











Por Rudolfo Lago – Correio da Manhã
É bastante provável que a CPI do Crime Organizado seja mais uma de várias recentes no Congresso a não chegar a lugar algum. Seja, porém, qual for seu resultado, ela vai ficar marcada pela contundente sinceridade de seu relator, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), ao criticar a promiscuidade que hoje parece haver entre os poderes e o crime organizado.
Ao inquirir o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que já foi ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Vieira pôr um dedo “Supremo” na ferida, ao afirmar, com todas as letras, que “há hoje infiltração criminosa nos poderes da República”. E citou dois fatos recentes noticiados envolvendo ministros do STF em ligações com o enroladíssimo Banco Master.
Leia maisO primeiro foi a “carona” dada a Dias Toffoli em um jatinho com um advogado do Banco Master para assistir, no Peru, à final da Taça Libertadores, entre Flamengo e Palmeiras. “Eu tenho o mau hábito de dar nome às coisas”, disse Vieira. “O escândalo que é o ministro Dias Toffoli viajar para um compromisso particular com o advogado do Banco Master e despachar em favor do pedido do advogado”.
Essa infiltração, diz Vieira, se dá “por meio de lobby que se sustenta em parte na venda de acesso a gabinetes”. Vieira não fez acusações diretas nem a Toffoli nem a Moraes, mas citou, segundo ele, “exemplos”. E poderia ter citado outros nos demais poderes também. Mas vaticinou um cenário sombrio: pode estar próxima, diz ele, a hora da prisão de um ministro de tribunal superior.
O segundo caso claramente mencionado por Alessandro Vieira foi a minuta de um contrato encontrado nos celulares e notebooks de Daniel Vorcaro com o escritório Barci Advocacia, da esposa de Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes. O contrato previa uma remuneração mensal de R$ 3,6 milhões por 36 meses para que o escritório representasse o banco em qualquer circunstância. No total, R$ 129 milhões. “O escândalo do momento é o suposto contrato entre o Banco Master e o escritório da esposa e dos filhos do ministro Alexandre de Moraes”.
“Este é um país que já teve presidente, governador, senador, deputado, governador, prefeito e vereador presos”, disse Alessandro Vieira. “Mas não tivemos nenhum ministro de instâncias superiores preso”, continuou. Para, então, concluir o relator da CPI: “Me parece que este momento se avizinha”.
Na sua resposta, Ricardo Lewandowski não citou nenhum caso específico. Disse apenas ser contrário à “qualquer desvio ético”. Mas as menções talvez o tenham também incomodado. Depois que deixou o STF, antes de assumir o Ministério da Justiça, Lewandowski foi do conselho consultivo do Banco Master.
Ainda que Vieira tenha citado especificamente dois casos do Supremo, não é somente ali hoje que as coisas se complicam. Como o Correio Político lembrou, há hoje mais de 30 parlamentares investigados por desvios com emendas orçamentárias. E os esquemas do INSS agora arrastam mais alguns políticos.
Isso tudo num tempo de complicadíssimo conflito e de falta de harmonia entre os poderes. Cada ação autorizada por ministro do Supremo para investigar políticos é respondida com reação do Congresso. E em nada ajudam notícias que envolvam diretamente ministros da Suprema Corte e que fiquem sem explicação.
A Câmara primeiro tentou se blindar com a fracassada PEC que o Senado barrou. Então, o STF tenta se blindar com a decisão tomada pelo ministro Gilmar Mendes limitando a possibilidade de pedidos de impeachment de integrantes da Corte. Onde tudo irá parar, é imprevisível. Talvez haja aí um caminho para a CPI.
O presidente do STF, Edson Fachin, falou em criar um código de ética para os tribunais superiores. Houve reação dos colegas. Se Fachin não conseguir estabelecer tais limites pelo Judiciário, quem sabe talvez haja por aí a possibilidade de a CPI relatada por Alessandro Vieira não ser mais uma a acabar em pizza.
