Seis dos meus oito irmãos participaram da minha festa em comemoração aos 18 anos do blog, dando assim um toque mais emocionante ao evento.








Seis dos meus oito irmãos participaram da minha festa em comemoração aos 18 anos do blog, dando assim um toque mais emocionante ao evento.








Por Agência O Globo
O cantor Roberto Carlos sofreu um acidente na madrugada deste domingo (14), em Gramado, na Serra Gaúcha, enquanto participava da gravação do clipe de abertura do tradicional especial de fim de ano da TV Globo. No momento do ocorrido, o artista dirigia um Cadillac modelo 1960, utilizado na produção.
De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar, o veículo apresentou uma falha mecânica no sistema de freios ao subir uma ladeira íngreme. Sem controle, o carro acabou descendo a via de ré e colidiu com outros três veículos que estavam no local. Em seguida, o Cadillac atingiu uma árvore.
Após o acidente, Roberto Carlos e outras três pessoas envolvidas foram encaminhados a um hospital da região para a realização de exames médicos. Segundo informações da RBS TV, todos passaram por avaliação e foram liberados, sem registro de ferimentos graves.
O cantor estava em Gramado exclusivamente para a gravação do especial de fim de ano da TV Globo, cuja produção incluía as cenas que estavam sendo filmadas no momento do acidente.
O Ministério Público de Pernambuco desarticulou um esquema de fraude no Cartório de Registro Civil de Verdejante, no Sertão, após deflagrar, na quarta-feira (10), a Operação Scribanus. Segundo o órgão, uma funcionária é suspeita de desviar valores dos serviços cartorários, registrando atos gratuitos de forma fraudulenta.
As investigações, iniciadas em setembro de 2025, apontam que a servidora recebia os emolumentos (taxas obrigatórias pagas nos cartórios pelos usuários), mas ficava com o dinheiro em vez de repassá-lo ao cartório. Ainda de acordo com o MPPE, formulários falsos de hipossuficiência eram usados para simular gratuidade e justificar a ausência dos valores na contabilidade oficial. As informações são do portal g1.
Leia maisA operação foi realizada pela Promotoria de Justiça de Verdejante em conjunto com o Gaeco Sertão. A medida cautelar de busca e apreensão foi autorizada pelo Juízo de Garantias da cidade para recolher o material ligado ao crime e buscar novas provas.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos livros de registros de atos gratuitos referentes a 2024 e 2025, formulários de solicitação de gratuidade suspeitos de falsificação, livros caixa e documentos que indicam um possível controle financeiro paralelo. Também foram recolhidos equipamentos eletrônicos, carimbos e selos.
Todo o material segue para perícia. O MPPE informou que a investigação continua para calcular o valor total desviado e identificar se há outros envolvidos na fraude.
O g1 procurou o Cartório Único de Verdejante para obter posicionamento, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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Do Blog do Torcedor – Jornal do Commercio
O ex-jogador e campeão mundial Ricardo Rocha revelou, em entrevista concedida a Raldney Alves, do Escrete de Ouro (Rádio Jornal), que mantém conversas com o presidente Bruno Rodrigues e representantes da SAF para assumir o papel de embaixador do Santa Cruz. A declaração foi dada durante visita às instalações do Sistema Jornal do Commercio (SJCC), na última sexta-feira (12).
Segundo Ricardo, a ideia é aproveitar sua experiência internacional e seus contatos no futebol para contribuir institucionalmente, tanto no Brasil quanto no exterior. “Conversei com o presidente, e existe, sim, esse interesse. O que eu puder fazer pelo Santa Cruz, eu vou fazer. Essa torcida merece respeito. Se eu assumir esse papel, será para ajudar de verdade”, afirmou o ex-zagueiro, ressaltando seu carinho pelo clube e a identificação com a torcida coral.
Leia mais“SAF séria”
Entre outros assuntos, Ricardo comentou sua visão sobre o cenário da SAF do Santa Cruz e o modelo de SAFs no Brasil. Segundo ele, o grupo que está próximo de finalizar a compra de 90% do futebol coral é uma “SAF séria”, com projeto consistente.
Ricardo também destacou o Bahia como o melhor exemplo atual de gestão nesse formato, citando a quitação de dívidas, o fortalecimento do elenco e o projeto de criação do Centro de Treinamento, que prevê mais de R$ 300 milhões em investimentos. Ele mencionou ainda casos como Botafogo e Cruzeiro, reforçando que o sucesso de uma SAF depende de continuidade, planejamento e estabilidade.
Ao falar especificamente sobre o Santa Cruz, Ricardo elogiou o trabalho de Bruno Rodrigues à frente do clube, chamando-o de “herói” pela reconstrução conduzida nos últimos anos. De acordo com ele, o processo de SAF exige paciência, responsabilidade e expectativas alinhadas com a realidade, evitando projeções irreais por parte da torcida.
Situação da SAF do Santa Cruz
A implementação da SAF do Santa Cruz está em processo avançado e já foi aprovada na Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Agora, o Conselho deverá aprovar e ratificar a operação do contrato da SAF em uma reunião.
Após a ratificação pelo Conselho, o Santa Cruz tem mais cinco dias para protocolar no processo de Recuperação Judicial o plano atualizado. Este plano deve detalhar a estrutura da SAF, o plano de pagamento aos credores, e a nova configuração de gestão e investimentos.
A etapa final envolve a abertura jurídica da SAF, o registro de contratos, a definição dos novos conselhos e a transferência de ativos. Somente após a conclusão desses trâmites é que a operação começa de fato e os aportes podem ser iniciados oficialmente.
