibamos cumprir aquilo que recebemos da História, da experiência, e vocês que são militares, e nós, que somos civis, nos lembramos da experiência de Caxias, pela reconfraternização, nunca deixando um vencido de fora, nunca entendendo um vencido como um não brasileiro, tão patriota e tão amante da sua Pátria como ele mesmo”.

• deputado Jader Barbalho (MDB-PA) – “O que desejamos, senhor presidente, é que o Brasil tenha uma Anistia ampla, geral e irrestrita”.

Anistia já!

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Dois pesos, duas medidas

O Tribunal de Contas do Estado, que atua no controle externo da administração pública, adotou medidas divergentes entre as eleições suplementares de Ipojuca, em 2017, e a de Goiana, que está marcada para o próximo dia 4. Em meio à disputa entre os candidatos Célia Sales, Carlos Santana e Olavo Aguiar, há oito anos, em Ipojuca, a Corte emitiu um Alerta de Responsabilização ao então prefeito interino Ricardo José de Souza (apoiador de Santana).

Foram impostas recomendações baseadas na Lei de Responsabilidade Fiscal, nas quais a função de interino é restritiva quanto à habilidade de realizar gastos públicos. O que também afastaria o risco de uso da máquina pública durante o pleito. Já na eleição suplementar deste ano, em Goiana, o mesmo procedimento não se repete.

O alerta emitido para Ipojuca, em 2017, vetava o aumento de despesas pessoais ou ordinárias, salvo quando fosse  de direta aplicação de lei federal. Proibia o início de novas obras de engenharia, “salvo por excepcional emergência e com comunicação prévia à inspetoria externa do TCE”.

Também orientava o gestor a não assumir novos compromissos financeiros. Uma forma de evitar uma “herança” danosa à administração do prefeito a ser eleito. Tal compromisso só poderia ocorrer com a anuência do próprio Tribunal. O prefeito interino de Ipojuca foi orientado, ainda,  a não realizar pagamentos excepcionais (atrasados ou  reconhecimentos administrativos de direitos controversos) ou não programados a servidores e fornecedores, salvo os decorrentes de decisão judicial.

E, por fim, o TCE alertou para as consequências da não adoção das cautelas recomendadas. Enfatizou que, uma vez contrariadas, o gestor não poderia alegar, posteriormente, desconhecimento do tema, ficando sujeito às eventuais penalidades da rejeição das contas e multas no período de julgamento das contas anuais.

A ausência de um alerta semelhante, em Goiana, abriu um flanco. O prefeito interino do município, Eduardo Batista (Avante), no cargo há pouco mais de três meses, foi denunciado, em representação com pedido de medida cautelar por suspeita de irregularidades na contratação milionária de servidores.

Os contratos, em caráter de emergência, foram fechados sem licitação e sem divulgação no Portal da Transparência. Os gastos superam R$ 18 milhões por mês em áreas estratégicas, como saúde, educação e políticas públicas. Os seis contratos estão centrados em duas empresas e, de acordo com as denúncias acatadas pela Diretoria do Controle Externo do TCE, ferem princípios constitucionais da administração pública.

POSTURA BRANDA – O TCE, em decisão do conselheiro Rodrigo Novaes, acatou em parte as recomendações da sua Diretoria de Controle Externo do órgão, e abriu Auditoria Especial para investigar o caso dos contratos milionários. Em postura mais branda, entretanto deixou de impor, como em Ipojuca, medidas preventivas, que poderiam blindar os cofres do município de prejuízos. O cumprimento do alerta emitido para Ipojuca, em 2017, foi acompanhado pela Diretoria de Controle Externo, a mesma que atuou agora no caso das denúncias de irregularidades na gestão Eduardo Batista.

Silvinho no núcleo duro – Tão logo acabou o meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco, na última quarta-feira, o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, saiu em disparada para uma reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, no Palácio do Planalto. Aliás, Costa passou o tempo todo durante a entrevista enviando mensagens ao ministro, que chegou a perder o raciocínio numa resposta ao jornalista cearense Felipe Clisman, da Rede de Notícias ANC, formada por 52 emissoras no Ceará. Isso demonstra que Sílvio é, hoje, peça importante no núcleo duro do Governo.