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Por Inácio Feitosa*
Há mudanças silenciosas que raramente viram manchete, mas alteram a espinha dorsal do Estado. Em 2025, duas normas assim redesenharam o futuro da educação inclusiva no Brasil: o Decreto Federal nº 12.686/2025 e a Resolução nº 296/2025 do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. Juntas, essas normas instauram um novo regime jurídico que simplesmente não admite aquilo que, por décadas, foi regra em milhares de municípios: improviso, contratações frágeis e cuidadores informais que sustentavam, precariamente, uma política que deveria ser técnica, estável e contínua.
O decreto federal estabelece o padrão nacional de inclusão escolar. Determina que estudantes com deficiência, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) devem receber apoio especializado dentro da escola regular, com parâmetros mínimos de qualidade e com profissionais devidamente preparados. Não se trata apenas de garantir acesso; trata-se de assegurar aprendizagem, permanência, segurança e dignidade. A inclusão deixa de ser apêndice e passa a ser eixo de organização das redes municipais.
Leia maisO profissional de apoio escolar – figura central nessa engrenagem – passa a ter perfil técnico definido: formação mínima de 80 horas, domínio de estratégias de mediação e compreensão das necessidades sensoriais e comportamentais de cada estudante. O país, enfim, estabelece um padrão de quem pode e quem não pode exercer uma função tão sensível.
Mas é a Resolução nº 296/2025 do TCE-PE que torna esse padrão possível. Se o decreto descreve o “como deve ser”, o Tribunal de Contas descreve o “como pode ser contratado”. A resolução exige que todo profissional esteja vinculado a cargo criado por lei, determina que concursos observem critérios objetivos e limita o uso de temporários a hipóteses realmente excepcionais. A regra é direta: sem lei municipal criando o cargo de Auxiliar de Desenvolvimento à Inclusão, qualquer contratação é irregular.
E aqui está o ponto que 2026 transformará em divisor de águas. A demanda por inclusão é permanente. Crianças neurodivergentes chegam à escola todos os anos. Não é eventual, não é transitória, não decorre de calamidade. Portanto, o uso de contratos temporários – prática histórica no Nordeste – não encontra mais respaldo jurídico. A resolução proíbe substituição permanente por mão de obra temporária e impõe limite de 30 % de vínculos precários no serviço público, percentual que grande parte das redes ultrapassa quando o assunto é inclusão.
O Manual de Seleções Públicas do TCE reforça que até seleções simplificadas precisam de editais estruturados, critérios objetivos e ampla divulgação. Ficou para trás a era das listas internas, convocações diretas ou renovações automáticas de contratos. A partir de agora, o que antes era tratado como “arranjo administrativo” passa a ser visto como irregularidade.
A mensagem é inequívoca: insistir em cuidadores informais, monitores improvisados ou contratações sem formação mínima deixará de ser tolerado. O secretário que mantiver profissionais sem ensino médio ou sem as 80 horas de formação mínima poderá responder por violação aos princípios da legalidade, da moralidade e da proteção integral da criança. O risco não é teórico. O Ministério Público pode propor ações de improbidade. O TCE pode glosar despesas, determinar devolução de valores, ordenar substituição de profissionais irregulares e rejeitar contas. Famílias poderão acionar judicialmente os municípios por danos decorrentes da ausência de apoio adequado.
E a responsabilidade não recai apenas sobre o secretário. O Controle Interno tem o dever de impedir a continuidade das irregularidades. A Procuradoria Municipal não pode emitir pareceres que validem cargos inexistentes ou vínculos precários. E o prefeito responde solidariamente: quando a irregularidade persiste, a omissão é compartilhada.
É verdade que os municípios continuam à margem de um arranjo federativo desigual. A União define padrões, cobra qualificação, fixa formações, mas repassa recursos insuficientes. Municípios – especialmente nordestinos – arcam com mais de 70 % da educação básica e sustentam a inclusão praticamente sozinhos. Ainda assim, o fato jurídico permanece: a obrigação existe. E, enquanto gestores discutem orçamento, quem sofre são as crianças.
