











O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, enviou um ofício ao Ministério da Previdência, hoje, solicitando o afastamento da diretora Léa Bressy Amorim das funções por proximidade dela com o ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto.
Stefanutto foi preso na última quinta-feira (13) durante operação da Polícia Federal (PF) que investiga o esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões no instituto. Ele foi demitido do cargo em abril, após o escândalo se tornar público.
Segundo o ofício obtido pela TV Globo, Léa Bressy Amorim é diretora de Tecnologia da Informação do órgão, e responsável por assumir a Presidência do INSS na ausência do titular do cargo. Waller destaca que a diretora tem “notória proximidade pessoal” com Stefanutto, e o órgão precisa prezar pela própria imagem e dar apoio irrestrito à apuração dos fatos. Por isso, se justifica o afastamento dela do cargo.
Por José Américo Silva*
O texto aprovado ontem pela Câmara dos Deputados para o chamado PL Antifacção — relatado pelo deputado Guilherme Derrite — deveria representar um avanço na luta institucional contra o crime organizado. Mas o que saiu do plenário está longe disso. O projeto original, elaborado pelo governo após diálogo com especialistas em segurança pública, tinha como objetivo fortalecer investigações, punir lideranças de facções e criar instrumentos modernos de combate ao crime. No entanto, ao passar pela Câmara, o texto ganhou contornos políticos e perdeu consistência técnica.
Foram várias versões apresentadas pelo relator, sempre ajustadas ao sabor das pressões partidárias. O resultado é um projeto marcado mais pela disputa política do que pelo compromisso com a segurança pública. Nem o governo venceu, já que viu seu texto ser descaracterizado; nem a oposição pode comemorar, porque produziu uma proposta frágil, cheia de lacunas e com potencial de gerar insegurança jurídica. O maior derrotado é a sociedade brasileira, que assistiu a um debate contaminado pela pressa, pelo uso eleitoral da pauta e pela vontade explícita de marcar posição.
Leia maisEntre os principais problemas do texto está a criação apressada de novos tipos penais sem amparo técnico adequado, como o enquadramento de condutas já previstas em outras legislações, gerando sobreposição e risco de interpretações contraditórias. Há também dispositivos que, em vez de fortalecer o Estado, podem enfraquecer mecanismos essenciais de investigação — como a necessidade de aguardar o trânsito em julgado para reverter bens de facções, atrasando o estrangulamento financeiro desses grupos. A falta de precisão em certas definições torna o texto vulnerável a decisões judiciais divergentes, prejudicando o objetivo central: combater o crime organizado com eficácia e segurança jurídica.
O texto aprovado tem forte apelo político, mas baixa capacidade prática. O enfrentamento às facções exige integração entre instituições, inteligência, rastreamento de fluxos financeiros, controle territorial e fortalecimento das forças policiais. Nada disso se resolve com legislação construída sob clima de polarização.
Agora, a atenção da sociedade se volta para o Senado, onde a relatoria já está definida: o senador Alessandro Vieira, reconhecido nacionalmente por sua postura técnica e por sua atuação firme em temas de segurança pública e combate ao crime organizado. Sua presença à frente da análise do PL reacende a esperança de que o texto seja depurado, equilibrado e reconstruído com base na realidade institucional — e não sob o calor das disputas partidárias.
Espera-se que o Senado retire excessos, corrija lacunas, recoloque o foco no fortalecimento do Estado e devolva ao projeto o caráter técnico perdido na Câmara. O Brasil não precisa de atos legislativos performáticos para alimentar narrativas políticas; precisa de um instrumento robusto, eficaz e responsável contra organizações criminosas.
Que o Senado, sob a relatoria de Alessandro Vieira, faça o que a Câmara não fez: priorizar a sociedade, a institucionalidade e a efetividade no combate ao crime organizado.
*Jornalista
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“Se cada político pensasse como Eduardo, a gente teria uma saúde melhor no nosso estado.” A afirmação é do prefeito de Toritama, Sérgio Colin (PP), ao reconhecer o trabalho do deputado federal Eduardo da Fonte pela saúde de Pernambuco.