Sem previsão de alta – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue tendo boa recuperação depois de passar por cirurgia para desobstruir o intestino e reconstruir a parede abdominal no domingo. Boletim médico divulgado, ontem, informa que o ex-chefe do Executivo está sem dor, sangramentos ou outras intercorrências. Os médicos disseram que Bolsonaro deve continuar fazendo pequenas caminhadas e exercícios respiratórios. Recomendaram que as visitas permaneçam restritas à família e informaram que ele permanecerá internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sem previsão de alta.

Intestino preso – Bolsonaro vinha escondendo dos aliados e da própria família que não estava tão bem de saúde, conforme me confessou ao final do podcast em Brasília, na quarta-feira da semana passada. Na verdade, seu intestino estava super preso, mas ele não quis contrariar a família. Quando esteve no meu podcast, dois dias antes de ser internado e passar por uma cirurgia de 12 horas, estava, na verdade, há quatro dias sem ir ao banheiro, segundo um aliado bem próximo.

Líder do PL no podcast da próxima semana – O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou, ontem, sua presença no meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco, da próxima quarta-feira. Pastor evangélico, Sóstenes está no seu terceiro mandato federal e como líder foi responsável pela recente mobilização na Casa que alcançou, em tempo recorde, as 257 assinaturas necessárias ao requerimento para colocar em discussão e votação, em caráter emergencial, o projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 22.

CURTAS

NOVA FASE – Na condição do novo presidente estadual do PSDB, o presidente da Alepe, Álvaro Porto, teve, ontem, mais uma reunião em Brasília com o presidente nacional da legenda, Marconi Perillo. Na pauta, estratégias que possam atrair novos filiados com vistas ao fortalecimento do partido em Pernambuco.

PE NA ROTA – Pernambuco estava na agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na semana seguinte ao roteiro interrompido no Rio Grande do Norte, na sexta-feira passada, em razão de fortes dores abdominais, o que provocou uma cirurgia de emergência em Brasília com 12 horas de duração.

A RAZÃO – O que se diz em Brasília é que o petardo que o ministro Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) deu na governadora Raquel Lyra, afirmando que ela se apodera nas obras federais, foi em reação ao movimento do Governo de aliciar prefeitos do Republicanos para o PSD.

Perguntar não ofende: É verdade que Marília Arraes já admite, em particular, disputar o Senado na chapa de Raquel?

Dulino Sistema de ensino

A reforma do Imposto de Renda (IR) cria um constrangimento moral para o país, forçando uma discussão na sociedade sobre a desigualdade tributária, disse nesta quarta-feira (16) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, o ministro disse que o projeto enviado ao Congresso há cerca de um mês baseia-se na justiça social.

Para o ministro, a busca pela redução das desigualdades sociais por meio do pagamento de tributos pelos mais ricos deixa os opositores sem argumento para se contrapor à reforma do Imposto de Renda.

“Acredito que criamos um constrangimento moral no país. O que está sendo dito? O que está errado? A gente está a fim. Dá para melhorar? Óbvio! Você tem uma ideia melhor? Até agora não apareceu”, declarou Haddad, dizendo que o governo está aberto a contribuições que melhorem o projeto. As informações são da Agência Brasil.

Na avaliação de Haddad, o constrangimento moral de ser retratado como defensor da desigualdade tem inibido inclusive a proliferação de fake news sobre as mudanças no Imposto de Renda. Inclusive porque a proposta tem impacto fiscal zero e não fará o governo arrecadar mais, apenas redistribuirá renda.

“Quando bota uma coisa na mesa, a primeira coisa que acontece do lado de lá é o cara falar: ‘como posso mentir para a população?’ E ficou todo mundo: ‘o que a gente faz com esse projeto?’ Nem fake news estão conseguindo fazer”, acrescentou o ministro.