Por isso, a história de Maria – a menina do agreste que se esconde debaixo da mesa quando o mundo pesa demais – permanece como símbolo. Maria não é personagem literário; é diagnóstico. É espelho de milhares de crianças que seguem invisíveis às normas, aos sistemas e às urgências administrativas. Quando o gestor posterga a criação do cargo, adia concursos ou mantém contratações informais, ele não descumpre apenas a lei: prolonga o sofrimento de Maria. Diz a ela, sem palavras, que continuará invisível.
A transição é dura, mas necessária. A era do improviso acabou. Começa a era da responsabilidade – jurídica, administrativa, ética e humana. O momento exige coragem para criar cargos, definir atribuições, estruturar formações, reduzir temporários e cumprir a Resolução nº 296/2025 em sua integralidade.
As crianças brasileiras – especialmente as do Nordeste – não podem mais esperar que a inclusão funcione “como der”. Precisam que funcione como deve ser.
*Advogado, diretor e fundador do Instituto IGEDUC
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O Sextou desta semana traz um tributo a Dalva de Oliveira, a ‘Rainha do Rádio’. A cantora e compositora paulistana, de ascendência portuguesa, brilhou nas décadas de 40 e 60. Entre as canções eternizadas em sua voz, destaques como ‘Tudo acabado’, ‘Que será’, ‘Estão voltando as flores’, ‘Ave Maria no Morro’, ‘Bandeira Branca’ e ‘Máscara Negra’.
O retrato desta diva da MPB será traçado pela cantora, atriz e escritora carioca Mona Vilardo. Mona faz shows pelo Brasil afora cantando Dalva de Oliveira e é autora de um livro em linguagem infantil – ‘Dalva, minha vó e eu’.
O Sextou vai ao ar na próxima sexta-feira, das 18h às 19h, pela Rede Nordeste de Rádio, que reúne 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Para ouvir pela internet, acesse o link do Frente a Frente no topo desta página ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na Play Store.
Numa noite marcada pela alegria e beleza, o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, abriu oficialmente, ontem, as festividades natalinas no município. Um cenário especial foi montado na Praça 9 de Julho, que se transformou em um grande cenário cheio de luzes, símbolos e personagens, incluindo uma Árvore de Natal gigante, a casa do Papai Noel, um presépio completo e outras dezenas de elementos, para receber os cabenses e visitantes.
“A iluminação natalina transforma nossa cidade, traz beleza, alegria e reforça o sentimento de alegria e união nesta época tão especial. Queremos que cada família que mora ou visita o Cabo sinta esse clima e tenha orgulho de ver sua comunidade mais bonita e acolhedora”, afirmou Lula Cabral, antes de acionar a chave que acendeu a iluminação da praça.
Leia maisO coral da Secretaria de Educação abriu a noite com um repertório clássico. A programação seguiu com o auto de Natal Ao Divino Vamos Celebrar, a apresentação das crianças do SCFV do Cras da Charneca e o show da Turma do Sorriso.
Uma sequência de queima de fogos iluminou o céu, anunciando a chegada do personagem mais esperado da noite: o Papai Noel. Ao chegar à casa montada especialmente para a programação, o “bom velhinho” se acomodou na poltrona vermelha e começou a receber as crianças. “Foi a coisa mais linda que já vi”, disse a pequena Jéssica Silva, de 7 anos, sobre a festa preparada pela Prefeitura do Cabo.
Decoração – Este ano, toda a cidade recebeu uma decoração natalina especial nas principais ruas, avenidas e equipamentos públicos. Em Pontezinha, além das luzes instaladas nas áreas centrais, a Prefeitura instalou uma árvore de Natal de 8 metros de altura. Em Ponte dos Carvalhos, o Parque dos Eucaliptos ganhou cor e brilho com elementos temáticos. Bairros como Pirapama, Charneca e o distrito de Juçaral também estão se vestindo de luz, assim como o Palácio da Cultura, que receberá iluminação especial em sua fachada.