O gestor destacou que o parlamentar tem atuado com foco no que realmente impacta a vida da população. “Eduardo é o político que faz política pensando no benefício das pessoas. O trabalho que ele faz para os hospitais pernambucanos impacta diretamente todo o nosso estado”, afirmou.
Sérgio Colin também ressaltou o compromisso de Eduardo e do também deputado federal Lula da Fonte para garantir avanços na saúde de Toritama. Ao todo, Eduardo da Fonte e Lula da Fonte já destinaram mais de R$ 8 milhões para a saúde do município. Toritama se tornou referência no Agreste por ter o único hospital municipal que realiza a retirada de vesículas por videolaparoscopia e por contar com um mamógrafo, além de ter ampliado o número de cirurgias e atendimentos.
O portal Vero Notícias apurou com exclusividade que o apresentador Carlos Massa, conhecido como Ratinho, tem acelerado a expansão de seu grupo de mídia para o Norte e Nordeste brasileiros, em uma movimentação vista por aliados como estratégica para fortalecer a projeção nacional do filho, o atual governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), que avalia uma eventual candidatura presidencial.
Fontes ligadas às empresas de mídia do comunicador e à política confirmaram à reportagem que negociações estão em andamento para a incorporação de rádios localizadas em vários estados do Nordeste, mas, em especial, no Maranhão, na Bahia, no Piauí e em Pernambuco.
Leia maisA Rede Massa, grupo de propriedade do apresentador, também prevê a expansão das empresas a Roraima e ao Amazonas. Atualmente, Ratinho já consolidou o império midiático nas regiões Sul e Sudeste do país, com emissoras de TV, jornais e rádios.
Estratégia política
A expansão ocorrerá no interior dos estados e com um investimento forte em rádios. Segundo fontes, o grupo “acredita no potencial do rádio” por se tratar de um meio de comunicação “mais popular”. Com as possíveis novas aquisições, a companhia pretende “abrir espaço no eleitorado nordestino”, tradicionalmente ligado ao lulismo, fortalecendo o discurso de direita e a presença de Ratinho Jr. em um possível cenário de disputa eleitoral.
Atualmente, o apresentador Ratinho possui cerca de 85 afiliadas de rádio, cinco afiliadas do SBT, jornais impressos e portais digitais. Procurado, o governador Ratinho Jr. respondeu que “se afastou do comando do Grupo Massa antes de disputar a eleição em 2018” e “nunca misturou sua agenda política com a agenda empresarial da família”.
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Por Inácio Feitosa*
A decisão do Superior Tribunal de Justiça no Tema Repetitivo 1094, que permite que bacharéis assumam cargos previstos em lei como técnicos, reacendeu um debate que nunca foi trivial para os municípios. O STJ entendeu que, quando o edital exige curso técnico de nível médio, a graduação na mesma área profissional supre esse requisito.
Porém, permanece a pergunta que o próprio Tribunal não enfrentou: quando um enfermeiro bacharelado executará atividades típicas de um técnico em enfermagem? A resposta prática é evidente, mas não foi considerada no julgamento. É justamente essa desconexão entre o entendimento judicial e a realidade municipal que cria insegurança para os prefeitos.
Leia maisA Constituição Federal, nos artigos 18 e 30, assegura autonomia aos municípios para definir cargos, atribuições e escolaridade. Essa definição é resultado de estudos técnicos elaborados pelo Executivo, com participação do secretariado, avaliações das demandas reais da administração e contribuições de entidades representativas, como conselhos profissionais. Após esse processo, o projeto segue para a Câmara Municipal, onde ocorre debate político e técnico antes da aprovação. Quando o STJ determina que um diploma superior substitui automaticamente a formação técnica estabelecida em lei municipal, desconsidera toda essa construção democrática e técnica. A formação técnica prevista em lei não é uma formalidade, mas uma escolha funcional sobre o tipo de profissional de que o município realmente precisa.