Andar de cima
O ministro comparou a tributação dos super-ricos com o caso do morador de uma cobertura que não paga condomínio. “Eu diria que [a lógica do projeto] é quem ganha muito, começa a pagar alguma coisa, para a gente desonerar quem ganha até R$ 5 mil. Lá no andar de cima, na cobertura, não vai doer se o cara começar a pagar condomínio”, justificou Haddad, ao responder se a lógica da reforma seria tributar mais quem ganha mais e desonerar quem ganha menos.

O governo propõe a isenção de IR a 10 milhões de brasileiros que ganham até R$ 5 mil por mês e o aumento do desconto para 5 milhões que recebem entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Em troca, pretende aumentar o IR para quem ganha a partir de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano) e introduzir uma alíquota mínima de 10% para quem recebe R$ 100 mil mensais (R$ 1,2 milhão por ano).

Atualmente, cerca de 141 mil pessoas que recebem a partir de R$ 50 mil por mês pagam apenas 2% de alíquota efetiva do Imposto de Renda. Isso porque a maior parte dos rendimentos dos super-ricos vem de dividendos, isentos de tributação, ou mascarado com renda de pessoas jurídicas.

Décimo quarto salário
Haddad apresentou estatísticas sobre a desigualdade do sistema tributário brasileiro. O ministro ressaltou que, em algumas profissões, como o professor de escola pública e o policial que ganham até R$ 5 mil, a isenção equivalerá, na prática, a um décimo quarto salário.

“Quem ganha R$ 1 milhão para cima paga 2% de alíquota. O sistema tributário brasileiro é considerado um dos dez piores do mundo. Vamos combinar que quem ganha R$ 1 milhão por ano no Brasil são os super-ricos. Legal ele ganhar. Mérito dele, talento dele. Mas não paga nem 2% de Imposto de Renda, contra um policial e uma professora que paga isso”, declarou o ministro.

Programa de governo
Para o ministro, a reforma do Imposto de Renda pretende reduzir desigualdades históricas do Brasil. “Esse projeto tem um único fundamento: buscar justiça social. Não queremos arrecadar um centavo a mais, um centavo a menos. Queremos buscar uma coisa que este país demora a conquistar. Até a abolição da escravidão no Brasil foi tardia. Fomos o último país a abolir a escravidão”, destacou.

Haddad lembrou que o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva o convidou para ser ministro da Fazenda em novembro de 2022, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 27), no Egito. Na ocasião, Haddad explicou que só aceitaria o cargo se Lula concordasse com plataformas históricas da esquerda brasileira, como a cobrança de impostos sobre os mais ricos e a revisão de benefícios fiscais a grandes empresas que aumentam as desigualdades.

“Vou resgatar o piso da educação e da saúde, botar o rico no Imposto de Renda, como o senhor falou na campanha, tem empresa com benefício que não faz nada pelo país, vamos ter que enfrentar esses caras. A partir daí, fomos construindo o que seria a política econômica”, recordou Haddad na entrevista.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Uma família pernambucana de cinco irmãos vem enfrentando um verdadeiro pesadelo desde que um deles desapareceu, há quase um ano. O aposentado Marcus Cisneiros de Albuquerque, de 69 anos (foto à direita), tem diagnóstico de esquizofrenia e câncer. Os parentes não têm informações atualizadas sobre o estado de saúde dele e afirmam estar sem acesso ao idoso. Um dos irmãos de Marcus é o ex-assessor de Jarbas Vasconcelos, Geraldo Cisneiros, filiado ao MDB de Pernambuco e ex-vereador de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

Em conversa com este blog, Geraldo Cisneiros (foto à esquerda) relatou que, há cerca de um ano, o irmão o visitava, assim como aos outros familiares, quase toda semana, mas simplesmente desapareceu. Os parentes já procuraram ajuda em cinco delegacias, mas se queixam da ineficiência da Polícia Civil do Estado em ajudar a solucionar o caso. Foi preciso contratar detetives particulares para descobrir algumas informações sobre o paradeiro de Marcus Cisneiros.