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Por Anthony Santana, Raoni Nunes e Betânia Santana
Do Blog da Folha
Em entrevista exclusiva concedida à Folha de Pernambuco, o prefeito do Recife, João Campos (PSB) falou sobre os principais assuntos que envolveram sua gestão no Recife no ano de 2025, sua visão sobre a polarização que continua dividindo o país e sobre o futuro próximo da política de Pernambuco. Confira abaixo os principais pontos abordados pelo gestor:
Discordância
“Vejo que a forma e o conteúdo são equivocados. Tivemos a votação de um projeto que beneficia diretamente Fernandinho Beira-Mar, Marcola, chefes do Comando Vermelho, do PCC. Como é que se aprova isso na Câmara para beneficiar líder de facção? Não tenho como concordar com isso. Outro ponto, um ex-presidente é preso, o filho dele é lançado candidato a presidente e, de três horas da manhã na mesma semana, o projeto (de dosimetria das penas dos réus do 8 de Janeiro) é aprovado na Câmara de Deputados. Então, discordo do conteúdo e da forma. É um ambiente em que está se perdendo a liturgia, o respeito às pessoas, à divergência, ao contraditório. Uma boa divergência política é algo bom. Ruim é ter um ambiente de desrespeito generalizado, e a sensação que eu tenho é que isso está acontecendo de maneira muito intensa no parlamento, onde as questões não são mais debatidas, tudo vira briga. Isso é a antítese do que eu acredito por política.”
Apoio
“É muito bom você ter Lula presidente enquanto você governa uma cidade ou um estado. Ele é um cara generoso. Você não teve por parte da governadora, uma declaração de voto ou de apoio a ele, por exemplo, na eleição passada, contra (o ex-presidente Jair) Bolsonaro. E ele ajuda como ninguém o estado. E é bom que ele ajude, porque isso é bom para o povo.”
Dois Palanques
“Não estou pensando numa conveniência eleitoral, numa foto, num movimento desse tipo (com Lula). Eu respeito quem tem lado, quem tem posição. Na reeleição, muita gente que não vota em Lula votou em mim. E isso nunca foi uma preocupação para mim, porque tenho convicção de que as pessoas respeitam quem tem posição. Tive, tenho e terei posição, estarei ao lado do presidente Lula.”
Eleição
“Eleição é uma palavra que não está no meu vocabulário de agenda pública. Não está no meu discurso, eu não falo de eleição. Estou exercendo o mandato, trabalhando, 90% do meu tempo é aqui, trabalhando como prefeito.”
Vice-prefeito
“Victor (Marques) está preparado para assumir qualquer função pública porque ele tem muito compromisso com tudo que faz, tem capacidade política, sabe entregar resultados, cobrar às pessoas, ouvir as pessoas, ir para as ruas, tem empatia com as pessoas. Acho que ele é um cara extremamente preparado.”
Ritmo
“A sensação que eu tenho é que sigo acelerado o tempo inteiro. Não é aquela história de estar chegando a eleição, se movimenta e aparece. Trabalho todo dia, ando, entrego. É um governo que não oscila de ritmo, anda acelerado. A gente está sempre rápido, andando, se mexendo, fazendo, entregando. Isso faz toda a diferença. Por isso que não é aquela coisa de acelera, freia, chega eleição, volta, aparece. Estou o tempo todo fazendo. Se tem gente que acha que eu não estou fazendo nada, diminuí o ritmo, é porque não está acompanhando.”
Senado
“Normalmente, as candidaturas majoritárias são construídas não por um desejo individual. Você precisa ter uma plataforma. Primeiro, você tem que ser claro com as pessoas no que você quer fazer. E, segundo, a definição política mesmo dos partidos. Raramente tem uma decisão individual do que fazer. É uma construção que fica clara e que tem um caminho a ser seguido, priorizando quem é que tem o projeto, a força, o resultado, o partido, o trânsito com as demais pessoas. É muito melhor você poder estar em um time que tenha grandes jogadores e jogadoras para poder entrar em campo.”
Arco
“Se meu pai estivesse vivo, o Arco (Metropolitano) já estava 100% pronto. Trechos Norte e Sul. Não tenho nenhuma dúvida disso porque essa é a escola que eu vi, que eu aprendi, que eu vi ele fazendo, eu vi ele discutindo isso. No meio disso, se teve um momento institucional muito ruim até a decisão de fazer um trecho específico dele. O outro trecho o governo federal vai fazer. Então, não se está mirando dois trechos. Está se mirando um trecho porque o outro é competência do Ministério dos Transportes. A sensação que tenho é de que os ciclos de oscilação e instabilidade política nacional, mudança de governo e desafios do projeto fizeram com que as contribuições fossem dadas, projeto feito, licença, tudo.”
Institucional
“Praticamente tudo da cidade roda de uma forma muito autônoma. Naturalmente, a minha orientação a toda a minha equipe é: façam tudo pensando no povo, tenham a melhor relação institucional possível (com o governo do estado), tratem bem as pessoas, não entrem em briga pequena, que isso não vale a pena. As pessoas não votam na gente para a gente estar perseguindo, olhando pelo retrovisor, indo atrás. Não fico falando mal das pessoas, não fico terceirizando culpa, não fico pondo dificuldade. Simplesmente, vou lá e faço.”
Legislativo
“Acredito que quem governa tem que fazer o dever de casa de buscar harmonizar os Poderes. Sempre vai ter motivo para você querer brigar, enfrentar alguém, mas tudo na vida é escolha. Eu podia escolher, ficar brigando com meus adversários, perseguindo, enfrentando, tentando peitar, fazer um enfrentamento político. Vou cuidar bem, ajudar a minha turma e tentar que ela cresça, que tenha mais gente. Tem que pegar a sua energia política e botar para a briga certa.”
Caminho
“Não gasto meu tempo atrapalhando o caminho dos outros. Gasto cuidando do meu caminho, que é o caminho do Recife.”
Ponte Giratória
“(A Ponte Giratória) vai ser inaugurada ainda este ano. A gente tinha a previsão de entrega em março do ano que vem, mas antecipou para fazer a inauguração este ano. A expectativa é, talvez, fazer a inauguração no dia do Natal. É bom explicar para as pessoas que, se a gente não tivesse feito essa obra, a ponte poderia ter caído. Durante a execução dessa obra foi descoberto um novo problema que não tinha como saber se não quebrasse a ponte. Foi identificado que isso foi um erro construtivo da década de 1970. Então, precisou fazer um novo projeto e contratar uma nova obra para esse problema. E isso fez com que, em vez de ser uma obra, fossem duas para requalificar a ponte, e o prazo fosse maior.”