O edital do concurso também perde autoridade com essa decisão. Ele é elaborado por comissões técnicas que avaliam detalhadamente as atribuições do cargo. A comissão define a escolaridade adequada com base na natureza prática do trabalho. Ao admitir que a graduação sempre supera a formação técnica, a decisão do STJ relativiza essa análise especializada. Cursos superiores têm propósitos distintos e não necessariamente preparam o profissional para atividades operacionais. A tese do Tema 1094, portanto, fragiliza a segurança jurídica do concurso e esvazia o papel das comissões responsáveis por definir o perfil do cargo.
Os Tribunais de Contas, que atuam diretamente no controle das admissões municipais, têm apontado riscos concretos. O Tribunal de Contas de Pernambuco, em análises recentes, alertou que a aceitação automática de diploma superior em cargo técnico pode gerar desvio funcional, quebra de hierarquia e desorganização de equipes. Ressalta ainda que a remuneração deve seguir o cargo técnico, mas que o exercício de funções superiores pode responsabilizar o gestor. O Tribunal de Contas de Minas Gerais também sustenta que formação técnica e superior têm finalidades diferentes e que a escolaridade prevista na lei municipal deve ser respeitada integralmente. O Tribunal de Contas de São Paulo segue a mesma lógica. Já os Tribunais de Contas da Paraíba e do Ceará admitem a possibilidade, mas exigem comprovação de que o bacharel não exercerá atribuições próprias de nível superior. Todos esses órgãos convergem em um ponto: a equivalência não é automática e depende da realidade funcional, algo que o STJ não considerou.
A incompatibilidade prática entre as formações é clara. A Resolução COFEN 556 diferencia detalhadamente as atividades do enfermeiro e do técnico em enfermagem. A mesma diferenciação existe no CONFEA, que distingue atribuições de engenheiros e técnicos industriais, e no Conselho Federal de Química. As formações não são etapas da mesma carreira, mas formações distintas para funções distintas. Ignorar essas diferenças compromete o funcionamento das equipes e cria conflitos que a administração terá de resolver.
Nesse cenário, surge uma dúvida prática que aflige as gestões municipais. O bacharel que assume o cargo técnico recebe o salário previsto para o cargo, pois a remuneração depende da lei municipal. No entanto, se ele começa a executar atividades típicas de enfermeiro, abre-se a possibilidade de caracterização de desvio funcional, com reflexos financeiros e administrativos. Resta a pergunta: se o cargo é técnico, mas o trabalho realizado é de enfermeiro, estará o município realmente protegido ao pagar como técnico? Ou será acusado de mascarar uma necessidade real de profissionais de nível superior? Essa resposta administrativa ainda paira no ar.
Embora o Tema 1094 esteja pacificado no Judiciário, ele interfere na autonomia dos municípios, relativiza o processo legislativo local, enfraquece a autoridade das comissões de concurso e diverge do entendimento consolidado dos Tribunais de Contas. Cargos técnicos existem por razões funcionais e práticas, e não por formalidade. Ignorar isso compromete a organização da administração pública.
O STJ uniformizou a tese, mas a realidade dos municípios continua desafiadora. E por isso, mesmo respeitando a Corte, mantenho minha discordância: a decisão resolve a teoria, mas complica a prática. E, no serviço público, é sempre a prática que cobra a conta.
*Advogado, escritor e fundador do Instituto Igeduc
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A Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (ADEPPE) divulgou um manifesto contundente alertando para o agravamento da crise de segurança pública no Estado. No documento, a entidade afirma que Pernambuco vive um cenário de expansão acelerada das organizações criminosas ao mesmo tempo em que a Polícia Civil opera em situação de colapso estrutural, sem efetivo, tecnologia ou condições adequadas para enfrentar o fenômeno.
Segundo a ADEPPE, a Polícia Judiciária pernambucana trabalha hoje com apenas 44% do seu quadro, número considerado crítico para o enfrentamento das facções. A recente contratação de 423 policiais, destaca o texto, representa um reforço insuficiente, já que, distribuído entre as 350 unidades policiais do Estado, resultaria em praticamente um policial por unidade, sem impacto real no combate ao crime organizado. Mesmo com a previsão de incorporar mais 467 policiais no próximo ano, a corporação continuará com déficit de 48,85% do efetivo ideal, quadro que tende a se agravar diante de aposentadorias e desistências frequentes de recém-contratados que deixam a instituição em busca de melhores salários em outros estados.