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Em resposta ao texto divulgado ontem, pelo presidente do Conselho de Administração da Compesa, Alex Machado Campos, sobre os indicadores utilizados na modelagem da concessão dos serviços de saneamento em Pernambuco, a Procompesa, associação de atuação técnica, formada por profissionais de carreira da Compesa, emitiu uma nota. No documento, a entidade reafirma a existência de dados irreais no Edital da Concessão. Confira abaixo a nota na íntegra:
Nota oficial da Procompesa
A Procompesa, associação de atuação técnica, formada por profissionais de carreira da Compesa, que tem por finalidade defender a universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Pernambuco, de forma sustentável, diante da nota divulgada pelo presidente do Conselho de Administração da Compesa, Alex Machado Campos, vem a público, por meio desta nota, reafirmar a existência de dados irreais no Edital da Concessão para os índices de atendimento de esgoto em 66 municípios, que gerará um prejuízo de R$ 2,9 bilhões aos cofres públicos.
Leia maisCom todo respeito ao presidente do Conselho de Administração, não é admissível que a defesa, para um erro desta gravidade e magnitude, se resuma a tecnicidades e retórica, sem qualquer comprovação, que não sustentam a legalidade e a coerência técnica da modelagem.
Ao falar dos erros nos indicadores em 66 municípios, a Procompesa se baseia em dados reais, levantados e confirmados na fase de diagnóstico do projeto do BNDES.
Diagnóstico que, conforme o próprio presidente afirma, teve a participação ativa da Compesa no fornecimento de dados detalhados sobre a realidade operacional e a infraestrutura de cada município. Ainda assim, em prol da verdade, esta associação teve o cuidado de confirmar as informações antes de protocolar a denúncia.
Ao falar da consistência dos dados, o presidente Alex Campos afirma que os estudos se basearam em “fontes oficiais”. Cabe ressaltar que estas fontes de dados são historicamente reconhecidas, por especialistas do saneamento, pela falta de confiabilidade das informações, como veiculado recentemente na matéria da Folha de São Paulo, razão que justifica a necessidade da realização de diagnóstico nos estudos para avaliação em campo da realidade de fato dos serviços nos municípios, como foi feito.
O caso mais emblemático, de Serra Talhada, que apresenta a maior distorção da realidade, nem sequer foi citado na nota do Presidente. Cabe lembrar que para este relevante município, com 92mil habitantes, o Edital adota um índice de atendimento de 86%, enquanto a realidade é de 0%. Esta informação, inclusive, foi confirmada pela prefeitura de Serra Telhada, em apuração realizada pelo jornalismo da Folha de São Paulo, e publicado em matéria veiculada no dia 8/12 pela Folha e por este blog.
Voltamos a afirmar para a sociedade Pernambucana: a realidade de fato é que não há sistema de esgoto em operação em Serra Talhada, nem nos demais 65 municípios, seja pela Compesa ou pelas prefeituras, nos termos da Norma Regulamentadora da ANA. Convocamos qualquer interessado e os órgãos de controle para, em uma simples auditoria, constatar esta afirmativa.
Ademais, cabe esclarecer que a existência de infraestrutura inacabada, fora de operação, nos termos da norma, não pode ser contabilizada no atendimento. Qualquer infraestrutura identificada precisa ser adequadamente inventariada para apuração de seu estado físico e de seu efetivo cumprimento as normas técnicas de implantação e operação, bem como à regulamentação para a prestação dos serviços, e não apenas ser citada sem qualquer referencial técnico que embase a quantificação do atendimento.
Não podemos repetir o erro do Rio de Janeiro, onde as concessionárias já cobram bilhões em compensação pelos mesmos problemas de superestimação de índices de atendimento de esgotamento sanitário.
Não há tempo a perder. A omissão de hoje será o lamento de amanhã, quando milhões de pernambucanos eventualmente se vejam privados de serviços essenciais por conta de decisões administrativas irregulares que podem – e devem – ser impedidas pela atuação vigilante do controle externo.
Anderson Santos Quadros – diretor-presidente da Procompesa
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A comunidade católica de Itapissuma recebeu com estranheza os ataques proferidos contra o Padre Neto Feitosa, pároco da Paróquia de São Gonçalo do Amarante. O sacerdote relata que foi alvo de ataques de um possível gabinete do ódio paralelo na cidade. O episódio aconteceu depois de sua fala no encerramento da Festa de Nossa Senhora da Conceição, na última segunda-feira.