Politização
“A gente não está aqui para tomar uma decisão fácil, está aqui para tomar a decisão certa. O que não dá é a ponte cair. Fechamos a ponte por determinação do projetista. É bom explicar isso porque muita gente quer politizar um debate sobre um cálculo estrutural de uma ponte. Com todo respeito a todo mundo, quem tem que dizer o que é para ser feito numa ponte é um engenheiro calculista estrutural de ponte. Ponto.”
Guarda armada
“No primeiro semestre do ano que vem já vamos estar armando o primeiro grupo (de guardas municipais). E, nesse começo, a expectativa é que no Centro tenha a guarda armada, na Zona Sul do Recife também. Além de outros pontos específicos.”
Parques
“A concessão dos parques desonerou o município em R$ 10 milhões por ano. Se você pegar em 10 anos, são R$ 100 milhões. Em 20 anos, R$ 200 milhões. E, fora isso, tem um plano de investimento que o concessionário tem que fazer. E tudo o que é gratuito permanece gratuito. A gente não está vendendo o parque. O parque tem um administrador privado, mas ele é público. É um patrimônio do município e das pessoas do município.”
Concessões
“São dez prédios na operação que a gente está propondo da Guararapes. Quantos desses prédios são da prefeitura? Nenhum. É o contrário, a gente está comprando. Vai desapropriar do privado, passar a ser da prefeitura, para, sendo da prefeitura, você poder fazer moradia do Minha Casa Minha Vida. Como é que isso é você vender o Centro? Agora, a gente podia ficar de mão cruzada e dizer: ‘Os imóveis da Avenida Guararapes são privados, nenhum imóvel é da Prefeitura do Recife, eu vou esperar que eles façam alguma coisa’. Pronto. A gente botava um banco, ficava sentado e ficava vendo o imóvel. Não ia acontecer nada. Então, temos que ter a capacidade de fazer uma coisa nova. E para fazer uma coisa nova, a gente tem que estudar.”
Críticas
“É muito mais fácil você ir para uma rede social e dizer: ‘Está vendendo o Centro’. Quantas pessoas leram o projeto? A gente abriu consulta pública. Por que vocês não colaboraram na consulta pública? sugerindo na consulta o que é que tinha que fazer? Ou então pode dar uma outra alternativa. O que eu quero é resolver. Agora não é um problema fácil. E eu também não estou aqui para fazer o que sempre foi feito. Eu estou para fazer coisas novas, para inovar, para ser ousado e para ouvir as pessoas”.
Investimentos
“Mais de 70% do que a gente investe está na periferia da cidade. A maior parte do investimento está na infraestrutura. Tem quatro grandes áreas: assistência, saúde, educação e infraestrutura. Essas quatro áreas têm um grande volume de investimento da prefeitura. A gente deve ter algo em torno de R$ 800 milhões de investimento no ano que vem. A gente saiu de um ciclo de R$ 300 milhões de investimento, que era o que tinha, para um ciclo perto de R$ 1 bilhão. Por isso que tem um volume tão grande de obra. Mais de 5 mil obras em área de morro, 16 mil famílias foram retiradas da situação de insegurança no morro. Nunca se investiu tanto na cidade. Não existe nenhum ciclo histórico de tanto investimento na cidade como nós fizemos, majoritariamente na periferia da cidade.”
Creches
“Como você consegue fazer a cidade sair de 6,5 mil para as 16,5 mil vagas de creches que temos hoje? São 10 mil vagas a mais. Em fevereiro, 18 mil vagas. Até o meio do ano que vem, a gente bate mais de 12 mil vagas criadas. Como é que a gente conseguiu fazer isso? Investindo. A gente chegou a ter 200 obras simultâneas na Secretaria de Educação. A gente fez 400 salas de aula novas de creche. Isso faz com que as pessoas vejam. Chegue na ponta. Não é eu prometer que vou fazer: vai lá e está feito, entregue, funcionando. Por isso que as pessoas percebem. Eu não fico falando aos quatro cantos porque as pessoas veem. O que é verdade não precisa convencer.”
Contas
“A gente está dentro de todos os limites do que a lei permite em capacidade de endividamento, de pagamento, de liquidez. Conseguimos fazer o dever de casa de equilibrar as contas, aumentar a capacidade de crédito, pegar o crédito, fazer projetos e executar as obras. Isso é o que faz toda a diferença. Não falta gente na política para prometer e dizer que vai fazer e a coisa não acontece. A gente conseguiu fazer funcionar e o dinheiro público chegar na ponta.”
Entrega
“Eu não vim aqui para ficar usando a prefeitura para ter uma infinidade de operação de crédito, não executar, ter um caixa imenso e as pessoas não verem os investimentos. É a mesma coisa de você ver um banco. A prefeitura é uma prestadora de serviço para o povo. E a gente está prestando um serviço público, entregando obra.”
Por AFP
Pelo menos 11 pessoas morreram em um ataque a tiros neste domingo (14) na praia de Bondi, uma das mais populares da Austrália, localizada em Sydney, informou a polícia, que anunciou a presença de dois supostos agressores.
Outras pessoas ficaram feridas e foram levadas para diversos hospitais, informou a polícia de Nova Gales do Sul. Um dos suspeitos do ataque morreu e o segundo está em estado crítico, segundo a polícia.
Leia mais“Ouvimos os tiros. Foi chocante; parecia que foram dez minutos de ‘bang, bang, bang’. Parecia uma arma potente”, disse à AFP Camilo Díaz, um estudante chileno de 25 anos que estava no local.
Um evento chamado “Chanukah by the Sea” estava programado para este domingo na praia para celebrar o feriado judaico do Hanukkah. Os serviços de emergência receberam as primeiras ligações por volta das 18h45 (4h45 no horário de Brasília), segundo a polícia.
“Diversos objetos suspeitos encontrados nas proximidades estão sendo examinados por agentes especializados e uma zona de isolamento foi estabelecida”, disse a polícia em um comunicado.
A colina que leva à praia de Bondi, no leste de Sydney, um local popular entre banhistas e turistas especialmente nos finais de semana, estava repleta de pertences abandonados por pessoas que fugiram, incluindo um carrinho de bebê, relatou um jornalista da AFP no local.