Leia maisO manifesto chama atenção para a profissionalização das organizações criminosas que atuam em Pernambuco, que já operam com estruturas semelhantes às de empresas, utilizando modelos de franquia, diversificação de fontes de lucro (tráfico de drogas, extorsão, grilagem, jogos ilegais e lavagem de dinheiro) e domínio territorial comparável ao de facções como PCC e Comando Vermelho. A ADEPPE cita a presença de pelo menos 12 facções em disputa no Estado, muitas delas em franca expansão e com forte capilaridade nos grandes centros e no interior.
Ao mesmo tempo, a entidade critica decisões administrativas recentes, como o fechamento das Delegacias de Plantão da Várzea, Casa Amarela e Boa Vista, a redução do atendimento ao público até às 17h e a sobrecarga da Central de Flagrantes. Segundo o documento, a ausência de estrutura tecnológica é igualmente grave: faltam sistemas de gravação de depoimentos, equipamentos de análise forense, ferramentas de rastreamento digital e recursos adequados para a única delegacia especializada em crimes cibernéticos, que atende todo o Estado em condições consideradas “precárias”.
Para reverter o quadro, a ADEPPE defende uma série de medidas urgentes, entre elas a reabertura das Delegacias de Plantão, investimentos robustos em tecnologia de inteligência e investigação, autonomia administrativa e orçamentária para a Polícia Civil, capacitação continuada dos profissionais e a criação de uma força-tarefa estadual integrada exclusivamente voltada ao enfrentamento das facções criminosas, com participação do Ministério Público, Secretaria da Fazenda e órgãos de controle.
O texto ressalta que a falta de ação pode permitir a consolidação do domínio criminoso em diversas regiões, comprometendo a estabilidade econômica e social, fortalecendo ciclos de violência, ampliando o recrutamento de jovens vulneráveis e agravando o risco de corrupção institucional. Para a entidade, recuperar a capacidade investigativa do Estado é condição indispensável para restabelecer a autoridade pública.
A ADEPPE finaliza colocando-se à disposição do Governo de Pernambuco para colaborar tecnicamente na elaboração de um plano emergencial e de longo prazo para a segurança pública, afirmando que somente com planejamento, investimento consistente e valorização profissional será possível enfrentar o avanço das facções e proteger a população pernambucana.
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O deputado federal Felipe Carreras e o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), estiveram, ontem, reunidos com o presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco, Bruno Veloso, para solicitar a reativação da Escola Técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em Garanhuns.
Fechada desde 2023, a unidade é considerada estratégica para o fortalecimento da indústria local e regional. A reabertura do SENAI representa mais oportunidades de qualificação profissional, geração de empregos e formação de mão de obra especializada; fatores essenciais para impulsionar o desenvolvimento econômico e social de todo o Agreste Meridional.
Leia mais“Temos trabalhado muito para garantir mais desenvolvimento para o povo de Garanhuns. A reabertura do SENAI é uma pauta fundamental que vai contribuir diretamente com a qualificação dos nossos jovens e a geração de emprego e renda. Vamos seguir firmes, em parceria, trabalhando por Pernambuco”, afirmou o prefeito.
“A reativação do SENAI representa uma oportunidade para preparar nossos jovens para o mercado de trabalho, impulsionando o crescimento da região. O presidente do FIEPE se comprometeu a avaliar com atenção o pedido. Estamos confiantes de que essa conquista será uma realidade em breve”, destacou Carreras.
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Em discurso proferido hoje, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), afirmou que o cenário criado pelo governo para área de segurança pública é tão artificial que nem a própria governadora Raquel Lyra (PSD) acredita nele.
O parlamentar lembrou que, na semana passada, após três anos de mandato, a governadora disse estar assumindo a segurança pública, o que indica falta de compromisso da gestão. “Uma declaração desta natureza após 34 meses à frente do Executivo é uma confissão pública da falta de comprometimento da governadora com a segurança”, pontuou.