Em sua mensagem, o sacerdote pediu por mais respeito, parceria e compromisso com as tradições religiosas que moldam a fé e a identidade do povo itapissumense, por parte da Prefeitura Municipal de Itapissuma. O Padre Neto lembrou que, por muitos anos, Igreja e gestão municipal caminham juntas, mas que recentemente essa parceria tem enfraquecido, trazendo desafios para a realização das festas dos padroeiros.
Após o episódio, o padre passou a ser alvo de mensagens ofensivas e ataques pessoais em redes sociais e grupos de WhatsApp. Para esclarecer os fatos, Padre Neto gravou um vídeo e reafirmou que seu único propósito sempre foi defender sua comunidade, sua paróquia e a fé que move tantos corações em Itapissuma.
Funcionários de três abatedouros mantidos pelo Governo de Pernambuco paralisaram as atividades em greve por falta de pagamento dos salários. Os equipamentos, situados nos municípios de Itambé e de Paudalho, ambos na Mata Norte, e de Escada, na Mata Sul, produzem e forneceram carnes de bovinos, suínos, ovinos e caprinos para dezenas de cidades das regiões.
Os contratos são de responsabilidade do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, que, até o momento, não sinalizou quando regularizará a situação. A estimativa é que cada abatedouro realiza o corte médio de 80 a 100 animais por dia.
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Com a paralisação das atividades, o temor é que o preço dos produtos suba em virtude da escassez dos alimentos, impactando comerciantes, especialmente as feiras livres, e principalmente os consumidores.
Trabalhadores desses abatedouros regionais alegam que os atrasos nos salários persistem há meses, o que têm ocasionado prejuízos às famílias. Ao todo, mais de 150 funcionários estão sendo afetados com a falta dos pagamentos. Além das queixas sobre as remunerações, também há relatos de corte nos auxílios alimentação e vales-transportes.
Esta não é a primeira que abatedouros públicos mantidos pelo Governo de Pernambuco paralisam as atividades devido à falta de pagamentos dos trabalhadores. Em novembro de 2023, uma greve suspendeu a produção e fornecimento em quatro locais do estado – Itambé, Paudalho, Ribeirão e Escada – prejudicando a cadeia de produção para mais de 90 cidades e afetando mais de 250 funcionários.
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O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), escolheu o oposicionista Esperidião Amin (PP-SC) como relator do projeto de lei que trata da redução de penas aos envolvidos no 8 de Janeiro, o chamado “projeto da dosimetria”. A proposição deverá entrar na pauta da CCJ na próxima semana. As informações são do portal Estadão.
Amin é aliado e amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro há 34 anos. Foi ele quem, inclusive, incluiu na votação do Código Eleitoral no colegiado um trecho para permitir o voto impresso. A Câmara aprovou o projeto da dosimetria na madrugada desta quarta-feira, 10, com um placar de 291 a 148. Esse texto, além de favorecer cidadãos que depredaram as sedes dos Três Poderes, também pode beneficiar Bolsonaro.
Leia maisO presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse no Senado nesta terça-feira que logo após a aprovação na Câmara traria a matéria para o plenário da Casa. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA) e outros senadores como Renan Calheiros (MDB-AL) protestaram. Alcolumbre acatou aos protestos e enviou a matéria par a comissão.
“Combinei com o senador Davi Alcolumbre porque o Senado não pode, como já foi algumas vezes, ser cartório da Câmara, de aprovar lá e ter uma decisão cartorial referendando o que passou lá. Isso é uma coisa absolutamente inaceitável”, disse Otto.
A redação “concede anistia aos participantes das manifestações reivindicatórias de motivação política” ocorridas entre 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor a lei.O prazo extenso compreende desde os acampamentos golpistas erguidos a partir da derrota eleitoral de Bolsonaro e a insurreição que culminou nos ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Isto é, a anistia beneficia toda a cúpula que virou ré no STF no julgamento da trama golpista, incluindo generais e ex-ministros do governo Bolsonaro, e os bolsonaristas que acamparam em frente ao QG do Exército e participaram dos ataques na Praça dos Três Poderes.