Por meio dos profissionais custeados pelo grupo de irmãos, descobriu-se que o aposentado deu entrada algumas vezes na UPA do bairro de Rio Doce, em Olinda, e que o câncer já está avançado, em estado terminal, mas que Marcus não vem recebendo o tratamento do qual precisa. O idoso também chegou a ser socorrido pelo SAMU e levado para essa mesma unidade em uma das vezes em que esteve lá.

A suspeita da família é de que Marcus Cisneiros esteja sofrendo maus-tratos. “Também acreditamos que ele esteja em cárcere privado. Por meio dos detetives particulares, descobrimos um raio de localização onde ele pode estar morando. Entregamos as informações à Delegacia do Varadouro, em Olinda, mas não sabemos se as providências estão sendo tomadas. Precisamos do laudo da UPA de Rio Doce e das informações da delegacia para tentar alguma medida judicial”, explicou Geraldo Cisneiros.

De acordo com ele, Marcus Cisneiros é casado e não tem filhos. É aposentado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) desde 2004, por causa do quadro de esquizofrenia, e desde 2006 é tutelado pela esposa. “Queremos dar uma sobrevida ao nosso irmão e cuidar dele com dignidade. Precisamos saber onde ele está e em que condições, para que possamos ajudar. Mas está difícil contar com a ajuda do poder público e das autoridades”, lamentou Geraldo Cisneiros.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

O prefeito Paulo Roberto (MDB) mantém altos índices de aprovação em Vitória de Santo Antão ao completar os primeiros 100 dias de seu segundo mandato. De acordo com levantamento do Instituto Opinião, 76,7% da população aprova a gestão municipal, enquanto 17,3% desaprova e 6% não soube responder. A percepção de avanço também é expressiva: 69,7% acreditam que o município está andando para frente, 23% consideram que está parado e apenas 5,3% avaliam que está regredindo. A imagem pessoal do prefeito é considerada positiva por 81,2% dos entrevistados, negativa por 14% e outros 4,8% não opinaram.

A avaliação da administração aponta que 26,3% dos entrevistados a classificam como ótima e 34,9% como boa, totalizando 61,2% de menções positivas. Para 28%, a gestão é regular, enquanto 5,3% a consideram ruim e 4,5% péssima. Ao serem questionados sobre a expectativa para o restante do mandato, 70,4% disseram confiar que Paulo Roberto fará uma boa gestão; 14,3% afirmaram que não confiam, outros 14,3% responderam que depende e 1% não souberam opinar. Os principais motivos citados para a aprovação foram a percepção de que “a cidade está progredindo” (29,1%), os investimentos em pavimentação (17,3%) e os avanços na saúde (3,6%).

A pesquisa também identificou variações significativas entre os diferentes segmentos da população. Por faixa de renda, a aprovação é de 74,2% entre os que ganham até dois salários mínimos; 76,6% entre os que recebem entre dois e cinco salários; e 92,3% entre os que ganham mais de cinco salários. Na análise por escolaridade, 73,3% dos entrevistados com até o 9º ano aprovam a gestão, índice que sobe para 74,4% entre os que têm ensino médio e alcança 89,5% entre os que possuem ensino superior. Quanto ao sexo, 83,2% dos homens e 71% das mulheres manifestam aprovação. Na divisão geográfica, a aprovação é de 76,2% na zona urbana e de 78,6% na zona rural.

Estratificação por bairros e zona rural

Nos bairros urbanos, os maiores índices de aprovação foram registrados em Alto José Leal (92,3%), Bela Vista (88,2%), Matadouro (87,5%), Maués (86,7%), Jardim Ipiranga (90%), Iraque (100%) e São Vicente de Paula (85,7%). Figueiras aparece com 80% de aprovação. Por outro lado, os menores índices foram observados no bairro Galileia, com apenas 25% de aprovação e 50% de indecisos.