“Houve um ataque a tiros, dois agressores vestidos de preto com fuzis semiautomáticos”, disse o turista britânico Timothy Brant-Coles à AFP. Outra testemunha, Harry Wilson, um morador local de 30 anos, disse ao Sydney Morning Herald que viu “pelo menos dez pessoas no chão e sangue por toda parte”.
O presidente israelense, Isaac Herzog, classificou o ataque como “cruel contra judeus” e pediu às autoridades australianas que intensifiquem sua luta contra o antissemitismo.
Da mesma forma, o chefe da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, disse à AFP que o ataque foi “uma tragédia, mas completamente previsível” e denunciou o governo por “não tomar medidas adequadas para proteger a comunidade judaica”. O Conselho Nacional de Imãs da Austrália, uma organização muçulmana, condenou o ataque como “horrível”.
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Por AFP
O Chile definirá neste domingo (14), em segundo turno, quem será o próximo presidente do país. José Antonio Kast, de extrema direita, é o grande favorito, à frente da candidata de esquerda, Jeannette Jara, após uma campanha marcada pelo medo da criminalidade e o aumento da imigração irregular.
Kast, de 59 anos, líder do Partido Republicano, promete combater o crime por meio da detenção e expulsão de quase 340 mil imigrantes sem documentos que vivem no Chile. Se for eleito, ele se tornará o presidente mais à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet em 1990.
Leia maisTodas as pesquisas antecipam sua vitória por ampla margem sobre Jara, uma militante moderada do Partido Comunista de 51 anos, ex-ministra do Trabalho do atual governo de Gabriel Boric, que representa uma coalizão de centro-esquerda alinhada ao governo. Desde 2010, a direita e a esquerda se alternam no poder no Chile a cada eleição.
Jara ficou à frente no primeiro turno, mas Kast e os demais candidatos de direita somaram mais de 50% de apoio com uma proposta em comum: enfrentar a criminalidade e expulsar imigrantes irregulares, a quem culpam pelo aumento dos delitos e do crime organizado.
Embora o Chile seja um dos países mais seguros da região, as atividades criminosas e a violência são a maior preocupação de 63% dos chilenos, segundo uma pesquisa do instituto Ipsos divulgada em outubro.
Os homicídios se estabilizaram nos últimos anos, mas aumentaram 140% em uma década: de uma taxa de 2,5 casos por cada 100.000 habitantes passou para 6 em 2024, segundo o governo. O Ministério Público chileno também relatou 868 sequestros no ano passado, uma alta de 76% em relação a 2021.
Fronteiras
Diante de uma população que exige soluções imediatas, Kast promete deter e deportar todos os imigrantes irregulares — a maioria venezuelanos. Sua proposta de “escudo fronteiriço” inclui erguer um muro na fronteira com a Bolívia, cavar uma trincheira e mobilizar 3.000 militares para conter as entradas.
O candidato de extrema direita, que no passado defendeu o legado de Pinochet, mas afirma ser um democrata, promete combater o crime com mais poder de fogo para a polícia e o envio de militares para áreas críticas.
A forte percepção de insegurança “desempenha um papel muito importante na política, especialmente na política eleitoral. A direita soube instrumentalizar isso para se beneficiar”, afirma Guillaume Long, especialista do Centro de Estudos Econômicos e Políticos, com sede em Washington.
Esta é a terceira vez que Kast, que se opõe ao aborto mesmo em casos de estupro, disputa uma eleição presidencial. Há quatro anos, perdeu o segundo turno para Boric, um ex-líder estudantil que chegou à presidência aos 36 anos com a promessa de mudar a Constituição de Pinochet para garantir maior acesso à saúde e educação depois que mais de um milhão de manifestantes foram às ruas em 2019.
Mas as duas tentativas de reformar a Constituição fracassaram por serem consideradas muito radicais — a primeira vez à esquerda, depois à direita — e a promessa de uma sociedade mais equitativa ficou pela metade.
Onda anticomunista
Jara é advogada e administradora pública. Uma de suas principais promessas é aumentar o salário mínimo para quase US$ 800 (R$ 4.340, na cotação atual), 250 a mais que hoje.
“Os estrangeiros, o crime organizado e todos esses temas são super importantes, mas há coisas além disso”, diz Valentina Valenzuela, uma estudante de serviço social de 20 anos que votará em Jara.
O plano da candidata para a imigração é controlar as entradas pelas passagens clandestinas e realizar um censo daqueles sem documentos para identificar os que têm antecedentes criminais e expulsá-los. “Não há candidatura mais comprometida que a nossa com a segurança: segurança para combater o crime e para chegar ao fim do mês”, indicou.
Como ministra, impulsionou a redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas e uma reforma no sistema de aposentadorias, o que a elevou na política.
Embora tenha tido atritos com a cúpula do Partido Comunista por suas críticas contra Venezuela, Cuba e Nicarágua, sua militância no PC desde os 14 anos dificultou a obtenção de apoios. “Há um fantasma (de anticomunismo) que sempre acompanha qualquer candidatura comunista e, efetivamente, pesou muito para Jara”, diz à AFP o analista Alejandro Olivares, da escola de Governo da Universidade do Chile.
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Por Renata Berenguer*
O sertão não é um só. São muitos. São geografias, culturas e ritmos próprios que o mapa não descreve. Há o sertão do Araripe, onde a distância impõe coragem; o Pajeú, onde a poesia e a advocacia dividem a mesma vocação de resistência; o Sertão Central, marcado pela pecuária, pela agricultura e por uma capacidade permanente de reinvenção; o Sertão do São Francisco, moldado pelo rio que movimenta economias e encontros; e o Moxotó, com sua força histórica e social tão particular. Cada cidade revela uma região que existe, que pulsa e que precisa ser ouvida.
Nas últimas semanas, percorri milhares de quilômetros para levar a Ouvidoria da OAB Pernambuco até quem mais precisa ser escutado: a advocacia que sustenta a cidadania no interior do Estado. Em cada cidade, uma realidade distinta. Em algumas, a redução populacional e econômica; em outras, crescimento acelerado. No velho sertão, a seca. No novo, tanques de tilápia, painéis de energia solar, aerogeradores e plantações de coco. Existem quilombos, aldeias indígenas, oásis improváveis e, sobretudo, uma força humana que impressiona.