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A CAIXA Cultural Recife realizou, na noite de ontem, a abertura oficial da exposição IV Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco (SIHG-PE). Durante a cerimônia, foram anunciados os vencedores do concurso, cujos trabalhos integram esta edição da mostra. A exposição apresenta 120 obras selecionadas entre cartuns, caricaturas e quadrinhos, produzidas por artistas de 21 países.
Com o tema “Planeta de Todos”, a edição recebeu mais de 970 inscrições, assinadas por 480 artistas de 44 países. Os premiados, que juntos somam R$ 30 mil em prêmios, além de troféus e certificados, foram escolhidos por um júri formado por nomes reconhecidos no Brasil e no exterior, como Ana Luiza Koehler, Juan Francisco Miranda, Bennê Oliveira, Lute, JBosco e Omar Zevallos.
Leia maisSegundo o cartunista e organizador do Salão, Samuca Andrade, a diversidade e a força das mensagens marcaram esta edição. “Cada trabalho premiado traz uma reflexão urgente sobre a preservação ambiental. Na caricatura, predominou a crítica contundente; no cartum, a denúncia direta; e, nos quadrinhos, o impacto das ações humanas sobre o planeta”, destacou o cartunista.
A noite também celebrou a entrega do 7º Troféu Seth Cinema de Animação ao cineasta Lula Gonzaga, Patrimônio Vivo de Pernambuco e pioneiro da animação no estado. A homenagem foi realizada pelo Museu da Caricatura Brasileira, em parceria com o SIHG-PE.
Trabalhos premiados por categoria
Os trabalhos vencedores desta edição refletem a diversidade e a força do humor gráfico na abordagem de temas ambientais. Na categoria Caricatura, dedicada aos “Ambientalistas”, o primeiro lugar ficou com Fernando Luiz da Silva dos Santos (Dizing), do Brasil, que homenageou Chico Mendes. Em segundo lugar, também brasileiro, André Freire Hippertt (HIPPERTT) destacou Greta Thunberg.
As menções honrosas foram concedidas a José Carlos Barbosa de Aragão (Aragão), com caricatura de Marina Silva, e ao espanhol Joaquín Aldeguer, que retratou Jane Goodall.
Na categoria Cartum, o grande vencedor foi Konstantin Kazanchev, da Ucrânia, seguido pelo brasileiro Ricardo Freitas (Donga).
As menções honrosas foram para Seyran Caferli, do Azerbaijão, e Bereznickas, da Lituânia.
Já na categoria História em Quadrinhos, todos os premiados são brasileiros: Rafael Vasquez Martins (Afa Vasquez) conquistou o primeiro lugar, enquanto Cello Degrazia ficou em segundo.
As menções honrosas foram atribuídas a Darlan Alves de Oliveira e Alisson Ortiz Affonso.
Para o jurado convidado J. Bosco, a escolha dos vencedores foi desafiadora. “Foi um banquete de ideias geniais. O que garantiu o primeiro lugar foi a criatividade, a percepção gráfica e a crítica associada à reflexão da nossa realidade”, afirmou Bosco.
O Público pode visitar a exposição e conferir todos as obras na CAIXA Cultural Recife, até 1º de fevereiro de 2026, com entrada gratuita.
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O presidente nacional do PSB e prefeito do Recife, João Campos, participou da cerimônia de entrega do Prêmio Governador Eduardo Campos de Excelência em Gestão Pública, na tarde de ontem, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.
Por indicação do deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e após a seleção técnica feita pela premiação, João Campos foi homenageado com um diploma de menção honrosa por sua gestão à frente da Prefeitura do Recife. Em seu discurso, ele destacou o legado de seu pai, Eduardo Campos, quando foi governador de Pernambuco, e pontuou diversas conquistas dele na área de administração pública.
Leia mais“Eduardo teve uma capacidade imensa de bater todos os recordes que se pode imaginar na área de administração pública dentro de um governo, dentro de um Estado (Pernambuco). Ele tinha a capacidade de traduzir a força política em entrega concreta e real na vida das pessoas, sem nunca perder a essência e ele dizia: meu filho, no dia que a gente perder a capacidade de se indignar com as coisas, a gente não pode estar mais na política. Então a gente precisa trazer essa capacidade para os dias de hoje, de se indignar com algo que está errado, com a injustiça, com a opressão, com algo que é feito para não atender os interesses do povo brasileiro. Que a gente traga esses ensinamentos e aprenda que ele fez tudo isso por meio da política”, disse.