Na zona rural, três localidades atingiram 100% de aprovação: Cidade de Deus, Engenho Pitu e Oiteiro. Outras áreas com bons índices incluem Cipoal, Engenho Mocotó, Engenho Serra, Natuba e Sítio Onça (80%), além de Serra Grande (75%). A menor taxa da zona rural foi registrada no Setor 03 do Engenho Galileia, com 50% de aprovação.

Caruaru - São João na Roça

O diretor superintendente do Sistema Opinião, Cacá Marthins, anunciou em suas redes sociais, nesta quarta-feira (16), que deixará o cargo após dez anos à frente da emissora. Segundo ele, a decisão foi motivada por um “convite honroso de outro grupo empresarial” para assumir novas funções a partir de maio. Em vídeo publicado no Instagram, Cacá agradeceu aos colaboradores, parceiros, amigos e à família Pinheiro, proprietária do grupo, destacando o trabalho conjunto que contribuiu para o crescimento da empresa ao longo da última década. Ele informou que, em breve, revelará detalhes sobre o novo desafio profissional. Assista:

Camaragibe Cidade do Trabalho

Por Blog da Folha

A governadora Raquel Lyra apresentou, nesta quarta-feira (16), ao Conselho de Administração de Suape (Consad), a indicação do advogado Armando Monteiro Bisneto para assumir a função de diretor-presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape. Armando foi recebido pela gestora no Palácio do Campo das Princesas e se comprometeu em ampliar os investimentos no porto com foco no crescimento econômico do Estado.

“Temos o objetivo de fortalecer o Porto de Suape, com a atração de investimentos para gerar ainda mais emprego e renda para toda nossa população. Desde o primeiro momento, temos feito investimentos e os resultados estão postos, com o maior hub de veículos do Norte e Nordeste e o sexto atracadouro público brasileiro em operação de cargas. Então agradeço a Marcio Guiot pelo empenho com que conduziu o Porto de Suape. E, agora, dou as boas-vindas a Armando Monteiro Bisneto, que conduzirá esse complexo portuário da melhor maneira possível”, ressaltou a governadora Raquel Lyra.

Com cerca de 20 anos de atuação em grandes escritórios de São Paulo e Brasília, Bisneto é bacharel em Ciências Contábeis e advogado tributário e empresarial. Ao longo do tempo, especializou-se em Relações Governamentais pelo Insper, em Compliance (IEL) e Direito Tributário e Finanças Públicas e Direito Legislativo (IDP).

Após reunião com a governadora, Armando Monteiro Bisneto agradeceu a oportunidade e afirmou que é tempo de potencializar os investimentos no atracadouro. “É uma honra muito grande receber esse convite. Agradeço a confiança e assumo a missão com um senso de propósito muito elevado e alinhado com os projetos do Governo do Estado. Suape é um ativo incrível que Pernambuco tem, uma plataforma de desenvolvimento que se conecta com o futuro do nosso Estado. Então, agora iremos acelerar os passos para potencializar os investimentos”, disse.

Entre os investimentos realizados no Porto de Suape, estão as obras da quarta e última etapa de restauração do molhe de abrigo, que já estão em andamento. A iniciativa será concluída em 47 meses e conta com o investimento de R$ 123 milhões, sendo R$ 73 milhões oriundos do Estado e R$ 50 milhões por meio do Novo PAC, do governo federal. O complexo ainda soma investimentos privados de R$ 74,5 bilhões desde a sua inauguração, com mais de 80 empresas em funcionamento, que geram mais de 20 mil postos de trabalho.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado
Toritama - FJT 2025

A exposição “Inventário Verde da Boa Esperança” foi aberta nesta terça-feira (16), na horta da comunidade Caranguejo Tabaiares, no Recife, com uma roda de conversa entre as matrigestoras Maria Lúcia Olivier (PI) e Sarah Marques (PE), além de visita guiada e apresentações culturais. O evento marca a confluência entre as comunidades Boa Esperança (Teresina/PI) e Caranguejo Tabaiares (Recife/PE), com programação gratuita até o dia 30 de abril. A série fotográfica é assinada pelo artista piauiense Maurício Pokémon, que utilizou registros analógicos feitos entre 2017 e 2019 para destacar os modos de vida e as resistências dessas comunidades urbanas tradicionais.