Leia maisA advocacia sertaneja é, por necessidade, generalista. Lida com múltiplas áreas do Direito porque a especialização ainda é um luxo distante. Enfrenta longas distâncias até fóruns que não são centralizados. Trabalha sem delegacia especializada, sem IML em cidades que convivem com conflitos graves, sem estrutura compatível com a complexidade da vida real. E, mesmo assim, entrega muito: presença, coragem, compromisso e a justiça possível.
Voltar ao sertão também tem um significado íntimo. Foi em Araripina, há quase dez anos, que realizei minha primeira palestra, diante de uma plateia de mais de 400 pessoas que aguardava a caravana da OAB ao cair da noite. Ali compreendi, pela primeira vez, o tamanho do papel da OAB e o quanto servir transforma. De lá para cá, essa certeza só cresceu.
O projeto Ouvidoria Até Você nasceu da convicção de que as instituições amadurecem quando escutam. Escutar é compreender os desafios de cada comarca, cada fórum, cada corredor apertado onde a advocacia luta diariamente para garantir direitos. Escutar é reconhecer que Pernambuco tem muitos sertões, físicos, sociais e simbólicos, e que todos merecem atenção.
O sertão me ensinou que ouvir é mais do que um gesto de gentileza. É fundamento de justiça. Só julga bem quem conhece as distâncias, os silêncios, as urgências e os sonhos de quem vive longe da capital. E é na estrada, entre poeira e horizontes largos, que a gente entende que servir é, antes de tudo, um ato de presença.
*Advogada, professora, conselheira federal da OAB (2022/2025), ouvidora-geral e conselheira da OAB/PE, secretária-geral da Comissão Nacional de Direitos Sociais, mestre em Economia e Gestão Empresarial, especialista em Compliance, Privacidade e Proteção de Dados, dir. e proc. do Trabalho.
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Em plena era das canções de gosto duvidoso, que fazem a cabeça das novas gerações, tratar nesta crônica do romantismo contagiante das serenatas soa como uma provocação. Mas as serestas, ou serenatas, estão de volta, por incrível que pareça, depois de um longo período adormecidas. Em Pernambuco, o grito de renascimento, a ousadia, vem de Santa Maria da Boa Vista, a 605 km do Recife, modelo para outras cidades.
Ali, o cenário próprio e inerente para uma seresta, com ambientes que reportam ao romantismo europeu, de onde surgiram as serenatas, encanta e seduz. Se passa em casarões e prédios mais que centenários, beirando o Rio São Francisco, com a luz exuberante da lua cheia estendida sobre as águas do Velho Chico, o chamado Rio da Integração Nacional.
Leia maisSerenatas prescindem da natureza romântica. Em Floresta, que se inspirou em Santa Maria da Boa Vista, os seresteiros saem tocando e cantando num verdadeiro arrastão, de cores e luz, em torno do seu belo sítio histórico, que enche os olhos de qualquer coração com um mínimo de dosagem tocada pelo romantismo. É lindo de se ver. Fui lá no seu primeiro ano, com minha Nayla, a convite da prefeita Rorró Maniçoba e do seu esposo Gatão, boêmio por natureza, cantor e tocador de violão.
Fiquei emocionado ao longo de todo o percurso. Relembrei os saudosos tempos de boemia. O encanto das serenatas reside na sua atmosfera romântica e tradicional, sendo uma performance musical noturna ao ar livre, com músicos cantando e tocando instrumentos (como violão) sob a janela da pessoa amada para cortejá-la ou homenageá-la, evocando nostalgia e emoção com melodias suaves, sendo um ato cultural que une o passado com a celebração do amor e da amizade.

Se Santa Maria e Floresta se descortinam, literalmente, para o abraço ao romantismo, imagina se minha Triunfo, com o ambiente mais propício e charmoso para declarações de amor, com seus casarões coloniais, ficaria de fora. Já fez o seu festival com esplendor. Chorei de emoção com aqueles homens de chapéu branco e gravatas borboletas rondando o cine-teatro, margeando o açude, parando em casarões centenários.
No Brasil, a origem das serenatas se deu em 1717, quando o viajante francês Le Gentil de La Barbinais a trouxe consigo, mas a sua história aparece nos livros desde 1505. Segundo o saudoso Câmara Cascudo, a seresta é a mistura do canto com a música instrumental, executados ao sereno, ao ar livre, diante da casa da amada. A serenata não foi inventada por uma única pessoa. Retrata um costume que evoluiu ao longo de muitos séculos, originando-se na Europa medieval.
Tratava-se de um evento lítero-musical em que um amante dedicava versos e músicas à pessoa amada, geralmente durante a noite e ao ar livre. Entre os exemplos mais famosos da serenata do século XVIII estão os de Mozart, cujas serenatas contêm uma multiplicidade de movimentos que vão de quatro a dez. Suas serenatas eram muitas vezes peças puramente instrumentais, escritas para ocasiões especiais, como as encomendadas para cerimônias de casamento.
As famosas serenatas de Mozart incluem Haffner, a Serenata notturna, e um de seus mais famosos trabalhos, Eine Kleine Nachtmusik. Acredita-se que as raízes da serenata remontam aos trovadores dos séculos XII a XIV, que usavam música e poesia para expressar emoções, muitas vezes sobre amores impossíveis. A prática floresceu durante esses períodos na Europa.
Compositores de música clássica, como Franz Schubert, fizeram peças instrumentais e vocais chamadas “Serenata” (ou Serenade em alemão), que se tornaram obras famosas. No Brasil, o costume foi trazido pelos colonizadores portugueses durante o período colonial. Grupos de músicos, conhecidos como seresteiros, cantavam e tocavam instrumentos de corda, como violão e cavaquinho, sob as janelas das pretendidas, à luz da lua, um costume boêmio que se tornou uma tradição cultural, especialmente em cidades históricas como Conservatória, no Rio de Janeiro.
