Por Cláudio Soares*
A recente postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a Nicolás Maduro revela uma hipocrisia preocupante. Lula afirmou que só reconheceria a vitória de Maduro se os boletins de votação fossem apresentados.
No entanto, esses boletins já foram divulgados, e a realidade é clara: o ditador venezuelano, acusado de fraude e corrupção, perdeu as eleições. A insistência de Lula em questionar a legitimidade do pleito é, no mínimo, uma demonstração de demagogia.
Leia maisAlém disso, a decisão de Lula de enviar um embaixador brasileiro à posse de Maduro é uma contradição gritante. Como pode um líder democrático legitimar a ascensão de um governante que é amplamente reconhecido por reprimir a oposição, prender adversários políticos e perpetuar a miséria em seu país?
Essa atitude não apenas enfraquece a posição do Brasil no cenário internacional, mas também desrespeita as aspirações de um povo que clama por liberdade e democracia.
A relação de Lula com outros autocratas, como Vladimir Putin, também merece destaque. O presidente russo, responsável por uma brutal ofensiva militar na Ucrânia e por uma repressão implacável contra qualquer forma de dissidência, parece desfrutar de uma cordialidade inusitada com Lula.
Essa cumplicidade com regimes que desconsideram direitos humanos e valores democráticos é alarmante e contradiz os princípios que deveriam guiar uma nação que se autodenomina democrática.
A hipocrisia de Lula não se limita ao reconhecimento de Maduro. Ela se estende a uma política externa que parece mais interessada em alianças com tiranos do que em promover a justiça e os direitos humanos.
O Brasil, sob sua liderança, corre o risco de se afastar dos valores democráticos que deveriam ser sua base, em nome de uma estratégia política míope que privilegia a relação com ditadores.
Em resumo, a postura de Lula em relação a Maduro e Putin revela uma visão distorcida da política internacional, onde a moralidade e a defesa dos direitos humanos são sacrificadas em prol de interesses políticos e econômicos.
É imperativo que líderes democráticos se posicionem contra a opressão e a tirania, em vez de se aliar a aqueles que perpetuam a violência e a injustiça. O Brasil merece uma liderança que defenda a democracia, a liberdade e os direitos de todos os povos.
*Advogado e jornalista
Leia menos