Com curadoria colaborativa, a mostra integra o Circuito Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023 e propõe uma reflexão sobre o cotidiano de comunidades que resistem ao avanço urbano, apostando em redes de solidariedade, turismo comunitário e preservação do meio ambiente. A exposição traz 100 imagens que dialogam com temas como agricultura familiar, identidade cultural e práticas sustentáveis. Na abertura, a força do Afoxé Omô Nilê Ogunjá e a presença da poeta e MC Adelaide deram o tom da celebração.

Além da exposição, o projeto inclui vivências entre coletivos, mutirões e oficinas de fotografia e fanzine com a comunidade. A proposta é fomentar trocas culturais e fortalecer as estratégias de resistência em territórios historicamente marginalizados. O evento é realizado com apoio dos coletivos Caranguejo Tabaiares Resiste, Não Tem Jeito (PE), Estúdio de Baixo (PI) e o Centro de Defesa Ferreira de Sousa (PI).

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Com quase 530 mil indígenas, o Nordeste concentra a segunda maior população indígena do Brasil e registra um crescimento expressivo dessas comunidades nas últimas décadas. Entre 2010 e 2022, a quantidade de indígenas na Região mais do que dobrou, enquanto o registro nacional dá conta de um aumento de 89% no mesmo período, atingindo cerca de 1,7 milhão de pessoas. Os dados constam no novo boletim temático lançado nesta quarta-feira (16) Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Atualmente, o Nordeste abriga 238 etnias diferentes, revelando a diversidade cultural presente no território. Apesar do crescimento demográfico, o boletim revela que cerca de 90% da população indígena nordestina vive fora de terras oficialmente reconhecidas, um dos principais desafios para a garantia de direitos e para a preservação das tradições. Em números absolutos, são 631 terras indígenas identificadas em diferentes fases de demarcação, mas apenas 105 já foram oficialmente demarcadas.

O levantamento produzido pela unidade de estudos e pesquisa da Sudene mostra que a Bahia e Pernambuco são os estados que concentram aproximadamente 60% da população indígena do Nordeste, reforçando a importância dessas unidades federativas nas estratégias de políticas públicas voltadas para o reconhecimento territorial e o desenvolvimento social. Outro dado que chama a atenção é que 63% da população indígena nordestina vive em áreas urbanas, o que exige novas abordagens para políticas habitacionais, de saúde e de educação voltadas a essas comunidades.

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destacou a relevância do levantamento para o planejamento regional. “Entender a realidade dos povos indígenas é essencial para desenvolvermos ações que respeitem sua diversidade cultural e promovam a inclusão de forma justa. A produção desse tipo de conhecimento em forma de boletim também é parte da retomada da Sudene enquanto instituição que produz conhecimento que fundamenta decisões para promover um desenvolvimento regional com mais identidade e justiça social”, afirmou.

O boletim também chama atenção para a relação entre a existência de terras indígenas demarcadas e a redução da violência. Os dados apontam que as taxas de homicídios indígenas são significativamente menores em territórios reconhecidos oficialmente, o que reforça a importância da efetivação das políticas de demarcação para garantir não apenas o direito à terra, mas também a proteção à vida.

No campo político, o levantamento evidencia a baixa representatividade indígena nos municípios nordestinos. Nas eleições de 2024, apenas 567 indígenas se candidataram a cargos no legislativo municipal, com 87 eleitos. Para o executivo municipal, foram 14 candidatos e apenas quatro eleitos. Para a socióloga e analista da Sudene, Teresa Oliveira, o fortalecimento da representação política indígena é um passo fundamental para que suas pautas sejam efetivamente incorporadas à agenda pública.