Leia maisPara o parlamentar, diante do desgoverno que Pernambuco vive na segurança a declaração de Raquel faz total sentido. “A soma dos assassinatos ocorridos nestes três anos e dez meses e meio de gestão, chega a mais 9.570 vítimas no estado. No acumulado de 2025, o total já ultrapassa a alarmante marca de 2.700 vidas perdidas para a criminalidade”, relatou.
O deputado observou também que a inoperância da gestão tem feito Pernambuco aparecer no topo de um ranking dos casos de feminicídio. Em agosto, dados divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado indicam que o estado concentra o maior número de casos de feminicídio e tentativa de feminicídio com arma de fogo registrados no país em 2025.
Entre janeiro e agosto, segundo o Fogo Cruzado, foram computados 60 feminicídios no estado, números que representam um aumento de 20% em relação aos oito primeiros meses de 2024. No dia 10 de outubro, Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, entidades sociais denunciaram que Pernambuco registra uma média de 3.450 casos de violência doméstica e familiar por mês, o que equivale a 115 casos por dia.
“Como vemos, este número, desgraçadamente, vem crescendo, o que reflete a fragilidade dos mecanismos preventivos e protetivos estaduais”, observou. O mais triste, na avaliação de Porto, é que esta realidade se instala justamente quando Pernambuco é governado por duas mulheres.
Ele observa que a estrutura posta em funcionamento pelo governo só confirma e colabora para a perpetuação da ineficiência. Mesmo Pernambuco somando 184 municípios, o estado dispõe de apenas 15 Delegacias da Mulher, das quais somente 7 funcionam 24 horas.
“Diante deste quadro, senhoras e senhores, chegamos a uma questão inquietante: como se explica uma gestão que, apesar dos R$ 62 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública investidos em 2024, continua a deixar as mulheres e a população em geral à mercê de assassinatos, agressões, roubos e de toda ordem de perigos oriundos da violência?”, questionou.
O deputado destacou que a distância entre a realidade da propaganda oficial e o quadro de extrema violência que oprime e mata a população é mostrada em outros rankings cruéis liderados pelo estado.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança de 2025, divulgado em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Pernambuco é o estado com a maior taxa de vítimas de homicídios dolosos do país. Baseando-se em dados de 2024, o anuário informa que foram registradas 3.349 vítimas no estado, o equivalente a 35,1 mortes por 100 mil habitantes.
A taxa do país, conforme o relatório, é de 17,1 mortes por 100 mil habitantes. Ou seja, o índice pernambucano é duas vezes maior do que a taxa nacional. E, infelizmente, pelo que estamos observando o estado continua neste mesmo caminho em 2025.
O anuário também aponta que, em 2024, Pernambuco passou a ocupar a 2ª posição entre as maiores taxas de roubo a estabelecimentos comerciais, sendo superado apenas pelo Amapá.
De acordo com o levantamento, o estado registrou aumento de 19,6% nesses crimes, ficando na contramão da tendência nacional, que reduziu em 24,4% o número de roubos a comércios.
“O compromisso visto até o momento com a segurança tem sido apenas com a espetacularização das cerimônias de nomeações de policiais e de entrega de veículos e armas”, ressaltou.
“Sobram voos de drones, expressões estudadas, frases feitas e vídeos bem-produzidos. Faltam resultados, falta segurança pública. A publicidade e as redes sociais não conseguem esconder a ineficiência que produz medo, luto, sofrimento e dor para quem vive aqui”, completou.
Para o deputado, diante da violência que se vê no estado, não é respeitável a conduta do governo de alardear que os pernambucanos estão tranquilas e colocando cadeiras nas calçadas. “Também não é razoável acelerar nomeações, depois de ter esticado a corda da Polícia Civil a ponto de o delegado-geral da instituição, Renato Márcio Rocha Leite, ter pedido para sair há cerca de 15 dias”.
Ele lembrou que os policiais civis já anunciaram para dezembro a “Operação Cumpra-se a Lei”, uma mobilização que pretende denunciar a precariedade das condições de trabalho e a desumanização e desvalorização da categoria.
Disse ainda que os policiais têm apresentado, em vídeos publicados em redes sociais, delegacias instaladas em prédios deteriorados, funcionando em condições insalubres. E que também fazem vaquinhas para garantir água potável nas delegacias.