Há muitos clássicos tocados em serenatas, entre elas a canção brasileira “Serenata”, composta por Silvio Caldas em parceria com Orestes Barbosa. Também uma famosa peça clássica intitulada “Serenata”, composta por Franz Schubert em 1826. Já o bombom Serenata de Amor foi criado por Henrique Maia Freund, fundador da empresa Garoto, em 1949.
Neste embalo saudosista do romantismo, Arcoverde, chão das minhas tertúlias (por causa da minha Nayla), está se preparando para o seu festival de serestas. Acontece na próxima sexta-feira, iniciativa do presidente da Câmara de Vereadores, Luciano Pacheco. Minha nova pátria ganha um banho de branco pelas suas ruas. Seu coreto, na Praça da Bandeira, nasceu para uma seresta ao amor da sua vida, o destino estava traçado pelo Cardeal Arcoverde.
O romantismo das serestas, se convença, toca no âmago do coração. É uma flecha de cupido acertando direção, entre a emoção e o medo, fogo que queima a alma e enche o espírito de contentamento. Do coreto, a moça da janela reaparecerá, embriagada pelas canções.
Serenata é assim, com a donzela sonhando acordada o sonho alado. As serestas, serenatas ou cantigas para a vida são lenitivos para os amantes na inocência. Penetram em corações de pedras duras.
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Por Breno Pires, João Batista Jr e Arthur Guimarães
Da Revista Piauí
O Amapá celebrou os últimos dias de 2024 com uma programação que incluiu shows de astros da música como João Gomes, Alceu Valença, Pablo do Arrocha, Alok e a maior estrela, Roberto Carlos. Em um texto de divulgação, o governo do Estado celebrou o próprio governador, Clécio Luís, do Solidariedade, e o senador Davi Alcolumbre (União-AP). Dizia: “O trabalho sério e com responsabilidade de divulgação do Amapá feito pelo governador Clécio, com apoio do senador Davi, vem chamando a atenção da iniciativa privada e garantindo investidores para os eventos”. Não há detalhes de como o parlamentar, que não tem nenhum cargo no governo do Amapá, participou dos preparativos.
Uma versão muito menos congratulatória está detalhada em uma proposta de colaboração premiada apresentada à Procuradoria-Geral da República. Os candidatos a delator são dois investigados em fraudes bilionárias no setor de combustíveis: o empresário Roberto Leme — conhecido como Beto Louco, controlador da Copape, fabricante de gasolina — e seu sócio Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”. A dupla propõe revelar como abasteceu boa parte do panteão do Congresso Nacional com dezenas de milhões de reais em troca de influência, entre 2021 e 2025, com destaque para Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e Antonio Rueda, presidente do União Brasil.
Leia maisNo episódio dos shows em Macapá, Beto Louco conta que desembolsou 2,5 milhões de reais, a pedido de Davi Alcolumbre, para bancar o show de Roberto Carlos. A piauí apurou que a proposta de delação diz que a tratativa foi realizada no dia 20 de dezembro de 2024, em reunião presencial no gabinete do senador, em Brasília. O dinheiro, afirma a proposta de delação, era a forma encontrada por Beto Louco para tentar reverter uma decisão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que havia proibido a Copape de produzir combustível, sua principal atividade. O empresário reclamou que o fechamento fora resultado de “perseguição regulatória” e pediu ajuda.
Na conversa, Beto Louco lembrou que o senador tinha meios de pressionar por uma reversão. Afinal, naquele mês de dezembro, o governo Lula havia indicado dois nomes para integrar a diretoria da ANP. E os nomes seriam submetidos a uma sabatina no Senado, momento em que Alcolumbre podia exercer sua influência.
De acordo com o relato entregue à PGR, Alcolumbre sinalizou disposição para ajudar. Em dado momento da reunião, ainda segundo o documento, o senador mudou de assunto e contou que ele próprio estava com um problemão de outra natureza. Com a desistência de um patrocinador, estava faltando dinheiro bancar os custos do show de Roberto Carlos, já anunciado pela prefeitura de Macapá. Faltavam precisamente 2,5 milhões de reais.
Segundo a proposta de delação, Beto Louco concordou em pagar o valor, e o senador pediu que a transferência fosse feita por intermédio de um contato chamado “Cleverson”.
Segundo os documentos apresentados à PGR, o intermediário enviou os dados de duas contas bancárias para o depósito de duas parcelas, cada uma no valor de 1,25 milhão. Uma conta era da CINQ Capital Instituição de Pagamentos, no Banco do Brasil. A outra era da QIX Transportes Logística Ltda, na Sicredi.
Conforme o combinado, as duas transferências foram realizadas por uma empresa da dupla na véspera do show do Rei, que aconteceu no dia 28 de dezembro. A piauí teve acesso ao número de contato de “Cleverson”. O DDD é do Ceará e o dono do número chama-se Kleryston Pontes Silveira, um empresário do ramo musical de Fortaleza, que trabalha para nomes como Xand Avião, Zé Vaqueiro, Nattan e Mari Fernandez. Roberto Carlos não está entre seus agenciados.
Ainda segundo o material de posse da PGR, Beto Louco ligou para Alcolumbre para avisar que os depósitos haviam sido feitos. A ligação estava falhando, mas logo o senador respondeu com uma mensagem: “Tamo junto sempre!”. Em seguida, o senador emendou uma outra mensagem com o desenho de um gesto de prece seguido de um “Muito obrigado!”.
Procurado pela piauí, Alcolumbre respondeu por meio de sua assessoria que “não mantém relação comercial ou empresarial com os citados”. Sua nota diz o seguinte:
“As empresas mencionadas [refere-se à QINC e à QIX] nunca patrocinaram o Réveillon do Amapá nem qualquer evento articulado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O senador não mantém relação comercial ou empresarial com os citados.
É fato público que o presidente Davi sempre buscou, de forma institucional, correta e transparente, apoio de empresas para iniciativas que fortalecem a cultura e geram empregos no Amapá — como a Expofeira, o Carnaval e o Réveillon. Em 2024, o senador solicitou a várias empresas e instituições apoio para fomentar o evento, entre elas a Febraban e o Banco do Brasil.