“Houve um aumento da visibilidade das populações indígenas, especialmente nos centros urbanos, mas persiste a baixa participação desses povos nos cargos municipais, o que dificulta a criação de políticas públicas que respeitem suas especificidades culturais e sociais. É um conjunto de demandas que são tão específicas que precisam ser pensadas de uma maneira apropriada para esses povos: uma educação mais contextualizada, uma política de proteção social que leva em consideração as especificidades culturais desses povos, entre outros”, explicou.

A publicação integra os esforços da Sudene para retomar sua atuação como produtora de conhecimento estratégico sobre o Nordeste. O objetivo é subsidiar governos e instituições na criação de iniciativas que contemplem a diversidade regional e contribuam para a redução das desigualdades. Além do estudo sobre os povos indígenas, a autarquia publicou uma série de boletins temáticos que abordam diferentes aspectos do desenvolvimento regional, como comércio exterior, mulheres e os jovens nordestinos. Os documentos estão disponíveis no site da Sudene: https://www.gov.br/sudene/pt-br/assuntos/boletins-tematicos.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e o presidente do diretório estadual de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, se reuniram nesta quarta-feira (16), em Brasília, para discutir estratégias de fortalecimento do partido no estado. A principal meta é reestruturar a sigla para montar chapas competitivas nas eleições de 2026, tanto para a Câmara dos Deputados quanto para a Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Segundo Álvaro Porto, o momento é de articulação e renovação interna. “Estamos prospectando quadros, conversando com lideranças e traçando caminhos para revigorar o PSDB no Estado. Neste processo, estamos trabalhando para assegurar o fortalecimento da legenda, reocupação de espaços e crescimento da representatividade”, afirmou o deputado.

Durante o encontro, também foi decidido que o Instituto Teotônio Vilela, responsável pela formação política do partido, e os programas PSDB Mulher, PSDB Jovem e PSDB Afro serão reativados em Pernambuco. A expectativa é que essas frentes contribuam para ampliar a inserção social e a presença da legenda no estado. Além disso, foram discutidas questões administrativas relacionadas à gestão partidária.

A morte da adolescente Maria Jaqueline Cintra, de 16 anos, moradora da zona rural de Sanharó, levanta questionamentos sobre possível negligência médica no Hospital Regional Dom Moura (HRDM), em Garanhuns. Após passar inicialmente por atendimento em São Bento do Una, a jovem foi transferida para o HRDM, onde deu à luz em parto normal, apresentou febre e mal-estar, mas recebeu alta com a justificativa de que o quadro era emocional. Dias depois, retornou à unidade de São Bento, foi encaminhada para Caruaru e faleceu na segunda-feira passada. A família acredita que houve falha na condução médica, possivelmente por restos de placenta deixados após o parto, o que teria provocado infecção. Com informações do Blog do Roberto Almeida.

A CAIXA e a prefeitura de Caruaru (PE) assinaram contrato de R$ 75 milhões em financiamento com recursos provenientes do programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA), em ato realizado na sede da Prefeitura.

Os recursos serão destinados para a execução de obras e serviços de infraestrutura, tais como pavimentação e drenagem, obras de construção e ampliação de saneamento, construção e aquisição de equipamentos para praças, parques e jardins, abertura de novas vias de acessos, além da construção e revitalização de espaços destinados à cultura, entre outras melhorias. As informações são da Folha de Pernambuco.

Os investimentos devem beneficiar todo o município, que tem mais de 378 mil habitantes. “Com esse investimento, será possível melhorar a infraestrutura de Caruaru, promovendo o desenvolvimento do espaço urbano e rural, e levando mais qualidade de vida para a população”, afirma o superintendente de Rede da CAIXA, Romero Cavalcanti.

Essa é a quinta operação de crédito na modalidade contratada pelo município de Caruaru. O FINISA é uma linha de crédito da CAIXA criada para apoiar municípios e estados na obtenção de recursos destinados à execução de obras públicas essenciais ao desenvolvimento sustentável municipal. Os recursos podem ser aplicados em áreas de infraestrutura urbana, social, econômica e saneamento ambiental, com processos de contratação e prestação de contas ágeis e simplificados.