“Como se não bastasse este quadro de desrespeito à categoria, os policiais fazem um alerta ainda mais grave: denunciam a inexistência de instrumentos para o registro de crimes, uma realidade que, logicamente, interfere diretamente nos dados de Segurança Pública em Pernambuco. Ou seja, os dados apresentados como oficiais, segundo os próprios policiais, não são confiáveis, uma vez que crimes ocorridos não estão sendo plenamente registrados”, afirmou.
A verdade, segundo Porto, o cotidiano dos cidadãos continua a ser enormemente afetado pela violência e pela ação descontrolada da bandidagem. “O Juntos pela Segurança tem mostrado ser mais um programa de ordem conceitual e menos um instrumento promotor de mudanças e resultados significativos. Enquanto isso, os pernambucanos continuam reféns da violência e do medo de que afetam hábitos, relações, a saúde mental e mais grave: tiram o direito à vida”, arrematou.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, hoje, o projeto de combate ao crime organizado aprovado pela Câmara nesta terça (18). Em uma rede social, o petista disse que o texto, com a redação dada pelos deputados, “favorece quem quer escapar da lei”.
O projeto, aprovado por 370 votos a 110, foi enviado pelo governo ao Congresso Nacional em outubro. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator.
Leia maisA escolha incomodou o governo, que se opôs à ideia de Motta de definir como relator o secretário de Segurança de São Paulo, unidade governada por Tarcísio de Freitas (Republicanos). Derrite deixou o cargo no estado somente para relatar o texto.
O texto original, batizado de PL Antifacção, foi modificado cinco vezes antes de ser aprovado pelos parlamentares e passou a ser chamado de Marco Legal do Combate ao Crime Organizado. A proposta cria novos crimes, amplia poderes de investigação e determina regras especiais para líderes de organizações criminosas.
“O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL Antifacção que nosso governo apresentou. Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei”, afirmou Lula.
O texto ainda terá de passar pela análise do Senado, que pode alterar o projeto, e pela sanção do próprio presidente Lula para virar lei. Na postagem que fez nesta quarta, Lula disse considerar “importante” que o “diálogo e a responsabilidade” prevaleçam entre os senadores na análise da proposta. “Para que o Brasil tenha de fato instrumentos eficazes no enfrentamento às facções criminosas”, afirmou.
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As 400 vagas extras disponibilizadas pela Prefeitura de Salgueiro para a 32ª Corrida Raimundo de Sá, conforme anúncio feito pelo prefeito Fabinho Lisandro, na noite de ontem, foram preenchidas rapidamente na manhã de hoje, com recorde de acessos ao site de inscrições, o Cronosvale.
O prefeito decidiu abrir mais 400 vagas para a corrida porque as 400 iniciais se esgotaram em 20 minutos na noite da última segunda-feira. Muitas pessoas que não conseguiram se inscrever pediram a reabertura das inscrições e o que aconteceu surpreendeu até o mesmo o pessoal da plataforma Cronosvale, usada nas inscrições de diversas corridas em toda a região.
Com o slogan “A Maior de Todos os Tempos”, a 32ª Corrida Raimundo de Sá será realizada na manhã do dia 23 de dezembro, com largada e chegada na Praça da Igreja Matriz. Os competidores vão percorrer 8 km nas categorias: Local, masculino e feminino (18 a 39 anos); Master Local, masculino e feminino (a partir de 40 anos); Visitante, masculino e feminino (18 a 39 anos); e Master Visitante, masculino e feminino (a partir de 40 anos). Os três melhores de cada categoria recebem premiação em dinheiro e troféu.
Por Rudolfo Lago – Correio da Manhã
No início da tarde de terça-feira (18), quando sequer havia segurança se a Câmara conseguiria votar ou não o PL Antifacção, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi à tribuna e comunicou que escolhera o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) o relator do projeto quando ele chegar aos senadores.
A rapidez da escolha era uma clara sinalização combinada com o governo: qualquer tentativa de reduzir o papel da Polícia Federal (PF) no combate ao crime organizada seria depois rechaçada no Senado. O Correio Político conversou com Alessandro Vieira logo após a indicação. “Compreendemos os interesses dos estados, mas não vamos permitir que se diminua a atuação da mais importante força policial do país”.