Como senador do Amapá, Davi Alcolumbre atua diariamente em todas as pautas estratégicas para o estado. Recebe dezenas de pessoas por dia em seus compromissos, sempre dentro da legalidade, e continuará fazendo isso porque o desenvolvimento do Amapá é a sua bandeira.
O presidente do Senado repudia de forma categórica qualquer tentativa de associá-lo a atos ilícitos, denuncia a distorção dos fatos e reafirma seu compromisso inegociável com a lei e com a verdade.”
A nota deixou sem resposta parte das perguntas enviadas pela piauí. O senador não confirmou nem negou que houve uma reunião em seu gabinete no dia 20 de dezembro de 2024. Tampouco informa se o senador solicitou ou não apoio financeiro aos dois empresários sob investigação. Não respondeu se conhece os empresários, nem as circunstâncias que os conheceu. Não fala sobre “Cleverson”, nem sobre Kleryston Pontes Silveira. Por fim, nada disse sobre as mensagens “Tamo junto sempre!” e “Muito obrigado!”.
A defesa de Beto Louco e de Mohamad Mourad afirma que “não se manifestará a respeito da existência ou não de quaisquer tratativas de acordo, sobretudo porque, se existirem, devem tramitar sob o mais absoluto sigilo”. Na mesma resposta, nega as suspeitas de investigadores de que os dois empresários têm ligação com o PCC. Os advogados dos empresários nas negociações com a PGR são diferentes dos advogados que representam eles nas ações penais.
Procurado pela piauí, o empresário Kleryston Pontes Silveira diz que conhece o senador Alcolumbre apenas de forma profissional: “Dos eventos que meus artistas já fizeram no Amapá.” Sobre o show de Roberto Carlos, ele nega ter tido qualquer ingerência. Indagado se conversou com Beto Louco e se encaminhou a ele seus dados bancários, conforme consta em documentos enviados à PGR, ele não respondeu. No festival de Réveillon de 2026, o cantor Nattan, agenciado por ele, está confirmado para cantar em Macapá.
Os dois nomes indicados pelo governo para integrar a ANP foram sabatinados e confirmados: Artur Watt Neto, indicado pelo senador Otto Alencar, do PSD-BA, e Pietro Mendes, indicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do PSD-MG.
De acordo com a proposta de delação de Beto Louco, o escambo entre favores e propinas em Brasília tornou-se mais frequente em 2024, principalmente depois do fim de julho, quando a ANP proibiu a Copape de atuar na produção de combustível. Para tentar reverter a decisão da ANP, Beto Louco e Mohamad Mourad passaram a fazer viagens à capital federal, acionando contatos antigos e novos. Em troca, eles afirmam ter bancado demandas pessoais e despesas de autoridades do Congresso. Gastaram, por exemplo, 150 mil reais em canetas de Mounjaro, medicamento para controle de diabetes e perda de peso, entregues a Alcolumbre dias depois da decisão da ANP, conforme revelou o portal UOL.
Eles também afirmam que, ao longo de quatro anos, repassaram dezenas de milhões de reais a políticos em troca de interferências diversas em benefício de seus negócios. Na proposta de delação, segundo a piauí apurou, eles dizem que uma parte dos pagamentos se deu em dinheiro vivo, retirado em um escritório em São Paulo, onde intermediários de senadores, deputados e dirigentes partidários apareciam para buscar malas de dinheiro. Outra parte saiu por meio de empresas ligadas ao Copape (Antonio Rueda não respondeu às perguntas enviadas pela piauí).
Beto Louco e Mohamad Mourad procuraram o Ministério Público Federal em setembro, depois que viraram alvos de duas ruidosas investigações criminais do país — a Operação Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo, e a Operação Tank, da Polícia Federal no Paraná, ambas deflagradas no mesmo dia 28 de agosto de 2025. As investigações desmantelaram esquemas de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro envolvendo escritórios e fundos da Faria Lima, o centro financeiro de São Paulo e do país. A dupla fugiu do país na véspera das operações policiais. A fuga aconteceu exatamente oito meses depois dos festejos em Macapá.
Semanas depois, a proposta de colaboração premiada foi rejeitada pela PGR. Procurada pela piauí, a procuradoria disse que “não comenta eventuais discussões ou confirma a existência de tratativas”, em razão do sigilo imposto pela lei que trata de colaborações premiadas. Em conversas reservadas, interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contam que o material entregue pela Copape não apresentou “materialidade suficiente”.
As delações viraram mania nacional durante a Lava Jato e, desde então, exibiram tanto suas qualidades como seus defeitos. A qualidade fundamental é que um delator – sempre um envolvido diretamente no esquema que denuncia – é uma das formas mais eficientes para se obter informações internas de uma organização criminosa. O defeito é que, em busca dos benefícios da delação, nem sempre o denunciante conta a verdade, ou conta tudo. Para isso, no entanto, existe a investigação policial, cujo objetivo é exatamente comprovar (ou não) os crimes denunciados pelo delator.
Há outro problema que, no entanto, não é inerente às delações. Trata-se da divulgação do conteúdo de uma delação como se fosse expressão da verdade. E há casos em que, depois de submetida ao crivo das autoridades, a delação não se mostra tão comprometedora quanto parecia à primeira vista. Ou seja: crimes são denunciados, criam um ambiente de punitivismo generalizado e, depois, não são comprovados. Ou pior: comprova-se que o delator exagerou na denúncia. Neste sentido, o cuidado da PGR em aceitar a delação de Beto Louco é bem-vindo. Será uma lástima, porém, se a delação for rejeitada mesmo tendo elementos consistentes e passíveis de apuração.
Depois da rejeição da proposta de delação pela PGR, Beto Louco e Mohamad Mourad enviaram informações complementares à sugestão inicial, e ainda aguardam uma nova análise da procuradoria. Cabe ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se quer investigar o que os empresários estão dispostos a revelar, em meio à forte pressão política para abafar o caso.