O prefeito destacou que a maior homenagem que pode ser feita a Eduardo Campos é dar continuidade ao seu legado. “Tudo que ele fez é uma história bonita de ser vista, de ser vivida, de ser contada. E a maior homenagem que a gente pode fazer é dar continuidade a isso. Por isso, o nosso partido tem o dever de trabalhar pelo fortalecimento democrático, mas não adianta você defender uma democracia se você não tiver a capacidade de construir uma boa gestão pública com responsabilidade, que entregue serviços de qualidade na ponta, pra quem mais precisa, e é isso que a gente tem que continuar a fazer e continuar a cultuar essa boa gestão”, pontuou.
Além disso, João Campos afirmou estar seguindo os ensinamentos do pai em sua caminhada política como prefeito da capital pernambucana e, principalmente, focado em “inaugurar vida na vida das pessoas”. “Eu tenho tentado fazer isso na cidade do recife, na nossa gestão e temos tido o reconhecimento das pessoas. Meu pai gostava de dizer que, de tantas obras que ele inaugurou, a maior obra que um governante pode fazer é inaugurar vida na vida das pessoas. Então a gente precisa reinaugurar um tempo em que a política tem a capacidade de inaugurar vida na vida das pessoas, que a gente tenha a capacidade de colocar a frequência dos nossos mandatos pra poder tocar a mesma frequência que as ruas clamam, que as pessoas desejam, que as pessoas esperam porque fazendo isso a gente vai inaugurar vida na vida das pessoas e não há nada mais forte na excelência da gestão pública do que inaugurar com esperança”, finalizou.
Prêmio Governador Eduardo Campos de Excelência em Gestão Pública
Instituído em 2024, a premiação homenageia até cinco pessoas ou instituições cujos trabalhos ou ações merecem um especial destaque na gestão pública brasileira. Com periodicidade anual, o prêmio busca valorizar e estimular iniciativas que promovam inovação, efetividade na prestação dos serviços públicos, inclusão e progresso social, contribuindo para o fortalecimento da administração pública e o aperfeiçoamento das políticas públicas no país. A Comissão de Administração e Serviço Público, juntamente com a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, é a responsável pela concessão do prêmio cujas indicações foram feitas seguindo as regras da Resolução nº 13/2024 e no Regulamento nº 1/2024 do colegiado.
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Pesquisa Datafolha, divulgada ontem, aponta que 31% avaliam o Congresso Nacional como ruim ou péssimo e 21% como ótimo ou bom. Para 44% dos entrevistados, o trabalho dos deputados federais e senadores é regular.
O levantamento ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 municípios entre os dias 2 e 4 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Em comparação com o último levantamento, realizado em julho deste ano, a porcentagem de entrevistados que considera o trabalho do Congresso ruim ou péssimo foi de 35% para 31%, dentro do limite da margem de erro. O percentual de ótimo ou bom variou de 18% para 21%.
Veja os números:
· Ruim ou péssimo: 31% (ante 35% em julho);
· Ótimo ou bom: 21% (ante 18% em julho);
· Regular: 44% (ante 41% em julho);
· Não sabem: 4% (ante 6% em julho);
Dos 25 deputados que integram a bancada federal de Pernambuco, dez votaram a favor do projeto que reduz o tamanho da pena do ex-presidente Bolsonaro e dos demais envolvidos na trama golpista de 8 de janeiro de 23, entre eles Mendonça Filho, do União Brasil, um dos nomes ventilados na chapa de Raquel Lyra (PSD) para disputar o Senado. Confira a lista abaixo:
André Ferreira (PL)
Clarissa Tércio (PP)
Coronel Meira (PL)
Eduardo da Fonte (PP)
Fernando Coelho (UB)
Fernando Rodolfo (PL)
Mendonça Filho (UB)
Ossesio Silva (Republicanos)
Pastor Eurico (PL)
Waldemar Oliveira (Avante)