Leia maisFica claro que as tentativas de redução do papel da PF eram o ponto frágil nas cinco diferentes versões do relatório feito pelo deputado Guilherme Derrite (PL-SP). No Congresso, o ponto era explorado enquanto se desenrolava a operação sobre o banco Master.
O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB), ex-governador do DF, por exemplo, explorou em discurso o fato de a operação chamuscar o atual governador Ibaneis Rocha (MDB), que ontem afastou o presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa.
“Esse talvez seja o maior escândalo da história do Brasil”, disse Rodrigo Rollemberg. “Master e BRB tentaram desviar mais de R$ 12,2 bilhões, de acordo com a investigação da Polícia Federal. Já não se contentam em desviar milhões”. Recentemente, outra operação da Polícia Federal, a Carbono Oculto, revelou ligações do Primeiro Comando da Capital (PCC) com fintechs instaladas no centro do mercado financeiro do país, a Faria Lima. “Não é coincidência que no mês que antecedeu tudo isso a Câmara tenha tentado votar a PEC da Blindagem”, afirmou. O deputado, então, associou a tentativa fracassada da PEC aos ensaios de Derrite.
No início da tarde, o ponto que ainda gerava polêmica no quinto relatório de Derrite era o financiamento das operações policiais, com a possibilidade de divisão de recursos apreendidos em operações entre o Fundo Nacional de Segurança Pública e fundos estaduais.
“Já começamos a dialogar com Derrite, com os governadores e o governo federal”, revelou Alessandro Vieira. “Entendemos a posição dos governadores em ter fontes de financiamento, mas não permitiremos que a principal força policial do país fique descapitalizada”.
O senador informou, então, que seu primeiro trabalho, caso o projeto viesse a ser aprovado na Câmara com a divisão dos recursos entre o fundo nacional e os estaduais seria avaliar o impacto financeiro que isso poderia produzir para a PF e para as suas operações.
À noite, porém, comentava-se que o governo poderia ter cometido um erro de estratégia. Derrotado na tentativa de votar o projeto original do governo, não deveria, talvez, ter ficado contra o projeto de Derrite. Poderá ficar com a pecha de ter ficado do lado do crime.
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Na próxima segunda-feira (24), às 19h, a Faculdade de Direito do Recife (FDR) inaugura a exposição “Tradição que Representa: Diplomatas da FDR”. A abertura da mostra ocorre na presença do diplomata e ex-embaixador Alessandro Candeas (egresso da FDR), que ao lado do Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e do Comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, irá detalhar os bastidores da Operação Voltando em Paz, de resgate de brasileiros em Gaza, em 2023.
A exposição destacará a trajetória de ilustres egressos da FDR que desempenharam papéis cruciais nas relações internacionais do Brasil, reafirmando o legado da faculdade como um celeiro de talentos para a carreira diplomática. Serão homenageados alguns dos mais notáveis diplomatas formados pela FDR, cuja trajetória é apresentada cronologicamente, com base em suas datas de bacharelado.
Leia maisO primeiro destaque é José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco), bacharel em 1866 e Patrono da Diplomacia Brasileira, fundamental na definição das fronteiras do país. Segue-se Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, pernambucano formado em 1870, que uniu as carreiras de historiador, jurista, abolicionista e diplomata.
Em 1886, a faculdade formou dois nomes importantes: o paraibano Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, que foi jurista, político, diplomata e Presidente da República; e o maranhense José Pereira da Graça Aranha, intelectual de renome que serviu à diplomacia e contribuiu significativamente para a cultura brasileira.
A lista segue com Frederico de Castello Branco Clark, piauiense (bacharel em 1907), e Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, alagoano (bacharel em 1911), jurista e doutrinador de imensa influência que também teve atuação diplomática.
Já no século XX, a FDR formou o pernambucano Mário Gibson Alves Barboza (bacharel em 1937), que ocupou o cargo de Ministro das Relações Exteriores, e, mais recentemente, Geraldo Holanda Cavalcanti (bacharel em 1951), também pernambucano, diplomata e escritor com importante atuação internacional.
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