Gonet foi indicado pelo presidente Lula para um segundo mandato como procurador-geral, no dia 27 de agosto, um dia antes da deflagração das operações Carbono Oculto e Tank. Alcolumbre segurou a sabatina e a votação para validar o nome de Gonet no Senado até o dia 12 de novembro, quando, de acordo com as informações obtidas pela piauí, a PGR já havia rejeitado a primeira proposta de colaboração premiada que o tinha como alvo. A aprovação do nome de Gonet foi a mais apertada desde a redemocratização, com placar de 26 votos contrários e 45 favoráveis, apenas quatro a mais que o necessário (o mínimo são 41).
A proposta de delação surge num contexto institucional delicado. Cabe ao presidente do Senado — hoje, Davi Alcolumbre — decidir sobre a admissibilidade de pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal, algo que Alcolumbre sempre se recusou a fazer. O tema ganhou nova tensão dias atrás, quando o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar restringindo à PGR a legitimidade para apresentar pedidos desse tipo, sob o argumento de evitar o uso político do instrumento. A decisão veio no momento em que diferentes operações — Carbono Oculto, Refit e a investigação sobre o Banco Master — colocaram integrantes da cúpula do Congresso sob pressão, além das investigações sobre emendas parlamentares. Não há indicação de relação direta entre esses episódios, mas o acúmulo de frentes sensíveis coincide com a cautela na PGR sobre a delação de Beto Louco e Mohamad Primo.
A lei não obriga o Ministério Público a aceitar qualquer colaboração. O órgão pode recusar acordos considerados irrelevantes, frágeis ou repetitivos. Nos últimos anos, o STF endureceu a fiscalização sobre delações “vazias” e benefícios excessivos.
Procurado pela piauí, o governo do Estado diz que “o Réveillon do Amapá foi realizado pelo Instituto Acender [Iseap] e contou com patrocínio da Cervejaria Império, do Banco do Brasil e da Febraban, além do apoio do Sesc (Fecomércio/Senac) e do Ministério do Turismo. Os patrocinadores foram responsáveis pela contratação, negociação e pagamento dos cachês dos artistas”.
A resposta reforça que os cachês de artistas não estão contemplados nos 3,46 milhões de reais do orçamento do evento (cerca de metade dos cofres estaduais e a outra de emendas parlamentares). O governo do Estado não informou o valor total dos pagamentos dos artistas, quais foram os pagantes e quem cuidou das contratações.
Os shows de João Gomes e Alok costumam custar na casa de 1 milhão de reais cada (fora os custos indiretos de estrutura). O de Roberto Carlos varia entre entre 1,5 e 2 milhões de reais.
Procurado, o empresário do Rei informou desconhecer que Davi Alcolumbre tenha intermediado o pagamento de cachês e alegou que, por razões contratuais, não iria informar o valor cobrado para a realização do show em Macapá.
Em sua nota à piauí, o governo defende que o “Réveillon 2025 movimentou 211 milhões de reais na economia local, com a atração de 32 mil turistas, sendo 13.959 viajantes internacionais. A ocupação da rede hoteleira no período foi de 97%”.
O mesmo comunicado oficial saiu em defesa de Alcolumbre. “O senador Davi Alcolumbre é um dos principais promotores do desenvolvimento do Estado e, de forma contínua, um dos incentivadores dos eventos que integram o calendário turístico do Amapá, por meio de apoio institucional”, afirma, em resposta ao que dizem Beto Louco e Mourad, que consideram as alegadas trocas de favores e milhões coisas muito grandes para esquecer.
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O deputado estadual Antônio Moraes (PP) foi agraciado hoje (13) com o título de cidadão do município de Exu, concedido a partir de projeto do vereador Roberto Bento. Fã declarado do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o deputado recebeu a homenagem durante as comemorações dos 113 anos de nascimento do artista.
O deputado destinou diversas emendas ao Parque Asa Branca, museu dedicado à história de Luiz Gonzaga. Neste ano, os recursos viabilizaram a pavimentação do estacionamento do memorial. Moraes também é autor da lei, aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa, que inscreveu o nome do artista no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco. “Luiz Gonzaga é o que a gente pode chamar de embaixador nordestino no Brasil e no mundo. É tão importante que, mesmo depois de morto, cada vez mais a música dele se mostra mais viva. Basta vir aqui em Exu para sentir o clima de festa”, afirmou Moraes.
Pela manhã, o deputado participou de solenidade de hasteamento da bandeira de Pernambuco e da apresentação de vários sanfoneiros e grupos de forró que foram prestar homenagem ao maior ídolo da música popular nordestina. À noite, shows estão previstos para homenagear o Rei do Baião, como Alcymar Monteiro, Dorgival Dantas, Mastruz com Leite, Waldonys e João Gomes. Neste domingo (14), Antônio Moraes também participa da tradicional missa em homenagem a Gonzagão, sempre realizada sob o pé de juazeiro no Parque Asa Branca.
Do portal Metrópoles
O famoso e abandonado Torre Palace Hotel, que fica no Setor Hoteleiro Norte, será implodido, cerca de 12 anos após fechar as portas. A informação foi confirmada ao Metrópoles pela vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP).
De acordo com a progressista, a implosão deve ocorrer em 21 de dezembro, último domingo antes do Natal. O espaço, que está fechado desde 2013, foi comprado por um grupo do ramo hoteleiro e dará lugar a um novo empreendimento, que ainda não teve detalhes divulgados.
Leia maisHistórico conturbado
Fundado em 1973, o Torre Palace Hotel foi o primeiro prédio do Setor Hoteleiro Norte e chegou a ser parte de uma disputa entre herdeiros do libanês Jibran El-Hadj, dono do prédio, que morreu em 2000.
Durante o período em que esteve fechado, o hotel foi alvo de vários imbróglios judiciais. Em 2021, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) chegou a determinar que a Justiça trabalhista resolvesse uma questão sobre o leilão do imóvel.
Cinco anos antes, em 2016, uma grande operação, que uniu forças de segurança e outros órgãos do governo, ocorreu para tirar pessoas que ocupavam o espaço, que era batizado, na época, de “Cracolândia Vertical”.
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A corridinha diária de 8 km, hoje, em Arcoverde, se deu, há pouco, num cenário deslumbrante de pôr do sol, ao longo do Parque Verde. Foi um esquente para a corrida Arco City, amanhã, com largada às 6h30, defronte das Lojas Americanas, no Bandeirantes.
